Fale O Que Quiser Mas Sou Uma Garota escrita por Risadinha


Capítulo 120
A indefinição do amor


Notas iniciais do capítulo

Olaaahahahaha!! Tudo bão? Espero que sim! Então, cap está grande demais, para minha pessoa hahahah Muita coisa acontece, portanto, este arco acaba agora, o próximo cap já será o início de um novo :3
Então, só agora que eu percebi que estamos com mais de 900 reviews! Gente, é muita COISA! Estou muito feliz ^-^ Obrigada a todos! Espero poder chegar aos 1000
Capa: Akagami no Shirayukihime (Feita pelo: Paarthurnax! Obrigadaaa)
Boa Leitura!



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O som que a gota provocava ao cair fazia um eco pelo cômodo. Lass já não aguentava mais ouvir isso por horas. Encarava o teto, uma parte úmida, onde acontecia a goteira. Queria sair dali, não pelo o som, mas pela indignação que sentia.

— Achei que fosse brincadeira a parte do calabouço. – Menciona o rapaz.

— Deveria ter falando antes que havia uma prisão aqui embaixo. – Diz Pan.

A cela onde estava era escura e com cheiro de mofo, a única iluminação vinha da pequena janela com grade. Do outro lado das barras, Pan não se sentia bem em ver o rapaz deitado naquela cama desconfortável.

— Eu não entendo. – Falava Lass. Senta-se ainda sem se conformar. – Ela é a rainha, as ordens dela são superiores as deles.

— É, mas seria bem estranho se ela fosse contra. – Queria poder concordar, mas não pôde. – Elesis não teve muita escolha.

Fazia sentido quando olhava dessa forma. Quando Elesis deu a ordem, viu o desconforto na atitude da ruiva. Ela não teve outra escolha além de concordar com o príncipe.

— Será inútil se eu continuar aqui. – Fala Lass. – Preciso me manter informado sobre o Jin e a Amy. Eles já devem estar distantes.

— Vou tentar dar um jeito. A única coisa que pode fazer é nada, não tente piorar a situação. Logo Gareth esquece de você e eu te tiro daí.

— Poderia ficar de olho na Elesis por mim? – Ao falar, abre seu olhar de preocupação. – Eu confio nela, mas não com aquele cara.

Pan ri do jeito protetor, e ciumento, do rapaz. Mesmo estando ali, o que mais importava era a ruiva.

— Tentarei. – Prepara-se para partir. – Fique aí, não tente nada, por favor.

Lass volta a deitar na cama, afirmando com a cabeça. Seria um longo dia ali embaixo, sem praticamente a luz do sol para saber que horas eram. Pan se despede e o deixa, sozinho. Ao menos, teria a companhia dos guardas em breve, o que não fazia diferença para o mesmo, já que não seria eles quem o impediriam de sair da prisão.

Vira o corpo para encarar o teto mofado. Não sabia como passaria o tempo, mas sua mente ficaria ocupada em preocupação pela a ruiva durante isso.

***

— Está sentindo isso?! – Exclama Amy, surpresa consigo.

Jin para o caminho quando ouve seu chamado. A rosada estava um pouco atrás, agora olhando para os lados.

— O quê? – Pergunta sem entender.

— Meus sentidos estão dizendo que há pessoas por perto. – Dizia a jovem com os braços esticados. Ela dá pequenos passos para cada lado, como se farejasse algo. – Mas eu não consigo achar.

— Desde quando você tem sentidos assim?

— No tempo que eu fiquei em Xênia foi para isso. – Balança o dedo erguido. Criava o próprio tom de sabedoria, o que não se encaixava tão bem nela. – Os sentidos são muito importantes.

Vindo de Amy, Jin não conseguia levar tão a sério quanto queria. Por mais que a amasse, teria certas coisas que não seriam convencidas tão facilmente com amor.

— Você deve estar enganada, Amy. – Fala Jin. – Eu não sinto nada.

— Ah, achei!

Era ignorado, até mesmo por ela. Olha surpreso quando ver Amy tirar uma luva da pequena mochila que carregava e coloca-la, transformando-se numa luva de metal, como parte de uma armadura. Os pés da garota se arrastam para o lado, com um apoio maior.

— Está debaixo da terra. – Disse Amy.

— Tem certeza? Não há nada debaixo da terra. – Tenta a convencer.

— Afaste-se, Jin. – Pede gentilmente. – Você pode se sujar.

Deu um passo à frente para impedi-la, mas a jovem é mais rápida. Amy soca o chão com a luva, a terra subindo com a grande força exercida. Jin joga os braços na frente e fecha os olhos quanto possível. Tenta respirar e se engasga com a terra que ainda voava, tossindo em seguida.

— Amy, não precisava fazer isso. – Dizia Jin enquanto engasgado.

Quando tudo se torna visível, Jin enxerga a cratera feita pela a garota. Ela estava na ponta, olhando o que havia ali dentro. O ruivo fica sem reação com a força que a mesma usou para ter causado aquilo.

— Como que você tem tanta força? – Pergunta.

— Mari fez esta luva para mim. – Mostra para ele. – Ela disse que aumenta a força, então eu decidi usar aqui.

Era assustador como uma luva podia causar tudo aquilo. Amy não era forte, não no mesmo nível de Elesis.

— Viu, eu disse que tinha algo aqui. – Fala Amy, apontando para a cratera.

Jin se aproxima, desviando nas pedras pelo o caminho. Fica espantado ao chegar perto do buraco e vê uma espécie de sala no final. Sem pensar muito, desceu com o coração acelerado. O cômodo era escuro, mas a luz que vinha do teto destruído clareava o local.

— Elizabeth?! – Grita Jin. Sua voz faz eco pelos os corredores do local. – Está aí? Alguém?!

— Consegue ver algo? – Ouve Amy perguntar.

— Fique aí, Amy. Vou dá uma olhada no lugar, já volto. – Disse antes de correr.

A garota se agachou no chão, aguardando pela a volta do rapaz. Sente ele correr, a respiração acelerada pela a ansiedade. Mas não adiantava, Amy já sabia que o lugar estava vazio e tudo que restou a essência de suas manas, o motivo de ter confundido com pessoas.

Jin volta a aparecer, sem a animação de antes. Era como previa, não havia ninguém ali.

— Está vazio. – Ele fala. – Eles devem ter ido antes de chegarmos aqui.

— Chegamos tarde, então.

— Eles não devem estar tão longes. – Continua o ruivo. – Tem uma passagem bloqueada por escombros. Devem ter fugido por ali.

— Então ainda estão andando pelos túneis. – Conclui.

Jin afirma. Estica as mãos e alcança o teto, saindo no buraco sem muito esforço. Constrói um mapa mentalmente por onde eles fugiram, assim conseguindo ver um caminho para seguir.

— Consegue senti-los? – Pergunta Jin.

— Não, por onde passam, deixam um rastro de energia que me confundem. – Lamenta. – Não saberei qual é o verdadeiro.

— Só nos resta seguir em frente. – Toma o caminho. – Devem deixar algum rastro até lá.

Era o que esperava que fizessem. Pela a forma que se moviam, seria difícil acha-los a tempo de resgatar Elizabeth. Não sabia o que faziam com ela, nem o motivo de ficarem com a mesma, o que não importava na situação que estava. Elesis não aguentaria ficar muito tempo como rainha e em algum momento alguém descobriria.

Com o semblante sério, segue em frente.

***

Levaria muito tempo até Elesis se acostumar a tudo aquilo. Suas unhas eram pintadas pela primeira vez, fazendo que a ruiva olhasse curiosa pelo o processo. As empregadas ao seu lado viam sua expressão, surpresas em ver a rainha agir daquela forma. Elesis logo nota, ajeitando sua postura para disfarçar.

— O que acha, senhorita Elizabeth? – Pergunta a empregada que pintava suas unhas.

Com medo que os dedos se encostassem para borrar o esmalte fresco, Elesis ergue a mão para olhar melhor. Não consegue esconder os brilhos nos olhos com aquilo, que julgava como algo feminino demais para ela.

— Nos deem licença, meninas. – Pede Pan ao entrar no quarto. – Estão dispensadas.

Apesar de não ser a pessoa no comando, as jovens obedeceram a Pan, talvez pela a relação que tinham ou por causa da presença da rainha. Ficam a sós, Elesis podendo tirar a encenação e deixando sua postura desleixada.

— O Lass está bem? Eu não queria ter feito aquilo. – Menciona a ruiva.

— Ele está em segurança. Bem melhor que ficar aqui e tomar outro raio do Luke. – Consegue deixar a espadachim mais calma. – Não se preocupe, nada de ruim acontecerá com ele.

— Espero. Sem ele, me sinto sozinha para lidar com tudo isso. – Gesticula para o grande quarto da rainha. – Jin e Amy estão atrás da sua amiga, então só sobrou você para ter como apoio.

— Ninguém parece desconfiar até o momento, está indo bem. – Sorri positiva. – É só esperar que achem a Liz a tempo de trazê-la de volta.

Confiava em Jin e Amy para fazerem esse trabalho, mas não no tempo. Se não voltassem depois de dois dias, seria forçada a se casar no lugar da rainha, ou contar toda a verdade. Sentia-se pressionada quando pensava nas consequências, como se os problemas nunca houvessem fins. E tudo piorava com as lembranças de Depas.

Sentia a falta dele, mas não tinha coragem para admitir. Com a ida do rapaz, sente que algo pior estava para vim, e que o treino do mesmo logo seria colocado em prática.

— Não se esforce demais. – A calma voz de Pan a chama. – Posso não a conhecer, mas sinto que possui outros problemas além desses. Então, não se esforce demais, por favor.

A preocupação da desconhecida, como Elesis ainda a via, era reconfortante. Não tinha Lass, Jin ou Amy ao seu lado para dizer que tudo ficaria bem, porém, uma pessoa que não a conhecia via que algo estava de errado no seu pequeno mundinho.

Elizabeth deveria ser uma pessoa de sorte para ter Pan como amiga, alguém tão observadora como ela era.

***

Suas delicadas pernas tremem em cansaço, em seguida, senta no chão para ter seu precioso descanso. Andaram o dia todo na direção sugerida, seguindo alguns rastros que apareciam durante isso.

