2. Mundo, outro plano não!

5 anos depois...

   Eu ri alto, empurrando o carrinho de compras rapidamente. Ouvi a risada escandalosa de Austin ao meu lado, o que me fez rir ainda mais, enquanto ouvíamos os xingamentos do segurança atrás de nós.

- CORRE FILHO! CORRE! – gritei, e ele fez o que eu mandei.

   Conseguimos despistar o velho no estacionamento, e rapidamente jogamos as sacolas de compras dentro do carro. Austin se jogou no banco de trás, ainda rindo, e eu botei o carro em movimento, arrancando pneu no asfalto. Virei para trás, e levantei a mão. Austin bateu nela, e rimos mais.

- O papai vai nos matar se descobrir! – falou entre risos.

- É o nosso segredo! – falei em tom conspiratório, e ele assentiu.

   Ai, como é bom sair com o meu bebê... É sempre tão divertido! Logo chegamos em casa, e ainda não conseguíamos controlar o riso. Só de lembrar da cara do segurança quando ele escorregou por causa de Austin...

   Dá vontade de voltar no tempo só para ver de novo!

- Vocês fizeram merda. – Alice afirmou assim que olhou para as nossas caras, na cozinha.

   Austin me olhou, segurando o riso, assim como eu. Com a ajuda dele eu coloquei as sacolas de compras em cima da mesa e virei para Alice, com o riso lutando para sair.

- Mas é claro que não. – falei.

   Alice crispou os olhos.

- Bella, o que vocês arrumaram dessa vez? – ela perguntou.

   Austin não conseguiu se controlar e riu, assim como eu. Alice suspirou, e sorriu levemente olhando para nós dois.

- Mamãe, eu posso contar?! – ele perguntou.

   Assenti, ainda rindo, e ele começou a contar a história para Alice, que o colocara em seu colo. Comecei a guardar as compras no armário, e ria enquanto ouvia Austin contando como ele se agachou no chão do mercado, e o segurança caiu quase em cima dele, derrubou uma outra velha, uma “torre” de enlatados, e o quanto eu ri da cara de todo mundo enquanto o segurança nos xingava e perseguia.

- Bella, você só arrumava merda para o menino! – Alice disse, rindo.

- Eu? – perguntei inocentemente. – Mas eu não fiz nada!

- Foi divertido, tia! – Austin disse, balançando as perninhas. – O segurança ficou muito bravo, e a velha ficou lá largada no chão, e foi comida enlatada para todo lado!

   Alice revirou os olhos, riu e deu um beijinho na testa de Austin. Logo eu o mandei ir tomar banho, porque eu já começaria a preparar o jantar. Luce e Katherine estavam de folga, então era meu dia com as panelas. Alice suspirou, olhando para mim enquanto terminava de beber seu suco.

- Como foi? – perguntei.

   Ela fez um biquinho.

- Maria apareceu por lá. – murmurou.

   Parei tudo o que estava fazendo, colocando as mãos na cintura. Maria era realmente um pé no saco! Cadê a faca para eu matar essa desgraça? Mas que merda de mulher, misericórdia.

- Ele te ofendeu?

   Alice deu de ombros.

- O mesmo de sempre. – falou. – Esperou me encontrar sozinha para ficar me dizendo que Jasper é dela, que eu não tenho talento, que eu sou feia, gorda, e ela é linda e Jasper nunca vai me querer!

   Reviramos os olhos as mesmo tempo, bufando.

- Como se eu ainda me importasse com ele. – ela murmurou.

   Suspirei.

- Alice, não diga isso. – falei, e ela me olhou interrogativa. – Não diga que não se importa. Você ainda o ama, e sabe disso. Ficar prendendo isso só vai piorar a situação.

- Eu tenho que prender tudo isso se eu quiser esquecê-lo, oras. Ele continua me tratando friamente, completamente profissional. E Maria só contribui para que eu perceba o quanto tudo isso me faz mal.

   Suspirei, me sentando ao seu lado. Alice de repente ficara muito melancólica. Beijei o topo de sua cabeça, e a abracei.

- Não deixe as palavras dela te machucarem, ok? Você é linda, não tem nada de gorda, e está entre as cantoras mais tocadas há quatro anos. E qual é o talento dela? Ser odiada por todos.

   Alice riu, assentindo. Nós nos separamos do abraço e eu voltei a arrumar as coisas.

- OI LINDEZAS! – Rose gritou, nos assustando.

- Porra, Rose! – Alice bufou.

