Tempos Complicados escrita por Anônima


Capítulo 5
O primeiro orgasmo é como seu primeiro sorvete.


Notas iniciais do capítulo

5 capítulos e nenhum comentário :(



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LEMBRETE: Antes de começar, queria dizer que eu NÃO sou a favor do uso de drogas. De NENHUM TIPO. Os fatos aqui escritos são todos fictícios e eu NUNCA usei nenhum tipo de droga. Obrigada, espero que gostem.

O vento batia em meus cabelos deixando eles bagunçados, minha camisa quase sairá de meu corpo deixando meus seios a mostra. Estávamos sentados no telhado da minha casa. Tinha uma parte reta no telhando, onde você ficava sentada na borda prestes a cair na rua. A vista era para um parque nacional, direto encima de um lago, perfeito para se sentar quando você está chapado. Eu , Mark, Jake e Ron não estávamos altos, estávamos apenas tristes. Nem ligávamos para o fato de que a ventania quase tirava nossas roupas, só olhávamos para frente, para o pôr do sol feito de cores quentes, parecia que estávamos numa praia, chapados, depois de termos transado a noite inteira durante algum dia qualquer das ferias de verão. Mas não era isso. A morte de Pete tinha mexido com a cabeça de todo mundo, mesmo depois de um mês, todos ainda estavam frágeis.

– Queria namorar um indiano. - falei, estava cansada desse silêncio.

– Pra que? - Mark perguntou

 – Para praticar o kama sutra inteiro com ele. - disse, todos deram uma leve risada.

– Olhando por esse lado, eu também - falou Ron. - Tem um garoto da minha sala que é descendente de indiano. Ele é bonitinho. Pena que é hetero.

Depois disso, ninguém mais falou. Saímos do telhado, eu e Mark fomos até meu quarto. Abrimos a gaveta onde eu guardo drogas, pegamos heroína e um pouco de cocaína. Colocamos a heroína na colher, acendemos o isqueiro e derretemos a droga, pegamos seringas novas, mas antes de injetarmos, cheiramos um pouco. A cada minuto a dor desaparecia e a droga tomava conta de meu corpo. Chegou a hora de injetar, pegamos um pedaço de pano e prendemos nosso braço, fizemos força para a veia ficar saliente e ser mais fácil de acerta-lá porque se errarmos, fudeu muito. Injetamos a droga e começamos a viajar, era uma sensação maravilhosa. Algum tempo depois, quando o efeito já tinha passado, tentamos decidir o que iríamos fazer. Mark sugeriu uma festa que teria na casa de um conhecido nosso. Dele na realidade, eu só havia avistado essa pessoa de longe. Trocamos de roupa, Mark pediu para que eu fosse com uma mini saia preta e uma blusa rasgada dos lados onde mostrava meus piercings no quadril. Depois de nos vestirmos, fomos até a festa. Todos estavam lá, até os nerds da nossa sala, o que era surpreendente.

A festa estava legal, até o momento em que eu vi Sid. Ele estava com uma cara triste, sentado no balcão do bar, Mark e eu decidimos ir falar com ele.

– Hey cara. Porque você está assim? - Mark perguntou

– Tracy não fala mais comigo porque diz que nós nunca deveríamos ter transado. Que a Sarah me ama e que eu amo a Sarah. - Sid falou. Ele continuava virado para frente, segurando seu copo de vodka, ainda com uma cara triste. - Eu não amo a Sarah. Eu nem gosto dela, transamos uma vez, isso não devia significar nada. Nada!

 – Sid.... - Mark falou enquanto Sid finalmente virou para o lado e me viu.

– Sah... Me desculpe. Eu não queria... - não fiquei lá para continuar ouvindo. Fui até o banheiro e porra, eu estava chorando. Não conseguia parar, me olhei no espelho e meus olhos azuis estavam vermelhos e lacrimejando, minha maquiagem escorria me deixando parecida com um panda. Nesse momento, Chris, uma amiga minha que costuma andar conosco entrou no banheiro junto de outras duas meninas.

