Para Sempre! escrita por Jade Potter


Capítulo 8
Capítulo 8- Apenas amigos!


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, bom, esse é o penúltimo capitulo da Fanfic e espero que gostem muito, como eu gostei. Enfim... Boa leitura!



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Uma semana depois...

---Foi incrível mesmo, quem diria que um garçom sabia cozinhar! ---Kathy sorriu para o telefone. ---Por que não vira cozinheiro? Ah você é perfeito!

Revirei os olhos. Eu estava definitivamente mal humorada desde aquele dia em que fiquei bêbada e não lembro de nada além das besteiras que eu falei para o garçom antes de tomar a Vodca. Detesto não lembrar das coisas, ainda mais o que o Michael fez na frente do bar inteiro. E do Jonathan ter aparecido. Tudo isso era muito assustador.

E ainda mais o fato de eu estava aqui nesta sala ouvindo minha amiga comentar o encontro dela, ao invés de estar beijando o amor da minha vida. Que por acaso estava sumido desde aquele dia.

---Mas já? Tudo bem até amanhã então. ---falou. ---Beijos. ---e desligou. Graças a Deus.

---Já estava pensando que iam passar o dia todo conversando. ---falei.

---Ele me convidou pra jantar amanhã de novo. ---disse toda feliz.

---Ótimo. ---resmunguei ligando a TV.

---Ah não fale assim, você gosta do Fred! Ele ajudou você semana passada.

---É, mas eu não lembro e pelo que você falou, foi ele que me embebedou.

---Eu estava... Você pagou a ele! ---disse sorrindo. ---E além do mais essa é a função dele.

---Não foi isso que você falou pra mim semana passada.

---Eu estava revoltada! Ah, Sophie você precisava ter visto ele ameaçando o Jonathan. ---disse rindo.

---Eu vi, só que eu não me lembro!

---Ai que mau humor! ---reclamou e entrou no quarto. ---Que tal fazermos um almoço diferente hoje?

---Almoço? ---perguntei com desgosto. ---Eu não vou almoçar hoje.

---O que? Você pensa que eu não vejo você jogando a comida fora todo dia? Pode me dizer o que está acontecendo. ---falou olhando pra mim.

Olhei para os lados sem querer encara-la.

---Se for por causa do Michael, eu juro que...

---Não é por causa dele. ---falei logo antes que ela enfartasse. ---Eu... Eu ando meio enjoada esses dias.

Olhei pra sua cara para ver sua reação e vi um sorriso enorme.

---Eu quero ser a madrinha! ---disse sentando do meu lado, entusiasmada.

---Madrinha de quem?

---Do seu bebe. Ah vai dizer que não acha que está gravida?

---Eu tentei não pensar muito nisso. ---falei escondendo meu rosto entre as mãos. ---Isso não podia acontecer agora.

---Não, não. Essa é a hora perfeita. Agora vocês vão ficar juntos, o Michael não vai querer ficar longe do filho dele. O motivo perfeito.

---Não quero que ele volte pra mim por causa da minha gravidez, eu quero que ele volte pra mim por que confia em mim. ---teimei revoltada. ---E eu nem sei se estou gravida mesmo.

---Tenho certeza, todo esse mau humor, só pode ser gravidez.

---Ok, eu vou fazer o teste, mas tenho que comprar na farmácia primeiro.

---Eu tenho aqui.

---Por que você tem um teste de gravidez no seu banheiro?

---Eu nunca sei quando uma surpresa pode aparecer.

---Por isso que ela se chama surpresa. ---falei e fui ao banheiro. Encontrei o teste no armário e com o coração na mão o abri. De repente eu fiquei com medo. Medo de não estar gravida, medo de estar e não ter o Michael do meu lado. O que adianta estar gravida longe dele?

AI MEU DEUS! EU ESTOU GRAVIDA!

---Sério? Ai que emoção. ---falou Kathy entrando no banheiro. Nem tinha percebido que falei alto o que eu pensei.

---Eu estou gravida do Michael. Estou gravida do Michael.

---Está feliz?

---No momento eu não sei. Mas só de saber que vou ter uma miniatura dele, me dá uma alegria. ---falei sorrindo. Depois fiquei séria com a possibilidade do Michael só querer ficar comigo por causa do bebe.

---Que foi?

---Não vou contar ao Michael agora. ---falei determinada.

---Você ficou louca? Ele precisa saber!

