3. Mundo, você quer que eu tenha uma síncope?

   Eu desliguei o telefone e estiquei os braços.

   Era bom estar à ativa na empresa novamente. Nesses últimos 5 anos eu ficava mais em casa, fazendo meu papel de mãe. Não que eu não gostasse, longe disso. Era até estranho eu amar meu papel de mãe, considerando o fato de que antes eu nunca me imaginara assim. Mas ser útil para várias coisas é, definitivamente, ótimo.

   Meu celular tocou, e eu rapidamente o atendi.

- SOCORRO! – Tanya gritou.

- O que aconteceu?!

- Meu bolo acabou, Bella... – ela choramingou. – Eu comi tudo, e quero mais!

- Tanya, você comeu o bolo TODO? – perguntei surpresa.

   Era um bolo enorme! Ela murmurou um “Sim” murcho e suspirou. Céus, tem algo errado com ela. Não é possível.

- Tanya, você não acha que anda comendo demais? – perguntei desconfiada.

- Eu sempre comi demais.

- Mas não tão desesperadamente.

- O que você quer dizer? – ela perguntou tensa. – Bella será que eu estou com verme?!

   Suspirei.

- Se você considera um bebê como um verme...

   Mal terminei de falar e ouvi o estrondo de algo caindo no outro lado da linha. Chamei por Tanya, e ela ficou em silêncio. Eu apenas ouvia sua respiração.

- Tanya, fala comigo!

- N-Não é possível, eu não... – ela murmurava atordoada. – Eu tenho que ir.

   Ótimo. Ela desligou na minha cara. Eu mereço isso, Mundo? NÃO, EU NÃO MEREÇO!

- Com licença. – uma mulher disse.

   Olhei para cima e vi uma ruiva me encarando seriamente. Ela me observou de cima a baixo, e eu a observei do mesmo jeito.

- O que deseja?

- Quero falar com Edward Cullen. – falou fazendo um biquinho no final.

   A mulher faz biquinho, tipo aquelas garotas da favela quando dão fora em alguém e se sentem a rainha da cocada preta, e quer parecer “mais” do que eu.

   Querida, a única que brilha aqui sou eu.

- Ele não pode lhe atender no momento. – falei, tentando soar educada.

   A ruiva arqueou as sobrancelhas para mim e pôs as mãos na cintura.

- Querida, avise a ele que VICTORIA VOLTURI está aqui!

  COM QUEM ELA PENSA QUE ESTÁ FALANDO? COM AS NEGAS DELA?

- Querida, - despejei meu ácido na palavra – eu já disse que ele não pode atendê-la agora.

- Eu ordeno que você comunique a ele que eu estou aqui imediatamente, empregadinha!

   Eu vou matar essa vadia.

   Fiquei de pé rapidamente a olhando desafiadoramente, e eu já ia chama-la de tudo quanto era nome quando a porta da sala de Edward se abre, e ele sai de lá com dois senhores, que haviam vindo para uma curta reunião com ele sobre as finanças da empresa. Os senhores se despediram de mim sorridentes, e eu sorri para eles, acenando, enquanto os mesmos entravam no elevador.

   Edward nos olhou com curiosidade, se aproximando.

- Desculpe, a senhorita é...? – ele perguntou para a tal Victoria, que fez uma falsa expressão de tristeza.

   Vai ser sonsa assim na...

- Oh querido, não se lembra de mim? – ela perguntou fazendo uma voz enjoativamente doce.

   Crispei os olhos para Edward, que olhou para a mulher, confuso.

- Eu deveria lembrar? – ele perguntou.

   Sorri, e a tal Victoria suspirou.

- É claro que sim, querido. Sou Victoria, não se lembra?

   Edward continuou olhando para ela com cara de paisagem, e eu senti vontade de dançar na cara deslavada dela.

- Victoria Volturi. – ela falou com um sorrisinho.

   Edward fez uma expressão de quem havia se lembrado de algo, e sorriu cordial para ela.

- Ah sim, filha de Aro Volturi, certo? – ele falou, e ela assentiu. – E o que a trás aqui?

- Eu vim conversar com você. – ela disse fazendo menção de colocar uma mão no peito de Edward.

- Mas infelizmente ele não tem tempo para “conversar”, queridinha. – falei, me metendo no meio dos dois.

