Para Sempre! escrita por Jade Potter


Capítulo 7
Capítulo 7-Volta Pra Mim!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, boa leitura!!!



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Acordei morrendo de dor de cabeça provavelmente de tanto chorar. Não me lembrava de muita coisa da noite passada, só conseguia pensar na dor no meu peito e das lagrimas caindo sem parar.

Eu não queria sair da cama, na verdade eu queria morrer afogada, ou queimada, sei lá, o que for mais fácil. Eu só conseguia pensar no Michael e no quanto eu estava achando definitivo nossa separação. Eu não queria ficar longe dele. Me sentia vazia e sem nada. E essa era realmente minha situação. Sem emprego, sem noivo e sem nenhum objetivo além de me reconciliar com o amor da minha vida.

Michael era tudo que eu tinha, e eu achando que tinha tudo... Eu quero morrer.

–--Oi... ---Kathy disse abrindo a porta devagar trazendo uma bandeja. ---Trouxe seu café da manhã.

–--Obrigado, mas eu não quero comer. Você pode simplesmente me deixar aqui pra morrer?

–--Não. ---falou e sentou na cama. ---Eu sei que está triste, mas...

–--Triste? Eu não tenho nada. Meu casamento seria na semana que vem e eu nem sei mais se vou me casar.

–--É claro que vai! Você ama o Michael. Eu sei que... Tudo vai dar certo no final.

–--Amor não é o suficiente. ---falei e lagrimas começaram a descer. ---Ele não confia em mim, Kathy, ele estava dizendo que eu estava traindo ele! Que eu estava o enganando, que eu nunca o amei...

–--Eu sei, você me falou ontem. Eu sei que está magoada com o que ele falou...

–--Estou decepcionada. Quero dizer, eu não sei como eu pude achar que ele pudesse entender. Antes ele já estava me acusando... Como eu fui idiota.

–--Pense pelo lado dele.

–--Você acha que eu não pensei?! ---falei exasperada. ---Mas, então ele começou a me acusar de coisas que eu, como pessoa, nunca faria com ninguém, ou seja, quem ele acha que eu sou?

–--Desculpe.

–--Não, eu entendo, eu sei que eu errei, mas eu nunca faria isso com ele. ---disse. ---Ele já estava dizendo que eu nunca o amei! Pelo amor de Deus, Kathy, e tudo que a gente passou junto?

–--Eu sei.

–--Ele conseguiu me magoar de todas as formas possíveis. E além dessa magoa, eu ainda consigo sentir remorso pelo que eu fiz, sendo que nem foi conscientemente. Eu não quis beijar o Jonathan e posso dizer com todas as letras, eu não amo o Jonathan!

–--Você está querendo dizer que...

–--Que eu não sei o que fazer. O que eu mais quero é voltar pra ele, é claro, mas ao mesmo tempo, eu vou estar sempre querendo provar o meu amor, sendo que eu não preciso fazer isso. Eu sempre vou ter duvidas se ele realmente está acreditando em mim ou não!

–--E se ele se arrepender do que falou e vir pedir desculpas?

–--Não vai adiantar. Eu sei que ele não acredita em mim, vai ser só medo de me perder, mas nunca vai ter ciência do meu amor. Eu estou cansada dessa desconfiança. Estou cansada de ser ofendida.

–--Você sabe que ele só está fazendo isso por que ele te ama, certo?

–--Eu sei. Por que ao contrario dele, eu nunca duvidei do seu amor. Mas quem vai garantir que ele não vai desconfiar de mim de novo? Ele não acreditou em mim uma vez, disse que eu o traia esse tempo todo! Eu não consigo suportar isso. ---chorei a abraçando. ---Eu o amo tanto.

*

–--Você tem que comer alguma coisa. ---disse ela cruzando os braços.

–--Não estou com fome.

–--Mas desse jeito você vai morrer de fome.

–--Kathy, por favor...

–--Olha, eu sei que você quer morrer, eu entendo isso, mas eu sou sua amiga e minha obrigação é impedir que isso aconteça, agora coma. ---obrigou enfiando a colher na minha boca. A comida estava com um gosto estranho, mas não falei nada provavelmente era minha boca.

–--Eu queria estar na minha casa... ---e então sem mais nem menos eu comecei a chorar. Com um monte de comida na boca.