---Eu sei, mas primeiro quero me acertar com ele. ---falei sentando no sofá. ---Eu quero que ele confie em mim.

---Ah vocês são tão complicados, sinceramente!

**

---Eu não acredito que você está gravida! ---exclamou Jane feliz. ---Estou tão feliz.

---Jane, seu entusiasmo é assustador, sabia?

---É um filho do Michael, por que não está feliz?

Não falei nada.

---Só se... Não for do Michael...

Olhei pra ela abismada.

---Você ficou louca?! ---falei estressada.

---Desculpe, desculpe, é que eu não vejo outro motivo pra você não estar feliz com a gravidez, só isso. ---falou se rendendo.

---Eu estou feliz, só estou preocupada. ---confessei. ---Tenho medo de ele se sentir na obrigação de ficar comigo por causa do nosso filho.

---Hello! Em que mundo você vive? É o Michael, o cara que te ama!

---Eu sei! ---falei levantando. ---Tá, vou ligar pra ele.

---Isso aí, garota! ---falou.

Quando eu ia discar os números, uma ligação perdida aparece na tela. Kathy. Vou ligar pra ela.

PIIIIII, PIIIIII

---Alô? ---perguntei.

--Até que enfim você atendeu. O Michael está no hospital, ele foi atropelado por uma moto hoje. ---disse nervosa. Meu coração pareceu parar por um minuto e eu não consegui me mexer.

---Ele está bem? ---perguntei tentando respirar.

---Está consciente, estão fazendo uns exames pra saber se está tudo bem. ---disse.

---Ai meu Deus, em que Hospital?

*

---Michael? ---entrei na sala onde ele estava deitado, ele parecia bem, mas meu coração ainda batia acelerado.

---Ele parece bem. ---comentou Jane aliviada.

---Que bom que chegou, ele ficou repetindo seu nome umas dez milhões de vezes. ---falou Kathy olhando pra mim.

---Eu não acredito que isso aconteceu. ---falei chorando sentando do seu lado e pegando sua mão. ---Estou aqui, meu amor.

Ele abriu devagar os olhos, e de repente mergulhei no azul dos seus olhos.

---Sophie...

---Estou aqui, não fale nada. ---o tranquilizei.

---Ele falou! ---exclamou Jane feliz.

---Não vá embora. ---disse desesperado. Era tudo culpa minha. ---Fique comigo.

---Vou ficar. ---sussurrei. Depois que ouviu isso, seus olhos se fecharam e ele pareceu dormir. ---Como foi que isso aconteceu?

---Os médicos não sabem, o encontraram na calçada, parece que um motoqueiro maluco tentou ultrapassar os carros e bateu nele. ---disse Kathy. ---Isso foi perto da minha casa.

---Será que ele estava indo atrás de mim?

---É provável. O bom é que eu estava voltando do trabalho e vi uma ambulância, percebi logo que era ele sendo levado e entrei junto.

---Obrigado Kathy, isso é tudo culpa minha.

---Não é sua culpa, mas vocês tem que se resolver. Principalmente agora. ---disse apontando pra minha barriga. Acenei e apertei um pouco mais suas mãos.

---Senhorita, o seu noivo está te chamando.

---Você disse que eu estou comendo?

---Disse, mas ele quer falar com você. ---respondeu dando de ombros. A segui até a sala e o encontrei sentado na maca parecia impaciente.

---Então você não foi embora? ---perguntou sorrindo aliviado.

---Eu falei que não iria. ---falei retribuindo o sorriso.

---Vou deixar vocês a sós. ---falou a enfermeira. Assim que a porta bateu, eu fui até ele e sentei do seu lado.

---Você é um bobo inseguro, não é? ---falei brincando.

---Quando se trata de você, sim. ---respondeu tocando minha mão. ---Eu detesto esse lugar. A comida é horrível.

Eu ri, por que ele já estava fazendo piadas outra vez.

---Não mais do que a comida que a Kathy faz, é de dá arrepios, acredite. ---falei. Ou talvez seja os meus enjoos que não permitem minha apreciação por qualquer comida. Mas não ia falar isso pra ele.

---Eu estava indo falar com você, quando fui atropelado. ---disse depois de um curto silencio.

---Foi falar o que comigo? ---perguntei desconfortável. Eu não queria brigar com ele enquanto ele estivesse no hospital.