   Victoria de olhou com raiva, e Edward sorriu, abraçando minha cintura.

- Minha esposa tem razão, senhorita Volturi. Se não for algo de extrema importância, não poderei falar com você agora. Desculpe.

  Victoria arregalou os olhos.

- Ela é a sua esposa?

   Amarrei a cara, e Edward acariciou minha cintura, sorrindo.

- Sim, ela é a senhora Cullen. – falou risonho.

- Mas não ouvi falar em casamento algum.

- Não somos casados oficialmente.

- Então se não assinaram papéis vocês não são...

   A interrompi, me controlando para não puxar aquela juba de leão ruiva.

- Nós somos casados, e ele não pode te atender. Edward, sua reunião com os sócios começa agora, vai. – falei entredentes.

   Edward controlava um riso.

   Idiota.

   Ele me deu um selinho e se foi para a sua sala. Victoria crispou o olhos para mim, e eu crispei os meus para ela. Logo ela jogou seus cabelos e saiu desfilando para o elevador.

- Vadia. – rosnei, me sentando à mesa novamente.

- Fica calma, amor. – Edward falou rindo, saindo de sua sala na mesma hora em que as portas do elevador se fechavam.

- Edward, some daqui. – falei entredentes.

   Ele riu e foi em direção à sala de reuniões. Logo os sócios chegaram, e eu os levei até lá, voltando logo em seguida para a minha mesa.

   Ótima forma de retornar ao trabalho.

[...]

   Hoje era aniversário do Stephen, e Alice havia planejado uma festa surpresa para ele. Seria no próprio apartamento dele, e eu desconfiava que ele já sabia de tudo, porque quando Alice pediu a chave do apartamento ele nem perguntou para quê ela queria.

   Eu, Alice, Nesse e Mel terminávamos de arrumar as coisas na sala do apartamento, enquanto esperávamos por Rose. Edward, Austin e Emmett viriam apenas mais tarde com Stephen, porque pedimos para eles distraírem o aniversariante.

- Bell, onde eu coloco essas estrelinhas? – Nessie perguntou.

- Cole-as naquela parede, Nessie! – Alice respondeu por mim, apontando para a parede atrás da mesa de comidas. – Coloque-as espalhadas!

    Nessie sorriu e foi fazer o que Alice mandou. Logo Mel terminou de amarrar as fitas nas bolas já cheias de ar, e foi ajudar Nessie a colar as estrelas.

- Elas estão tão grandes... – murmurei enquanto as observava.

   Alice revirou os olhos.

- Bella, para de fazer essa cara de nostalgia e vem me ajudar a arrumar essas bolas! – ela falou.

   A ajudei a arrumar as bolas pretas e prateadas pela sala. A decoração estava até bonita, e tudo fora providenciado por Alice. Era tudo nas cores preto e prateado, uma grande mesa com comidas e bebidas perto da porta de vidro que levava à varanda e na parede ao lado da mesa estavam as estrelinhas que soltavam uma luz prateada que Nessie e Mel colavam, e mais em cima um cartaz escrito “HAPPY BIRTHDAY, STEPHEN!”. Alice havia empurrado a maior parte dos móveis para a parede, para abrir mais espaço, e no meio da sala havia um grande tapete quadriculado preto e branco, e o globo de luz no teto, que soltava luzes coloridas. Um som com enormes caixas de som estavam em cima da lareira, e Alice havia espalhado uns pufes brancos por todo o cômodo. Era tudo bem grande, então não houve problemas em arrumar tudo o que ela havia arrumado.

   Mas o objeto de terror da noite, na minha opinião, estava lá também.

   Um karaokê.

   Acho que Alice, mesmo já com 24 anos, esquece o resultado da soma de festa + bebida + gente bêbada + karaokê. E bêbado quando começa a cantar para outros bêbados se empolga, porque todo mundo bate palma, canta junto, e o “cantor” acha que está abafando. Ou seja: fodeu.

   Ouvimos batidas na porta, e eu pedi para que Mel abrisse. Ela foi, saltitando igual a uma bonequinha. Voltei a amarrar algumas bolas perto da mesa de comidas quando ouvimos Mel gritar. Eu, Alice e Nessie corremos até onde ela estava, assustadas, e quando vimos o motivo de seu  grito nós gritamos também.

- O QUE ACONTECEU COM VOCÊ?! – gritei para Rose.

