Último Romance escrita por Marina R


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Viu, fui rapidíssima dessa vez :D Amanhã tem mais capítulo novo ♥



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Os últimos dias de aula antes das férias foram conturbados. Tinha prova todo dia, cada uma mais difícil que a outra. Só que como minha vida social estava praticamente arruinada, tive bastante tempo para estudar e acabei indo bem. 

    Os primeiros dias de férias foram bem deprimentes. Não tinha notícia nenhuma da Camila e via todo dia Rodrigo entrando em seu quarto. Trocávamos olhares envergonhados e iamos fazer alguma coisa. Aquilo estava me destruindo de um jeito que eu não entendia. 

    Na última vez que haviamos brigado não tinha sido daquele jeito. Parecia que tinha dez milênios que eu não trocava uma palavra com ele! Eu sentia falta dele toda hora. E apesar de não ter tanto tempo do dia que eu e Camila paramos de nos falar, eu senti uma ansiedade e felicidade imensa quando um dia eu vi que ela estava me ligando no celular. Mas a voz que falou não era dela.

    - Juliana? Juliana! Aqui é a faxineira da casa da Camila, tenta vir pra cá o mais rápido possível! 

    - O que aconteceu?!

    - A senhorita Camila está doida, tá chorando sem parar, disse até que quer se matar! Acho que o namorado terminou com ela... Senhorita Juliana, vem pra cá, por favor.

    A ligação caiu. 

    Estava indo pegar um táxi quando esbarrei com Rodrigo. Cai no chão porém eu estava tão nervosa com essa história da Camila que eu me levantei na hora e sai em disparada. Rodrigo pelo jeito notou isso. 

    - Juliana, tem algo errado? Nunca te vi tão desesperada assim!

    Um calor delicioso se aflorou dentro de mim quando eu ouvi a voz dele. Um calor que logo desapareceu quando lembrei por quê estava lá. 

    - Tenho que ir ver a Camila.

    - Achei que vocês tinham brigado. Quer dizer, me disseram que você beijou o Leandro.

    - Isso é mentira! - ele não pareceu convencido - Olha, Rodrigo, eu não tenho tempo pra tentar te convencer, eu sei que não vai adiantar já que você não confia mais em mim, o.k.? Eu só preciso ver a Camila!

    Eu berrei tanto falando isso que ele pareceu assustado.

    - Porque? - perguntou ele.

    Resumi a ligação da faxineira e contei para ele. Rodrigo pareceu tão preocupado quanto eu.

    - Eu vou com você - ele disse - Olha ali um táxi! Vamos! 

    Eu e Rodrigo entramos no carro, dissemos o endereço e fomos. 

    - Juliana - disse ele - Não é que eu não confie em você, é só que... Os boatos são fortes. Olha, você pode me contar a verdade. Não é como se eu fosse te julgar por isso. 

    - Como não, Rodrigo? Você só me julga agora! Eu vejo o seu olhar pra mim. Não é o mesmo de antes. Você me olha agora como se eu fosse uma completa estranha...

    Meus olhos ardiam por causa da vontade de chorar. Naqueles dias eu estava me sentindo muito vulnerável e fraca, mas não tinha derramado uma lágrima por isso. Porém naquele momento... Nossa, como estava querendo botar tudo pra fora. 

    - Eu sei que você não confia em mim - continuei - Não tente nem me convencer do contrário porque eu sei que eu quebrei sua confiança quando você descobriu que eu dei um tapa na Sarah. A pena é que você até agora acredita na história dela e... Olha, por mim tudo bem! Eu não mereço você, nem a Camila. Eu só acho uma enorme pena porque parece que tudo que a gente tinha se foi e não tem nem previsão de voltar... 

    Olhei para ele. Rodrigo estava me fitando com as sobrancelhas arqueadas. Ele parecia triste. 

    O carro freiou: nós haviamos chegado em nosso destino. Pagamos o motorista com todo o nosso dinheiro e entramos na casa. A faxineira veio ao nosso encontro com as pernas tremendo e uma expressão aterrorizada.

    - Senhorita Juliana, a senhorita Camila acabou de sair!! Sinto muito mesmo! 