– O que foi? - perguntou

– Sid. - abracei ela e comecei a chorar. Ela murmurava palavras como, "ele é um imbecil" e "muitos outros caras te querem" então em pensei, "Porque eu estou triste? Sid nunca me pertenceu, nós nunca fomos namorados, nem nada. Foi só sexo. Uma noite." parei de chorar, lavei o rosto e tomei um comprimido que Chris me deu.

Saímos do banheiro e lá na porta tinha um garoto que eu nunca havia visto antes, ele era lindo. Fomos até ele, Chris era direta, agarrou o menino mais próximo e começou a beija-lo. Eu puxei o garoto lindo que estava parado na porta e comecei a dançar com ele, coloquei suas mão em minha bunda e rebolei no ritmo da musica. As mãos deles subiam até meus seios e seus lábios passavam por todo meu pescoço e rosto. Começamos a nós beijar e logo estávamos a caminho do banheiro mais próximo. Foi meu primeiro orgasmo. Na terceira cabine de um banheiro numa festa qualquer. Logan, o garoto cujo seu pé entrou na privada durante um dos meus múltiplos orgasmos, perguntou meu telefone, depois disso, saímos da cabine e voltamos a festa. Continuamos a dançar, e Sid abraçando Tracy olhavam para nós.

– Sarah - disse Mark que estava próximo de mim junto a algumas pessoas que eu não conhecia - Quer vir com a gente?

– Talvez - respondi, não sabia para onde era só sabia que queria continuar lá, me esfregando em Logan - Pra onde?

– Subir. - isso é sinônimo de "vamos drogar essas garotas para depois treparmos com elas até o amanhecer". Fiz que sim com a cabeça e puxei Logan junto. Ele veio numa boa, cruzávamos a boate e varias pessoas se jogavam para cima de nós e nos agarravam, eu andava seguindo Mark e Logan segurava minha mão e minha bunda. Fomos até uma escada que ficava atras do palco onde 5 meninas que aparentavam ter 15 anos, bêbadas e chapadas com tetinhas tão pequenas que desapareciam conforme a luz batia nela, dançavam seminuas. Subimos as escadas e chegamos em um quarto sujo e cheio de seringas já usadas e bitucas de cigarro, no quarto só havia um sofá sujo e empoeirado, uma cama que se você se jogasse lá, o estrato provavelmente desabava e uma mesinha de centro. Sentamos no sofá, Mark e mais um garoto jogaram as meninas quase inconscientes no chão e tiraram um saco de cocaína do bolço.

– Nossa - disse Logan - deve ter umas 60g ai

– 75g - respondeu Mark com um sorriso e começou a tirar de pouco em pouco e separar em carreiras. - Quem vai primeiro?

 – Eu. - respondi, escorregando meu corpo do sofá e sentando de frente a mesa de centro. Peguei a nota de 5 dólares enrolada e cheirei uma carreira com a narina direita, puxei tudo para dentro e logo cheirei outra com a esquerda. Logan logo se juntou a mim, me deu um beijo na boca e pegou a nota, cheirou uma carreira e voltou a me beijar, antes da droga fazer efeito nós estávamos nos beijando e tirando as roupas. Mark e o outro garoto olhavam com cara de excitados, acordaram aquelas garotas e fizeram elas cheirar. Logan tirava meu sutiã e eu abria seu cinto quando uma das meninas começou a gritar, ouvimos um barulho imenso de alguma coisa batendo no chão e quando olhamos, umas das meninas estava convulsionando, uma provável overdose.

– PORRA MARK. O QUE VOCÊ FEZ? - comecei a gritar, estava desesperada e Mark estava paralisado.

– Eu.... Eu.... Eu não sei - Mark gaguejou. Logan e o outro menino olhavam para nós com uma cara de assustados, a menina continuava a convulsionar e a outra garota estava desmaiada no chão. - Temos que levar ela pro medico

– Sim, temos. Mas se eu e Logan levarmos, vão fazer o exame de urina com a gente e vão descobrir que nós também usamos. Procurem pessoas limpas e levem ela rápido ao hospital. Falem que ela estava numa festa e quis usar, não diga quem deu, só diga que você encontrou ela no banheiro quase morta e decidiu leva-lá ao hospital porque se ela morresse, você se sentira culpado - falei, estava assustada pra porra mas precisávamos de um alibi.