   Ela sorriu, dando de ombros e retirando os óculos escuros.

- Eu sempre soube que Emmett gostava de loiras! – ela disse sorrindo abertamente. – E aí, o que acharam?

- EU ACHO QUE VOCÊ ENLOUQUECEU! – gritei, arregalando os olhos para as madeixas longas e com cachos largos de Rose.

   E loira.

   Rosalie Hale está loira!

   LOIRA!

- Bella, sem escândalo! – ela disse rindo.

- SEM ESCÂNDALO?! VOCÊ ESTÁ LOIRA! – gritei.

- Bella, meus ouvidos agradecerão se você parar de gritar! – Alice pediu.

   Assenti, ainda olhando surpresa para Rose, e levei um susto quando Alice gritou:

- VOCÊ ENLOUQUECEU, ROSE?

   Agora ela pode gritar, eu não.

   Cadê a minha moral nessa história?

- Eu achei que a tia Rose ficou linda! – Mel disse, olhando com olhos brilhantes para o cabelo de Barbie de Rose, que sorriu toda boba.

- Sim, ela parece uma boneca! – Nessie disse animada.

   Céus... Mundo, o que você está tramando agora? Quer que eu tenha uma síncope, é isso?

- Eu não acredito que você ficou loira só por causa daquele plano... – murmurei colocando uma mão no rosto. – Rose, seu lugar não é aqui. É no hospício.

   Ela deu de ombros, fechando a porta que ainda estava aberta e indo para a sala. Nós a seguimos, Alice tão surpresa quanto eu, e Nessie e Mel ainda a olhavam sorridentes. Rose deixou sua bolsa sobre um dos pufes e virou para nós, sorrindo de orelha em orelha.

- Não vão me dizer que eu fiquei feia? Eu nunca recebi tantos olhares na rua! – ela disse.

- Não ficou feio, você está linda, mas... – Alice murmurou, deixando a frase no ar.

- Parece outra pessoa. – completei sua frase.

   Rosalie revirou os olhos, e nós suspiramos. Nessie e Mel começaram a querer mexer no cabelo dela, e ela concordou, enquanto eu e Alice terminávamos de arrumar tudo.

   Sempre que eu olhava para Rose para falar ou pedir algo, eu levava um susto.

    Eu acho que eu nunca vou me acostumar com ela loira. Não mesmo.

   Quando olhamos no relógio, vimos que já marcava 18:00 da tarde. Os convidados começariam a chegar às 19:30 da noite, e a festa começaria às 20:00 que era o horário marcado para Edward e Emmett trazerem Stephen. Rapidamente fomos para o quarto de hóspedes, onde havia um banheiro. Havíamos levado nossa roupa da festa, e nos arrumaríamos lá. Primeiro arrumamos Nessie e Mel, e quando elas já estavam prontas, fomos nos arrumar. Rose foi tomar banho no outro banheiro do apartamento, e eu esperei Alice terminar de usar o do quarto. Logo ela saiu e foi se arrumar, e eu me enfiei debaixo do chuveiro.

   Assim que saí do quarto, vi Alice se arrumando em frente ao enorme espelho que havia em uma parede, e Rose sentada na cama já pronta, com Mel e Nessie. Peguei meu vestido e comecei a me arrumar. Eu mal havia colocado as sandálias quando a campainha tocou. Alice quase teve um enfarte. Rapidamente passou seu perfume e correu para fora do quarto para recepcionar os primeiros convidados.

- Ai, eu quero ver quem é que chegou! – Rose disse, pulando da cama. – Você vem?

- Daqui a pouco, vai na frente. – falei me olhando no espelho.

    Ela assentiu e saiu do quarto, com Nessie e Mel em seu encalço. Voltei a me olhar no espelho, crispando os olhos para as minhas pernas.

   Céus, eu já estou com 28 anos... Praticamente uma idosa. Suspirei olhando para os meus seios e coxas. Depois da gravidez de Austin eu tive que me afundar na academia, porque ganhei 15 quilos com a gravidez.

   Sim, 15 quilos.

   Durante 9 meses a minha alimentação se baseou em:

   *Café-da-manhã: ovos com bacon, bolo, rocambole e suco.

   *Almoço: lasanha, ou macarronada, ou as feijoadas que eu insistia para que Edward comprasse para mim, e claro, refrigerante.