— É perigoso se continuarmos de noite. – Fala Jin. Olha para Amy encostada na árvore e vê a exaustão da mesma. – Desculpa, não deveria ter te colocado junto nisso.

— Está tudo bem, eu aceitei de qualquer forma. – Falava com o olhar na fogueira, a única fonte de luz na escuridão da floresta. – Pela a Elesis, eu faço qualquer coisa.

— Não acho que ela faria o mesmo por você.

— Mesmo me odiando, ela faria. – Sorria. – Elesis é um pouco difícil de entender, suas emoções não definem suas ações. Existe algo dentro dela que a torna corajosa o suficiente para proteger a pessoa que mais odeia.

— Mesmo se essa pessoa quiser ela morta?

Amy concorda. O tempo que passou com a ruiva foi o suficiente para conhece-la, apesar de ter sido a Mari quem descobriu esse jeito dela.

— Acho que agora entendo. – Murmura Jin. Lembra da luta contra Arthur. Elesis fez de tudo para evitar, resultando na morte de seu amigo de infância. – Ela só não sabe lidar com isso.

— Elesis não seria capaz de matar uma formiga.

— E você? – É olhado. – Seria capaz de matar alguém, Amy?

Ela não sabe o que responder. A garota poderia ter o jeito delicado que aparentava, mas isso não a resumia. Amy nasceu para ser uma dançarina, ao mesmo tempo, uma guerreira para representar Xênia. Ela era forte, embora não aparentasse.

— Eu não sei. Lothos me impediria antes que acontecesse.

— Ah, é. – Ri junto com a jovem.

O rapaz vira o rosto de lado, com medo que a pergunta fosse dirigida a ele também. Não sabia como Amy reagiria se soubesse que ele já tinha tirado a vida de alguém. Não gostaria de ser visto de forma negativa pela a rosada.

Ela não pergunta, volta a olhar a fogueira. Jin não resisti de observa-la enquanto isso. Diante à luz do fogo, sua beleza ficava mais chamativa. Volta a ficar nervoso, notando como estavam sozinhos, apenas eles.

— Amy, se você fosse chamada para um encontro, você iria? – Pergunta o ruivo. – Po-Por um amigo, é claro.

— Eu gosto de encontros. – Diz animada. – Menos com alguns fãs, que são meio estranhos.

— E se fosse eu? – Pergunta com o rosto tomado pela vermelhidão. – Vo-Você iria?

O que deixa mais nervoso é a confusão no olhar de Amy. Fica encolhido durante o silêncio que a mesma faz, pensativa em que responder. Jin aceita aquilo como um não, o que já esperava desde o início.

Seu corpo se move automaticamente. O barulho vindo da mata o alerta a tempo de correr até Amy e pega-la no colo. Suas costas esquentam antes da explosão ocorrer às suas costas, impulsionando seu corpo alguns metros à frente. Cai de joelhos e puxa Amy contra seu peito, para que a mesma não atingisse o chão.

— Jin? – Ouve a voz assustada da garota o chamar. – Tudo bem?

O ruivo levanta o rosto fechado pela a dor. Não conseguia ver, mas sua camisa estava queimada nas costas, sua pele com uma forte queimadura que fazia seu sangue escorrer.

— Estou bem. – Mente. Coloca Amy no chão e fica de pé, olhando na direção da explosão. – Mas eles não ficarão.

Seus inimigos começam a surgir pela a mata, as roupas escurando tendo escondido todos em meio à noite. Fecha os punhos, preparado para o próximo ataque.

— São eles quem procuramos? – Questiona Amy. Fica ao seu lado, ainda assustada pelo o que acontecia.

— Quase isso. São mercenários. – Reconhecia um pelo o jeito discreto. – Só há um modo de sair daqui: lutando.

— Alguma chance de conseguirmos achar a rainha por eles? – Falava enquanto os mercenários rodeavam para ataca-los. – Ela deve estar por perto.

— Só iremos descobrir se tentarmos.

O primeiro inimigo se move e Jin também. O ruivo desvia do ataque e usa os punhos cobertos por chamas para revidar. Amy fica parada, a boca aberta ao ver o ruivo se mover como um verdadeiro guerreiro. No passado, Jin sempre foi atrapalhado para lidar com mais de um adversário, vendo-o agora tudo parecida diferente. Ele era forte e ágil.

Por que sorria? Ela não sabia. Ver o amadurecimento do rapaz era impressionante. Jin não era mais aquele garotinho que tropeçava toda vez que a via, agora é um homem corajosos que não parará de lutar por causa de uma ferida nas costas, por mais que doesse.

Quando Jin torna um olhar rápido para Amy, a garota se movia para atacar os demais inimigos. Mesmo lutando, ela parecia dançar com as pernas, pulando e usando sua magia rosa como seus cabelos. De frágil, era só a aparência que tinha.

— Jin! – O gritou ouvido o assusta. Não vinha de Amy.

O ruivo permanece com os punhos fechados, porém baixos. Elizabeth parecia desesperada diante do homem que mantinha a lâmina da faca sobre sua garganta. Seus olhos azuis sumiam pelas grossas lágrimas que não paravam de escorrer.

— Pedirei para que abaixem as armas. – Diz o rapaz atrás de Elizabeth. Olha Jin e Amy, percebendo que não havia armas em suas mãos. – Os punhos, então.

Jin olha Amy e dá uma leve assentida. Abaixam os punhos ao mesmo tempo, paralisados nos lugares.

— Se não quiserem que a rainha se machuque, bebam isso. – Ordena o homem.

Pequenos vidros de poções são jogados nos pés de cada. Jin pega o frasco com tensão, o líquido escuro causando isso. Não sabia o que aconteceria se bebesse, talvez a morte, no pior caso.

Leva a mão até a tampa quando a lâmina é pressionada com mais força contra a pele de Elizabeth. Ela choraminga baixo. Estava assustada, cansada com tudo que acontecia. Nada disso merecia deveria estar acontecendo, não com ela.

— Certo. – Jin afirma. Pede força as Deusas antes de tomar a poção com um só gole. Faz careta pela a amargura que queima sua garganta ao descer. Ergue o frasco vazio. – Pronto.

— A princesinha também. – Aponta para Amy.

Com um olhar calmo, Jin pede para que ela tome. A jovem tentava controlar a tremedeira que sentia, querendo ter forças. Alguns metros à frente, Elizabeth a olhava, mas sem implorar para que ela fizesse aquilo. A rainha queria sair viva, não querendo dizer que fosse a única nisso.

Amy toma e joga o frasco com o gosto sentido. Coloca ambas as mãos sobre os lábios selados pela amargura.

— Que bom. – O rapaz vira o rosto para seus parceiros. – Prendam-nos.

Jin fica em alerta com a aproximação repentina dos mercenários. Tenta usar as chamas, porém nada vem. Sua mana tinha desaparecido, não sentia mais seu poder. Seus braços são segurados, empurrando-o contra o chão. As cordas queimam seus pulsos quando presos.

— Me soltem!

Seu sangue ferve quando ver Amy ser pega e presa, porém, a mesma resistia com suas pernas que voavam de um lado para o outro, tentando acerta algo. O rosto delicado de Amy afunda contra a grama com força.

— Ei, não machuquem ela! – Berra Jin. Agora era o rapaz quem se movimentava para se soltar. – Parem com isso!

Os braços de Amy são presos, não sendo o suficiente para prendê-la. Consegue acertar um chute contra um dos rapazes, em consequência, recebe uma descarga de energia nas costas por um dos membros. Ela grita pela dor, seu corpo ficando paralisado em seguida.

Antes que Jin se deixasse levar pela fúria, é pego pelo pescoço e o braço que o enrolava, aperta. Sua consciência é apagada após segundos.

***

Elesis não conseguia dormir pela a mente ocupada por tudo que acontecia. Lass estava jogado em uma cela, Jin e Amy estavam longe e ela precisava usar um vestido longo a todo instante. Levantou-se da cama e deu um passo à frente, a saia de sua camisola sendo arrastada pelo o chão. Não gostava disso, mas precisava aguentar até o final da semana.

Antes de sair do quarto, vestiu um roupão para se aquecer. Descalça, andava pelo o piso gelado do corredor. O castelo estava com as luzes desligadas, totalmente vazio, sem os empregados para ficar correndo atrás de Elesis. Era um grande alívio.

Pela a falta de sono, ficou vagando pelos corredores, encontrando um largo salão com grandes janelas que refletiam a luz da lua. Elesis parou para admirar a vista que tinha dali. As estrelas pareciam pequenas luzes, tão brilhantes naquela noite.

— É uma surpresa vê-la acordada.

Fica surpresa da mesma forma que Gareth estava. Ele vinha em direção oposta, a luz da lua caindo perfeitamente sobre ele. Quando próximo, Elesis nota a roupa comum que o rapaz usava, não parecendo tanto o príncipe que via.

— Você também está. – Retruca Elesis.

— Eu tenho insônia, esqueceu? – Seu sorriso que torna a situação calma. Ela deveria saber disso, era o que o rapaz queria dizer. – Já você não.

— É, só estou um pouco preocupada com certas coisas. – Soava como uma mentira, porém não sendo uma. – Então acabei ficando sem sono.

— Tinha esquecido que amanhã você provará o vestido de casamento. É normal as mulheres ficarem assim.

Elesis concorda, no fundo, querendo negar. Não gostava da ideia de ter que colocar outro vestido e passar o dia inteiro fazendo apenas isso. Preparava-se mentalmente para fazer isso, então fisicamente.

— Não diria que é só isso. – Diz Elesis. Olhava as estrelas como seu único apoio naquele instante. – Mas não vale a pena falar.

— Talvez seja por causa do seu guarda, prevejo. – Seu sorriso diminui. – Sinto muito. Só não queria vê-lo se intrometer nos assuntos pessoais.

— Está tudo bem.

Um pouco de verdade. Pensava em como Lass deveria estar agora, deitado no chão gelado enquanto tenta manter sua sanidade para que as chamas não o perturbe tanto.

— O amor é um pouco engraçado. – Fala Gareth de repente. Enquanto Elesis o olha, ele observa a lua. – Difícil de perceber, mas fácil de sentir. É como uma doença silencioso, que somente você sabe e, obviamente, não contará para ninguém porque tem medo que eles descubram.

