Porto Seguro - 2ª Temporada escrita por Allie Próvier


Capítulo 10
10. Mundo, isso tudo está muito, muito perfeito


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos à Paulinha Vampira e a Rayane Marie, que deixaram recomendação na fic ♥ Amei, muito obrigada, meninas! *u*
Ah, esse capítulo também é dedicado à Izabella Lobo, que disse que vai fazer aniversário no Domingo! Essa menina é maluca, mas eu já adoro ela ♥ HUAHUAHHAHUAUAHUHA.
E... ESSE É O ÚLTIMO CAPÍTULO DA FIC!
Eu sei, eu não avisei, mas para compensar... Ele. Está. Gigante.
Sério, 35 páginas e 11.408 palavras não é para qualquer um não, viu.
Espero que gostem! *u*



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10. Mundo, isso tudo está muito, muito perfeito

No capítulo anterior...

“– Senhor Cullen?

   Todas as cabeças viraram para o Dr. Volturi, que apareceu com a expressão cansada e sério.

   Oh droga.

   Edward ficou de pé num átimo, assim como eu, Alice e Emmett.

– Como foi, doutor? – Edward perguntou nervoso.

   Dr. Volturi suspirou, ainda sério, e nos olhamos apreensivos.”

   Até que ele sorriu levemente.

   Safado... QUAL A GRAÇA DE BRINCAR COM O CORAÇÃO DAS PESSOAS ASSIM?!

- A cirurgia foi um sucesso. – ele falou.

   Foram 5 palavras que nos fizeram pular, - literalmente – de felicidade. Nos abraçamos, e Alice chorava, se agarrando em mim como um macaquinho. Ri a envolvendo em meus braços, e logo nos voltamos para o doutor novamente.

- Podemos vê-la? – perguntei.

- Agora não. Ela acabou de ser levada de volta para o quarto e precisa de repouso absoluto. – ele falou amável. – E eu recomendo que vocês façam o mesmo. Senhor Cullen, vocês tem filhos, não é?

   Edward apenas assentiu, ainda com o sorriso débil no rosto.

- Então eu recomendo que vá para casa, dê a boa notícia e descanse, todos vocês. Amanhã vocês poderão vê-la. – falou.

   Assentimos, e nos despedimos dele, agradecidos. Resolvemos ir todos para a casa de Esme e Carlisle. Já passava de 00:00pm, mas os dois ainda estavam acordados à espera de notícias. Alice decidiu ir no carro de Edward com ele, e eu fui com Emmett. Rapidamente chegamos à mansão dos Cullen, e fomos recebidos na porta por uma Esme afoita.

- Como foi? O que aconteceu? Ocorreu tudo bem? – ela desatou a falar, sem nos dar chance de abrir a boca. – Não fiquem calados, digam algo! Eu vou ter um enfarte daqui a pouco e...

- Mãe, fica calma! – Edward a segurou pelos ombros. – Respira.

   Esme respirou fundo e expirou, parecendo relaxar. Sorrimos.

- De acordo com o Dr. Volturi, a cirurgia foi um sucesso. – Edward falou.

   Esme sorriu abertamente.

- Oh, graças a Deus! – falou. – E vocês conseguiram vê-la?!

- Não, apenas a veremos amanhã. – falei. – O médico nos mandou descansar.

- É o certo. – Carlisle falou, aparecendo de repente. – Bella está em boas mãos, agora só nos resta esperar.

   Assentimos, e Nessie apareceu com uma expressão sonolenta. Passou os olhos pelo rosto de cada um de nós, até parar no de Alice. Ela sorriu fracamente, se arrastando até a irmã. Alice sorriu e a pegou no colo, com esforço. Nessie já estava no auge de seus 12 anos, afinal.

   Logo Esme, com todo o seu ar de mãezona (o que me fazia amá-la com todas as minhas forças) nos acomodou nos quartos de hóspedes.

- Aliás, o Jasper voltou para Nova York com você, Alice? – Emmett perguntou à Alice, antes da mesma entrar em seu quarto.

   Bufei disfarçadamente. Se tinha um nome que eu não suportava ouvir, era “Jasper”. Alice balançou a cabeça negativamente, ainda com Nessie em seu colo, na porta do quarto. Emmett assentiu e entramos no nosso quarto. Suspirei, colocando minha bolsa sobre a poltrona que havia em frente à sacada.

- Na próxima vez que Jasper aparecer na minha frente, vou dar um soco nele. – Emmett resmungou, tirando sua jaqueta e colocando-a sobre a poltrona também.

- Faça isso, ele merece. – falei.

   Emmett e me olhou e riu, e eu o acompanhei.

- Ele está deixando toda a família de lado. – falou cabisbaixo. – Sempre foi assim, na verdade, desde que começou a ser independente.

- Esme sente a falta dele. Ela sempre diz isso. – falei pensativa.

   Emmett suspirou, retirando seus sapatos e se jogando na enorme cama de casal que havia no meio do quarto. Fui até o closet que havia ali, e encontrei algumas poucas peças de roupas nossas. Sempre que dormíamos aqui, ficávamos nesse quarto, então Esme já dizia que era nosso e que podíamos deixar algumas peças aqui para casos emergenciais. Peguei um short e uma blusa confortáveis e rapidamente tomei um banho e os vesti, logo voltando para o quarto. Emmett foi tomar seu banho assim que saí do banheiro e logo foi para a cama também. Trocamos algumas palavras e logo ele me abraçou, e adormecemos juntos.

(...)

POV Alice

- Tudo bem, me mande tudo por e-mail então, Jéssica. Assim que eu terminar aqui eu verei. – eu falei ao telefone, enquanto empurrava calmamente o carrinho de supermercado e olhava as prateleiras.

- Tudo bem então. Ah, e o Stephen perguntou de você...

   Parei abruptamente, sentindo meu coração bater mais rápido.

- E-Ele perguntou? – gaguejei. – O que ele disse?

   Pude ouvir Jéssica rir.

- Ele perguntou sobre a Bella, e eu avisei sobre a cirurgia e tudo mais. Aí ele fez uma carinha pensativa e perguntou como você estava, aí eu expliquei. Aí ele foi embora sem dizer nada.

   Suspirei. Agradeci à Jéssica e logo encerramos a chamada.

   Continuei dando algumas voltas pelo supermercado para comprar as coisas que Edward havia escrito em uma lista. Bella poderia voltar para casa daqui a três dias, e ele queria tudo perfeito. Sorri ao me lembrar da carinha de felicidade dele. Edward era um fofo, e era o melhor pai de consideração que eu poderia ter.

   Logo eu terminei de fazer as compras e, à caminho do meu carro no estacionamento, vi alguns paparazzi à espreita me fotografando. Um deles estavam bem próximo de mim, e eu sorri levemente para ele, e ele sorriu abertamente para mim. Eu gostava do que fazia, e me deixava muito feliz em ver tanta gente me apoiando no que eu mais amo, mas as vezes eu gostaria de passar despercebida, nem que seja para ir ao mercado comprar manteiga.

   Uma vez eu fui fotografada enquanto comprava absorventes. Ri ao lembrar, e logo me enfiei dentro do carro após guardar as compras no porta-malas.

   Rapidamente me dirigi para a minha casa. O local estava vazio, apenas Luce e Katherine estavam na cozinha, e eu as cumprimentei. Luce insistiu para que eu deixasse as compras por lá mesmo porque elas arrumariam tudo.