   *Lanche da tarde: rocambole, bolo, refrigerante, brigadeiro, biscoitos e barra de chocolate.

   *Jantar: lasanha. Sempre lasanha.

   Fora os lanchinhos extras que aconteciam entre as refeições. Eu realmente não sei como não fiquei diabética. E o resultado disso foi 15 quilos a mais, meses na academia para perde-los e, agora, seios do tamanho do mundo.

   Já faz 3 anos e meio que eu não amamento mais o Austin, e mesmo assim os meus seios continuam parecendo os de uma vaca leiteira... Não tão grandes quanto na época da amamentação, é claro, mas bem maiores do que o normal. Edward diz que é melhor assim.

   Cara-de-pau. Como se ele fosse reclamar disso.

   E as minhas coxas eu já sei que não há jeito mesmo. Elas acabaram ganhando mais forma por causa da academia, mas até que eu gosto delas assim. Deixaram minhas pernas mais torneadas. O problema era quando eu usava um vestido como o de agora.

   Edward vai dar piti.

   Sorri satisfeita, imaginando a cara dele.

   Terminei de arrumar meus cabelos e resolvi sair do quarto. Levei um susto ao entrar na sala e ver umas 40 pessoas. Metade delas eu não conhecia, eram amigos de Stephen e Alice, e a outra metade era conhecida por mim. Avistei Jacob conversando com uma amiga de Alice, Rose e Nessie. Aparentemente os três paparicavam Nessie, que no auge de seus 12 anos corava com um sorrisinho. Avistei Mel com Alice e um grupo de meninos e meninas. Logo Rose me viu, e me chamou. Jacob sorriu para mim, me abraçando, e a amiga de Alice me abraçou apertadamente.

   Pelo o que eu me lembrava, seu nome era Lucy.

- Você está linda, Bella! – Lucy elogiou.

   Sorri agradecendo. Jacob me olhou com olhos avaliadores.

- Edward não vai gostar do comprimento desse vestido. – ele falou rindo.

   Rose e Lucy riram, e eu revirei os olhos, rindo também. Logo fui arrastada por Alice e apresentada a todas as pessoas. Ainda chegou um grupo de 10 pessoas depois, e eu me perguntei se teríamos espaço para nos movermos.

   Quando deu 20:30, meia hora depois do combinado, recebi uma mensagem de Edward dizendo que eles estavam no estacionamento do prédio. E aí foi uma correria só!

   Todos nós nos escondemos atrás dos móveis da sala, enquanto Alice apagava a luz e ficava próxima à porta. Passado um minuto, ouvimos a voz escandalosa de Emmett. Ele claramente tentava nos avisar que havíamos chegado.

- NOSSA, NÓS JÁ CHEGAMOS! FOI RÁPIDO! – ele gritou.

   Ouvi Rose rir ao meu lado. Stephen riu, e Edward mandou o irmão calar a boca. Logo o barulho da tranca da porta sendo aberta soou, e a luz foi acesa.

- SURPRESAAAAAAAAAA! – todos nós gritamos.

   Stephen deu um pulo, arregalando os olhos, e logo Alice pulou na frente dele rindo. Um enorme sorriso se espalhou em seu rosto, e ele a abraçou rindo. Vi Edward e Austin me procurarem com os olhos e acenei. Eles sorriram.

   Todos nós fomos parabenizar Stephen, que parecia mais do que feliz com tudo aquilo. Assim que terminei de abraça-lo e deseja-lo sucesso, senti um par de mãos em minha cintura. Fui arrastada para longe do “tumulto” e levada até o corredor vazio que levava aos quartos.

- Que porra de vestido é esse?

   Eita.

   Ri, bebendo um gole da minha bebida. Edward me encostou na parede, e colou seu corpo no meu. Dei um beijinho em seus lábios, sorrindo.

- Gostou? – perguntei.

- Eu gostaria mais se tivesse mais pano. Aqueles caras não são confiáveis. – ele murmurou.

   Envolvi seu pescoço com meus braços, e ele afundou o rosto em meu pescoço, roçando os lábios em minha pele.

- Já podemos ir embora? – ele perguntou. – Quero me afundar em você.

- Edward! – ralhei.

   Ele riu, me abraçando.

- Não haja como se não quisesse também!