---Eu não quero mais brigar com você. Nem ficar sem te ver. ---falou olhando pra todos os lugares menos pra mim. ---Eu não quero mais fazer você sofrer.

Sorri emocionada.

---O que pretende, então?

---Eu proponho uma trégua. ---disse sorrindo. ---Que tal sermos amigos outra vez?

---Amigos? ---falei decepcionada.

---A menos que... ---ele deixou no ar hesitando. ---A menos que você não queira.

---Não, é... Não é isso, eu quero ser sua amiga. ---falei depois de refletir e perceber que esse era o melhor jeito de ver se ele confiava em mim de verdade.

Era impressão minha ou ele ficou decepcionado?

---Ótimo, então seremos apenas bons amigos. ---disse sorrindo. Depois ficou agitado e olhou pra mim de novo. ---Pode vir morar comigo de novo se quiser.

---Acho melhor não. Não é certo morarmos juntos, sendo apenas amigos. ---falei com uma vontade enorme de o beijar.

---Não é nada de mais isso. Eu morei com você quando éramos amigos, lembra?

---É mesmo. Tudo bem, então.

---Com licença, parece que alguém recebeu alta hoje. ---falou a enfermeira. ---Nenhuma fratura, está em perfeitas condições, mas é claro que ainda há machucados leves, nada com que se preocupar.

---Obrigada.

---Graças a Deus. ---falei feliz e aliviada.

**

---Pra onde você está indo? E por que o Michael está sentado no meu sofá? ---perguntou Kathy me vendo arrumar malas, eu estava tão feliz de voltar pra casa.

---Vou voltar pra casa. ---declarei feliz.

---Vocês voltaram?!

---Não exatamente. Somos amigos. ---falei.

---Como você pode ser amiga do seu noivo? Isso não faz sentido e por que está fazendo isso?

---Ele que propôs, não sei por que, eu aceitei por que é um bom jeito de recuperarmos o que perdemos. A confiança. Eu quero que ele acredite em mim e veja que errou em todas as suas afirmações. ---falei determinada e fui pra sala.

---Vocês pretendem ser amigos morando na mesma casa? Impossível!

---Vamos? ---perguntei pra ele. Michael se levantou rápido quando me viu e sorriu.

---Não acredito que você vai voltar pra casa.

*

Eu não acredito que vou voltar pra casa!

Meu coração parecia que ia sair do meu peito e eu queria sair correndo pra longe do Michael e de toda aquela alegria. Eu não podia me encher de esperanças e nem agarrar o Michael, afinal eu não sabia se ele acreditava em mim ainda, não podia tirar conclusões precipitadas.

Ele pegou minhas malas quando chegamos no prédio, como sempre fazia quando viajávamos. Chegamos no apartamento, e no momento que o Michael fechou a porta eu soube que não era pra eu ter vindo. Ele colocou as malas no chão e vi que ele estava nervoso. Ficamos olhando um para o outro sem saber o que dizer e ao mesmo tempo querendo dizer tudo um para o outro. Na verdade eu só queria ser beijada por aqueles lábios que me faziam sair do chão.

---Sophie... ---Ele tentou, mas logo se calou e ficou passando uma mão na outra.

---Eu... ---Fiquei olhando pra aquele rosto e toda a minha casa e vi que eu estava perdida. E a melhor saída era voltar. ---Eu acho melhor eu ir embora. ---completei nervosa pegando minhas malas de volta.

---Não! ---disse desesperado. ---Por favor, fique.

---Michael, o que estamos fazendo? ---perguntei segurando as malas com uma força absurda.

---Eu sei o que eu estou fazendo.

---E o que é?

---Estou tentando ter minha mulher de volta. ---disse sorrindo. ---E preciso que ela fique aqui nesta casa, ao meu lado.

Arfei por um momento, emocionada com suas palavras. Ele chegou mais perto e achei que ele ia me beijar, mas suas mãos deslizaram até as minhas e desprenderam os dedos que seguravam tão fortemente a mala. Elas caíram no chão ele continuou segurando minhas mãos.

---Você vai ficar? ---perguntou tão vulnerável que eu não pude recusar, alias não pude nem falar, então só acenei. ---Ótimo, vou colocar suas malas no quarto.

Eu o acompanhei ao quarto que dormimos por tanto tempo juntos e fizemos amor tantas vezes antes. Parei na porta como se uma barreira me impedisse de entrar. Aquele quarto tinha tantas lembranças, o ar continha o cheiro inebriante do Michael.