– Ok mas quem está limpo? - o menino perguntou. Mark não estava, porque injetamos hoje de manhã e a droga ainda está em nosso organismo, eu e Logan, nem se fale. Só tinha duas pessoas que eu tinha certeza que hoje estariam limpos, bem, certeza não, eu esperava que sim.

– Sid e Tracy. - respondi - Eles com certeza estão limpos

– Verdade. Vamos falar com eles - achava que eles nunca fariam algo por mim, não depois do que aconteceu, mas eu estava errada. Pedimos para eles e ambos responderam que sim. Entramos no carro e fomos ao hospital mais próximo, uma quadra antes, eu, Mark, Logan e o menino que eu não sei o nome, descemos do carro.

Eu e Logan sentamos no meio-fio e ficamos nos encarando quietos por um tempo, a adrenalina era tanta que tínhamos saído da festa sem blusas. Ele se aproximou de mim e me deu um beijo. Nossa noite acabou assim, nós quatro sentados na rua olhando para o horizonte com cara de bunda. Logan e Mark dormiram na minha casa, bem, Mark dormiu, eu e Logan fizemos nossa própria festa festa. No dia seguinte, fomos até o hospital e lá estava a garota, cujo o nome é Melanie, deitada numa cama de hospital, inconsciente e com seus pais chorando deitados ao seu lado. Vendo aquela cena, eu tinha vontade de chorar, e me sentia culpada.

– Que bom que vocês estão aqui. Ela ficaria feliz - disse a mãe de Melanie que se levantava e vinha em nossa direção. - Sabe, Melanie não tinha muitos amigos, que bom que vocês vieram.

 – Oi... - eu disse, com um tom de voz triste e envergonhado

– Você deve ser o Mark? Melanie fala muito sobre você. John, esse é o Mark, o namorado dela. - Mark estava com uma cara chocada. Eu olhei para ele esperando uma reação mas ele não fez nada - Bem, quero dizer, ela gosta dele mas ela não da bola para ela... Mas ela vai ficar muito feliz de saber que você veio!

– Ela é uma menina maravilhosa - disse Mark com uma cara de choro

– É mesmo. Quando eu descobri o filho duma puta que fez isso com ela, eu acabo com ele. - o pai disse. Olhando para mim e para Logan que estávamos sem blusa

– São namorados? - a mãe perguntou para nós

– Não não. Só amigos - Logan disse. Todos nós estávamos com cara de choro

– Ela... ELA... ELA NÃO USARIA ISSO. MELANIE NÃO É ASSIM! - um garoto gritou

 – Pare Felipe. Ela usou. E isso não é da nossa conta, só precisamos rezar e esperar ela voltar para nós. - a mãe disse. Meus olhos se encheram de lagrimas, sai do quarto chorando e soluçando. Logan veio atras de mim e me abraçou. Saímos do hospital, lá fora eu acendi um cigarro e fiquei olhando para frente, com cara de choro ainda. Pensava que era nossa culpa que Melanie estava nessa situação, e eu nem me preocupei de saber o nome dela. Só descobri na hora que seu irmão gritou.

– Sarah... não é sua culpa. Não fique assim. - Mark que veio junto disse

– Eu sei. Na verdade, eu não sei. Eu não sabia nem o nome dela Mark, nem o nome dela.

– Relaxa Sah, amanha ela vai estar melhor. Você, eu e muitas outras pessoas tivemos uma overdose e ainda estamos aqui.

– Você tem razão. - eu levantei, dei uma tragada no cigarro e joguei ele no chão. Sai pelos portões do hospital e fui em caminho da minha casa. Seminua, com a maquiagem borrada e os olhos vermelhos. Parecia uma vitima de estupro, acendi outro cigarro e fui até minha casa.

Eu ainda sonho com o sangue de Pete espirrando em minha cara e com o os miolos dele voando em todas as direções antes dele cair naquele rio congelado.


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Notas finais do capítulo

Comentem :)



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