- Ah, e tem uma visita para você. – Luce falou, sorrindo estranhamente.

- Visita? Mas eu não esperava ninguém. – falei confusa.

- Ele está na sala.

   Ele?

   Rapidamente fui para a sala, e travei na porta ao ver Stephen sentado em um dos sofás olhando distraidamente para a TV ligada em um canal de esportes. Ele me olhou e sorriu levemente, parecendo um pouco nervoso, e ficou de pé.

- Oi. – falou.

- Oi.

   Ficamos nos olhando por alguns segundos, em silêncio, até que Stephen o quebrou.

- Eu soube da Bella... Eu liguei para cá ontem a noite e a Luce atendeu, e me disse tudo o que aconteceu. Aí eu decidi vir... Você sabe, para dar um apoio a mais, e ver com ela está.

   Engoli em seco, assentindo.

   Senti o friozinho no estômago. Coisa de gente apaixonada, eu sei. Como quando você tem seu primeiro namorado, coisa de início de namoro. Mas céus... Sempre que eu o via, eu sentia isso.

   E isso significava algo.

- Daqui a pouco eu irei ao hospital para vê-la, apenas vou tomar um banho e colocar uma roupa mais confortável... Você se importa em esperar? Posso te levar. - falei.

   Ele apenas assentiu, e eu corri para o meu quarto.

   Rapidamente tomei um banho e coloquei uma roupa confortável para ir ao hospital. Voltei para a sala e chamei Stephen.

   Fomos até o hospital em silêncio.

(...)

- Amanhã eu voltarei para te ver novamente. – falei para Bella, abraçando-a.

- Traga mais chocolate. – ela falou ainda mastigando o chocolate que eu havia lhe dado.

   Edward crispou os olhos para ela.

- Você não pode ficar comendo essas coisas! – ele recriminou.

- Me deixa. – ela resmungou. – E Stephen, eu ainda estou esperando aquela música que você disse que iria dedicar para mim. Cadê?

   Stephen riu, pegando na mão de Bella e sorrindo carinhosamente para ela.

- Ela já está pronta e eu a cantarei no próximo show.

- Acho bom. – Bella limpou os dedos sujos de chocolate em um guardanapo e balançou a mão em nossa direção. – Agora vocês já podem ir, xô!

- Isso, me enxota mesmo! – ri alto. – Tchau, mal agradecida.

- Tchau, tchau!

   Bella sorriu para mim e mandou beijo, e Edward fez o mesmo. Ele passaria a noite no hospital com ela novamente. Eu e Stephen voltamos para o estacionamento, agora já estava de noite.

   Me encolhi em minha blusa de frio quando o vento gelado passou por nós, e entramos em meu carro. Liguei o aquecedor e coloquei o automóvel em movimento. Eu levaria Stephen até o hotel em que ele estava hospedado.

   Fomos todo o caminho em silêncio novamente. Situação incômoda.

   2 meses desde o nosso término...

   Já havíamos conversado, eu expliquei tudo à ele sobre o que realmente aconteceu, e ele disse que me desculpava por aquilo. Mas não voltamos.

   Pelo contrário, nos afastamos mais do que nunca. Eu odiava isso. Porque eu precisava dele, não só como namorado, mas como amigo.

   Stephen era meu melhor amigo. Eu não suportava estar ao lado dele nesse clima desconfortável...

   Suspirei e logo chegamos ao hotel. Estacionei na calçada e ele sorriu levemente para mim como forma de agradecimento. Assim que ele tocou na tranca do carro para sair, eu segurei seu pulso. Ele me olhou.

- Precisamos conversar. – murmurei.

- Não temos nada para conversar, Alice.

   Engoli em seco.

- Por que ainda estamos assim, Stephen? Eu já te expliquei tudo e você me perdoou!

   Ele suspirou e puxou sua mão da minha, passando-a pelos cabelos. Logo seu olhar se encontrou com o meu novamente.

- O que você sente por mim? – perguntou.

   O olhei sem entender. Não era óbvio?

- Eu te amo, Stephen. – falei com a voz vacilante.

   Ele sorriu fracamente, mas seu sorriso não chegou aos olhos.

- Alice, vai para casa e pense em tudo, ok? Em você mesma, em mim e no Jasper. Quando você tiver certeza do que realmente sente e do que realmente quer, me avise.

  Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa a mais, ele saiu do carro e se foi para o hotel. Suspirei encostando a cabeça no volante.

  Quem diria que a vida e o amor pudessem ser tão complicados?

(...)

POV Bella

   Assenti mais uma vez diante das instruções do Dr. Volturi. Resumindo: eu devo ficar de molho em casa até a próxima visita ao hospital para um exame, para ver qual o resultado definitivo da cirurgia.

   E eu não vou poder comer meus doces. Ou seja, serão dias longos, cansativos e estressantes.

   Logo ele saiu para que eu pudesse trocar de roupa, já que hoje eu FINALMENTE receberia alta.

   Alice e Rose, que haviam ido até a lanchonete do hospital para comer algo, logo voltaram para me ajudar a me trocar. Alice havia separado um vestido rosa “oi-estou-aqui” para eu vestir, e eu fiz careta e bati o pé, mas ela gritou para que eu vestisse.

   Vesti.

   Eu estava sentada na cama, terminando de calçar as sapatilhas, quando percebi a cara de quem comeu e não gostou da Rose.

- O que aconteceu? – perguntei preocupada.

   Rose bufou.

- Emmett nasceu. – ela resmungou.

- Ui! – Alice riu. – Mas ele não era o seu ursão até dois dias atrás?

- Não será por muito tempo.

   Eu e Alice reviramos os olhos.

- Ainda está nessa loucura de querer ser pedida em casamento? – perguntei. – Rose, quando você parar de cismar com isso, talvez as coisas aconteçam.

   Ela suspirou, sentando-se ao meu lado.

- Às vezes ele é tão lerdo que dá nos nervos! – ela sacudiu as mãos, fazendo uma carinha triste. – Ou se faz de burro, só pode! Olha como eu estou! - ela apontou para si mesma – Eu mudei por ele, tentei ficar mais bonita, e ele faz a egípcia para mim! Se faz de surdo, cego e mudo!

   Alice riu alto novamente, e eu sorri.

- Talvez ele esteja mexendo os pauzinhos sem você saber. – falei. – Ele andou ligando muito para o Edward, sabe.

   Rose revirou os olhos.

- Duvido. – ela murmurou, e suspirou. – Vamos deixar isso para lá, focaremos em você agora, senhorita Swan! Consegue ficar de pé?

   Ri.

- Rose, eu operei a cabeça, não amputei as pernas.

   Ela crispou os olhos para mim.

- Nem parece que estava doente, está muito engraçadinha para o meu gosto. Vem, eu te ajudo. – resmungou, me ajudando a ficar de pé segurando minhas mãos.

   Alice começou a dar uns pulinhos, sorridente.

- Edward me mandou uma mensagem, ele está no estacionamento com o Anthony! – ela falou.

- Austin. – corrigi.

- Toninho. – Rose falou, com um sorriso presunçoso.

   Revirei os olhos.

   Elas me ajudaram a pegar minha pequena mala que estava lá, e no corredor eu encontrei o Dr. Volturi. O agradeci por tudo, e ele me fez prometer que eu iria seguir à risca todos os cuidados que ele disse.