Eu vi Michael pegar um cobertor e um travesseiro e parar ao meu lado.

---Vou estar no sofá, qualquer coisa você me chama. ---disse sorrindo, mas vi nos seus olhos a tristeza de dormimos separados.

---Não se preocupe, é minha casa também, não é?

---Tem razão. É, e sempre será, alias... Nunca entendi você ter ido embora.

O olhei sem entender o que ele queria dizer.

---Quero dizer, eu é que deveria ter ido, não você. ---disse triste, eu queria abraça-lo e consolá-lo mais que tudo.

---Nenhum de nós deveria ter ido. ---Falei sem querer. Meu Deus, como eu sou idiota. Como é que eu faço uma declaração dessas? Amigos... Apenas amigos até que ele confie em você. Eu tinha repetir isso pra mim mesma.

---Foi um erro, que eu pretendo corrigir. ---disse sorrindo. ---Boa noite. ---completou e me deu um beijo na testa.

Ia ser realmente difícil ficar apenas amiga do Michael.

Eu não conseguia dormir. O cheiro do Michael estava espalhado por todo o cobertor. Eu precisava dele comigo. Não, eu não posso fazer isso. Tenho que dormir de qualquer jeito, afinal eu consegui dormir na casa da Kathy. Posso dormir aqui também.

Não posso! Aqui existe lembranças demais pra eu conseguir até pensar direito. Não vou conseguir dormir e é bem provável que o Michael esteja dormindo agora. Eu tenho que conseguir.

Levantei de madrugada pra ir no banheiro e percebi que não iria conseguir dormir sabendo que o Michael estava dormindo no sofá a uns simples passos de distancia. Resolvi ir até a sala e vê-lo dormir. Fui andando devagar até a sala e me surpreendi quando o vi sentado com o rosto escondido pelas mãos.

Ele estava acordado! Provavelmente não estava conseguindo dormir como eu. Minha alegria só perdia para a surpresa do que via. Ele me viu e deu um suspiro.

---Não consegui dormir. ---falei dando de ombros desanimada. Mas isso não explicava o fato de ter vindo até a sala para o ver dormir. Pelo menos, ele não parecia querer explicações.

---Nem eu. ---disse apenas me encarando intensamente.

---Será que tem algum sonífero por aqui? ---perguntei nervosa.

---Eu acho que não é de soníferos que precisamos. ---falou se levantando. Eu achei que ia desmaiar no momento que ele se levantou. Será que...? E eu conseguiria negar? ---Acho que precisamos um do outro. ---continuou me pegando pela mão e me levando até a cama. Ai meu Deus. Ai meu Deus! Como eu queria, mas não podia, o que ia fazer?

---Michael... ---tentei protestar, mas ele sorriu pra mim (O sorriso mais lindo do mundo), e se deitou na cama.

---Só deite do meu lado, Sophie. ---disse sorrindo, como se achasse graça de tudo aquilo. Depois deu pequenos tapinhas no espaço ao seu lado. ---Prometo que a única coisa que vou fazer é te abraçar.

Não esperava aquilo. Não sabia se ficava decepcionada ou feliz de ele entender minha situação. Sorri aliviada e deitei do seu lado. No momento que eu me acomodei, ele me enlaçou no abraço que eu tanto senti falta naquelas semanas que se passaram.

Senti ele cheirar meu cabelo como fazia antes e percebei que ia chorar a qualquer momento.

---Agora durma. ---murmurou feliz. Eu estava feliz! Agora sim, eu poderia ter uma boa noite de sono.

Mas antes eu tinha que fazer uma pergunta que não saia da minha cabeça.

---Como você conseguiu dormir todo esse tempo aqui? ---perguntei sem olhar nos seus olhos.

Pensei que ele estivesse dormindo, por sua demora na resposta, mas enfim ele respondeu num fio de voz, como se fosse doloroso responder.

---Não consegui.

**

Acordei enroscada no Michael de todas as formas possíveis. Não havia uma parte nossa que não estivesse grudada um no outro. Sorri ao perceber que minha noite mudou totalmente depois que o Michael veio dormir comigo. E eu sabia que ele era a única coisa que eu precisava, o problema era que eu precisava ter certeza da sua confiança em mim.