— É isso que acha sobre o amor?

Ele dá de ombros.

— Na verdade, acho que ele é indefinido. Mesmo que pareça igual para todos, ele é sentido diferente por cada um de nós. Por exemplo, você pode amar algum familiar, mas não será o mesmo que você tem por seu bichinho de estimação.

— Falando assim, parece que uma pessoa pode amar duas ao mesmo tempo.

— Por que não? – Seus olhos parecem mais claros quando se viram para ela. – Mas a verdadeira questão é: Quem você ama como um parceiro? Ou como seu bichinho de estimação? Talvez seja por isso que as pessoas cometam zoofilia, por não saberem distinguir que tipo de amor que sentem. – Ri no final.

Lass vem à sua mente. O que Gareth havia dito era um resumo sobre a confusão que Elesis sentia sobre o ninja. Como o amava: Por causa das chamas ou porque realmente gostava do mesmo? Tinha medo de descobrir a resposta. Seria capaz de deixa-lo se descobrisse que seu amor era uma ilusão, como foi com Ronan? Um gelo percorria sua espinha com esses pensamentos.

— E como eu poderia saber que essa pessoa é meu verdadeiro amor? – A espadachim pergunta.

— Você não sabe. – Diz com um olhar óbvio. – Você apenas olha para a pessoa e sente, não tenta entender. É como resolver uma conta sem houver necessidade, porque você já sabe qual é o resultado, de certa forma.

— E se eu não souber o resultado? – Começava a ficar intrigada.

Gareth sorri com a persistência da ruiva.

— Importa mesmo saber o porquê de você amar uma pessoa? – Elesis entende o deboche do rapaz. – Fará alguma diferença? Se você não se importa, é porque você ama essa pessoa.

Independente do que fosse, raça ou sexo, não faria diferença no final, porque quando se ama não há motivo para questionar. Era assim que Lass se sentia com ela. Não importava se o mundo queria eles separados, por causa das chamas e por ela, para o ninja, nada disso fazia sentido e queria que esses motivos explodissem.

Lass a amava e faria qualquer coisa para provar. Quanto a ruiva, seria capaz de fazer o mesmo?

A grande questão que Elesis se importava.

***

Suas costas doíam enquanto era arrastado daquela forma. Os punhos estavam amarrados atrás de seu corpo, sendo assim, as pontas dos dedos arranhadas pelo o chão de terra. Suas pernas não seriam soltas tão cedo, presas no calcanhar pelas cordas que eram puxadas por dois homens grandes. Tudo que fazia era encarar o céu já azul pela a manhã.

— Jin. – Amy o chama.

Ela estava sendo carregada sobre o ombro de um mercenário. Na mesma situação que Jin, suas pernas e pulsos estavam amarrados, felizmente, não era arrastada no chão como o ruivo.

— Eu vou dar um jeito. – Diz o lutador. Suas costas queimavam pela ferida e terra que se misturavam. – Economize energia.

Logo a frente, Jin via Elizabeth sendo carregada como Amy era. Ela não falava ou se movimentava, provavelmente, tinha apagado por cansaço sobre o ombro daquele homem. Seu vestido já não estava mais limpo como antes, agora o tecido era coberto pela terra, sem mencionar algumas partes rasgadas da saia.

— O que querem com a rainha? – Jin pergunta. Sua voz sai rouca, a garganta seca pela a falta de água por horas. – Se querem dinheiro, falem de vez. Ela não precisa passar por isso.

— Dinheiro? – Debocha o rapaz que levava Elizabeth. Aparentemente, ele era o líder. – Já fomos pagos, e muito bem. Agora estamos fazendo o trabalho.

— Para quem trabalham? – Silêncio. – Responda!

— Por que devemos? Agora cale a boca, senão te jogamos no próximo rio.

Eles não contariam, deveria ter previsto isso. A única opção que sobrava era tentar escapar, mas no seu estado, não chegaria no meio do caminho para o castelo. A corda que apertava seus tornozelos era justamente para deixar suas pernas dormentes, assim, não conseguiria escapar.

Olha para Amy. Ela poderia correr, ir até Lass e pedir por ajuda. Era rápida, mesmo naquele estado.

— Mas se ela fugisse, Elizabeth poderia sofrer as consequências. – Pensava o ruivo. – Mas seria um risco a correr. Eu poderia ocupar o tempo enquanto isso.

Suspira. Estava cansado para tentar atacar. A poção que tinha tomado fazia sua mana desaparecer de seu corpo, não conseguia invocar as chamas ou qualquer outra magia. Se fosse revidar, precisava de mais tempo para se recuperar.

Assente para Amy. Ela entende o sinal com um sorriso fraco. Sem ter dito qualquer coisa, a confiança que um tinha no outro os ligava.

***

— Me sinto um pouco mal pelo o que fiz. – Confessa Arme.

Sentada no chão da biblioteca comia seu sorvete de baunilha com calda de chocolate. O que havia feito no dia anterior, contado para Cazeaje sobre Lass e Elesis, fazia a culpar pesar sobre sua cabeça. Foi um erro e não deveria se levar pela a emoção.

— Não foi sua culpa. – Ronan fala. Estava sentado à frente da maga, também encostada na estante de livros. – A culpa é da Cazeaje desde o início.

— É, mas se eu não tivesse contado, nada disso aconteceria. – Continuava deprimida.

— Não adianta lamentar, só torce para que eles possam escapar de Cazeaje. – Olha para o pote de sorvete em mão. Não estava com muita fome para comer. – Avisarei a eles quando chegarem.

A maga assente. Não teria coragem de falar para Elesis o que tinha feito, não sabia qual seria a reação da amiga. Mesmo após tudo que passaram e resolveram, ainda temia em como a ruiva reagiria.

A colher de plástico treme. De repente, seu corpo fica trêmulo em nervosismo. A última discussão que teve com Elesis foi por causa de Ronan. A ruiva não se importava, até parecia feliz quando a viu com Ronan.

— Tem mais alguma coisa que precise? – Pergunta o rapaz. Sua atenção estava caída no sorvete que mexia sem a vontade de comê-lo. – Já pintamos as paredes do salão, seria interessante fazer alguns desenhos.

— Pode ser. – Concorda.

Olha para Ronan com esperança que fizesse o mesmo. Ele estava cabisbaixo, o sorvete não sendo tão interessante quando comprou. Sua tia o atormentava mesmo longe.

Cutuca o rapaz com a ponta do pé. É olhada sem muito ânimo.

— Conte-me um pouco sobre você. – Pede Arme. – É um pouco engraçado estar numa situação dessas com uma pessoa que eu não conheço muito. É sempre tão reservado.

— Não tem muita coisa sobre mim que interesse. – Abre um sorriso sem jeito. – Acho que não impressione garotas como você.

— Garotas como eu? – Olha confusa. – Como assim?

— Geralmente, as garotas se aproximam de mim para saber sobre minha posição como príncipe. – Revira os olhos enquanto falava. – Apenas interessadas em como deve ser legal morar em um castelo e ter dinheiro quase que infinito.

Arme conhecia garotas que agiam assim. Entendia o motivo do rapaz ficar emburrado em contar. Desde de criança foi criado para ser um príncipe, isso incluía agir gentilmente com as damas. Ele nunca pôde agir como a Elesis, dizer a verdade e o que pensava.

— E por que você acha que eu não sou como essas garotas? – Olha curiosa.

— Você é amiga da Elesis, então seria impossível alguém desse jeito estar com ela. E também, você parece muito preocupada com estudos e aprender novas magias.

— Ah, sim. – Força o rosto firme para Ronan, mas o abaixa quando a vergonha é maior. Era um elogio, pensava. – Eu quero me tornar uma maga forte, como Elena. Ainda tenho muito a aprender.

— Se a maioria das pessoas fossem como você. – Joga a cabeça de lado. – Teríamos guerreiros melhores.

— Como eu? – Uma risada engasgada. – Deveria usar a Elesis como exemplo. Ela é determinada e forte, sem falar da coragem. Não tenha nada disso.

Toda vez que olhava a ruiva, ela parecia diferente, mais forte... Madura. Elesis sempre pareceu a mais infantil perto dela e Lire, agindo por impulso e cometendo confusões desnecessárias. Atualmente, tudo parece diferente. O ar que Elesis exala é como de um dragão, quente em forma de fumaça. Talvez seja sua imaginação ou os dias que a espadachim passou como Eléo a mudou.

Ou até mesmo Lass.

— Elesis é a melhor pessoa que eu conheço. – Admiti Ronan. – Lembro de como ela era uma garotinha irritada para a guerreira que é hoje. Elesis é única.

— Todos nós somos. – Diz ao olha-lo. – Elesis só é um pouco mais especial.

Tão especial que seria impossível de tira-la de seus pensamentos. Após tudo que ocorreu, Ronan não tinha conseguido de evitar os sentimentos por Elesis. Uma parte dele ainda a amava, a outra, já ferida, respeitava a mesma como amiga. Ficava feliz em vê-la com Lass, o mesmo pelo o ninja.

Tinha voltado a encarar o soverte que derretia lentamente.

— Enfim, as garotas que se aproximam de mim não são tão especiais quanto fingem ser. – Falava Ronan. – Sempre possuem um interesse próprio. – Suspira.

Ser visto pela a coroa que vestia não era o que queria. Arme entende a dor expressada pelo o rapaz. Não era apenas as garotas, sua família ou colegas de classe estavam no meio também. Quando era olhado, precisava mostrar o que não era, a força que não tinha.

Fica assustado quando as pequenas mãos de Arme pegam seu copo de sorvete. A maga já tinha terminado o dela, comendo o dele agora. Como mostrava desinteresse pela sobremesa, Arme percebeu e preferiu dar um jeito.

— Eu não tenho interesse nenhum, então por que não me dá uma chance? – Disse com naturalidade, sem ter pensado antes.

O tempo passa e pelo o silêncio pesado, Arme percebe o que falou. Seu rosto ganha o tom rubro enquanto tomava o sorvete para disfarça a vergonha. Em seguida, Ronan ri.