- Olha a boquinha suja, amore. – Rose disse rindo, dando um beijo na testa de Alice. – Cadê o meu afilhado?

- É assim agora? Chega aqui, não me abraça, nem fala comigo direito mais! – falei, fazendo um biquinho.

   Rose me olhou séria e fez um gesto com as mãos como se não importasse.

- Vim ver o meu afilhado, querida. Não você.

- Ai! – Alice disse rindo.

   Revirei os olhos e Rose riu, vindo me abraçar apertado. Assim que nos soltamos, um furacão chamado Austin entrou na cozinha e pulou nas costas de Rose, tentando escalá-la como um macaquinho.

- TIA! – ele gritou.

- TONINHO! – Rose gritou de volta, pegando-o no colo e o rodopiando.

   Eu e Alice fizemos careta diante do apelido, e Rose riu da nossa cara.

- Tia, cadê o tio Emmett? – Austin perguntou com os olhos brilhando. – Ele disse que me ensinaria mais piadas!

- Nada de piadas vindas de Emmett! – falei rapidamente.

   Rose assentiu ao que eu disse à Austin, e ele choramingou. Logo Rose prometeu levá-lo ao cinema para ele ver o filme que ele quisesse, ele sorriu animado, logo correndo para a sala para ver desenho. Rose se sentou à bancada, apoiando o rosto nas mãos.

- Cadê as meninas? – ela perguntou.

- Na escola. – falei.

   Alice se levantou rapidamente, ainda mastigando um biscoito.

- Isso me lembra que eu tenho que ir busca-las! – falou apressada. – Vou comprar umas coisas para elas. Mais tarde estamos aqui, ok?

   Assenti e ela correu para o quarto para trocar de roupa. Logo  Alice apareceu arrumada e nos abraçou, correndo para fora de casa rapidamente.

- Nem parece que cinco anos se passaram... – Rose murmurou de repente.

   Peguei uma travessa no armário para a lasanha que faria, e coloquei a mesma em cima da bancada ao lado de Rose, e a olhei confusa.

- Para mim parece que se passaram uns dez anos, isso sim! – falei rindo. – Nessie e Mel estão enormes, Austin nem parece aquela bolinha loira que precisava de mim para tudo, e Alice não pode nem sair para comprar um pão que já tem meia dúzia de paparazzi atrás dela!

   Rose riu, revirando os olhos e remexendo seu copo de suco.

- Eu sei, olhando por esse lado realmente parece que se passou muito tempo. – ela murmurou melancólica.

   O que essa mulher tem, senhor?

   Parei tudo o que estava fazendo e me encostei na pia, colocando as mãos a cintura.

- Mas olhando por outro lado...?

   Rose suspirou e encostou a testa na bancada, esticando os braços acima da cabeça. Arqueei uma sobrancelha, confusa, e Rose grunhiu.

   Ela grunhiu.

   Novamente: O que essa mulher tem?

- Eu continuo na mesma! – ela lamuriou.

- Como assim na mesma?

- Na mesma!

- Explica!

- EXPLICAR O QUE?

- EXPLICA O QUE VOCÊ ESTÁ DIZENDO!

 Paramos de gritar e ficamos olhando uma para a outra. Eu confusa e Rose agoniada. Ela grunhiu de novo e bateu a cabeça novamente na bancada, dessa vez com força demais, e rapidamente levantou, gemendo de dor com a mão na testa. Revirei os olhos e rapidamente coloquei cubos de gelo em um saquinho, e entreguei a ela. Rose murmurava coisas desconexas, enquanto pressionava o gelo com a testa.

- Você não está bem. – afirmei segurando o riso.

   Rose suspirou e sentou à bancada novamente.

- Eu quero casar. – ela disse.

- Hã?

- Casar.

- Você quer casar?

- Sim, eu quero casar.

- Com quem?

   Rose crispou os olhos para mim e deu um tapa na mesa.

- COM O PAPA, BELLA! EU QUERO CASAR COM O PAPA!

- NÃO GRITA!

- VOCÊ TÁ MUITO LERDA HOJE!

   Ri, e Rose revirou os olhos.

- Casar com o Emmett? – perguntei, e ela assentiu. – Para quê?

- Como assim “para quê”? Eu quero casar, oras! – falou parecendo chateada. – Estamos namorando há cinco anos, e até agora ele não deu nem sinal de que quer me dar um anel!

- Você realmente faz questão disso? – perguntei fazendo careta.