Levantei devagar para não acorda-lo e fui até a cozinha fazer nosso café. Por algum motivo eu estava feliz só de estar na mesa casa com ele. O telefone tocou quando eu coloquei o café pra ferver.

---Alô? ---perguntei feliz por atender ao telefone da minha casa.

---Bom dia, flor do dia. ---falou Kathy no telefone, sua voz parecia entupida, como se estivesse gripada.

---O que está acontecendo? Está gripada? ---perguntei preocupada.

---Não, quero dizer, deve ser só um resfriado. ---disse. ---O mais importante é: Como foi sua primeira noite como amiga do Michael?

---A maior parte dela foi perfeita. ---falei não conseguindo conter a felicidade.

---Vocês... Eu sabia que esse negocio de amizade não duraria nem um dia! ---falou.

---Não fizemos nada ontem a noite. ---continuei com um sorriso. ---Só dormimos juntos. Como amigos.

---Como se “dorme” com alguém como amigo? ---perguntou abismada. Eu fiquei rubra de vergonha.

---Não estou falando no sentido figurado da palavra. ---Revirei os olhos. ---Literalmente apenas dormimos juntos.

---Quê? ---perguntou confusa.

---É isso mesmo. ---falei. De repente eu ouvi uma gargalhada alta que me assustou até a alma.

---Peraí, você está dizendo que dormi agarradinho com um cara, significa que vocês são amigos? ---perguntou rindo.

---É claro que sim! ---teimei por que queria acreditar nisso.

---Ah fala sério, Sophie, vocês se amam, não existe uma mínima possibilidade de serem amigos! Pode até rolar uma amizade colorida, mas apenas amigos, nunca!

---Você não sabe o que está falando, eu não vou beijar o Michael até ter plena certeza da sua confiança em mim.

---Ata! ---exclamou não acreditando nem um pouco.

---Eu vou desligar.

---Não fique chateada comigo, você sabe que eu te amo!

---Eu sei, depois te ligo. ---falei e desliguei. Respirei fundo, aturdida por causa da nossa conversa. De repente percebi que não falei para o Michael da minha gravidez. Ai Deus, quando eu iria fazer isso?

---Acho que o café vai queimar. ---falou Michael apoiado pelo ombro na lateral da porta, ele sorria pra mim, exalando felicidade. Olhei para o café, envergonhada e desliguei o forno, eu pretendia fazer um café maravilhoso pra ele. Provavelmente pra mostrar diferença entre a minha ausência e a minha presença.

---Eu sou terrível. ---comentei revirando os olhos. Ele riu e começou a preparar um novo café.

---O café sempre fica em perigo quando estamos juntos, já percebeu? ---riu lembrando-se do dia depois que ele me pediu em casamento, quando ficamos nos beijando e esquecemos o café.

---Tem razão. ---ri com ele, feliz com sua áurea despreocupada. ---Você dormiu bem?

---Melhor impossível. ---parou seu olhar em mim, e seus olhos azuis demonstravam todo amor que ele sentia por mim. ---Acho que eu nunca dormi tão bem em toda minha vida.

Sorri.

---Acho que a noite ficou ainda melhor por que recuperamos o sono perdido. ---comentei sentando e apoiando meu rosto nas mãos, olhando ele fazer o café. Michael era o homem mais lindo que eu já tinha visto e só estava de cueca samba canção e uma blusa folgada. Eu não devia ficar encarando seu corpo, por que assim que ele virou, percebeu meu olhar e falou:

---Você quer que eu vista uma calça? ---perguntou, provavelmente achando que eu estava desconfortável.

---Não. ---falei depois me arrependi quando vi o seu olhar travesso. ---Quero dizer, não há necessidade já que...

---... Não há nada aqui que já não tenha visto. ---completou com um sorriso zombeteiro. ---Tenho que admitir que também não está sendo fácil pra mim ver você com esse shortinho e essa blusa minúscula.

Olhei para o meu traje não vendo nada de errado.

---Eu pensei que era comportado. ---falei indignada.

---Essa é a roupa de dormir mais comportada que você tem? ---perguntou fingindo indignação. ---É por isso que eu nunca vi você usando ele.

Meu rosto deve ter ficado vermelho, por que senti meu sangue subir até meu rosto e desviei o olhar.

---Ao contrario de você eu tentei não seduzir meu amigo. ---falei fingindo irritação.

---Não há nada que você vista que não me seduza. ---disse, depois como se tivesse lembrado de algo, olhou pra mim surpreso e riu. ---Meu Deus, você acabou de admitir que eu seduzi você!