   Chegamos no estacionamento e eu senti o Sol quentinho em minha pele. Céus, isso é bom demais. Minha nuca ainda latejava levemente, não era doloroso, mas incômodo. Mas tudo isso pareceu desaparecer quando vi Austin.

   Seus cabelos loiros escuros (atingindo o tom de bronze com os de Edward) reluziam sob o Sol, e ele tinha um sorriso bobo no rosto, enquanto conversava algo com o pai. Senti meu peito esquentar ao ver seus olhinhos verdes se encontrarem com os meus, e ele gritou feliz, pulando do capô do carro. Sorri abertamente, dando uns passos rápidos, até que senti ele pular em meu pulo. O abracei fortemente.

   Eu estava há dias sem vê-lo, pois acharam que não seria bom ele me ver internada naquele estado. Suspirei seu cheirinho de neném, e espalhei beijinhos em seu rosto, escutando sua gargalhada gostosa.

- Senti sua falta, mamãe! – ele falou, segurando meu rosto entre suas mãozinhas quentes. – Você tá melhor?

   Sorri, sentindo vontade de não largá-lo nunca.

- Estou sim, querido. – falei, dando um beijinho em uma de suas mãos. – E você andou engordando, né? Sua avó está te dando vitamina?

   Austin fez careta, me fazendo rir.

- Eu não aguento mais vitamina de beterraba... – ele resmungou. – Vamos pra casa logo, mamãe. Por favor.

   Rose e Alice, que estavam ao nosso lado, riram. Olhei para trás de Austin e vi Edward de braços cruzados, me olhando com aquele sorriso torto e sexy.

   Austin, que já estava grande e pesado, saiu do meu colo e pegou em minha mão, me puxando delicadamente até o carro. Edward envolveu minha cintura com seus braços, em abraçando carinhosamente.

- Você está parecendo uma bonequinha. – falou contra os meus cabelos, depositando um leve beijo em minha testa.

   Sorri, me aconchegando em seu peito.

- Ai, que momento ternura! – Rose suspirou. – Agora vamos para casa? Eu preciso ir ao banheiro.

   Reviramos os olhos e rimos, logo entrando no carro. Alice decidiu ir no carro de Rose, e eu e Austin nos enfiamos no Volvo de Edward. Respirei o cheirinho de menta que o interior do carro tinha. Eu sentia falta daquele cheiro.

   Edward sorriu para mim, logo colocando o carro em movimento. Sua mão segurava a minha sobre a minha coxa por todo o caminho até em casa, enquanto Austin ia narrando tudo o que aconteceu em seu último mês na casa da avó. Nessie e Mel nos esperavam em casa, junto com Emmett, Esme e Carlisle.

   Eu não via a hora de vê-los logo.

   Como o trânsito estava bom, chegamos em casa rapidamente. Edward pegou minha mala e me segurava pela cintura até entrarmos em casa. Fomos recebidos por Esme, que me deu um abraço apertado.

- Estivemos tão preocupados, Bella! – falou, acariciando meu rosto. – É maravilhoso vê-la bem agora!

- Obrigada, Esme. – agradeci. – Eu senti a sua falta!

   Ela sorriu, e me abraçou pelos ombros com carinho, me levando para a sala. Encontramos Emmett, Carlisle, Mel e Nessie no sofá. Eles rapidamente ficaram de pé e vieram até mim, me enchendo de abraços e beijinhos.

   Emmett me deu um abraço de urso, me levantando no ar. Ri alto, batendo de leve em seu braço que parecia ainda maior desde a última vez que eu o vi.

- Anabolizantes fazem mal, Emmett! – falei quando ele me pôs no chão.

   Todos riram, e Emmett bateu no próprio bíceps, sorrindo abertamente.

- Essa gostosura toda é natural, Bellinha! – falou.

   Ri e abracei Mel, que rodeou minha cintura com seus bracinhos.

- Senti a sua falta, mãe. – falou, sorrindo carinhosamente para mim.

   Beijei sua testa, acariciando seu rosto.

- Também senti a sua falta, princesa. – falei.

  Olhei para Nessie, que sorria para mim. Abri meus braços e ela riu, me abraçando fortemente. Caramba, ela crescia mais a cada dia! Nem parecia mais aquele bebezinho que eu tive que pegar no colo quando perdi nossos pais...

   Logo todos começaram a me paparicar, me colocaram sentada em uma poltrona e conversamos. Esme apareceu com bolos, chá e suco, com a ajuda de Luce e Katherine. Passamos a tarde inteira jogando conversa fora. Carlisle contava de todas as travessuras de Austin, enquanto o mesmo escondia o rosto e pedia para o avô parar de lhe entregar.

   Quando deu 18:00pm, ouvimos a campainha tocar. Edward foi atender a porta e eu dei um grito ao ver Jacob aparecer na sala segundos depois. O abracei fortemente, e ele riu do meu entusiasmo.

- Finalmente consegui uma folga! – ele falou quando nos separamos.

- Você demorou tanto! – reclamei.

   Jacob havia sem mudado para Boston há alguns meses, por causa de uma proposta de trabalho em um grande hospital de lá e fazia tempo que não nos víamos. Eu apenas tinha notícias dele pelo telefone e por e-mail, assim como todos os outros. Todos o cumprimentaram calorosamente, e ele se sentou no sofá, contando como andava sua vida. Agora ele estava namorando uma garota chamada Emma, e prometeu trazê-la um dia para nós a conhecermos.

   Em certo momento, enquanto todos estavam distraídos conversando, Edward pegou em minha mão e me levou para a cozinha. O olhei curiosa, e ele pôs um dedo em frente aos lábios, pedindo silêncio.

- O que aconteceu? – perguntei mesmo assim.

- Eu preciso da ajuda de vocês!

   Gritei de susto ao ver Emmett saindo de não sei aonde, e Edward tapou minha boca.

- Vocês estão bem?! – ouvimos Esme gritar.

- Sim, Bella apenas viu uma barata! – Edward gritou de volta.

   Logo todos na sala voltaram a conversar, e Edward e Emmett suspiraram aliviados.

   Eles estão com cara de quem planeja fazer merda.

   E estão querendo me colocar na merda junto com eles. Mereço.

- Edward, eu e Katherine já vamos embora. – Luce anunciou, ao lado de Kate.

   Edward sorriu e agradeceu, e elas se despediram, indo embora em seguida. Edward me colocou sentada em uma das cadeiras altas da bancada da cozinha, e se pôs do outro lado com Emmett, ambos de olhando com aquela cara de pirralho arteiro.

- Desembuchem logo. – resmunguei. – O que vocês tem?

- Eu vou casar com Rose. – Emmett disse de supetão.

   Fiquei olhando por alguns segundos, antes de suspirar e colocar as mãos para cima, olhando para o alto.

- Cadê o coro de aleluia?! – falei, balançando as mãos.

   Emmett riu, e eu voltei a olhá-lo, sorrindo.

- É sério, até que enfim você vai pedi-la em casamento! – falei. – Quando será?

- Er... Ele não irá pedir. – Edward disse.

- Hã?

- Eu sei o quanto ela está esperando por isso, ela acha que eu não percebo as indiretas mais do que diretas dela... – Emmett suspirou. – Então eu resolvi fazer uma surpresa, e eu vou precisar da ajuda de vocês.