–--Ai, Sophie, eu sei. ---falou me consolando. O telefone começou a tocar e eu levantei imediatamente. Meu coração palpitou e comecei a ficar tonta, acho que por levantar muito rápido.

–--Ai meu Deus. ---falei me segurando na beirada do sofá.

–--Você acha que é ele? ---perguntou com medo.

–--Não sei. Eu...

–--Como é que ele pode saber que você está aqui?

–--Eu disse.

Ela me olhou abismada.

–--Regra número um: Nunca diga pra onde está indo depois de uma briga!

–--Eu estava nervosa! ---falei agoniada, depois olhei para o telefone. ---O telefone ainda está tocando...

–--Você acha que eu não sei? ---disse. Nós duas olhávamos para o telefone com um medo absurdo. ---O que eu falo?

–--Não fala nada. Desliga na cara dele.

–--Por que?

–--Por que não há nada que você possa dizer.

–--Ah tá. ---ela foi até o telefone e colocou no ouvido. ---Alô?

Eu fiquei esperando apreensiva e achei que meu coração ia sair pela boca.

–--Ai meu Deus... ---murmurei em pânico.

–--O que você quer, Michael?

Ai meu Deus, é ele! É ele!

–--Ela não quer falar com você. ---disse com raiva. E então continuou. ---Você já falou tudo que tinha pra falar com ela, meu querido, não tem mais nada.

–--Kathy, não fala assim com ele! ---sussurrei irritada. Ela tampou a parte que ele ouve pra falar comigo.

–--Você quer que ele fale mais alguma coisa com você? Depois de tudo que ele já falou?

–--Não. Tem razão.

–--Olha aqui, Michael, sabe aquela musica famosa de Vanessa da Mata? “É só isso, não tem mais jeito, acabou, boa sorte” ---disse. ---É assim, você magoou minha amiga de todas as formas possíveis e...---ela parou para ouvir, e então falou com mais raiva ainda. ---Não acredito que ainda tem a cara de pau de culpar ela, não, tem razão ela cometeu um deslize, agora dizer que ela te traiu, Michael, aí já é demais. Olha quer saber? Adeus.

E desligou. Eu estava chocada com o que eu tinha ouvido. Minha boca devia estar escancarada.

–--Ah não me olhe assim, eu queria falar essas coisas pra ele há muito tempo. ---disse revoltada.

–--O que ele falou? ---perguntei com vontade de morrer.

–--Bom, ele começou todo desesperado querendo falar com você de qualquer jeito. Queria saber se você estava aqui. Se estava bem e tal. ---disse. ---Eu até senti um pouquinho de pena dele nessa parte, por que o cara é realmente louco por você...

–--Tá, eu já sei...

–--Ok, então ele voltou a incorporar aquele gênio ruim e disse que não teve culpa e que foi você que ficou traindo ele! Imagine! ---disse irritada. ---Aí eu já estava com vontade de desligar na cara dele.

–--Ai... Eu preciso me sentar. ---falei achando que ia desmaiar.

–--Você acha que eu peguei muito pesado?

–--Não... Foi o certo. ---falei. ---Agora eu preciso adiar o casamento.

–--Adiar? Você ainda está pensando em voltar com ele? ---perguntou confusa.

–--Kathy, por mais que eu esteja magoada com ele, não vou me precipitar. Eu quero dar um tempo, sabe? Se mesmo assim não der certo...

–--Eu entendo. Desculpe, eu sou muito objetiva.

–--Eu espero que ele perceba o erro dele e consiga me perdoar. Só isso.

–--E você também tem que perdoar ele.

–--Se ele reconhecer o erro dele, não vou hesitar. ---falei sorrindo fraco.

***

–--Já faz dois dias que você está aí na cama, Sophie, você tem que se movimentar.

–--Não, eu estou bem.

–--E seu emprego? Você tem que arranjar um emprego.

–--Não tenho.

–--ai cristo. ---murmurou.

–--O Michael ainda não veio me procurar. ---resmunguei. ---Ele não veio se reconciliar comigo.

–--Sophie...

–--Ele nunca vai entender. Talvez nem queira mais ficar comigo.

–--É claro que ele quer! Ele ama você.

–--Talvez tenha deixado de me amar. É compreensível. ---murmurei chorando.

–--Não é não! Vem, sai dessa cama, antes que eu bata em você. ---ameaçou me puxando pra fora.