— Eu não veria problema. – A maga quase se engasga com o sorvete. Olha surpresa para o sorriso sincero do rapaz. – Seria interessante sair com alguém que entenda o que eu digo.

Apesar do tom de brincadeira, Ronan não demonstrava o mesmo. Para ele, sair com Arme seria como sair com uma amiga, o que seria confortável de sua parte. Ambos usavam magias e sabiam quão complicado aprender uma nova. Era assim que Ronan via o encontro, totalmente diferente de como a jovem pensava.

E Arme sabia que era vista como uma amiga. Com um sorriso, engole o pedaço de sorvete que esfria seu corpo pelo o nervosismo. Não via problema nisso, pelo contrário, começar pelo o básico seria o melhor para ela. Queria conhecer Ronan aos poucos, de forma que, começasse a gostar cada vez mais do mesmo.

Falaria para ele como se sentia. Se houvesse alguma relação entre eles, que fosse sincera. Elesis errou em não ter feito isso. Arme queria ser diferente da amiga, mostrar a Ronan que ela não era apenas uma maga esperta como ele via.

Seus lábios se separam para falar. Se não tivesse comido todo o sorvete rapidamente, teria conseguido falar. Sua boca se fecha e o copo de sorvete é solto no chão. Suas mãos vão rapidamente para a cabeça.

— Cérebro congelado! – Resmunga em dor a pobre maga com os sentimentos interrompidos.

***

A pequena formiga anda aleatoriamente pela a terra e para. Suas antenas se movem, então outra vez volta a andar sem rumo. Para de frente à ponta de seu nariz, cutuca e quando o gigante se move, a pequena formiga vai embora.

Jin não aguentava mais ficar naquela posição. A metade de seu rosto estava sobre a terra que começava a incomoda-lo. Suas costas queimavam com o vento que batia na sua pele queimada. Quando piscava, o mundo girava com a forte tontura que sentia. A temperatura aumentava, criando um frio estranho para o ruivo.

Era febre. Negava para si que era por causa da ferida, que provavelmente infeccionava pela a sujeira que a cobria. A todo instante, apagava por segundos e voltava num susto, olhando para Amy. A jovem estava ajoelhada perto de uma árvore, o rosto virado para ele com os olhos arregalados em preocupação. Não entendia por que ela ficava assim. Talvez sua aparência estivesse tão horrível quanto pensava.

— Não entendo. – Ouve o líder do grupo falar. Desde que pararam, ele tem agido irritado pela a notícia que recebeu. – Como o reino não está em alerta? Estamos com a rainha deles e ninguém parece preocupado com isso!

— Pelo o que disseram, a rainha continua lá. – Outro membro fala. – Será que é uma cópia para ninguém perceber a falta dela?

Embora não visse, o olhar de Elizabeth pesa sobre ele pela dúvida. Gostaria de contar a ela sobre Elesis, se não estivesse naquele estado.

— Ei, garoto, você sabe de algo?! – O berro em sua direção o assusta. Continua calado. – Não finja que não escutou. Ei, cabeça de fósforo!

Jin rugi com o pontapé desferido nas costas. Encolhe-se pela a dor.

— Deixe o Jin em paz! – Grita Amy. – Não sabemos de nada!

— Como? – Olha irritado para a ousadia da rosada.

Jin ignora a dor que o fazia ficar encolhido quando os passos se distanciam dele. Vira-se e agarra o calcanhar do homem.

— Existe uma rainha falsa. – Disse Jin em meio à tosse. – Está lá para enganar à todos, só isso.

Amy questiona com o olhar do porquê de ter feito isso. Jin não podia falar, tinha agido com o medo de ver sua amada se ferir. Diria o que fosse preciso para evitar isso.

— É mesmo? – O rapaz sorri. Puxa o pé, soltando-se de Jin. – Está tudo explicado agora. Parece que temos mais um trabalho a fazer.

Até estaria preocupado com a situação de Elesis após o que tinha dito. Porém, lembra que a espadachim estava muito bem acompanhada com a segurança de Lass, até mesmo de Luke, o rapaz do relâmpago.

— Certo, matem a rainha original, não fará diferença mesmo. – Demanda o líder sem remorso. – O importante é matar a rainha que todos pensam ser a original. Isso vai chocar a todos.

— Achei que fossem me deixar viva! – Grita Elizabeth. O desespero atinge a garota com força. – Tinham prometido!

— Desculpa. Mas mudança de planos! – Estala o dedo e todos se movem. – Deem a poção para o casal, o efeito já deve estar acabando.

Jin é o único que não consegue reagir em medo pelo o que aconteceria. Os gritos de Amy o despertam. Um rapaz segurava Amy pelo o pescoço e a forçava tomar a poção.

— Hora de agir! – Pensa o ruivo.

É o próximo a ser pego para tomar a poção. É erguido pela a camisa, em seguida, acerta com a cabeça no queixo do homem. Solta-se de suas mãos e recua com um pulo, os pés arrastando na terra com a força exercida para a corda amarrada nos seus calcanhares, que se rompem.

Após isso, as chamas douradas deslizam por seu corpo quando as cordas em seus pulsos rasgam. Os punhos são erguidos com firmeza, ao contrário de seu corpo que queria cair para o lado em fraqueza.

— É melhor deitar no chão e se render. – Ordena o adversário. – Eu quebro os braços das meninas se não fizer isso.

— Então tente.

Jin aparece na sua frente com o pé acertando seu rosto. As chamas intensificam o ataque, derrubando o homem. Logo os demais avançam e Amy é solta no chão.

— Amy, agora! – Grita Jin, desviando dos ataques e torcendo para que as chamas douradas não sumam por sua falta de energia. – Corre!

A rosada rola pelo o chão para desfazer o nó da corda. Suas mãos deslizam e são soltas, logo seus pés. Fica de pé a tempo de esquivar de um ataque e revidar com um chute. Vira em direção a Jin e corre para ajudar.

— Não! – Grita o rapaz com a mão esticada. Amy para, confusa. Ele aponta para a direção que vieram. – Vai, agora!

— Não posso te deixar sozinho! Você precisa de ajuda.

Não percebe outro inimigo vim em sua direção para atingi-la. Jin se move rapidamente até ela e a puxa para fora do alcance do golpe. Acumula uma grande quantidade de chamas e arremessa no chão, criando uma barreira temporária.

— Você é mais rápida. Vá até o castelo e chame pelo o Lass. – Dizia o lutador. – Ele virá rápido para ajuda.

— Mas e você? – Não conseguiria deixar o rapaz naquele estado. A mão que segurava seu pulso estava quente, mostrando a febre que aumentava. – A Elizabeth?

Jin se vira e arremessa outra rajada de chamas. Tropeça para o lado, mas permanece de pé.

— Eu vou proteger ela. – Garante o ruivo. As pálpebras pesadas mostravam o oposto. – Por favor, vai agora, Amy.

Jin fazia isso pois sabia que atrasaria tudo no estado que estava. Outra parte, era para deixar Amy longe de toda a confusão.

Dá uma leve empurrada na garota ao solta-la.

— Vá.

— Não seja idiota de se arriscar muito. Eu volto para te buscar. – Diz determinada. – Eu ainda tenho que te responder à sua pergunta.

— Sobre o encontro? – Pisca os olhos em surpresa.

Amy anda e para com um sorriso bobo.

— Fique vivo e eu te contarei a minha resposta. – Falou antes de partir correndo.

Jin não percebe o sorriso que se forma, mas quando se desmancha ao se virar. A barreira de chamas some e ele avança. Pede para que as Deusas continuem a dar forças para continuar de pé.

Não ataca diretamente, seus pés se movem sozinhos em direção a Elizabeth. Acerta o homem que a segurava, pegando a jovem pela a mão e puxando enquanto corria para fora do lugar.

— Vamos!

Alguns persistem em segui-los, até um certo momento. Suas energias esgotam e se cansam, deixando a dupla seguir para dentro da floresta.

— Deixe-os. – Ordena o líder. Não parecia preocupado. – Vamos nos dividir. Alguns vão atrás da rosa e eu atrás da rainha e aquele garoto. Está na hora de terminar com o sofrimento do porco.

Olha para baixo, onde as pegadas de Jin seguiam para à mata.

***

Pararam de correr e jogaram as costas contra o tronco da árvore. Cada um coloca a mão na boca para abafar a respiração ofegante. Elizabeth se agacha sobre o gramado, as mãos trêmulas querendo cair como seu corpo cansado. Após alguns minutos em silêncio, tinham despistados o grupo de mercenários.

— Não vamos conseguir. – Murmura Elizabeth. Tira a mão da boca e passa por seu rosto suado. – Eles vão nos pegar.

Jin compreendia o medo da jovem. Olha a garota agachada no chão que rezava para que alguém aparecesse para salva-los. Desencosta da árvore e olha em volta, ninguém sendo visto, felizmente.

— Não podemos ficar muito tempo por aqui. – Fala o rapaz. Sua visão fica turva a cada piscada. A febre aumentava pela a luta que teve. – Precisamos nos mover.

— Eu não consigo. – Cai de lado no chão. Como o lutador, Elizabeth estava exausta para continuar. – Me dê um tempo, por favor.

Não tinha tempo quando sua vida estava em jogo. A partir do momento que fugiram, não existia motivo para continuarem vivos pelos mercenários. Se fossem pegos, morreriam. O mesmo para Amy, que estava mais distante e segura que eles.

— Elizabeth, vamos. – Chama Jin. – Não podemos continuar aqui.

Estica a mão até a jovem e seu corpo pesa para o lado. Não tem forças para evitar a queda no gramado. Fechou os olhos pela a dor que volta a sentir nas costas, queimando com mais intensidade.

— Jin! Ei, tudo bem? – Ouve a voz preocupada de Elizabeth. Ela o toca, então para. Devia ter visto suas costas. – Você não está bem. – Sussurra.

O medo que sente vindo da voz da mesma o força a despertar. Se ficasse caído no chão e deixasse a febre o levar, Elizabeth ficaria sozinha. Esquece que a jovem rainha não saberia se defender, muito menos ele naquele estado.

— Eu tenho um plano. – Fala com a voz rouca. Abre os olhos e tudo que enxerga é uma visão temporariamente borrada. – Então escute bem.