- Ok, pode falar. – falei.

   E logo Emmett começou a narrar baixinho todo o plano.

(...)

   Duas semanas haviam se passado.

   Eu havia acabado de voltar do hospital com Rose, para pegar os resultados do exame. Eu estava completamente livre do tumor!

   Rose cantarolava pela cozinha, enquanto tentava fazer cupcakes. Ela havia achado uma receita que, segundo ela, era legendária.

   Não sei o que tem de legendário em cupcakes, é tudo basicamente a mesma coisa, mas quem vai querer discutir com Rosalie Hale? Ninguém.

- O Emmett anda tão estranho esses dias... – ela murmurou de repente, enquanto olhava pela janela da cozinha que tinha vista para o jardim atrás da casa.

   Parei de fingir que estava enfeitando o primeiro cupcake que ela havia retirado do forno para testar – porque na verdade eu só estava era tirando uns pedaços dele e comendo – e olhei para ela alarmada.

   Mundo, faça a Rosalie ficar lerda por esses dias, por favor. Nada de colocar a mente dela para trabalhar.

- Como assim? – perguntei receosa.

- Sei lá, ele anda me chamando de “cara” direto. – ela falou, crispando os olhos. – E está meio distante também...

   Engoli em seco, deixando as estrelinhas coloridas de chocolate de lado e apoiando os cotovelos sobre a bancada.

- Ah, vai ver ele está preocupado com algo da empresa... – falei.

   Rosalie é muito observadora, e eu sou péssima em mentir e disfarçar.

   Fodeu.

   Ela me olhou desconfiada, e pareceu lhe vir algo à mente, mas ela balançou a cabeça e suspirou.

- Eu acho que ele quer terminar tudo. – ela murmurou.

   PARA, MULHER!

- Vai ver será o melhor mesmo. – ela murmurou novamente.

   CLARO QUE NÃO!

- Vou conversar com ele hoje, vai ser melhor assim e...

   Peguei o pote de porcelana que havia em cima da bancada e joguei no chão, quebrando o clima deprimido. Rose me olhou assustada, e em seguida olhou para o pote em pedaços.

- Bella, você está bem, se machucou?! – perguntou, vindo até mim nervosa.

- N-Nossa, como eu sou desastrada, haha! – gaguejei, descendo da cadeira alta e me agachando no chão ao lado do pote quebrado.

   Rose se agachou ao meu lado e começou a catar os cacos.

   Droga, eu tenho que dar um jeito dela parar de pensar aquelas coisas! Já está tão perto da surpresa... Argh!

- Olhe para esse pote, Rose. – falei, segurando suas mãos e a impedindo de continuar catando os cacos. – Está vendo?

- Sim... – ela murmurou, me olhando como se eu fosse um alien.

- Então... – murmurei. – Esse pote estava ali sobre a bancada há muito tempo, não é? Um dia ele... Ele... Ele cansaria de ficar ali por muito tempo, sempre parado no mesmo lugar, e quebraria. Ele já estava cansado da rotina, entende?

- Que porra você está falando, mulher?

- Rose, olhe pelo lado filosófico! Com o tempo, o pote de porcelana cansou de ficar sempre do mesmo jeito, e se jogou da bancada. Agora que ele está quebrado, o que acontece?

- Levanta daí, eu vou te levar ao hospital novamente porque eu acho que você está com alguma sequela e...

- PRESTA ATENÇÃO NO QUE EU ESTOU DIZENDO! – gritei.

- OK, CALMA! – ela gritou assustada, voltando a se agachar no chão.

   Respirei fundo, voltando a sorrir fofamente. Rose me olhou com os olhos arregalados. Peguei dois cacos do que era um pote, e os levantei na frente do rosto de Rose, na altura de seus olhos. Ela os olhou sem entender.

- Agora que a rotina caiu sobre ele, e ele decidiu acabar com isso, o que acontece?

- Eu não sei...

- Sabe sim, diz logo.

- Er... Jogamos seus cacos no lixo?

   Neguei com a cabeça veemente.

- Não! – falei, sorrindo animada. – Agora que ele está quebrado, ao invés de desistirmos dele e jogarmos tudo fora, nós devemos consertar! – falei, juntando os cacos de forma que parecessem voltar a estar inteiros. – Entende? Não devemos jogar tudo para o alto e desistir dele, como se não houvesse volta! Tem um jeito de consertar tudo, é só ir juntando os cacos...

   Peguei mais alguns cacos de porcelana e consegui juntá-los, formando uma parte da borda do pote.

- E tudo voltará ao que era antes. Não perfeitamente, é claro, mas por ele já ter sido quebrado se tornará mais forte. Entende?

   Pelo amor de Deus, Rosalie Hale, diz que entende, porque eu não entendi porra nenhuma do que falei até agora.

   Rose observou os cacos que eu havia juntado no chão pro alguns segundos, séria, até que abriu um sorriso estonteante e me olhou animada.

- Eu entendi! – falou.

   Obrigada, Mundo.

- Obrigada, Bella! – ela agradeceu, me abraçando. Correspondi ao abraço, forçando um sorriso animado também. – Você é tão inteligente às vezes!

   VAMOS IGNORAR O “ÀS VEZES”? VAMOS.

   Sorri para Rose e ela levantou rápido, voltando para perto do forno enquanto cantarolava uma música animada. Suspirei. Os cacos espatifaram no chão novamente e eu os catei, enrolei tudo em uma folha de jornal e joguei fora, logo voltando a me sentar à bancada para confeitar o cupcake.

   Eu tenho que ligar para o lesado do Emmett.

(...)

   Balancei os pés rapidamente impaciente. Para que uma pessoa compra um celular se não vai usá-lo? Novamente o celular de Emmett caiu na Caixa Postal. Bufei.

   Ouvi o barulho do carro de Edward estacionando em frente à nossa casa e deixei meu celular em cima da cama.

   Assim que terminei de descer as escadas, Edward entrou em casa. Com Emmett ao seu lado. Revirei os olhos.

- Fala aí, Bellinha! – Emmett sorriu abertamente.

- Cozinha. Os dois. Agora. – resmunguei, indo para a cozinha.

- Será que ela descobriu que fomos para a casa de strip-dance na última Sexta? – ouvi Emmett falar para Edward.

   Parei onde estava.

- O QUÊ?!

- Estou brincando, Bellinha! Calma! – Emmett riu alto, e Edward revirou os olhos e bufou.

   Crispei os olhos para os dois e me sentei à bancada. Eles sentaram no outro lado, me olhando com curiosidade.

- Cadê a Rose? – Emm perguntou.

- Foi para a casa dela para se arrumar e virar uma vadia sexy para você. – falei. – Palavras dela.

   Emmett sorriu animado, e Edward riu.

   Suspirei.

- Emmett, não se trata a mulher com quem você irá casar como se ela fosse um dos seus “manos”. – resmunguei, lançando um olhar reprovador para ele.

   Seu sorriso animado foi desmanchando aos poucos, e ele passou as mãos no rosto.

- Eu não sei como agir perto dela enquanto guardo o segredo! – ele falou desesperado. – Eu tenho medo de acabar falando alguma besteira e entregando tudo!

   Edward revirou os olhos.

- Emmett, você chama a Rose de “cara” e está usando gírias com ela. – Edward disse.