Alguém começou a bater na porta e eu levantei na mesma hora esperançosa. Kathy tomou um susto com o meu movimento repentino e então olhou pra porta.

–--Só isso pra fazer você sair da cama. ---disse se levantando e indo até a porta. Eu a acompanhei, apreensiva.

Ela abriu a porta e Jane entrou agoniada em casa.

–--Sophie que merda está acontecendo entre você e o Michael? ---gritou.

Eu a olhei em choque, e Kathy a olhava assustada.

–--Oi, quem é você? ---perguntou ela.

–--Desculpe, meu nome é Jane e eu sou a colega de trabalho da Sophie. ---disse respirando com dificuldade.

–--Ah que esclarecedor, como você sabe onde eu moro?---perguntou Kathy para Jane. ---Você contou pra ela também? ---perguntou pra mim.

–--Eu não contei. ---falei mesmo achando impossível respirar e falar ao mesmo tempo.

–--Não, não contou. Eu tenho um dispositivo de GPS. Eu consegui encontrar a Sophie por ele. ---disse com um olhar de espiã.

–--Isso não é de Deus. ---comentou Kathy.

–--E por que você queria me encontrar? ---perguntei exausta.

–--Por que eu fiquei em pânico. O Michael está completamente maluco.

–--O que?

–--Ontem eu fui pra sua casa pra conversarmos e eu encontrei o Michael no meio de uma casa toda bagunçada, vidro no chão e ele estava jogado no sofá chorando com o telefone na mão. ---falou ela triste. ---Foi a cena mais triste que eu já vi.

–--Isso por que você não viu o estado que essa garota ficou esses dias. ---comentou Kathy.

–--Pois é. Eu imaginava que você estaria do mesmo modo e queria ver se você estava bem.

–--E o que ele fez quando te viu? ---perguntei.

–--Ele pediu pra eu ir atrás de você e ficou me dizendo pra eu trazer você pra casa, sinceramente ele não falou nada com nada, eu acho que ele estava bêbado.

–--Bêbado? O Michael está machucado?

–--Não, mas está na fossa. Ele me contou um pouco o que aconteceu, mas ele não estava falando muita coisa com sentido, na verdade.

–--Ele queria que eu voltasse? ---perguntei com esperança.

–--Sim, mas também disse que não queria, por que você traiu ele. ---disse. ---Eu sei que você não fez isso. E imagino que foi por isso que você foi embora.

–--Jane, cuida dele, por favor. ---pedi desesperada. ---Estou tão preocupada com ele. Diz pra o Michael parar de beber, pelo amor de Deus.

–--Eu digo, mas a única coisa que vai curar ele é você.

–--Mas não posso, não até ele confiar em mim. Ele me magoou muito. ---falei chorando. ---Estou com vontade de bater nele!

–--Não, acho que ele mesmo está se maltratando. ---disse ela. ---O que vai fazer? Você não acha que vocês precisam conversar?

–--Não. Eu não quero falar com o Michael enquanto ele só pensar em me ofender.

–--Eu não acredito que vocês não vão se casar! Eu vou morrer de desgosto! ---disse parecendo que iria chorar.

–--Nossa, essa aí é fã de vocês. ---comentou Kathy.

–--Jane, eu nunca falei que não iriamos nos casar. ---falei triste. ---Eu não sei o que vai acontecer. Eu só quero um tempo. Mas é bem provável que não nos casemos semana que vem.

–--Você tem que falar com ele antes de pedir um tempo!

–--Eu sei. Vou falar assim que tiver coragem. ---murmurei cansada.

**

–--O que temos que comprar? ---perguntei encarando Kathy enquanto olhávamos as vitrines no mercado.

–--Abacate e maças. Tem certeza que você quer ficar aqui? Sua cara não está nada boa.

–--Eu não posso deixar você fazer tudo na casa. Tenho que ajudar. ---respondi suspirando.

–--Quê isso, você só está quatro dias lá. ---disse. ---e eu não me importo de cuidar das coisas.

–--Do que você se importa?

–--Eu me importo com a sua saúde. ---falou. ---Que dia você vai falar com ele? Faltam cinco dias para o casamento.

–--Não sei, não quero pensar nisso agora. ---falei agoniada. ---Não consigo pensar no Michael, não consigo dormir, não consigo pensar direito.

–--Você quer que eu te leve para o médico?