    - Você tem ideia de pra onde ela foi? - perguntei.

    - Na verdade eu ouvi ela ligando para o celular desse namorado dela... Ex agora, né. Acho que ela vai pra casa dele. Ele não retorna as ligações dela. Algo assim. Ela estava tão transtornada quando saiu, ai!, tadinha! Eu tentei impedir que ela saisse e tentei arrancar alguma informação dela mas não deu... Eu liguei para os pais dela mas eles estão viajando... 

    - Ok, obrigada, viu? Nós vamos tentar achar ela - falei.

    A mulher agradeceu e foi para a cozinha.

    - E agora? Não temos dinheiro - observou Rodrigo.

    - Tudo bem, eu acho que o Leandro mora a alguns bairros de distância... Acho que é um apartamento perto de uma cafeteria, algo assim.

    - Tá, isso não ajuda. 

    - Vem logo.

    E lá fomos nós. Corremos o mais rápido possível entre as altas árvores, com os olhos a procura de uma menina triste. Paramos quando notei uma grande cafeteria de cor marrom que ficava ao lado de  um prédio de uns sete andares. Tinha certeza que era esse: Camila já havia descrevido como era o apartamento de Leandro e era exatamente o que eu estava vendo.

    O porteiro estava vendo televisão quando eu e Rodrigo nos aproximamos dele. Abaixou o volume e nos ouviu. Eu perguntei se eu podia ir no apartamento de Leandro pois, como eu expliquei, eu tinha algo muito importante a fazer, algo que incluia uma amiga em apuros. Para me fazer calar a boca, ele falou apressado que eu podia ir. Leandro morava no apartamento 302.

    Ao chegar no terceiro andar, já ouvi os primeiros gritos. 

    - Leandro, me escuta! - ouvi a voz abafada de Camila berrar.

    A porta se abriu e eu e Rodrigo vimos Leandro empurrar Camila para fora, a qual estava chorando sem parar. Puxei Rodrigo para atrás de uma pilastra, para que eles não nos vissem. 

    - Camila, eu não quero ouvir mais nada, que merda! Eu só não quero mais te namorar. Ouviu? Eu não te quero. Agora me deixa passar porque eu tenho que ir pro trabalho.

    Leandro chamou o elevador e arrumou seu cabelo. Camila agarrou seu braço. 

    - O que eu tenho que fazer pra você me ouvir? Eu prefiro morrer do que te perder.

    - Sinto muito.     

    Leandro entrou no elevador e mandou ela permanecer onde estava. Ela obedeceu. Assim que a porta do elevador se fechou, ela pareceu arrependida pois começou a berrar e bater na parede. De repente, percebeu que nós estávamos lá. Camila nos fitou e, do nada, correu. 

    - Camila, volta aqui - gritou Rodrigo.

    Corremos atrás dela. Camila estava subindo pelas escadas com muita pressa, tropeçou uma, duas vezes por causa de seu desespero. Quando percebi aonde ela estava indo, apavorei-me. 

    A porta que dava para a cobertura estava aberta. Camila conseguiu ser mais rápida do que nós e foi lá primeiro. Correu até a beirada do lugar. Se batesse um vento muito forte, Camila iria cair. Cair daqueles sete andares. 

    - Camila, pelo amor de Deus, sai daí! - gritei.

    Ela me olhou. Seus olhos avermelhados com delineador borrado. Completamente pálida. 

    - Juliana, de todas as pessoas, você é a que eu menos quero ver agora. Eu estou puta com você! 

    - Eu sei, Cam, mas vamos conversar. Sai daí, por favor.

    - Não me chama de Cam, porra! Eu te odeio, Juliana! Você arruinou meu namoro!

    - Camila, não fala assim. Sai daí, vai.

    Aproximei-me devagar e estendi a mão. 

    - Se você se aproximar mais um pouco, eu pulo! Não desconfie de mim.

    Recuei.

    - Cam - disse Rodrigo - Você está estressada. Um bando de coisa está acontecendo agora, mas não vai adiantar nada você ficar aí. Você pode cair. Eu sei que você não quer isso.