- Ela estava pensando em terminar tudo com você. – falei na lata, e Emmett arregalou os olhos.

- Como assim?! Ela quer terminar tudo?!

- Agora não quer mais, por que você acha que ela foi virar uma vadia sexy para você? Enfim... Eu dei um jeito de convencê-la de que terminar seria o pior a fazer.

   Emmett pareceu ficar pensativo por alguns segundos, e logo me olhou confuso.

- Como você conseguiu convencê-la? – perguntou.

   De uma maneira bem retardada, garanto.

- Eu usei uma das minhas metáforas e consegui. – falei.

   Edward riu igual a um idiota e eu lancei um olhar cortante para ele.

- Eu tenho que ligar para a Rose para saber que metáfora foi essa! – ele falou, ainda rindo.

- Edward, cala a boca. – resmunguei. – Emmett, trate de ser como antes, entendeu? Trate-a com carinho, caso contrário vai tudo por água abaixo!

   Ele fez uma expressão decidida e assentiu.

- Sim, senhora! – ele riu. – E a Alice? Falou com ela? A pirralha saiu tão apressada ontem por causa da turnê que eu nem consegui avisar nada.

- Ah, eu falei com ela. O último show da turnê será na Flórida, e na véspera da surpresa, então ela pegará um voo na mesma noite e chegará aqui a tempo.

   Emmett suspirou aliviado.

- Eu já comecei a organizar tudo em relação à festa, será no jardim da casa dos nossos pais. – Emmett falou para Edward, logo virando-se para mim. – Será daqui à cinco dias. Você dá conta?

- Cinco dias? – arregalei os olhos. – Você bebeu?!

   Edward sorriu, cruzando os braços.

- Não vai dar conta, cunhadinha? – perguntou com ironia.

   Crispei os olhos para ele.

- É óbvio que eu dou conta. – resmunguei.

- Então está pronta?

- Eu nasci pronta.

- Ah gente, eu vou tomar um banho, fiquem aí nessa disputa. – Edward falou, sorrindo, enquanto vinha até mim e me dava um beijinho. – E Emmett, vai para casa logo porque amanhã nós temos uma reunião bem cedo.

   Emmett assentiu e Edward já estava saindo da cozinha quando Emmett gritou:

- AMANHÃ VOCÊ TERÁ QUE IR ESCOLHER OS DOCINHOS COMIGO, NÃO ESQUECE, EDDIE!

   Edward gritou um xingamento já na escada, e rimos alto.

- Então amanhã eu começarei as preparar Rose. – falei. – Só ainda não sei como fazer isso...

- Você arruma confusão, mas no fim consegue, confio em você. – Emmett riu. – Tudo relacionado à festa será cuidado por mim, pelo Edward e pela minha mãe, então com isso você não precisa se preocupar. Apenas com a Rose.

   Assenti, sorrindo.

   Logo Emmett foi para casa e eu fui até o quarto de Austin. Mel e Nessie iam passar a noite na casa de uma amiguinha do colégio delas, e Austin havia chegado a pouco tempo do colégio também. O encontrei deitado na cama, assistindo à “Monstros S.A” na TV do quarto. Ele falava as falas junto com os personagens quando entrei, e quando seu olhar se encontrou com o meu, ele sorri.

- Seu pai chegou. – falei, encostando a porta e indo até ele.

- Eu sei, ele veio falar comigo. – falou.

   Eu me deitei ao seu lado na cama e ele me abraçou. Sorri, beijando o topo da sua cabeça.

- A Mel e a Nessie vão voltar amanhã, né? – ele perguntou, me olhando com uma carinha tristinha.

- Vão sim, querido. Bem cedinho. – respondi.

- Então tá.

   Ele voltou a prestar atenção no desenho e eu beijei sua testa, saindo do quarto em seguida. Assim que entrei no meu quarto, ouvi o barulho do chuveiro ligado no banheiro. Eu já havia tomado banho não havia nem 1 hora, então fui para o closet para vestir minha camisola.

   Edward saiu do banheiro enrolado apenas em uma toalha, 10 minutos depois. Ele sorriu torto para mim e eu revirei os olhos, controlando a vontade de rir da cara sedutora dele. Ele foi para o closet e eu terminei de escovar meus cabelos.

   Eles embolam tanto às vezes que eu estou seriamente pensando em passar a máquina 0 neles.

   Mentira, eu não sou louca assim.

   Olhei no relógio e vi que ia dar 22:30pm. Já passou da hora do Austin dormir. Saí do quarto e fui para o do meu pequenininho. O encontrei já dormindo, com a TV ainda ligada e o desenho já no final. Desliguei o aparelho DVD e a TV e fui até ele. Sorri ao ver seus cabelos bagunçados e sua boca aberta. O peguei um pouco no colo, ajeitando-o na cama, e ele nem mexeu. O cobri e beijei sua testa. Apaguei as luzes e voltei para o meu quarto.

   Edward já estava deitado na cama só de cueca box me olhando com aquela cara de sedutor barato que ele tinha. Revirei os olhos e ri, assim como ele.

- Venha, mulher. Eu te farei ver estrelas. – falou com uma voz arrastada, em uma tentativa falha de parecer sexy.

   Ri alto, me apoiando na porta. Edward também não aguentou e riu.

- Bella, dá para cooperar? Estou tentando criar um clima para a nossa primeira vez!

- Primeira vez de quê? – perguntei entre risos. – Não tem mais nada virgem aqui! – falei, apontando para o meu corpo.

   Edward revirou os olhos e levantou da cama, vindo até mim. Ele me prendeu entre seus braços e trancou a porta, encostando sua protuberância perturbadora em mim.

- Quase dois meses sem você, Swan. – ele falou com a voz rouca. – Eu estive me segurando muito.

   Eita.

   Levei minha mão até seu peito e passeei com ela pelo local, sorrindo.

- Então não se segure mais. – murmurei.

   Edward rosnou. ROSNOU. Ri quando ele me pegou no colo e rapidamente me jogou na cama como um saco de batatas.

- Cadê o romantismo?! – perguntei entre risos.

   Edward sorriu torto e se pôs sobre mim, abrindo minhas pernas e se colocando entre elas. Arfei ao sentir sua ereção contra a minha parte de menina, e ele mordiscou o lóbulo da minha orelha.

- Eu sei que você gosta quando eu te pego como um saco de batatas mesmo. – ele sussurrou.

   Revirei os olhos.

- Você já foi mais delicado, hein. – falei.

   Ele levantou o rosto, me olhando com um sorriso espontâneo. Seus olhos brilhavam, e eu suspirei com a visão.

- Eu te amo. – falou.

   Controlei minha vontade de gritar e me agarrar nele como um macaquinho devido a sua fofura. Apenas sorri e enlacei seu pescoço com meus braços.

- Eu sei. – sussurrei.

   Quando vi, Edward já arrancava minha camisola com suas mãos ágeis. Gemi ao sentir seus dedos acariciarem meus mamilos já duros devido à excitação. Seus lábios encontraram-com com os meus, afoitos.

- Não vou conseguir focar em preliminares hoje. – ele falou com a voz rouca.

- Anda logo com isso, por favor. – gemi, fazendo-o rir.