–--Kathy!

–--Olha, você tem que falar com ele, ok?

–--Eu... ---de repente notei que alguém nos observava no fundo do mercado. ---Quem é aquele cara?

–--Quem?

–--O que está lá no fundo. Parece familiar.

–--Meu Deus, deve ser um ladrão. Vamos embora.

–--Eu não conheço nenhum ladrão. ---falei o encarando.

–--Eu não falei que você conhecia. Sophie, pelo amor de Deus, vamos embora.

–--Tudo bem. Vamos. ---falei e saímos.

Estávamos andando até a casa dela quando eu percebi que estávamos sendo seguidas de novo.

–--Não olha, mas aquele cara está seguindo a gente de novo. ---sussurrei. Kathy arfou assustada e deu uma olhada pra trás. ---Eu falei pra não olhar.

–--Vamos sair correndo, ai meu Deus.

–--Ele não parece ser um ladrão. ---falei calma por algum motivo.

–--É claro que parece. Olha aqueles óculos escuros, típicos de mafioso.

–--Talvez. ---olhei pra trás e assim que me viu, ele deu meia volta e saiu andando rápido na direção contraria, e foi aí que eu vi. Era o Michael. O seu jeito de andar é totalmente reconhecível, pelo menos pra mim. ---Meu Deus.

–--Que foi? Por que parou? ---perguntou parando do meu lado e tentando ver o que eu via.

–--Eu sei quem é. ---falei suspirando. ---É o Michael. Não acredito que ele ficou seguindo a gente.

–--O Michael? Ele pirou de vez? Por que não vem logo falar com você?

–--Provavelmente pelo mesmo motivo que eu. ---falei com o coração martelando no peito. ---Eu queria tanto falar com ele.

–--Olha aqui, você vai falar com ele hoje a força se for necessário, mas vai! ---disse Kathy revoltada.

–--Não!

*

–--Eu não quero ir muito arrumada.

–--Por que?

–--Por que... Eu não sei por que, só não quero... Ai que raiva! ---resmunguei escolhendo uma roupa.

–--Você está com medo de seduzir ele, e não aguentarem de tanta paixão e se agarrarem na sala de estar!

–--Kathy! Você não está ajudando!

–--Tudo bem, vai de qualquer jeito, mas duvido que isso vá impedir de acontecer alguma coisa hoje á noite. ---disse sorrindo maliciosamente.

–--Ai que inferno!

*

Bati na porta sentindo meu coração e minha coragem saírem pela boca. Nem sabia se ele estava em casa realmente, mas eu precisava falar com ele mais que qualquer outra coisa. A saudade e a vontade de saber como ele estava era maior que tudo e por mais que o motivo real da minha vinda seja adiar o casamento, uma parte de mim tinha esperança de tudo se resolver agora.

Ele abriu a porta quando eu ia passar pra segunda batida. Foi rápido, acho que ele estava tão ansioso quanto eu.

Fiquei olhando pra ele do lado de fora sem saber o que dizer. Seu rosto quando me viu, mudou de expressão tão rápido que me perguntei se realmente tinha mudado. Involuntariamente um sorriso apareceu no seu rosto.

–--Você veio. ---disse suspirando. Ai meu Deus, como eu queria beijá-lo. ---entra.

–--É claro. ---falei e entrei.

Quando paramos um na frente do outro na sala, eu vi que ambos queríamos a mesma coisa. Só que nem sempre temos o que queremos.

–--Quer alguma coisa?

–--Não.

–--Quer sentar?

–--Não, eu vou ser breve. ---falei tentando me manter o mais fria possível.

–--Breve? ---disse e seu rosto se nublou de novo.

–--Precisamos conversar Michael. ---falei respirando fundo. Não estava acreditando que eu iria adiar o que eu mais queria no mundo.

–--Não, não... Você não está pensando em me deixar, está? ---perguntou nervoso.

–--Michael, eu... Temos que falar sobre nós... Eu não sei o que fazer!

–--Então não faça nada! ---disse vindo pra perto de mim e agarrando minha cintura. ---Fique comigo.

–--Michael, não. Precisamos conversar... ---tentei falar, mas minha concentração estava indo para o brejo.

–--Eu estava com tanta saudade de você. Eu precisava te ver de qualquer jeito. ---disse beijando meu pescoço. ---Eu te amo, meu amor, não me deixa nunca mais.