 ---Não admiti não! ---congelei.

---Admitiu sim. ---sorriu convencido.

---Você admitiu primeiro! ---revidei envergonhada.

---Vai dizer que não sabia? ---disse cruzando os braços. ---Isso é bem obvio. ---e então olhou pra mim intensamente como se quisesse olhar por dentro de mim.

---Essa é a conversa entre amigos mais estranha que eu já vi. ---falei levantando da cadeira incapaz de encará-lo no momento. Ele deu uma gargalhada e ficou me observando sair da cozinha. ---Vou tomar banho.

---Eu também já vou! ---disse rindo, depois se corrigiu. ---Depois de você, é claro. --- e então começou a rir de novo ao ver minha cara perplexa. Entrei no banheiro, irritada.

Como esse homem mexia comigo!

*

Fiquei enjoada de novo. Depois de tomar banho sai do banheiro com um roupão e comecei a pentear meus cabelos. Não estava me sentindo muito bem, mas logo o enjoo passaria com o remédio que tomara. Só não podia deixar o Michael suspeitar da gravidez.

Assim que ele saiu do banheiro apenas com uma toalha enrolada na cintura, vi ele que parou de andar e ficou me encarando enquanto penteava o cabelo.

---O que foi? ---perguntei constrangida. O Michael só ficava me olhando pentear o cabelo quando brigávamos e voltávamos.

---Só não consigo acreditar que você voltou. ---comentou.

---Também não consigo acreditar que estou aqui. ---concordei sorrindo. Eu sabia que ele queria me beijar, e sabia também que eu queria isso mais que qualquer outra coisa, mas não podia ceder ao desejo sem a prova que eu queria.

---Mas você está. ---disse simplesmente como se só isso bastasse, mas eu conseguia ver nos seus olhos, toda a urgência de me ter de volta.

---E o que vamos fazer hoje? ---perguntei para tentar mudar de assunto. Ele sorriu descontraído. Há muito tempo não via aquele sorriso e estava feliz de tê-lo de volta.

---Estava pensando em irmos passear de lancha e passarmos á tarde numa ilha. Depois voltamos e tomamos um sorvete numa lanchonete. ---disse como se tivesse pensado nisso tempo todo.

---Então é melhor irmos logo para aproveitarmos bem. ---falei entusiasmada. O que ela mais queria era ir para uma ilha com o Michael.

*

Estávamos na lancha quando eu comecei a ter enjoos. A lancha parecia voar numa velocidade absurda, e eu estava tentando não demostrar meu enjoo para não preocupar o Michael, nem acabar o fazendo descobrir da gravidez.

---Estamos chegando? ---perguntei sentindo náuseas tão fortes que tampei minha boca pensando que talvez acontecesse o pior sem eu poder controlar.

---Estamos. ---depois deixou o motor no automático e veio se sentar do meu lado. ---Você está bem? ---tive vontade de chorar vendo seu rosto preocupado. E ele nem sabia o motivo.

---Estou, não se preocupe. ---o tranquilizei, mas virei o rosto por que senti que algo subiu na minha garganta.

---Não, você não está. Eu te conheço há muito tempo, sabia? ---falou e se ajoelhou na minha frente me fazendo o encarar. ---O que está acontecendo?

---Estou enjoada. ---admiti derrotada.

---Quer que eu vá mais devagar? ---perguntou.

---Não, quanto mais rápido chegarmos nessa ilha, melhor. ---falei tentando me manter calma.

E realmente não demorou, umas meia hora depois chegamos na ilha. Era linda, agua cristalina, a areia branca e coqueiros, parecia uma ilha deserta e achei estranho.

---Essa aqui é uma ilha deserta? ---perguntei enquanto Michael desarrumava as coisas pra sairmos.

---Não. ---sorriu. ---É claro, essa não é a parte mais movimentada da ilha, mas do outro lado deve estar cheio.

---ah. ---murmurei decepcionada. Ele pegou as coisas e jogou na areia, felizmente tínhamos que saltar na agua, pois a lancha não poderia encostar muito na areia. Não me importei muito por que estava morrendo de calor.

---Quer que eu carregue você? ---perguntou Michael e não fiquei nenhum pouco surpresa. Sorri pra ele.