   Revirei os olhos, rindo, e senti seus lábios nos meus. Um arrepio percorreu minha espinha, como sempre acontecia, e logo ouvimos Rose e Austin perguntarem onde estávamos. Suspiramos e voltamos para a festa.

[...]

- Agora eu vou! – Rose gritou mais do que chapada.

   Mel, Nessie e Austin já dormiam no quarto de Stephen há tempos, então não viram a baderna que fazíamos. Eu não estava bebendo tanto, então eu apenas ria de tudo o que aqueles bêbados faziam.

   Todo mundo bateu palmas quando Rose subiu pequeno palco improvisado, e Emmett sorriu igual a um retardado olhando para ela.

   Ele havia amado a mudança do cabelo dela, e passava a festa inteira a agarrando!

   Rose sorria abertamente enquanto escolhia uma música. Todos nós gritávamos para que ela escolhesse logo, e ela nos mandava calar a boca. Logo a música começou a tocar, e eu ri alto.

Man, I Feel Like a Woman – Shania Twain

- NÃO ACREDITO! – gritei.

   Rose riu e logo começou a cantar, fazendo dancinha e tudo.

Vou sair à noite, estou me sentindo ótima

Vou deixar tudo de lado

Quero fazer barulho, aumentar de verdade minha voz

É, quero gritar e berrar

.

Sem inibições, sem condições

Sair um pouco da linha

Não vou agir politicamente correta

Só quero me divertir um pouco

.

A melhor coisa de ser mulher

é ter pretexto de ter um pouco de diversão e...

Todos nós nos empolgamos, e começamos a cantar com ela. Alice pulava igual a uma pipoca, jogando os cabelos para todos os lados, e eu vi Stephen caindo de tanto rir.

   Edward me agarrou pela cintura e começou a dançar comigo. Eu ria, me segurando nele, enquanto ele nos sacudia.

Oh, oh, oh, ficar totalmente maluca - esquecer que sou uma dama

Camisas masculinas – mini saias

Oh, oh, oh, virar totalmente selvagem - é, fazer com estilo

Oh, oh, oh, entrar na ação - sentir a atração

Colorir meu cabelo - fazer o que eu quiser

Oh, oh, oh, quero ser livre - é, para sentir o que eu sinto

Cara! Me sinto como uma mulher!

.

As garotas precisam de um tempo - hoje vamos agarrar a

Chance de sair pela cidade

Não precisamos de romance - só queremos dançar

Vamos deixar nosso cabelo escorregar

.

A melhor coisa de ser mulher

é ter pretexto de ter um pouco de diversão e...

.

Oh, oh, oh, ficar totalmente maluca - esquecer que sou uma dama

Camisas masculinas – mini saias

Oh, oh, oh, virar totalmente selvagem - é, fazer com estilo

Oh, oh, oh, entrar na ação - sentir a atração

Colorir meu cabelo - fazer o que eu quiser

Oh, oh, oh, quero ser livre - é, para sentir o que eu sinto

Cara! Me sinto como uma mulher!

.

Ficar totalmente maluca

Dá para sentir isso?

Venha, venha querido

Me sinto como uma mulher

   Todo mundo bateu palmas e Rose mandou beijos, enquanto descia do pequeno palco improvisado quase tropeçando nos próprios pés.

- AGORA QUEM VAI?! – Alice gritou.

- BELLA! – Rose, Emmett, Edward e Jacob gritaram juntos.

   Eu me engasguei com a bebida, negando com a cabeça enquanto Edward e Alice riam e me empurravam em direção ao karaokê. Alice tirou meu copo de bebida da minha mão, enquanto eu choramingava, e todo mundo ria.

- Vai Bella! – Lucy gritou toda descabelada.

   Logo todo mundo gritou para que eu fosse, e eu suspirei, pegando o microfone. Passei pelas musicas, procurando uma que eu soubesse, e finalmente achei.

   Bom, amanhã eu posso dizer que estava tão bêbada quanto eles e não me lembrava de nada, MUAHAHAHAHAHAHAHA!

- VAI LOGO, MULHER! – Emmett gritou.

   Revirei os olhos, rindo, e deu play na música. Assim que começou, todo mundo a reconheceu e cantou o início junto.

How We Do (Party) – Rita Ora

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e festa

.

Encontrei a janela

Abri as cortinas para deixar entrar a luz ofuscante

Maquiagem pelo travesseiro

O que aconteceu? O que aconteceu?