–--Ai, Michael, eu... Não quero que você faça isso por impulso só por que não quer me perder. ---falei meio tonta.

–--Meu amor, eu não quero te perder por que eu te amo. ---disse e me agarrou. O beijo do Michael era maravilhoso, agora quando ele estava com saudades de mim, o beijo se transformava num mar revolto, e eu não conseguia sair, nem pensar.

–--Não faz isso comigo Michael... ---falei tentando o afastar.

–--Você não faz isso comigo! ---disse revoltado. ---Eu não consigo viver sem você, Sophie! Você é a minha vida!

–--E você é a minha... ---falei desistindo de lutar, eu não conseguia ficar sem o Michael e eu não ia piorar minha situação. Segurei seu cabelo pra perto de mim e esqueci qualquer coisa que pudesse me afastar dele agora. Ficamos abraçados por algum tempo só sentindo o coração um do outro, até que ele falou:

–--Eu perdoou você. ---sussurrou. Eu me afastei surpresa.

–--O que?

–--Eu quero esquecer tudo que você fez, então assim poderemos ficar juntos, não consigo ficar longe de você...

–--Esquecer tudo que eu fiz? Parece muita coisa.

–--Sophie...

–--Como eu sou idiota! ---falei com raiva. ---Fui tão ingênua pensando que talvez você tenha percebido a verdade, mas não, você continua acreditando na mesma coisa!

Eu estava com tanta raiva que comecei a bater nele. Bater com tanta força que meu braço todo doía.

–-Sophie, o que está...?

–--Eu quero matar você, seu idiota, ciumento, paranoico! ---gritei o batendo.

–--Sophie, pára! O que eu fiz?

–--O que você fez?! ---gritei estressada. ---Estou cansada de dizer, se quiser casar comigo vai ter que perceber sozinho!

–--Como assim?! ---gritou. Ele parecia confuso verdadeiramente, o que me deu mais raiva ainda.

–--Se não confia em mim e acha que eu seria capaz de fazer o que você pensa que eu fiz, então é provável que queira se casar com a mulher errada! ---gritei pegando minha bolsa.

–--Não, Sophie!

–--Quando crescer, você me liga! ---gritei e bati a porta na cara dele.

*

Bati a porta de casa com uma força exagerada e me joguei na cama.

–--Minha nossa! O que aconteceu? ---perguntou Kathy preocupada.

–--Michael é um idiota! ---falei chorando. ---E estou cansada.

–--Cansada dele ou com sono?

–--Estou cansada de me sentir assim. ---respondi chorando sem parar, e foi assim a noite toda.

***

–--Você quer parar de chorar? ---falou Kathy me olhando espantada enquanto eu tentava tomar café pra ir até a igreja adiar o casamento.

–--Não.

–--Você quer que eu vá com você?

–--Não sei. Não consigo pensar.

–--Quer que eu descontraia o clima? ---perguntou sorrindo. Olhei pra ela séria. ---Tudo bem. Eu vou me casar de novo.

Comecei a chorar de novo.

–--Ai Deus, eu pensava que a noticia era tão chocante que... Tudo bem é mentira. Não chore, eu sou péssima em descontrair clima.

–--Eu preciso ir, não posso ficar chorando o dia todo.

–--Boa sorte.

–--Eu volto no final do dia.

*

Péssimo. Eu chorei o tempo todo. Qual é o meu problema? Tá, o meu problema é o Michael! O padre deve ter me achado uma maluca. Ele deve ter entendido o que eu queria. Por mais que eu tenha chorado o tempo todo. Talvez só isso o ajude a entender.

Eu queria me jogar de uma ponte. Ou pelo menos beber até cair dura no chão. Por que não? Eu não tenho mais nada a perder! Já perdi tudo que eu mais prezava na vida, acho que minha vida é a única coisa que eu ainda falto perder.

Olhei para o meu relógio e já era 7 horas da noite, eu falei que ia voltar no final da tarde. Ah que se dane. Eu não devo nada a ninguém. E além disso, eu acho que eu vou morrer essa noite mesmo, ninguém vai ligar.

Vou para o bar. É isso.

Entrei no bar mais próximo e sentei no banco alto perto do balcão.

–--Quer alguma coisa? ---perguntou o garçom. Ele deve ser amargurado pra trabalhar como garçom de um bar desses.