   Rose bufou.

- Bella, eu sempre quis casar. Você é que fica com essa carranca e fazendo careta quando falamos sobre isso. Deve ser por isso que Edward até agora não te pediu em casamento!

   Dei de ombros. Eu realmente não me importava com isso... Edward comprou alianças, até. Para selar nosso compromisso, mostrar que estávamos juntos. E caramba, nós morávamos juntos e tínhamos um filho (na verdade, quatro filhos, praticamente).

   Rose suspirou, e só então eu percebi o quanto aquilo a estava corroendo de verdade. Sorri levemente, sentando ao seu lado.

- Você quer mesmo casar, morar com Emmett, ter filhos? – perguntei.

   Ela assentiu, com uma carinha fofa e um biquinho. Awn.

- Ele provavelmente pensa nisso, Rose. Vocês estão juntos há cinco anos, é impossível que ele não tenha pensado nisso! Fora que vocês se amam, então...

- Eu tenho um plano.

   Mundo, outro plano não. Por favor.

- Sem planos, Rose. Por favor! – pedi.

   Ela sorriu perversa.

- Oh sim, eu tenho um plano.

   Gemi, passando a mão no rosto.

- Olha, nós estávamos num momento tão tranquilo e bonitinho aqui, por que estragar com essa sua cara de malícia e esse sorriso perverso? Poxa, deixa as coisas acontecerem naturalmente! – praticamente implorei.

   Rose revirou os olhos, ficando de pé e sorrindo animada.

   Cadê a carinha triste? Cadê o biquinho? Cadê os olhos lacrimejantes?

- Se eu for depender de deixar as coisas agirem naturalmente, vou morrer velha, solteira e com dez gatos para alimentar! – ela disse. – Sim, sim, já está quase tudo arquitetado!

 - Rose... – tentei persuadi-la, mas ela me cortou.

- Você, é claro, vai me ajudar! Vamos mostrar ao Emmett o quanto eu seria uma boa esposa! Vamos mostrar a ele como eu cozinho bem...

- Você não sabe nem acender o fogão direito.

- ... Vamos mostrar a ele o quanto eu sou uma ótima mãe...

- Você sempre perde o Austin no shopping.

- ... E o quanto eu sou uma boa dona de casa!

- Você odeia faxina.

   Rose ainda sorria, parecendo ver todo o seu magnífico plano em sua mente. Suspirei.

- Rose, não inventa! – pedi. – Emmett te ama, e ele sabe que você não cozinha e que odeia faxina!

   Ela arregalou os olhos, me olhando.

- Então deve ser por isso que ele não me pediu em casamento ainda!

   Ai meu Deus.

- Rose...

- Vamos mudar isso! Vamos mostrar a ele que eu mudei!

- Mas você não mudou!

- Isso é um mero detalhe, Bella! Deixa de ser estraga prazeres, ok?

   ESQUECE A FACA, ALGUÉM ME DÊ UMA ARMA!

- Rose, não vai dar certo!

   Ela bufou, colocando as mãos a cintura.

- Com esse seu pessimismo, é claro que não vai!

   Ah caramba, desisto.

- Ok, eu te ajudo. – falei cansada, e ela sorriu abertamente. – Mas depois não diga que eu não avisei caso dê tudo errado!

- Não vai dar errado. – falou convicta.

   Revirei os olhos, sorrindo, e me levantei para terminar de preparar a lasanha. Rose me ajudava me entregando os ingredientes que eu precisava, enquanto contava com entusiasmo cada passo de seu plano.

   Lá vamos nós novamente...

[...]

   Eu passava o creme em minhas pernas quando Edward entrou no quarto, esticando os braços. Admirei seu peito nu, e ele sorriu torto ao ver meu olhar de peixe morto.

   Ou muito vivo se for considerar o que eu senti quando ele se jogou ao meu lado, tirou o creme das minhas mãos e começou a acariciar minhas pernas.

- Austin, Nessie e Mel dormiram? – perguntei ofegante.

   Ele apenas assentiu e colocou o corpo sobre o meu. Seus lábios encontraram os meus, e eu senti aquele arrepio tão conhecido percorrer a minha espinha. Seus lábios se moviam com os meus, enquanto sua língua acariciava minha boca e suas mãos percorriam meu corpo. Sentir seu peso em cima de mim era de longe um incômodo.