   Edward acariciou meu ponto úmido e deslizou dois dedos para dentro de mim, me fazendo gemer ainda mais alto. Finquei minhas unhas em seus ombros, rebolando em seus dedos e sentindo seus lábios beijarem meus seios. Eu estava quase atingindo o orgasmo quando ele retirou seus dedos de dentro de mim, rapidamente substituindo-os pelo seu membro.

   Edward passou a investir em mim cada vez mais rápido, e eu já não conseguia distinguir meus gemidos entre os dele. Suas mãos agarraram minhas nádegas, e eu o senti ir ainda mais fundo dentro de mim.

   E logo explodimos. Eu podia ver umas luzinhas coloridas ao meu redor enquanto meu corpo ainda sentia os espasmos do orgasmo. Aos poucos a sensação de relaxamento veio.

   Edward continuou sobre mim, respirando arfante. O abracei, dando beijinhos em seu ombro.

- Eu estou ficando velho, você vai acabar me matando. – ele murmurou contra o meu pescoço.

   Ri, passando a mão em seus cabelos. Edward levantou o rosto e me olhou com um sorriso preguiçoso nos lábios.

- Você é um idoso, Cullen. – brinquei. – Não aguenta nada.

- Mas ainda dou um caldo. – falou, mordendo meu queixo.

   Sorri e o beijei, e logo ele virou nossos corpos, me deixando sobre ele.

   (...)

   Eu e Rose havíamos acabado de chegar ao shopping. Meu plano era dar um jeito de fazê-la escolher um vestido de noiva...

   Sem saber, é claro, que iria se casar.

   Organizar uma festa inteira de casamento em duas semanas? Moleza. É por isso que Emmett ficou com essa parte. A pior parte fica para mim porque eu “arrumo confusão mas no fim consigo”.

   Eu tenho que lembrar de dar uns tapas depois, porque as vezes ele merece.

- Bella, você está doente? – Rose perguntou, me olhando de soslaio.

- Não, por quê?

- Porque eu não lembro qual foi a última vez que você insistiu em virmos para o shopping. – falou, crispando os olhos para mim. – Ah, talvez eu não lembre porque isso NUNCA aconteceu!

   Revirei os olhos.

- Hoje eu acordei com vontade de ter um dia de meninas com a minha melhor amiga, não posso?

   Rose sorriu, toda boba.

   Mundo, obrigada por estar transformando Rosalie Hale em um docinho esses dias. Sério, isso ajuda muito.

   Saímos da escada rolante e passamos em frente a uma loja de noivas. Olhei para Rose pelo canto dos olhos e vi que a loja havia atraído seu olhar. Quando percebeu que eu a olhava, ela sorriu sem graça.

- Quer ir lá? – perguntei.

   Diz que sim, mulher. Por favor.

- Para quê? – perguntou.

- Ah, sei lá. Vamos olhar os vestidos. – falei rapidamente.

   Antes que ela respondesse, peguei em sua mão e a arrastei para a loja. O local era fresco e tinha cheirinho de baunilha. Por que eu não entrei em lojas de noivas antes?

- Bom dia. – uma atendente sorridente e simpática veio até nós. – Qual das duas é a noiva?

- Nenhuma de nós. – Rose falou, sorrindo levemente. – Estamos apenas olhando.

- Então fiquem a vontade. Se precisarem de ajuda, meu nome é Abigail. – a atendente falou.

   Assentimos e ela voltou para perto do balcão. Fomos olhar os vestidos, e todos eram lindos de morrer.

- Deu até vontade de casar... – murmurei.

   Rose riu.

- Você ainda não casou porque não dá chance do Edward pedir.

- Não tenho cabeça para isso, por enquanto. – eu dei de ombros. – Aliás...

   Eu ia continuar falando, mas quando olhei para o lado, Rose havia sumido. Procurei-a com os olhos por toda a loja, e a encontrei já no outro lado, olhando um dos vestidos que estavam em um manequim. Era em um local mais afastado da entrada, e havia alguns sofás brancos e uma mesinha com várias revistas, e os provadores. Rose estava parada em frente a um dos manequins, olhando o vestido sem piscar.

   OPA!

   Fui até ela e observei o vestido que ela olhava. Era lindo, e muito delicado.

- Gostou desse? – perguntei esperançosa.

- É perfeito. – ela murmurou, parecendo encantada. – É parecido com o da minha mãe.

- Da sua mãe?

   Ela assentiu fracamente, tocando levemente a saia longa do vestido com os dedos um pouco trêmulos.

- Eu lembro que quando eu era pequena, vivia olhando uma caixa de fotos que havia na minha antiga casa. Eram as fotos do casamento dos meus pais. Meu pai ainda não havia se perdido por causa da bebida, ele era bonito. – ela sorriu levemente, parecendo alheia ao mundo. – E minha mãe estava linda. Ela parecia uma princesa, sabe? Possuía uma beleza clássica. E esse vestido é idêntico ao que ela usava.

- Então experimenta! – falei sorridente.

   Rose pareceu despertar do seu estado de torpor, e me olhou confusa.

- Bebeu, Bella? Para quê eu vou experimentar o vestido?!

- Ah, ele é tão lindo! E é a sua cara! Experimenta, por favor! – implorei.

   Rose suspirou e assentiu. Chamei Abigail e ela veio rapidamente, com um sorriso fofo no rosto. Ela era ruiva e toda fofinha, simpatizei com ela. Pedi para que ela nos desse o vestido, e ela rapidamente o pegou, entregando-o à Rose em seguida.

   Sentei em um dos sofás que havia, em frente a um dos provadores, e Abigail perguntou se eu queria uma taça de champanhe. Já ia aceitando quando lembrei que não podia beber...

   Pedi apenas uma água, e ela foi buscar. Fiquei olhando ao redor, esperando Rose terminar de vestir o vestido. A loja inteira era branca, com lustres bem ornamentados e tapetes felpudos debaixo dos meus pés. Havia várias flores, também.

   10 minutos depois, Abigail já havia trago minha taça com água, eu já ia invadir o provador e tirar Rose de lá à força, quando ela apareceu.

   Eu e Abigail arregalamos os olhos.

- Você está linda! – Abigail disse, sorrindo.

   Rose sorriu tímida e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha, olhando para mim.

   Deixei a taça com água em cima de uma mesinha ao lado do sofá e fiquei de pé, indo até ela. Segurei-a pelos ombros e a empurrei levemente até um enorme espelho que havia na parede. Rose se olhou e suspirou, e eu controlei a vontade de gritar que tinha que levar aquele vestido.

   Porque ela não podia saber da surpresa...

   AAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! POR QUE SEMPRE EMPURRAM A PARTE MAIS DIFÍCIL PARA MIM?! Céus, eu estou louca para gritar que ela vai ser a noiva mais linda do mundo!

- Eu nunca vi nenhuma foto da sua mãe, mas aposto que ela estava linda como você está agora. – foi a única coisa que eu pude dizer.

   Rose sorriu levemente, passando as mãos pela renda delicada do vestido. Ela engoliu em seco, seu sorriso falhando.

- Será que um dia eu poderei usar um vestido assim? – perguntou com a voz falha.

- Com certeza. – falei rapidamente.

   Ela me olhou, com os olhos lacrimejantes. Sorrimos juntas.

- Mas ele ficou bom? – perguntei como quem não queria nada. – Ficou ajustado?

- Coube perfeitamente. – ela murmurou.