---Não, estou louca pra pular na agua. ---respondi e tirei meu vestido, mostrando meu biquíni novo. Michael me olhava com um desejo incontrolável e eu sorri por dentro, se havia uma cosia que me fazia me sentir mais feminina era o olhar de desejo do Michael.--- Você não vem?

---Hã? ---perguntou. Ri e apontei pra agua. ---Ah, sim, já estou indo.

Dei mais um sorriso sedutor pra ele (eu sou humana, tá) e pulei na agua. A agua estava morna e maravilhosamente magica. Fiquei nadando e encontrei o olhar do Michael em mim. Ele estava sentado na ponta do barco me olhando nadar.

---Que foi? Não vai entrar? ---perguntei adorando seu olhar.

---Acho que não. ---disse.

---Por que não? ---fiquei triste.

---Por que não sei se vou conseguir me controlar. ---falou sorrindo torto.

---Então é melhor ficar aí... ---sorri.

---Está sendo muito difícil ser apenas seu amigo agora, sabia? ---falou sorrindo.

---Mesmo? ---perguntei sorrindo.

---Muito.

---Por que não tenta? ---falei querendo muito nadar com ele. Só esperava que eu também não me descontrolasse.

---Vai correr o risco? ---perguntou rindo.

---É bem provável que sim.

---Então eu vou. ---ele nem pensou duas vezes e se jogou na agua. Veio nadando até mim e eu quase o agarrei ali mesmo. Ver aqueles olhos azuis, quase da mesma cor da agua, era como se fossem mesclados um no outro e eu só queria nadar até eles. Seus cabelos molhados estavam virados um pra cada lado diferente e inconscientemente acabei passando a mão no cabelo dele.

---Estou parecendo que levei um choque? ---murmurou olhando pra minha boca.

---Como sempre. ---falei e minha mão desceu para seu rosto e alisou sua face ternamente. ---Você está lindo assim.

---Não faça isso, Sophie. ---disse chegando mais e mais perto de mim.

---Por quê?

---Por que é bem provável que eu a beije agora. ---disse tocando minha cintura e me puxando pra ele. Eu não consegui falar nada e invés disso eu simplesmente fechei os olhos e inclinei meu rosto.

Seu rosto veio devagar até o meu e o mundo parou quando seus lábios encostaram nos meus. Segurei seus cabelos com força e seus braços apertaram ainda mais minha cintura como se quisesse impedir minha fuga. Como se eu pudesse fugir...

Depois de um longo tempo, ele se afastou arfando e sorriu.

---Eu falei que não conseguiria me controlar.

Eu ri mesmo respirando com dificuldade.

---Michael, somos amigos.

---Eu sei. ---disse sorrindo. ---Mas podemos ter uma amizade colorida, não é?

E foi aí que eu me lembrei do que Kathy falou e me repreendi por ser tão fraca. Ela disse que não conseguiríamos e eu falei que sim, mas na verdade fui uma fraca. Eu tinha que me manter longe do Michael o mais rápido possível antes que ele me agarrasse de novo.

---Estou com fome. ---falei quando ele ia me beijar de novo. Seu rosto mudou pra surpresa e confusão. ---Estou com muita fome, Michael.

E depois quem ficou mais surpresa fui eu, por que ele começou a rir desesperadamente. Eu fiquei o olhando perplexa.

---O que foi? ---perguntei assustada.

---Você é maravilhosa. ---disse sorrindo alisando meu rosto. ---Vamos comer, então.

Fomos até a areia e eu fiquei confusa com a risada dele e acho que fiquei pensando nisso o tempo todo em que ficamos comendo.

---Está pensando em que? ---perguntou ele quando terminamos de comer. Seus olhos me encaravam e eu retribuí seu olhar com ternura.

---Em você. ---falei sem querer. Ele sorriu.

---Sério?

---Quero dizer, eu estava lembrando de como nos divertíamos juntos. ---falei rápido. Como eu sou desastrada.

---Você quer que eu torne seu pensamento realidade? ---perguntou sorrindo.

---Quero. ---respondi rindo. Ele veio pra perto de mim, e eu pensei que ele ia me beijar (eu ia adorar! Mas seria errado...), mas ele simplesmente me pegou no colo e foi andando comigo nas costas, até a agua. ---Michael! O que...

Ele me jogou na agua e eu comecei a rir desesperadamente quando ele nadou até mim para me jogar de novo. Só que eu tinha que me defender também, então enfiei ele na agua, mas acabei me afundando também. Eu devia estar parecendo uma bruxa com os cabelos todo em pé e tossindo como uma maluca.