–--Você tem alguém? ---perguntei.

–--Não estou interessado. ---disse parecendo com nojo. Eu comecei a rir.

–--O que? Eu não estou paquerando você! Fala sério! –falei rindo. ---Eu estou aqui por que acabei de adiar meu casamento, e é bem provável que ele pare na terra do nunca.

–--Ah então é isso. ---disse compreensivo. ---Toma essa vodca com tônica, faz bem.

–--Tem poder de fazer a gente esquecer o cara que a gente ama? ---perguntei.

–--Depois de seis rodadas você vai esquecer até seu próprio nome. ---disse rindo.

–--Então eu quero! ---e joguei o liquido guela a baixo. A medida que a Vodca descia a minha garganta, queimava tudo. ---Nossa, isso é forte.

–--Você já bebeu antes? ---perguntou cauteloso.

–--Já, e eu acabei sendo atropelada! Foi engraçado! ---falei rindo, acho que a Vodca já estava fazendo efeito.

–--Ai Deus...

Uma hora depois...

–--Então Fred, eu só queria que ele confiasse em mim. ---falei chorando, sentindo que o efeito da felicidade já estava indo embora.

–--Aham. ---concordou dando uma bebida para um cara.

–--Mas, ele não confia, Fred! ---continuei, chorando. As pessoas que passavam me olhavam estranho. ----O que é que vocês estão olhando? Nunca enfrentaram uma separação antes?

–--Não se preocupem, é só o efeito da bebida. ---tranquilizou ele.

–--Não é o efeito da bebida, é o efeito do coração partido! ---falei soluçando. ---Você disse que eu iria esquecer ele, Fred! Você disse isso!

–--Eu não falei nada.

–--Falou sim! Você disse que depois de 6 rodadas eu iria esquece-lo.

–--Eu falei que você ia esquecer seu próprio nome.

–--E por que eu não esqueci? Eu bebi seis ou dez? Não me lembro---perguntei triste. ---por que se eu esquecer meu nome, eu vou esquecer o dele também, né?

–--Sophie, Você tem que ir pra casa!

–--Por que? ---falei como uma garotinha triste por não poder brincar mais no parquinho.

–--Por que você está bêbada.

–--Não estou!

–--Está sim! ---teimou cruzando os braços. ---e você não vai beber mais nada!

–--O que?! Eu vou falar com o seu chefe! ---ameacei.

–--Pode falar, até um cego vai dizer que você não pode beber mais!

–--Nada ver, eu estou super sóbria! ---falei e pulei em cima dele. ---Eu quero outro!

–--Sophie, sai de cima de mim! ---gritou. ---Eu não vou dar.

–--Mas eu quero!

–--Que merda está acontecendo aqui?! ---perguntou Kathy me tirando de cima de Fred.

–--O Fred não quer me dar outra bebida! ---resmunguei chorando.

–--Quem é você? A amiga dela? ---Fred me ignorou e olhou pra Kathy.

–--Sou. E quem é você pra dar vodca com tônica pra minha amiga?

–--Eu sou o garçom, e esse é o meu trabalho, ao contrario de você que deveria cuidar da sua amiga e impedir que ela venha parar aqui!

–--Olha aqui, meu amigo, eu não tenho tempo pra isso agora, você por acaso sabe a causa do estado dela?

–--Sei e provavelmente sei a vida dela toda também. ---falou dando de ombros.

–--Sinceramente, você ficou louca? ---perguntou Kathy.

–--O que? ---perguntei de novo.

–--O Michael conseguiu encontrar você? ---perguntou pra mim.

–--Não. Por quê o Michael iria atrás de mim?

–--Por que hoje ele apareceu lá em casa perguntando sobre você. Disse que você ia adiar o casamento hoje e queria saber onde você estava.

–--Ele estava procurando por mim? ---perguntei arfando.

–--Ele queria impedir você. ---disse sorrindo. ---Ele te ama e está realmente confuso com o que aconteceu ontem.

–--Ele está confuso por que ainda acredita que eu o traí! ---falei chorando.

–--Tudo bem, vamos pra casa antes que... ---disse até que o Jonathan apareceu e sentou do meu lado.

–--Oi.

–--Jonathan? Ai não, ninguém merece! ---reclamou Kathy. ---Isso está virando filme de perseguição.

–--Oi pra você também Kathy.

–--Dispenso sua educação, vamos embora Sophie.