Elizabeth assente rapidamente. Jin se esforça e se senta no chão, o ar que respirava tendo sumido após isso. Apoia as mãos no chão e se recupera rapidamente.

— Se continuarmos a correr, gastaremos energia e seremos pegos. Não é isso que queremos. – Explicava Jin. – Então o que vamos fazer? Revidar com tudo que temos.

— Atacar? Mas eu não sei lutar e você não está em condições. – Disse Elizabeth preocupada.

— Eu sei, mas precisamos fazer isso. Se quiser viver, terá que lutar.

Não havia outra opção além dessa. Olhava para o ruivo e via a determinação que tinha, mesmo desabando pela a febre e dor. Ele não fazia isso por ele, mas por ela, por ser sua responsabilidade. Suas mãos apertam a saia do vestido. Já estava cansada de ver pessoas lutarem por ela enquanto fazia nada além de olhar.

— O que for preciso, eu farei. – Diz a jovem com o olhar sério. – Quero poder ajudar, Jin.

— Que bom. – Sorri aliviado. – Porque eu preciso do seu vestido.

***

Amy tinha escapado quando já anoitecia. O caminho se tornou cruel quando a floresta ficou coberta pela a escuridão. Não conseguia ver muito, às vezes tropeçava em algum galho ou pedra no chão. Sentia que se parasse seria pega, portanto, continuou a correr na velocidade e não se permitiu diminuir.

Não percebeu o tempo passar quando viu o sol nascer, finalmente o caminho sendo iluminado. Quando nota o tempo que passou correndo, sabia que se parasse, suas pernas não funcionariam mais pela a dor e cansaço.

— Jin está contando com você! Continue! – Grita para si própria na mente.

O tempo continua a passar enquanto corria. Queria negar, achar que era sua mente brincando, mas a dor que atinge seu corpo. Morde o lábio inferior e sente as lágrimas descerem. Continuaria, não por ela, mas pelo o Jin.

Chega no jardim do castelo com passos atrapalhados. Não havia ninguém naquela parte da casa. Deu mais alguns passos e gritou com todo o ar que tinha nos pulmões:

— Lass!

E seu corpo caiu contra o gramado. Tosse com a falta de ar, desesperada para que voltasse a respirar normalmente. Sua visão embaça pelas lágrimas que voltam a cair. Tinha chegado, estava feliz por isso.

Sua felicidade some quando ouve passos vindo ao fundo. Olha sobre o ombro com as lágrimas ainda despencando. Era dois rapazes com roupas sujas. Os mercenários.

— Não, me deixem! – Grita com a mão esticada. Aquilo não poderia estar acontecendo. – Vão embora!

Não consegue levantar. Suas pernas eram compostas de dores e espasmos nos músculos. Arrasta-se no chão, as unhas cravando contra a terra. Não morreria daquele jeito, depois de tudo que tinha feito, não agora.

— Lass! – Berra outra vez. Onde estava o ninja?

Grita com a dor ao ser pega pelo o calcanhar e puxada. Seu corpo é virado, não conseguindo revidar quando é pega pelo o pescoço por um dos rapazes. Os dedos apertam contra sua garganta, o ar que já não tinha, ia embora.

— Lass! – Grita outra vez. Não consegue mais, sua garganta se fecha.

Bate com os punhos fechados contra a face do homem. Não adianta, estava fraca e seus golpes não feriam como queria. Sem escolha, joga as mãos contra o rosto do mesmo e tenta empurrar. Suas pernas se debatem quando a visão começa a sumir.

Lentamente, o aperto no seu pescoço diminui após ouvir aquele estridente barulho. Ouve outra vez e o brilho que atinge o peito do rapaz joga seu corpo para trás. O peso some e o ar volta, respirando rapidamente com tosses.

— Amy!

Vira-se de lado para respirar melhor, vendo Pan se aproximar. A morena se agacha ao lado dela, segurando seu corpo para que não voltasse a cair.

— O que aconteceu? – Pergunta Pan.

Não responde. Olha em direção a Luke, de pé à frente o corpo caído do homem que tentou a enforcar. O guarda se move como um raio e atingi com sua espada o peito do outro mercenário. Fica surpresa com a frieza do mesmo para matar alguém sem questionar antes.

— Onde... está o Lass? – Pergunta Amy. Sua voz quase sumia pela a dor na garganta. – Preciso falar com ele.

— Mas onde está o Jin?

— Apenas me leve até o Lass! – Pede num tom alto. Não tinha tempo para explicar.

Sem falar mais algo, Pan pede ajuda a Luke para levantar Amy e sai na frente para falar com Lass.

***

Lass já estava cansado do silêncio e a voz das chamas serem o único som que poderia ouvir naquela prisão. Deitou na cama, encarou o teto, assobiou e tentou contar quantas cicatrizes tinha pelo o corpo; perdeu a conta quando olhou para suas costas. Nada disse o distraiu, até ouvir passos apressados.

Pan para de frente à sua cela, ofegante. Com poucas palavras, explicou a situação de Amy.

Foi solto após isso. Quando chega no salão, vê Amy sentada no sofá com as pernas encolhidas. Os olhos dela estavam vermelhos, não entendia o motivo. Olha em volta e apenas a rosada era vista.

— Cadê o Jin? – Pergunta com seriedade.

Amy fica surpresa quando o vê, mas não se move. Lass para à sua frente, irritado pela a falta do amigo e da rainha.

Demora para Amy falar. Ela engole seco, uma dor passando por seu rosto.

— Eles pegaram outra rota. – Lass se assusta com a voz rouca da jovem. Só agora via quão cansada estava, com os cabelos soltos e desarrumados. Onde estava sua vaidade? – Eu vim para te chamar. Jin não conseguirá escapar dos mercenários.

— Por que não?

— Ele está machucado. Ficou para proteger a rainha. – Toma outra pausa para descansar a garganta e recuperar o fôlego. – Você precisa ir atrás dele. Agora.

Não conseguia mais falar, porém, com o olhar de tristeza, Lass entende. O ninja continua parado, então se move rapidamente.

— Cuide dela. – Aponta para Amy ao se aproximar de Pan. – Invente uma desculpa sobre o ataque que ela sofreu.

— Farei isso. Mas e a Liz? – Segura as próprias mãos. – Ela vai ficar bem? E o Jin?

Segura o ombro da garota com firmeza. Os poucos sorrisos que Lass mostrava eram para acalmar as pessoas, e esse era um deles.

— Eu sou rápido, volto daqui a algumas horas. Com o Jin e a Elizabeth inteiros. – Garante.

Pan consegue abrir um sorriso pela a confiança do rapaz. Não estava calma, precisava ver sua amiga antes para assim ter seu momento de descanso. Lass a solta e anda alguns passos, virando-se sem conseguir esconder a curiosidade.

— Antes de ir, onde está a Elesis?

— Está na sala de roupas da Liz. Mas é melhor você não ir...

O rapaz não ouve, virou e saiu em passos largos em direção à escada. Ter ficado tanto tempo distante o fez se preocupar demais com a ruiva. Só ele sabia sobre as pernas da espadachim, e como a conhecia, era bastante teimosa para ignorar si própria.

Um pouco mais distante do quarto de Elizabeth ficava a sala onde ela usava para se trocar. Vê a porta no final do corredor, abrindo sem ao menos bater antes. O cômodo estava em completo silêncio enquanto entra vagarosamente.

— Eu já disse que não precisa de outro vestido. – Ouve a voz de Elesis. – Este já está bom. – Pelo o tom, parecia impaciente.

Os cabelos ruivos de Elesis são o que mais chamam a atenção do rapaz diante todo o branco. Ele estava de costas, os braços cruzados enquanto usava um longo vestido branco sob o fino véu preso ao seu penteado bem arrumado.

Quando não ouve uma resposta, Elesis se vira. Fica congelada ao ver Lass, tão surpreso como ela estava. O rosto do rapaz ganha o tom corado quando ver a espadachim por completo naquele vestido.

— Você está muito bonita. – Ele fala.

Elesis fica completamente vermelha pela vergonha, que faz jogar suas mãos contra o rosto do ninja, tampando sua visão.

— Não me olhe assim! – Pede a ruiva. – Eu estou ridícula!

Lass ri com as atrapalhadas mãos da espadachim sobre seu rosto. Segura os pulsos e tira de sua face. Agora mais de perto, via melhor Elesis no vestido de casamento. Embora não fosse para ela usar, estava muito bonita com o véu que caía sobre seus ombros nus. Nunca pensou em vê-la daquela forma, o que o deixava sem reação.

— Estou falando sério. – Continua Lass, sem conseguir tirar o sorriso bobo do rosto. – Está muito bonita.

A ruiva se solta dele, afastando-se com a longa saia a seguindo. Não era preciso dizer muito o quão desconfortável estava em toda aquela delicadeza. Ao menos, os sapatos não eram usados no momento.

— Estou desde ontem provando vestidos. – Ela desabafa. – Hoje eu terei que escolher um, porque daqui a pouco começará a cerimonia. – Olha furiosa para o rapaz.

— É hoje? – Outra surpresa, mas não boa. – Tinha esquecido.

— Diz que já trouxeram a rainha. – Implora. – Eu não vou aguentar continuar nisso.

— Não, mas eu estou indo agora. Encontramos ela e o Jin. – Balança a mão ao ver o olhar de explicação da ruiva. Seria longo demais explicar o que estava acontecendo. – Só vim aqui para ver como estava. Agora que vejo...

Elesis já prepara para colocar a mão na frente da sua visão novamente, mas ele ri. Volta a olha-la, deixando a mesma envergonhada pelo o que fazia. Tímida, coloca os braços sobre o decote que o vestido fazia.

— Se sabe onde ela está, então vai logo! – Manda Elesis. – Não quero continuar vestindo isso.

— Eu posso te ajudar a tirar.

Desvia do soco que a espadachim tenta desferir.

— Vai logo. – Rosna a ruiva.

Lass continua parado. Nota que o gesso tinha sumido do antebraço da espadachim, no lugar, fitas que pareciam luvas brancas. Não questionou sobre isso, volta a se perder na visão bela diante dele.

— Lass! – Grita Elesis.

— Certo, certo. – Esfrega a nuca, rindo. – Estou indo.