- Parece que foi feito para você! – Abigail falou, com os olhos brilhantes.

   Gente, essa menina é muito fofa.

- Obrigada. – Rose agradeceu, ainda com um sorriso fofo. – Temos que ir, não é? Estou morrendo de fome!

   Assenti, e ela voltou para o provador.

   Rapidamente puxei Abigail para um canto. Resumi tudo o que estava acontecendo para ela, e pedi para que empacotasse o vestido porque mais tarde Emmett viria pagar. Abigail quase surtou com toda a história e garantiu que o vestido esperaria por Emmett.

   Rosalie logo sai do provador, já com suas roupas normais, e nos despedimos de Abigail e das outras vendedoras. Antes de sair, pisquei para Abigail, e ela sorriu, piscando de volta.

- Agora vamos ao McDonald’s, preciso de gordura. – Rose pediu.

- Sim, senhora!

(...)

   Já era a véspera do casamento. Insisti para que Rose dormisse em minha casa, já que Edward sairia com Emmett.

   Ela achava que os dois iriam sair apenas para ter uma noite de homens, para beber. Mas na verdade eles iriam apenas dormir na casa de Esme e Carlisle, para acordarem cedo e organizarem toda a festa no jardim. Enquanto eles organizassem tudo de manhã cedo, eu, Rose e Alice iríamos para o SPA.

   Estava tudo dando tão certo que eu estava até duvidando que eu estava mesmo metida nisso.

   Estávamos apenas esperando Alice terminar seu último show da turnê... Ele estava passando em um canal da TV paga, e estávamos assistindo. Alice ficava tão incrível em cima de um palco!

   Mel e Nessie estavam espalhadas no tapete da sala, cantando as músicas de Alice junto com ela, enquanto Austin estava deitado com a cabeça em meu colo, no sofá. Peguei o pote de pipoca das mãos de Rose e estava tudo muito bom e muito saboroso quando o show não acabou.

   Sim, estávamos esperando o show acabar, porque ela já havia cantado a última música... Mas de repente tudo ficou escuro, e alguns fogos foram soltos. Luzes coloridas iluminaram o palco, e os dançarinos começaram a fazer uma coreografia.

- Eita... O que tá acontecendo? – Nessie perguntou. – Será que vai ter música extra?

   Ficamos em silêncio, esperando pelo o que estava para acontecer. Até que ela apareceu com uma roupa diferente das que ela usava nos shows, e um ritmo contagiante começou a tocar.

- Ai meu Deus, é música nova! – Nessie falou, sentando-se no chão rapidamente com os olhos vidrados na TV.

   Alice apareceu no alto das escadas no cenário, a luz focada nela. A câmera deu zoom em seu rosto, e ela sorriu, olhando para o estádio lotado.

- Essa música foi escrita há alguns dias. Seria um pedido de desculpas, mas eu achei melhor fazê-la como um meio de agradecimento para a pessoa que passou a melhor parte da minha vida ao meu lado, e contribuiu para que tudo fosse ainda melhor. Porque agora, mais do que nunca, eu sei o que eu realmente sinto. – ela falou no microfone.

- Puta merda, é para o Stephen! – Rose falou com a boca cheia de pipoca.

   Eu lhe lancei um olhar reprovador por causa do palavrão, mas ela deu de ombros, já que nenhuma das crianças estava prestando atenção.

   Logo a música realmente começou a tocar.

Long Live

   Nos remexemos, ansiosos.

   Alice desceu as escadas calmamente, enquanto os dançarinos no palco faziam a coreografia. E logo ela começou a cantar.

Eu disse: "Lembre-se desse momento"

No fundo da minha mente

Quando estávamos lá com nossas mãos tremendo

A multidão se levantava e ia à loucura

.

Nós éramos os reis e rainhas

E eles leram os nossos nomes

Na noite que você dançou como se soubesse que nossas vidas

Nunca mais seriam as mesmas

.

Você manteve sua cabeça como um herói

Em uma página de um livro de história

Era o fim de uma década

Mas o começo de uma era

.

Viva às barreiras que atravessamos

Como as luzes do reino brilharam só para mim e você

Eu estava gritando: "Vida longa à toda magia que fizemos"

E tragam todos os impostores

Um dia seremos lembrados

.

Eu disse: "Lembre-se desse sentimento "

Passei as fotos adiante

De todos os anos que estivemos lá do lado de fora

Desejando por agora

.

Nós somos os reis e rainhas

Você trocou seu boné de beisebol por uma coroa

Quando eles nos deram os nossos troféus

E nós os levantamos pela nossa cidade

.

E os cínicos estavam indignados

Gritando: "Isso é um absurdo"

Porque por um momento, uma banda de ladrões

Em jeans rasgados conseguiram dominar o mundo

.

Viva às barreiras que atravessamos

Todas as luzes do reino brilharam só para mim e você

Eu estava gritando: "Vida longa à toda magia que fizemos"

E tragam todos os impostores

Eu não tenho medo

.

Vida longa à todas as montanhas que movemos

Eu tive o melhor momento da minha vida

Lutando contra dragões com você

Eu estava gritando: "Vida longa à aquele olhar no seu rosto

E tragam todos os impostores

Um dia seremos lembrados

.

Segure-se para girar ao redor

Confetes caem no chão

Que essas memórias amparem nossa queda

.

Você pode por um momento

Me prometer isso

Que você ficará ao meu lado para sempre?

Mas se Deus proibir, o destino interferir

.

E nos forçar a uma despedida

Se você tiver filhos algum dia

Quando eles apontarem para as fotos

Por favor, diga a eles o meu nome

.

Conte pra eles de como a multidão ia à loucura

Conte para eles de como eu espero que eles brilhem

.

Vida longa às barreiras que atravessamos

Eu tive o melhor momento da minha vida com você

.

Longa, vida longa às barreiras que atravessamos

Todas as luzes do reino brilharam só para mim e você

Eu estava gritando: "Vida longa à toda magia que fizemos"

E tragam todos os impostores

Eu não tenho medo

.

Cantando: "Vida longa à todas as montanhas que movemos"

Eu tive o melhor momento da minha vida

Lutando contra dragões com você

.

E longa, vida longa àquele olhar no seu rosto

E tragam todos os impostores

Um dia seremos lembrados

.

  Alice terminou de cantar e eu pude, finalmente, soltar o ar preso. Meu Deus, isso foi...

- Foda. – Rose murmurou. – É por isso que eu encho o peito para falar que sou tia dessa garota.

   Sorri, e ouvi um barulho de soluços. Olhei para baixo e vi Mel e Nessie abraçadas e chorando. Eu e Rose rimos alto, e elas sorriram, ainda soluçando.

- A Alice tá linda! – Mel choramingou. – Eu queria estar lá!

   Eu já ia responder quando Rose me deu um tapa e me fez olhar para a TV. Arregalei os olhos.