---Ai amor, você está bem? Eu acho que eu peguei pesado...

---Não, eu adorei. ---ri ainda tossindo meio sem ar. Ele também parecia sem ar e mais lindo que nunca. ---Também peguei pesado com você. ---E então toquei no seu rosto inconscientemente.

Ele tocou minha mão que ainda tocava seu rosto e a levou até a boca. Então a beijou delicadamente. Sorri com esse gesto tão lindo.

---Eu amo você. ---murmurei tão cheia de amor que nem percebi o que tinha falado até as palavras terem saído da minha boca. Fiquei em choque quando seu rosto se encheu de esperança e felicidade, ele tinha ouvido!

Depois que eu falei aquilo, sua respiração ficou acelerada e ele parecia incapaz de falar. Ai Deus, eu cometi um erro. E agora? Só eu mesmo pra estragar um clima leve. Tirei minha mão da sua e sem falar nada, nadei até a escada da prancha e subi até o barco. Peguei uma toalha e me enrolei toda tentando cessar os arrepios que invadiam meu corpo.

Depois do que pareceu um minuto ele subiu também e eu vi que ele não sabia o que fazer. Pelos seus olhos eu via que o que ele realmente queria era me beijar, mas ele sabia que não podia, então ele simplesmente ficava me olhando.

---Eu vou... Ligar o motor. ---disse confuso. Se eu não estivesse tão nervosa, iria rir do seu nervosismo. ---Quero dizer, você quer ir embora?

---Quero. ---falei como um peixe fora da agua. Minha voz era fraca e quase inaudível.

---Certo. ---disse, vestiu uma camiseta e começou a dirigir, pilotar, seja o que for...

Ficamos sem nos olhar e sem falar por toda a viagem. Eu estava morrendo de frio e ficar daquele jeito com o Michael, tendo ele tão longe de mim, era um castigo muito grande e eu quase me jogava no mar.

Chegamos em casa de noite, ele tomou banho primeiro, depois foi minha vez, e eu aproveitei pra aliviar um pouco minha cabeça. Não sabia como eu iria conseguir dormir sem ele naquela cama, mas nem queria pensar nisso.

Sai do banheiro e o encontrei segurando o travesseiro e o lençol. Fiquei triste por saber que ele não iria dormir comigo, mas tentei não chorar.

---Eu vou para o sofá. ---disse parecendo querer que eu o impeça disso. E eu queria.

---Tudo bem. ---sussurrei tentando manter a calma. Ele foi em direção á porta e quando eu ia fechar a porta, ele a empurra de volta.

---Chega. ---murmurou, jogou o travesseiro e o lençol na cama, e puxou minha cintura até ele. ---Estou cansado de ser seu amigo.

---Michael... ---Eu queria mais que tudo isso, mas eu não podia ceder assim.

---Eu sei que eu magoei você, mas eu preciso de uma segunda chance. ---disse respirando com dificuldade.

---O que está dizendo?... ---perguntei parecendo uma besta.

---Estou dizendo que eu fui um idiota, ciumento, e paranoico. ---disse sorrindo. ---Que eu não mereço uma noiva como você. E eu entenderia se você quisesse nunca mais ver minha cara.

Eu não consegui falar nada, estava tentando entender tudo que ele falava. Tentando descobrir se com essas palavras ele estava dizendo que confiava em mim.

---O problema, Sophie... ---continuou sorrindo. --É que sou absolutamente, loucamente, e incondicionalmente apaixonado por você.

---Você é?

---Eu sou. E não consigo passar nem mais um segundo sendo seu amigo. ---disse.

Eu ri e segurei seu pescoço.

---Então fique comigo para sempre. ---falei o beijando.

---Pode deixar. ---sorriu e me agarrou. Ele me carregou até a nossa cama e quando me pôs nela, tirou a camiseta que estava, e eu tirei as peças que eu tinha.

---Senti tanta falta do seu corpo, do seu beijo, de tudo, tudo... ---murmurou.

---Agora é todo seu.

Ele me olhou apaixonado e com um desejo incontrolável. Eu retribui o olhar, e eu percebi que seus olhos transmitiam tudo aquilo que eu sentia. Dois olhares nada, nada entre amigos...


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Notas finais do capítulo

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