Mas não vai. Aproxima-se da ruiva, que vira o rosto emburrado pela a impaciência.

— Quando eu voltar, espero que ainda esteja nesse vestido. – Falava gentilmente. – Porque quero poder vê-la assim mais uma vez.

— Se continuar aqui, na volta vai me ver casada com o príncipe Gareth. – Diz furiosa, encarando o ninja. – Vai logo.

— Só estou dizendo isso porque quero te ver assim, mas não para outro cara. – Aponta para si. – Só para mim.

Queria ter evitado o rosto envergonhado que ela demonstra. Abaixa a cabeça, querendo esconder. Lass ri outra vez por sua atitude.

Quando levanta o rosto, o rapaz a segura e beija antes que pudesse reagir. A vergonha aumenta por alguns segundos, logo seus ombros se abaixam e deixa o ninja ficar mais próximo.

Quando percebe, o rapaz desperdiçava tempo. Apoia as mãos no seu peito e o empurra com força.

— Vai! – Aponta para a porta.

Dessa vez, ele vai.

***

O líder dos mercenários ainda não tinha desistido de procurar Jin e a rainha. Passaram a noite a procura da dupla, porém com a pouca visibilidade, não acharam nada. Agora que estava de manhã, continuava a seguir as pegadas que tinham deixado com o resto do seu grupo.

— Chefe. – É chamado.

Seu parceiro aponta para o chão. Questiona ao ver fios azuis de cabelo, que seguiam em frente. Pega um fio e analisa, sabendo que aquilo era da rainha, pela a textura macia. Algo devia ter acontecido com ela para ter deixado rastros.

Seguiram a trilha de cabelos pela floresta, alguns mais distantes do que outros. Um deles para, chamando o líder. O rapaz aponta para uma direção enquanto fazia sinal de silêncio. Olham entre as árvores e a coloração do vestido chamando suas atenções.

Sem palavras, o grupo se separa, silenciosos enquanto se aproximavam da árvore onde a rainha estava escondida. Quando mais próximos, notam os fios azuis caírem sobre o ombro da jovem. Olham em volta, não conseguindo achar o garoto ruivo de antes. Deveria ter deixado Elizabeth e fugido.

— Rainha, que bom que a encontramos. – Diz um dos mercenários.

O rapaz congela no lugar ao passar pela a árvore. Antes que pudesse gritar algo, Jin acerta um soco contra seu nariz e o derruba no chão. O lutador começa a correr quando todos o percebem naquele vestido que ficava curto demais no mesmo.

— Peguem ele! – Gritavam.

O ruivo tira a mecha de cabelo azul sobre seu ombro e joga para o lado, parando com os punhos cobertos pelas chamas douradas. O que restava de mana era bem pouco, além do seu corpo estar tão fraco que poderia cair sem precisar ser atacado.

Eram três inimigos ao todo que viu. Reuni as forças que precisava e começou a se mover para se esquivar e atacar. Atingi o primeiro com um soco coberto por chamas, logo o segundo com um chute rápido contra a barriga, que precisou de mais um golpe para finalizar.

O terceiro some de vista. Jin arfava enquanto tentava procurar o outro inimigo. Estava tão tenso que nem percebia quão constrangedor era usar um vestido. Outra vez.

Foi lento quando um braço vem de trás e prende no seu pescoço, enforcando o ruivo sem piedade. Jin tenta usar as mãos para se soltar, não sendo o bastante pela a fraqueza. Fecha os olhos e conta mentalmente enquanto reunia o resto das chamas que tinha.

Mais alguns segundos e atacaria. Seu corpo começa a pesar, perdendo a consciência com isso. Sem muita escolha, arremessa as chamas para todos os lados.

Respira fundo ao ser solto. Sem tempo para se recuperar, vira-se e encara o terceiro adversário. Fecha o punho, seu corpo esquentando de forma diferente. Não consegue controlar seu próximo impulso, é como um instinto que o faz avançar com o olhar irritado em fúria. O soco que acerta no homem cria um estalo com seu pescoço quebrando.

A fúria deixa seu corpo cair de lado com o do inimigo por perto. Com o rosto enfiado na terra, solta um suspira e volta a respirar normalmente. Lentamente, as dores voltam e fazem que fique paralisado no chão.

— Jin!

— Estou bem! – Responde rapidamente.

Não precisava mais se preocupar, tinha gastado todas suas energias com os inimigos, porém, logo Lass estaria ali para salva-los. Sem querer esperar daquela forma, levanta com grande dificuldade até ficar ajoelhado.

— O plano deu certo. – Diz ele, sorrindo. O vestido que usava faz o sorriso sumir rapidamente. Não havia arrependimento, repetia toda vez que lembrava que aquela era a terceira vez que usava um vestido.

Elizabeth concorda. A longa camisa que parecia um vestido pertencia ao ruivo. Tinham trocado de roupas, até mesmo o casaco do rapaz era usado para cobrir o que restava. A jovem estava um pouco desconfortável, mas nada se comprava ao seu cabelo mais curto que antes, batendo na nuca.

Na noite anterior, tinha dado essa ideia para Jin, querendo ser útil para o ruivo de uma certa forma. Enganar com seus fios, era isso que pretendia fazer, e que funcionou. Podia estar triste pelo o penteado estranho, porém não se importava quando via o lutador vivo por sua causa.

Ela sorriu junto com ele.

Durou segundos até o líder dos mercenários surgir com um chute contra Jin. O ruivo é jogado para o lado, atingindo o chão com força. Elizabeth recua assustada, o olhar do líder sobre ela. Seu corpo estremece pelo o medo, principalmente quando nota o machado na mão do rapaz. Ele dá um passo em sua direção.

— Você não vai voltar viva, rainha. – Debocha. Ergue a lâmina curvada do machado. – Agora seja boazinha e morra de vez.

Elizabeth se joga para trás, batendo as costas no tronco da árvore, surpresa por não ter visto isso no seu caminho. Paralisa quando o rapaz avança. Seus olhos já se fechavam, mas não faz, precisava ver Jin ataca o homem. Ele cai para o lado pelo o empurrão desajeitado do mesmo.

— Então você ainda está vivo? – Analisa o estado do lutador. Não duraria muito. – Vai ser bem rápido.

A lâmina do machado brilha quando voa em sua direção. Jin recua e acerta um chute na mão do rapaz. O machado voa de sua mão, distante de ser usado contra o ruivo. Aquele é o momento certo para continuar a atacar. Jin tenta se aproximar e é recebido com um chute na barrida, que o faz recuar.

O mundo gira à sua volta quando é acertado no rosto. Cai no chão sem ter vontade de levantar. Seus olhos pesavam para serem fechados, o frio que sentia vinha da febre. Não aguentaria, já estava aceitando seu destino.

— Fique longe! – O grito de Elizabeth o desperta.

Não podia desistir, ser tão egoísta assim. A jovem rainha precisava de sua ajuda, esse foi o motivo que achou para ficar de pé e avançar. Fecha o punho e mira na face do rapaz.

Seu punho encosta a bochecha do homem, tão fraco que lentamente caía por falta de força. Jin estava destruído, apenas tentava parecer forte. Seus olhos não mostravam energia, como todo seu corpo.

— Cai fora. – Disse o líder antes de ataca-lo.

Elizabeth fica desesperada ao ver Jin receber todos aqueles socos no rosto e não reagir. Precisava fazer algo, lutar se fosse preciso. Com isso, olha para o machado caído no chão. Suas mãos tremem com os pensamentos.

Solta um grito com o machado em mãos. Tudo aconteceu tão rápido. Correu, levantou o pesado machado e desceu rapidamente contra as costas do rapaz. Ele gritou e tentou avançar contra ela, porém Elizabeth atinge seu braço, derrubando-o no chão. Quando o machado é erguido novamente, sente algo deixar seu corpo após isso.

Atingiu a cabeça do rapaz. Puxou a lâmina e continuou a ataca-lo, não conseguindo parar até que seus braços se cansassem e deixasse o machado escorrega das suas mãos. Seu rosto tinha alguns pontos de sangue, que borram sua pele ao passar a mão. Olha para seu estado, sem conseguir acreditar.

— Jin? – Olha para o ruivo. Precisava de algum apoio.

Corre até o ruivo. O rosto do rapaz escorria sangue por alguns cortes abertos. Fica ao lado até que fosse demonstrado algum sinal de vida. Elizabeth sorri quando os olhos de Jin se viram para ela.

— Estamos vivos. – Ela fala. – Você vai ficar bem.

Jin concorda. Fecha os olhos para descansar. Só queria alguns minutos assim, sem se preocupar consigo ou com a rainha. Um minuto e seria o bastante. No entanto, os passos que ouve o impede.

Elizabeth levanta assustada. Tinha mais um inimigo, que percebia seus amigos caídos. Olha irritado para a jovem, andando com uma faca em mãos. Ela olha para Jin, que não conseguia ficar de pé, depois para o rapaz.

Não se moveu. Uma ventania passa por seu corpo, os pequenos fios de seu cabelo balançando por isso. O corpo do rapaz é partido no meio, caindo de lado. Ficaria em choque, mas tinha passado por tanta coisa que não conseguia mais se expressar como queria.

— Desculpa o atraso. – Fala Lass. Limpa a katana e a guarda. – Muita gente pelo o caminho, sabe como é.

Lass não sabe se fica surpresa ou não com a aparência de Elizabeth. Seus cabelos estavam curtos demais e seu estado era de total exaustão. Os olhos da jovem brilham em lágrimas.

— Lass! – Ela corre até ele.

Abraça o rapaz com força. Sente-se mais segura com o contato do ninja, afundando seu rosto no peito do mesmo. Lass dá leve tapinhas nas suas costas, feliz por ter chegado a tempo.

— Não achei que fosse vim. – Dizia Elizabeth com a voz chorosa. – Muito obrigada!

Deixa a jovem se desmanchar, sabendo que aquilo era o necessário para fazê-la bem. Enquanto passava a mão nas costas de Elizabeth, percebe Jin caído. O ruivo não se movia, encarava o céu sem conseguir piscar.

— Jin. – Chama Lass. Elizabeth o solta, permitindo que fosse até seu amigo. – Tudo bem, cara?