O que aconteceu ontem à noite?

Você parece tão doce enquanto sonha

Segurando sua garrafa de Tanqueray

Nem é o fim de semana

Baby, é assim que eu sei que você é o cara para mim

.

Quero festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e festa

.

Porque quando o sol se põe, baby

Na avenida

Fico com aquela sensação bêbada de sexo

Sim, quando estou com você

Então ponha seus braços à minha volta

Estamos arrasando a cidade

Porque é assim que fazemos

.

Temos aquele jeito de amar doce e quente

Dançando no escuro

Nas ruas estamos correndo

Fechamos cada quarteirão

Então ponha seus braços à minha volta

Estamos arrasando a cidade

Porque é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

.

Ressaca, acho que estou quebrada

Você disse que a solução é uma dose de uísque

Eu disse, "cara, o que você está fumando"?

Mas tudo bem, encha um copo e ficamos jogados

.

Quero festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e festa

.

Porque quando o sol se põe, baby

Na avenida

Fico com aquela sensação bêbada de sexo

Sim, quando estou com você

Então ponha seus braços à minha volta

Estamos arrasando a cidade

Porque é assim que fazemos

.

Temos aquele jeito de amar doce e quente

Dançando no escuro

Nas ruas estamos correndo

Fechamos cada quarteirão

Então ponha seus braços à minha volta

Estamos arrasando a cidade

Porque é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

.

Quero festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e festa

.

Quero festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e festa

.

Porque quando o sol se põe, baby

Na avenida

Fico com aquela sensação bêbada de sexo

Sim, quando estou com você

Então ponha seus braços à minha volta

Estamos arrasando a cidade

Porque é assim que fazemos

.

Temos aquele jeito de amar doce e quente

Dançando no escuro

Nas ruas estamos correndo

Fechamos cada quarteirão

Então ponha seus braços à minha volta

Estamos arrasando a cidade

Porque é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

É assim, é assim que fazemos

.

E festa e bobagens

E festa e bobagens

E festa e festa

   Todo mundo aplaudiu enquanto eu ria e, quando fui descer do pequeno palco, senti os braços de Edward ao meu redor e seus lábios nos meus. Envolvi seu pescoço com meus braços, enquanto ouvíamos os assovios e os gritos ao nosso redor. Sorri entre o beijo, assim como ele.

[...]

   Eu me remexi, sentindo uma pontada na cabeça. Gemi. Senti um peso sobre a minha barriga e as minhas pernas. Olhei para o lado e vi Edward com o rosto afundando no vale entre os meus seios, seu braço sobre mim e sua perna embolada no meio das minhas. Sorri ao sentir o calor de seu corpo, e acariciei seus cabelos revoltados.

   O ouvi suspirar, e ele sorriu preguiçosamente. Beijei sua testa, e ele sorriu mais, afundando o rosto em meu pescoço e beijando minha pele.

- Bom dia, flor do dia. – ele murmurou.

- Bom dia, mozão.

   Edward riu, e quando foi colocar seu corpo sobre o meu para me beijar, quase enfartamos ao ver a carinha sorridente de Austin ao pé da cama.

- Bom dia, gente! – ele disse sorrindo.

   Eu ri, jogando meu rosto contra o travesseiro, e ouvi Edward bufar.

- Filho, você tem que parar com essa mania de chegar na hora em que o papai vai trabalhar.

   Austin o olhou confuso, todo inocente.

- Mas você ainda dormia, papai. E hoje é Domingo, esqueceu? Você não vai para a empresa hoje...

   Edward crispou os olhos para Austin, e quando ele abriu a boa para falar algo, eu me sentei rapidamente. Com alívio vi que usava um baby-doll. Abri os braços para Austin, que pulou na cama alta e se jogou nos meus braços. Ri dando beijinhos em seu rosto.

- Você tem razão, bebê! O papai não tem nada que “trabalhar” hoje. – falei, olhando para Edward, que fez uma carinha triste. – Que tal passarmos o dia inteiro vendo desenhos, hein?

   Austin concordou animado e pulou da cama, saindo do quarto enquanto falava em voz alta os nomes dos desenhos que podíamos ver.

- Sem brincadeiras? – Edward perguntou.

- Podemos brincar com o Austin, bolo de chocolate e desenhos, que tal? – falei.