    - Eu falei sério quando eu disse que preferia morrer do que viver sem ele. Eu preciso dele de volta. Eu preciso chamar a atenção dele de alguma forma.

    - Camila, desde quando você gosta tanto desse cara? - perguntei - Sério, eu não tinha ideia que ele era tão importante...

    - Claro que não tinha! Fica tão ocupada beijando namorados alheios que dá nisso! 

    - Camila, desculpa, eu fui uma péssima amiga pra você ultimamente mas, por favor, você está me enlouquecendo, sai daí. Vamos conversar. Cam. Me desculpa. Por favor. 

    Foi aí que eu comecei a chorar. Ela pareceu ficar preocupada por um segundo mas então fez cara feia.

    - Para de chorar! Ah! Você sempre foi tão fraca! Isso é uma das coisas que eu mais odeio em você. Você é muito atriz pro meu gosto. Antes eu engolia esses seus teatrinhos mas não mais! 

    - Você quer que eu ligue pro Leandro? - perguntou Rodrigo. 

    Ela deu uma pausa e pareceu estar pensando. 

    - Não, Rodrigo - sussurrei - Ele só vai piorar as coisas! Ela vai ter finalmente a plateia que ela quer.

    - Relaxa - ele disse. 

    - Quero. Liga pra ele - respondeu ela.

    Rodrigo pegou o celular e digitou os números. 

    - Alô? Cara, você precisa vir aqui...

    Rodrigo se afastou então não pude ouvir o resto da ligação. Também, eu estava preocupada demais tentando prever todos os movimentos de Camila. 

    - Quero você fora daqui, Juliana, eu já disse. 

    - Eu não vou sair daqui, Camila! Eu tô preocupada demais e envolvida demais nisso! Para de ficar brava comigo! Sabe do que mais? Eu acho que você não acredita nele. Eu acho que você sabe muito bem que foi ele que me beijou. Acho que você está me culpando pra não culpar a si mesma por ter sido tão cega quanto a ele. 

    - Cala a boca. 

    Ela voltou a chorar. Ouvimos a porta da cobertura ser aberta. Camila arregalou os olhos. Mas não era Leandro. Era Rafael. 

    - Rodrigo! - gritou ela.

    - Desculpa, Cam. 

    - Se você chegar perto de mim, eu pulo daqui - disse ela, já que percebeu o andar rápido de Rafael em direção a ela. Ele não parou.

    - Se você pular, eu também pulo - falou ele, ficando ao lado dela na beirada. 

    - Deixa de ser idiota.

    - Não sou eu que quero me matar.

    - Porra, Rafael, por que você está aqui? Você nunca mais falou comigo. 

    - Não, você que nunca mais falou comigo. Você sabe disso. Eu ainda me importo com você, Camila. Muito.

    Rafael tentou segurar a mão dela mas Camila não deixou. 

    - Você deve estar bem feliz, não é? Deve estar pensando "Bem feito, agora que ela sofra que nem ela me fez sofrer".

    - Nossa, não mesmo, Camila.

    Rafael franziu o cenho e segurou a mão ela. Ela deixou. 

    - Quando eu descobri que vocês tinham terminado, eu fiquei um pouco aliviado. Mas quando eu descobri que você estava sofrendo por isso... Eu comecei a sofrer também. Eu te amo tanto que a sua felicidade virou a minha. 

    - Você - disse ela, perplexa - Você ainda me ama?

    - Nunca parei de amar, linda. Por nenhum momento. 

    Foi como se o que ele havia dito fosse uma palavra mágica. Ela pareceu outra pessoa de uma hora pra outra. Chegou até a esboçar um sorriso. 

    - Que tal a gente sair daqui? Vamos tomar um café - disse Rafael, sorrindo.

    Camila afirmou com a cabeça e foi pra perto de Rodrigo. Quando Rafael, aparentemente feliz com o que havia feito, foi para perto de nós, algo aconteceu. Ele desequilibrou. E caiu. 


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Notas finais do capítulo

:O omg
Não percam o próximo capítulo!
Deixem review, por favor, me animem ^_^
Beijos ♥