   Abracei sua cintura com as minhas pernas, e ele sorriu contra os meus lábios. Rapidamente nos virei, ficando por cima dele. Edward sorriu, subindo suas mãos pelas minhas coxas, e eu desci meus lábios para o seu peito.

   Sua respiração ficou pesada, e sorri ao ver seus olhos fechados e suas mãos apertando minhas coxas com mais força. Desci meus beijos pelo seu peitoral, e quando cheguei à sua calça a arranquei rapidamente. Edward riu, me olhando com olhos ardentes.

   Rapidamente peguei o “Ed Júnior”, - como Edward havia apelidado - que já estava animado. Ri quando eu lembrei do apelido, e Edward me olhou sem entender, com desejo nos olhos. Logo controlei o riso e caí de boca em toda sua extensão. Edward gemia alto, segurando firmemente em meus cabelos. Quando eu senti que ele já estava a ponto de gozar, ele me puxou para o seu colo.

   Logo minha camisola foi jogada para um canto qualquer, e Edward me beijava urgentemente. Arfei quando senti seus dedos em minha intimidade, me deixando ainda mais excitada. Gemi alto, sem querer, e ele mordeu meu pescoço de leve. Sem aguentar mais toda aquela tortura, empurrei Edward na cama e ele rapidamente rolou nossos corpos, parando em cima de mim. Praticamente gritei quando o senti me preencher. Edward distribuiu beijos por todo o meu colo, e acariciou meus seios. Suas estocadas começaram devagar, e logo atingiram um ritmo constante e rápido.

   Eu gemia, segurando fortemente no lençol abaixo de mim. Edward colou seus lábios nos meus, me beijando ardentemente, enquanto os espasmos se espalhavam por nossos corpos, quase atingindo o clímax.

   Logo viemos juntos, e Edward gemeu longamente, estocando mais duas vezes até cair sobre mim, com a cabeça no vão entre os meus seios. Ele respirava pesadamente, assim como eu, e sorri, acariciando seus cabelos ainda mais revoltados.

   Ele ficava tremendamente sexy daquele jeito.

   Minutos depois ele levantou o rosto e me olhou com um sorriso torto. Ele impulsionou para cima, e o senti sair de mim. Soltei um muxoxo e ele riu baixinho, acariciando meu rosto e roçando seus lábios nos meus, mordendo levemente meu lábio inferior.

- Linda. – ele murmurou.

   Suspirei, esticando meus braços e o abraçando. Edward sorriu mais e me envolveu em seus braços, deitando no colchão e me colocando deitada sobre o seu peito. Senti seus lábios em meus cabelos, e um cansaço se abateu sobre mim de repente.

- Amor, amanhã você pode ir à empresa? – ele perguntou minutos depois.

   Bocejei, me aconchegando melhor em seu peito. Levantei um pouco o rosto para olhá-lo.

- Posso, é claro. Mas e Marie?

   Marie era sua secretária nova. Mas ela já era idosa, tinha 65 anos e estava passando por alguns problemas de saúde, por isso sempre que ela precisava ir ao hospital, eu ia para a empresa ficar em seu lugar. Edward diversas vezes insistiu para que ela saísse do emprego para se cuidar melhor, mas ela insiste em permanecer. Segundo ela, seu menino Edward precisa dela e ela não sairia de lá até que fosse obrigada a ficar numa cama de hospital.

- Ela está internada. – ele murmurou. – Acho que dessa vez ela vai sair de vez.

   Suspirei.

- É algo sério?

- O marido dela, Joe, me disse que é apenas devido ao esforço físico que ela tem feito. Mas ela tem problemas cardíacos, então o médico receitou que ela ficasse de repouso por um tempo.

   Edward parecia preocupado, e eu sorri.

- Ela vai ficar bem. – falei, e ele assentiu, sorrindo levemente. – Então quer dizer que eu vou voltar a ser a sua secretária, Sr. Cullen?

   Edward riu e colocou seu corpo sobre o meu novamente, impulsionando seu quadril para o meu, e eu senti o quanto ele já estava animado novamente.

- Sim, senhorita Swan. – falou, mordendo de leve minha bochecha.

   Ri, enlaçando meus braços em seu pescoço.

- Seja bonzinho comigo. – pedi.

   Edward fez uma falsa expressão inocente.

- Mas eu sempre fui. – falou.

   Revirei os olhos, e Edward me beijou. Sorri contra seus lábios.

   Edward pode ter melhorado com o tempo, mas ele sempre seria um demônio como chefe.

   Mas isso já não me parece tão irritante... É até sexy.