   Edward grunhiu, se jogando na cama e afundando o rosto no travesseiro. Ri e pairei sobre as suas costas, beijando sua nuca. Vi Edward se arrepiar e se remexer levemente, e saí rapidamente da cama. Ele me olhou com uma carinha de dar dó, e eu apenas ri novamente.

- MAMÃE, VEM LOGO! – Austin gritou.

   Gritei que já estava indo e corri para o banheiro para tomar um banho. Rapidamente me lavei e fui para o closet. Coloquei uma roupa confortável e vi que Edward já havia saído do quarto.

   Fui para a sala, e vi Austin sentado no tapete da sala em meio a vários dvd’s e Edward na cozinha fuçando a geladeira.

- Cadê a Alice, Mel e Nessie? – perguntei.

- Austin disse que Alice saiu mais cedo, e pediu para que ele nos avisasse. – ele disse, pegando a jarra de suco. – E Nessie e Mel estão na casa dos meus pais.

- Ela não cansa nunca? A festa acabou às cinco da manhã! – falei surpresa, pegando os ingredientes no armário para preparar o almoço. – E quando foi que as meninas foram para a casa dos seus pais?!

   Edward me olhou estranho.

- As levamos lá, esqueceu? Quando saímos da festa. Eles ligaram de madrugada pedindo para elas ficarem com eles hoje.

- Eu não lembro de nada. – murmurei.

   Edward riu, balançando a cabeça.

- E Alice tem uma energia que não acaba nunca. – ele murmurou, se sentando à bancada e me olhando. – Vai preparar o quê?

- Lasanha.

   Edward fez careta, me fazendo rir. Até hoje ele não aguenta nem ver lasanha direito porque lembra dos meus 9 meses de devoção à lasanha. E esse é o prato preferido de Austin, então eu geralmente o faço ao menos 1 vez por semana.

   A casa estava tão estranhamente silenciosa sem Alice, Nessie e Mel que eu até estranhava, mas não foi ruim. Eu e Edward passamos o tempo inteiro com Austin, que ria sem parar tanto dos desenhos, quanto das palhaçadas do pai.

   Era bom vê-lo assim. Nós sempre nos esforçávamos para dar o máximo de atenção a ele, assim com as meninas também. Não queríamos que ele se sentisse sozinho. Criar Nessie foi fácil porque, na época, Alice praticamente vivia em casa e eu trabalhava, mas também tinha Rose, então ela sempre recebia atenção e não ficava sozinha. Mel também foi fácil, já que tem Nessie, e todos sempre procuramos dar o máximo de atenção a ela também. Isso é importante para uma criança, e ver Austin tão feliz enche meu peito de felicidade também.

   Eu parecia estar fazendo as coisas certas, afinal.

   Ouvi o telefone tocar, e estiquei meu braço para pegá-lo na mesinha ao lado do sofá.

- Alô. – atendi.

- BELLA, FUTRICOU TUDO! – Rose gritou no outro lado da linha.

   Edward e Austin me olharam curiosos, aparentemente ouvindo os berros de Rose.

- O que aconteceu?! – perguntei preocupada.

- Eu e Alice marcamos de sair hoje, mas o cotonete, vulgo Jasper, ligou para ela e pediu para que ela fosse até a gravadora para eles resolverem algumas coisas sobre o próximo álbum dela! – Rose dizia arfante, e eu ouvi buzinas ao fundo, acho que ela estava dirigindo. – Mas ela me ligou há um tempinho atrás e disse que ia me encontrar depois, mas agora ela me mandou uma mensagem dizendo que Maria apareceu por lá e que precisávamos ajudá-la!

- Como assim ajudá-la? – perguntei assustada. – Você acha que Maria surtou?

- O QUE VOCÊ ACHA?! – Rose gritou. – Eu estou indo para lá agora!

- Ok, eu estou indo também!

   Nós nos despedimos e contei a conversa para Edward. Rapidamente nós nos vestimos e logo estávamos dentro do carro. Só então, dentro da bolsa, eu vi que meu celular tinha ligações e uma mensagem perdida, tudo de Alice.

   Arregalei os olhos ao abrir a mensagem:

   “Maria está aqui! Me ajudem!”.

   Mundo, eu acho que você não irá sentir falta da Maria caso ela...

   Bom, por um completo acaso, morra.