–--Que merda está acontecendo aqui? ---perguntou Fred.

–--Olha aqui, garçom...

–--Fred.

–--Olha aqui, Fred, muito obrigado por embebedar minha amiga, mas temos que ir embora agora.

–--Quê isso, Kathy, não vamos tratar mal nossos amigos! ---falei soluçando.

–--Amigos? Esse cara de te deixou beber mais de dez copos de Vodca e esse aqui acabou com o seu noivado!

–--Isso não é verdade! ---reclamei.

–--Eu vim pedir desculpas, Sophie, queria poder voltar atrás. ---disse Jonathan.

–--Que pena que não dá pra fazer isso e minha amiga está aqui bebendo cachaça pra esquecer o Michael! ---falou Kathy estressada. Tudo isso estava me deixando com dor de cabeça.

–--Foi esse que te agarrou, Sophie? ---perguntou Fred. Eu confirmei meio em duvida. Se ele estava dizendo...

–--Olha aqui, cara, você é um filho da mãe. É melhor sai daqui antes que eu quebre sua cara! ---continuou Fred nervoso.

–--Gente, não vamos brigar, a vida é bela. Não é? ---perguntei piscando pra ver se eu realmente estava vendo um macaco subindo no sofá. ---Aquilo ali é um macaco?

–--Ai Deus o caso ta sério. ---comentou Kathy olhando pra onde eu apontava, Fred apenas balançou a cabeça e Jonathan pegou na minha mão.

–--Quer que eu te leve pra casa? ---perguntou ele pra mim.

–--Você ta maluco, meu filho? Ela não vai nem pra esquina com você! ---falou Kathy irritada.

–--Eu só queria ser educado. ---disse.

–--Vai ser educado com a... ---exclamou, mas foi interrompida por um barulho de som sendo ligado nas alturas. Alguém subiu numa mesa grande, espantando um bocado de gente, com um microfone na mão. ---Oh meu Deus.

–--Eu acabei de perceber uma coisa, pessoal. –--falou Michael (Michael!) no microfone. ---Acabei de perceber que por mais que a gente tente voltar pra mulher que a gente ama, ela sempre volta para o ex dela. O outro ex.

Meu Deus. Meu Deus. Meu Deus.

–--Ei Cara, sai daí!

–--Por que no final é bem simples, elas sempre destroem nossos corações em pedacinhos até não sobrar nada além de uma vontade de matar.

–--Vamos sair daqui, amor. –falou uma mulher assustada. Eu estava de boca aberta, não sabia o que fazer.

–--Esse é o Michael?! ---perguntou Fred abismado. --- Parece que todo mundo da historia resolveu aparecer hoje?

–--Eu estou tentando acreditar que isso tudo é só um pesadelo. ---falou Kathy chocada.

–--É claro que infelizmente não são elas que queremos matar, são eles. Esses filhos da mãe que roubam nossas mulheres e destroem nossas vidas! –--disse bêbado.

–--Não sei quem está mais bêbado, ele ou ela. ---comentou Kathy.

–--Ele.

–--Tem razão.

–--Eu vou embora, com licença. ---falou Jonathan saindo rápido.

–--Agora você vai embora, né traste! ---gritou Kathy.

–--Minha noiva adiou nosso casamento... Hoje, e neste momento estava ali com ele! –--disse chorando. ---Eu vim aqui pra tentar ter ela de volta! Mas ela estava ali... Olha pra isso, ele está tentando ir embora.

Apontou para Jonathan e todos olharam pra ele.

–--Eu amo ela, mas ela... Ela não me ama. O que eu faço? O QUE EU FAÇO?

–--Arranja outra, cara!

–--Arranjar outra? Mas eu só quero a Sophie. –--falou triste.

–--Isso é triste pra caramba. ---comentou Fred.

–--Isso aqui ta parecendo novela mexicana!---reclamou um cara.

–--Será que eu posso tomar meu Shop em paz? OH GUARDAS!

Dois guardas apareceram e o tiraram de lá.

–--Michael... ---sussurrei chorando. ---Eu quero ir com ele.

–--Você não pode.

–--Por favor.

–--Olha eu sei que parece o fim do mundo, mas no final tudo dá certo. ---disse Fred sorrindo pra mim. Que pena que eu não sabia o que estava acontecendo!


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Notas finais do capítulo

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