— Lass. – O ruivo resmunga. Força um sorriso.

— Ele está ferido nas costas. – Explica Elizabeth. – Acho que está infeccionado, por isso que está com febre.

Lass se abaixa para checar a situação do ruivo. Ele tinha dificuldade para respirar, sua temperatura estava alta demais. E o que mais incomodou o ninja: O vestido que usava.

— Você tem um fetiche por isso, não é? – Não consegue se manter sério.

— Foi preciso. – Fala Jin com dificuldade.

Lass ri. Ao seu lado, Elizabeth não entendia o motivo do rapaz agir assim, tão calmo.

— Ele vai ficar bem? – Pergunta a rainha.

— Vai sim. – Tira um frasco de poção da bolsa que carregava na cintura. Puxa Jin até que o sentasse. – Bebe isso aqui. Você vai ficar bem.

Para um simples movimento, Jin usou muita força para pegar o frasco e beber o que tinha dentro. Tossiu engasgado no último gole, devolvendo o vidro a Lass.

— Precisamos voltar logo. – Diz o ninja. Olha para Elizabeth. – Principalmente você. Hoje é seu casamento.

— Eu tinha esquecido! – Fala surpresa. – Gareth deve estar chateado comigo.

— Na verdade, não. Quem vai ficar chateado será eu se não chegar a tempo. – Fica de pé, puxando Jin junto. O ruivo cai contra seu corpo, não conseguindo ficar erguido.

— Mas o caminho é muito longe, chegaremos só ao anoitecer. – Dizia preocupada.

— Não se preocupe, eu cheguei aqui em menos de meia hora, posso muito bem fazer o mesmo com vocês. Só precisarei carrega-los. – Suspira, prevendo o peso que teria ambos. – Mas antes, devolve a roupa do Jin.

Com tudo que acontecia, Elizabeth tinha esquecido completamente sobre as roupas. Quando nota o ruivo com seu vestido, segura o riso.

— Desculpa. – Pede sem jeito.

***

Elesis para no meio do caminho quando ouve o barulho distante. Olha para Pan, atrás enquanto segurava a saia de seu vestido. Era barulho de explosão e apenas Elesis naquele local sabia disso.

Tudo fica mais tenso quando Luke aparece.

— O que está acontecendo? – Pergunta Pan. Soldados passam por ela.

— Ataque ao reino. Não são muitas pessoas, mas podemos detê-los rapidamente. – Responde o guarda.

— Um ataque? – Elesis se intromete. Aproxima-se do rapaz. – Não leve isso com tanta naturalidade. Tire todos os convidados da igreja, prioridade às crianças. – Sem perceber, ordenava como uma rainha faria.

— Eu sei, senhorita Elizabeth. – Fala com a cabeça baixa. – Mas isso não é motivo para cancelar o casamento.

Após terminar, a parede ao lado se racha, não aguentando à explosão. A parede explode em milhares de pedaços, alguns grandes demais para machuca alguém. Mesmo assim, Luke não sai do lugar, espera a fumaça abaixar e perceber a falta da rainha.

Quando olha para o lado, vê a espadachim na frente de Pan. Porém, as chamas douradas que formavam uma barreira à sua frente não eram normais. Olha a rainha e seus cabelos ruivos estão loiros.

— Se isso não é motivo, não me faça dar um. – Diz Elesis o encarando.

— Senhorita Elizabeth... – Tenta questionar, porém é impedido.

Até mesmo Pan fica surpresa com as chamas, o que fugia totalmente do papel de Elizabeth. Elesis a olha e suspira, tirando o véu de noiva e entregando a jovem; logo o buque de rosas.

— Desculpa, não vou ficar parada enquanto vejo pessoas se machucarem. – Essa é a explicação para deixar de ser Elizabeth. – Estou cansada de brincar de dama, está na hora de agir como uma verdadeira guerreira.

Luke e Pan ficam sem palavras quando veem a espadachim parar dois soldados e pagar suas espadas. Ao voltar, levanta a longa saia do vestido e joga os sapatos para o lado. Abriu um sorriso em satisfação e saiu na frente.

Luke corre atrás dela e a chama.

— Senhorita Elizabeth, você não pode lutar. Junte-se ao príncipe Gareth para que eu os proteja.

Elesis para bruscamente, o rapaz mantendo uma distância. Ela se vira com seu clássico olhar de irritada, que é desconhecido pelo o rapaz.

— Primeiro, não me chame de Elizabeth, é Elesis. E segundo, eu não sou a garota que irá pertencer ao príncipe Gareth. Eu já tenho alguém que faça isso. – Dizia com seriedade. – Por último, não me impeça de entrar em uma luta.

Ela se vai antes que pudesse houver qualquer outro questionamento sobre tudo que tinha dito. Pan tinha ficado para trás, explicando a Luke sobre tudo, sentindo-se envergonhada por todas as mentiras. Achava que o rapaz fosse ficar bravo, mas no final, ele compreende.

Já adiante, Elesis chega no salão de festa, onde toda a confusão acontecia. As pessoas passam por ela, sem ao menos se importar com a segurança da rainha. A atenção apenas cai sobre ela vindo dos mercenários, tão armados que assustavam qualquer um.

— A rainha veio até nós. – Debocha um deles. – Ao menos não teremos o trabalho de encontra-la. Vamos, peguem-na!

— Tolos. – Sussurra Elesis.

Sem precisar usar as chamas, move em grande velocidade. De um em um, os homens caem com cortes no peito ou pernas. Logo, os demais ficam assustados pela a velocidade que a ruiva apresentava.

— Ataquem! – Gritam desesperados.

Sem paciência, Elesis usa um pouco das chamas vermelhas para o próximo ataque. Usa o lado cego da espada e acerta um mercenário, que é jogado contra a janela. O vidro se estraçalha e a parede se racha com a intensidade da força.

Todos olham pasmos para a ruiva.

Ajeita a saia do vestido, que não atrapalhava tanto durante a luta, e volta a encara-los.

— Próximo. – Diz Elesis.

***

Como esperava, não duraria muito tempo naquele salão. A ruiva tinha terminado aquela área em pouco tempo, indo agora para o lado de fora, onde estava mais concentrado o grupo de mercenários.

Quando já saia do castelo, para. Gareth estava do lado de fora com uma espada em mão. Ele a olhava como um gato para sua presa, provavelmente já sabendo o motivo da ruiva estar com espadas.

— Já deve saber que eu não sou a Elizabeth. – Elesis é direta, sem conseguir ser gentil nas palavras. Talvez o vestido a deixasse de mau humor.

— É, eu já desconfiava. – Dizia enquanto girava a lâmina da espada. Elesis fica tensa por um momento, até vê-lo sorrir. – Mas preferi falar nada porque sabia que poderia estragar algo.

— Então me dê licença. – Continua o caminho. – Estou fazendo meu trabalho.

Passa pelo o rapaz com o rosto empinado. Não queria parar e pedir desculpas por ter fingido quem não era, estava sem paciência e a falta de Lass só piorava. Perguntava-se onde ele e Jin estavam com a rainha.

Para de repente. Gira com a espada erguida para se defender do ataque inimigo. A lâmina para no ar quando Gareth entra na frente e rebate e bomba jogada, explodindo longe deles. Elesis abaixa as espadas.

— Valeu. – Agradece com um sorriso.

— Só estou fazendo meu trabalho. – Disse antes de seguir outro caminho.

***

Lass apenas parou quando chegou no jardim do castelo. O peso que carregava em cada ombro sumia quando olhou para o castelo e viu mais soldados que o comum. Tinha acontecido um ataque, mas já acabado. Não adiantou correr por todo caminho com ajuda das chamas, tinha chegado atrasado por alguns minutos.

— O que aconteceu? – Pergunta Elizabeth enquanto descia de seu ombro. Jin, no outro ombro, continuou desmaiado, felizmente, sem a febre de antes. – Será que todos estão bem?

— Estão. – Tinha certeza. Com Elesis no castelo, nada de ruim aconteceria. – Vamos.

Caminham sobre o jardim. Tomam cuidado para não pisarem nas pequenas flores brancas, que tornava o lugar tão belo. Elizabeth ia na frente, seus olhos abertos pela a preocupação. Mais alguns passos e param

Lass entende a confusão no rosto da rainha. Ela olhava para o lado, onde Elesis estava com seu vestido de casamento. A ruiva estava de costas, uma espada em cada mão enquanto havia poucos mercenários caídos à sua volta. Logo, ela se vira.

Era como um distante reflexo. O rosto e até mesmo a altura eram o que faziam de Elesis e Elizabeth parecidas. Ambas ficam sem reação quando se olham, mesmo de longe.

Mas para Lass, Elesis não era parecida com Elizabeth. Sentia uma aura diferente vindo da ruiva, uma sensação que apenas ela o causava. Ele sorri. Mesmo de olhos fechados, reconheceria a espadachim. Mas não é isso que fazia o ninja sorrir. No seu ponto de vista, Elesis e Elizabeth tinham trocado de lugares. A verdadeira rainha estava coberta por sujeira e sangue, enquanto a espadachim era tão graciosa, mesmo com espadas, naquele longo vestido de casamento.

— Liz! – O grito de Pan é ouvido ao longe.

A jovem é tão rápida que a rainha se vira e é derrubada pelo seu abraço. Elizabeth fica sem ar por um tempo, rindo em seguida pelo o calor da amiga, que derretia em lágrimas sobre seu ombro.

— Eu preciso respirar, Pan. – Diz Elizabeth.

— Desculpa, Liz. – Solta a jovem rapidamente. Olha com os olhos cobertos por lágrimas, sorrindo em ter a amiga à sua frente, viva. – Seja bem vinda de volta.

Enquanto as duas conversavam, Lass coloca Jin no chão, finalmente sem o peso sobre seu ombro. O ruivo acorda aos poucos ao ficar sentado, olhando para os lados.

— Está melhor? – Pergunta Lass.

— Um pouco tonto. – Falava com o corpo mole, indo de um lado para o outro. – Já voltamos?

— Já.

— Ah. – Estava feliz, porém não conseguia expressar.

Mesmo com a visão um pouco turva, Jin conseguiu ver o príncipe Gareth se aproximar de Elizabeth. De início, ela olha surpresa, encolhida quanto percebe a aparência que estava. O rapaz não se importa e a abraça.

Lass acerta um leve tapa no ombro do ruivo antes de se afastar.

— Nos vemos depois. – Disse o ninja.

Jin tenta o chamar, confuso pelo o sorriso que o rapaz deu antes de partir. Vira o rosto de lado e o peso cai sobre seu corpo. Suas costas voltam a arder por isso, formando uma careta em seu rosto.

Reconhece Amy pelo o cheiro doce de seus cabelos.

— Eu disse que conseguiria! – Fala a rosada ao se afastar. Sua voz tinha voltado ao normal, mas o cansaço ainda a incomodava. – Chamei o Lass como você disse.

— É, eu vi. – Lentamente, sorri com ela. – Você está bem?

— É claro! – Joga os cabelos de lado. Mesmo com alguns curativos, a jovem não perdia a compostura. – Além do mais, tenho minhas curas. Sou muito forte, se você não sabe.

Ele acreditava, sempre acreditaria. Amy era forte de todas as formas possíveis, ao mesmo tempo, a mais bela.

Esfrega a nuca, sem jeito.

— Poderia responder agora? – Pergunta Jin. Desviava o olhar. – Sobre o encontro. Eu gostaria de saber se você iria mesmo comigo.

Adorava quando a garota fazia aquela expressão confusa, tão fofa com sua inocência. Logo entende o intuito da pergunta, sorrindo sem parecer nervosa, como o ruivo parecia.

— Bem, por que você não pergunta e descobre? – Ela diz.

Olha surpreso. Não tinha certeza, temia pela a resposta. Mas como Amy dizia, precisava perguntar para descobrir.

Engole seco.

— Vo-Você quer sair comigo, Amy? – Pergunta com o rosto corado.

Ela ri, assentindo com a cabeça.

— Eu adoraria.

A expressão do ruivo era como esperava. Elesis observava de longe, sorrindo pela a felicidade do amigo. Era bom saber que as coisas estavam seguindo em frente para ele.

— Finalmente, não acha? – Pergunta Lass ao chegar perto. – Estava na hora.

— Deixe ele. Jin não é como os outros garotos, ele faz tudo no seu tempo.

— É, pode ser. – Olha para a ruiva, não conseguindo esconder o sorriso. Ela ficava mais bonita quando próxima. – Já pensou em usar sempre esse vestido? Eu adoraria.

— Cala a boca. – Acerta um leve soco no braço do rapaz. - E é exatamente como vocês tinham dito. A rainha parece comigo.

Olhava Elizabeth. A jovem ainda não tinha se soltado dos braços de Gareth. Ambos sorriam da mesma forma, sem conseguirem desviar os olhares. Isso é um pouco doloroso quando se vira para Jin e Amy, que agiam da mesma forma.

Aquela era a definição de amor que Gareth tinha falado antes. Era indefinido, cada um sentia de uma forma diferente. Até mesmo Pan, ao lado da pessoa que mais se importava. Queria poder sentir o mesmo, ou saber se sentia mesmo e não sabia.

Olha para Lass como se a resposta fosse aparecer de repente. Não aparece. Por isso, estica a mão com o braço enfaixado para ele. Sorria com certo pesar.

— Poderia me prometer algo? – Ela pergunta.

Lass ergue uma sobrancelha.

— Claro. O quê? – Ainda não segura sua mão.

— Lembra quando eu disse que me encontraria com Gerard e provavelmente não voltaria? – Pelo o incomodo que o rapaz expressa, aceita como um sim. – Acho que fui uma babaca em dizer isso. Então prometa para mim que não me deixará ir.

— Como assim?

Com a mão estendida, fecha o punho.

— Prometa que não me deixará morrer ou partir. – Dizia com o medo que isso acontecesse. Não diria, mas queria estar viva para descobrir a resposta sobre seus sentimentos. – Prometa que nunca me deixará.

Lass olha seu punho trêmulo, assim para seu rosto sério. Não entendi o pedido repentino que a espadachim fazia. Gostaria de questionar, mas não fez; e sim segurou seu punho estendido e a puxou para perto.

Sorri.

— Essa é uma promessa que não precisa de resposta, porque você já sabe ela. – Fala Lass com a voz baixa. – Então não se preocupe, porque estarei disponível 24 horas do dia para te salvar.

Elesis sorri. Se estava procurando por um suporte naquele instante, tinha achado. Lass nunca seria capaz de deixa-la morrer, ele faria de tudo para tê-la bem. O amor que ele sentia por ela era tão indecifrável quanto o amor que Gareth tinha pela a irritante Elizabeth. Era incompreensivo, mas limitado apenas por eles.

— Aproveitando, - Menciona Lass. – gostaria de se casar comigo, Elesis?

Isso a assusta.

— Acho que é estranho fazer uma proposta dessas quando já estou vestida para isso. – Comenta a ruiva.

— Nem me diga. – Percebe o incomodo da ruiva com o pedido. – Estou brincando. Só queria achar uma desculpa para te ver vestida assim outra vez.

Elesis ri em alívio. Ela sabia que o pedido seria algo sério, mas na situação que estava, sem uma resposta, não conseguiria aceitar.

Preferia como tudo estava.

Para Lass, não se importaria em ouvir um “sim” como resposta.

***

— Para ser honesta, sou mais bonita. – Admiti Elizabeth.

Após um longo banho, vestido novo e penteado mais arrumado, mesmo curto, a rainha tinha voltado como era antes. Empinou o nariz enquanto analisava Elesis, já com suas roupas de costume. Diferente dela, não via tanta semelhança quanto diziam.

— Liz, vocês são iguais. – Murmura Pan, ao lado.

— Claro que não! Ela é feia, eu sou bonita. – Persisti.

Elesis fecha os punhos. Tinham avisado que seria complicado conversar com a rainha, mas a ruiva achou que fosse bobagem. Diante dela, arrependia-se disso.

— Não me importo. – Diz Elesis. – Eu só quero meu pagamento.

Tinha passado a noite no castelo. Dessa vez, dormiu em outro quarto que não fosse da rainha. A ruiva disse que ficaria com Lass, no mesmo quarto. Ao ouvir isso, a rainha mudou de atitude de repente, mandando a espadachim ficar em um quarto sozinha. Não entendeu o motivo, mas teve que concordar.

— E você terá, minha dama. – Fala Gareth, sentado no sofá. Tinham esquecido do rapaz ali. – Fale o valor e o receberá.

Jin e Lass entram na frente da ruiva sorridente, balançando os braços em negação.

— Não precisamos de muito. – Falava o ruivo. – Apenas dê o que merecemos.

O príncipe não discorda, aceita como eles queriam. Ao contrário de Elesis, que olhava emburrada com os braços cruzados.

— Pan irá resolver isso para vocês. – Diz Elizabeth. – Falem com ela na saída.

— Faremos isso. – Concorda Jin.

Elizabeth não deixa de notar o olhar emburrado de Elesis sobre ela. Não gostava da atitude da ruiva, tão grosseira que a intimidava. Mas pior que isso, era ter visto Lass no dia anterior beijar a espadachim. Gostava de Gareth, porém, ainda existia um sentimento pelo o ninja; como agora. Ele segurava Elesis pelo o ombro, juntos como um casal.

— O que foi? – Pergunta incomodada. – Até quando vai me encarar?

— Nada. – Diz Elesis. – Só queria saber o que tinham visto em você para me colocarem no seu lugar.

— Também me pergunto. – Olha com desgosto. – Esse cabelo vermelho é horrível.

Se tinha algo que Elesis se importava na aparência, era o cabelo. Tinha herdado de seu pai, o considerava muito bonito e não gostava de quando alguém falava mal.

Aproxima-se de Elizabeth em breves passos. Acerta um tapa na cara dela, não tão forte, mas o bastante para ter deixado vermelho. Todos olham surpresos, principalmente Jin e Lass, embora previssem isso.

Elizabeth a olha indignada. Elesis, sem se importar em ter batido na rainha, dá a língua.

O silêncio fica, mas a ruiva vai embora. Sem jeito, Jin corre atrás da espadachim, logo Pan quando vê a irritação na face da amiga.

Lass não sai do lugar, mesmo sem saber o que falar após a atitude de Elesis. Sabia que isso aconteceria a qualquer momento.

— Não vai atrás dela? – Questiona Elizabeth.

— Não, primeiro preciso resolver sobre a minha recompensa.

— Eu já disse, resolva com a Pan.

— Não é dinheiro que eu quero. – A rainha o olha. – Só você pode resolver.

Não sabia o que era. Olha sobre o ombro para Gareth, que entende. O rapaz levanta do sofá, dando a privacidade a eles.

— Seu sequestro foi planejado. – Diz Lass quando sozinhos. Elizabeth olha sem entender. – Eu te peço uma coisa: não confie em Cazeaje.

— Está falando da líder do Conselho de Canaban?

— Sim. – Falava sério. – Não importa o que ela diga, te ofereça, não confie nela. Pode parecer estranho, mas ela planejou seu sequestro para provocar uma briga entre Canaban e Serdin.

Elizabeth demorava a engolir as informações. No fim, balança a cabeça em concordância.

— Se você diz, eu acredito. – Ela fala. – Mas em quem eu deveria acreditar?

— No líder do Conselho de Serdin, Adel. Ele é confiável. Quando falar com ele, mencione meu nome.

— Entendi. Mas essa é a sua recompensa? – Olha confusa.

— Não, eu só queria dar alguns avisos antes. – Suspira. – Como seu reino é cheio de informações sobre os demais, preciso que ache uma certa pessoa para mim.

— Achamos quem você quiser. – Fala com grande orgulho. – Quem seria?

— Regis Wild.


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Notas finais do capítulo

Review?
* Sobre o que falar... Tivemos a Elesis de noiva, Jin de vestido (novamente), e esse final do Lass querendo o Regis. Eta...
* Agora, a partir do próximo cap, acontecerá muitas tretas porque será o penúltimo arco, então muitas coisas acontecerão em tão pouco tempo. AI, ai... Aguentem hahah
* Muita coisa aconteceu, não consigo lembrar de cada coisa agora. Enfim, preparem-se para futuras tretas!



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