   Stephen subiu ao palco, estava em cima da escadaria do cenário, com uma coroa na cabeça e com aquele sorriso fofo dele. Toda a plateia gritou e apontou para trás de Alice, e ela olhou surpresa. Stephen estendeu uma mão para ela e ela sorriu abertamente, e a câmera deu zoom em seu rosto no momento em que dava para ver seus olhos lacrimejando. Ela andou todo o palco até chegar nas escadas, e subiu rapidamente. Ao chegar lá no alto, de frente para ele, ele pegou uma pequena coroa que tinha em mãos e pôs sobre a cabeça dela. Alice botou as mãos no rosto, numa mistura de riso e choro, e toda a plateia que lotou o estádio gritou. Stephen beijou sua testa e os dois deram as mãos, virando-se para o público. A câmera deu zoom em suas mãos, e logo em seus rostos. Eles sorriram, levantaram as mãos unidas e, pouco a pouco, a plataforma debaixo de seus pés foi abaixando e eles sumiram para debaixo do palco.

   Ficamos todos em silêncio, olhando para a TV.

- Preciso de água para acalmar o coração. – Rose falou, ficando de pé e sumindo para a cozinha.

- TRAZ PARA MIM TAMBÉM! – Nessie gritou.

- E PARA MIM! – Mel berrou.

   Eu e Austin rimos das duas. Suspirei, olhando para a TV que agora mostrava a câmera passando por toda a plateia.

   Definitivamente, Alice e Stephen seriam lembrados.

(...)

POV Alice

   Assim que chegamos debaixo do palco, olhei para Stephen, que me olhava com um leve sorriso nos lábios.

- Você... Você... – gaguejei.

   Ele riu, pegando meu rosto entre suas mãos e me beijando. Enlacei seu pescoço com meus braços e o trouxe mais para perto de mim, sentindo suas mãos em minha cintura.

- Eu te amo. - falei. - Eu te amo muito mesmo, Stephen.

   Ele sorriu, os olhos verdes azulados brilhando. 

- Eu também te amo, baixinha.

   Fomos interrompidos por um pigarro. Olhei e vi que era Jasper e Jéssica.

- Posso falar com você, Alice? – Jasper perguntou.

   Olhei para Stephen, receosa, e ele apenas sorriu e assentiu. Jéssica me deu um abraço quando passei por ela e murmurou “Parabéns, rainha” em meu ouvido, me fazendo rir. Ainda pude ouvir Jéssica falando com Stephen sobre algo do show, enquanto seguia Jasper até sua sala.

   Logo chegamos em seu escritório e ele encostou a porta. Parei no meio do cômodo, sem saber o que fazer. Jasper olhou para mim e suspirou.

- Não precisa ficar assustada, eu não darei um daqueles surtos novamente. – ele me tranquilizou.

   Sorte a dele, porque se ele tentasse alguma loucura eu usava um dos golpes que a Rose me ensinou.

- Então o que quer? – perguntei.

   Jasper cruzou os braços, me olhando com um leve sorriso.

- Eu quero apenas pedir desculpas por aquilo. Eu sei que já me desculpei há um mês atrás, mas queria fazê-lo novamente. – falou. – Eu percebi o dano que causei no seu relacionamento com Stephen, e sinto muito por isso.

   Assenti.

- Tudo bem, ele me perdoou.

- Não era para ele te perdoar. Você não fez nada. Mas eu conversei com ele e ele me desculpou por tudo.

   Sorri.

- Posso te fazer uma pergunta? – perguntei.

   Ele assentiu.

- Por que fez aquilo?

   Jasper passou uma mão no queixo e pareceu pensar.

- Por curiosidade. – falou. Engoli em seco. – Não me odeie por isso, por favor. É só que... Eu sei o que você sentia por mim, e por todos esses anos eu fiquei com isso na cabeça. E eu tinha que tirar a dúvida... Porque eu já não tinha mais certeza do que realmente sentia.

   Eu me encostei em uma parede do outro lado da sala. Cada um em um canto, nós nos olhamos.

- E qual foi a conclusão? – perguntei.

- Eu amo a Maria. – falou firme. – E você ama o Stephen.

   Sorri, desviando o olhar do seu. Pelo canto dos olhos pude vê-lo sorrir também.

- Acho que tudo isso aconteceu porque tinha que acontecer. Eu fui apenas um meio de você conhece-lo. – ele disse. – Vocês são maravilhosos juntos.

- Está querendo dizer que foi tudo obra do destino? – perguntei risonha.

   Jasper riu de verdade, coisa rara de se ver, e assentiu.

- Bem provável, garota.

   Sorri e me desencostei da parede. Andei até ele, que estava próximo à porta, e estendi minha mão.

- Então... Amigos novamente? – perguntei.

   Ele sorriu e apertou minha mão.

- Amigos. – falou.

   Ouvimos batidas na porta e Jasper a abriu. Jéssica nos olhou dando pulinhos.

- Está na hora de pegar o voo, gente! O jatinho já pousou, temos que ir se quisermos nos esbaldar nos docinhos do casamento de Emmett e de Rose amanhã! – ela falou animada.

   Rimos e reviramos os olhos.

- Só pensa em comer, mulher?! – perguntei, saindo da sala e cruzando meu braço com o dela.

- Bem-casados não devem ser desperdiçados. – falou fingindo uma expressão séria.

   Ri alto, assim como Jasper e vinha logo atrás. Ele teve que ficar para terminar de resolver algumas coisas, então só voltaria para NY amanhã cedo, antes do casamento. Enquanto eu vestia um sobretudo e calçava uma sapatilha, meus seguranças ajudaram a levar algumas malas para o jatinho. Encontrei com Stephen no meio do caminho e ele me deu a mão. Eu, ele e Jéssica corremos para o avião, prontos para dormir apenas por algumas horas antes da festa.

(...)

   3 horas depois estávamos pousando em NY.

   Eu ainda estava meio sonâmbula quando Stephen me pôs dentro do carro que nos levaria até em casa. Stephen e Jéssica passariam na noite em minha casa para o dia seguinte.

   Acordei apenas no dia seguinte, em meu quarto, quando o Sol já havia nascido. Me remexi na cama e vi que Stephen ainda dormia. Peguei meu celular para ver o horário.

   08:43am.

   Ouvi batidas na porta e logo a voz de Rose dizendo:

- Acorda, Alice!

   Gemi, mas logo lembrei que era hoje o dia da festa.

   Ai meu Deus, o casamento da Rose é hoje e ela não sabe de nada! OMG!

   Levantei da cama num pulo e corri para o banheiro. Rapidamente tomei um banho e vesti uma roupa confortável. Eu calçava uma das sandálias, pulando pelo quarto à procura da minha bolsa, quando Stephen acordou.

- Vai para onde pulando feito um saci, garota? – ele riu.

- Temos que ir para o SPA! – sussurrei, ele já sabia de tudo.

   Na verdade, TODO MUNDO sabia, menos a Rosalie.

- Verdade, a festa é hoje! – ele pareceu despertar mais. – Vocês já vão sair?

- Sim. – terminei de calçar a sandália e fui até ele, dando um beijinho em seus lábios. – Depois se arrume e vá para a casa de Esme e Carlisle, leve o terno para vestir lá.

   Ele assentiu, sorrindo, e eu pegue minha bolsa, saindo do quarto às pressas. Desci as escadas correndo e encontrei Bella e Rose na cozinha.

- Finalmente a princesa acordou! – Rose sorriu. – Bom dia, florzinha!

   Parei na porta da cozinha, olhando-a como se ela fosse um alien.

- Até a Alice está estranhando esse seu jeitinho meigo, Rose! – Bella riu.

   Rose revirou os olhos e deu de ombros.

- Eu acordei bem, gente. Eu sinto que algo bom vai acontecer hoje. – falou sorrindo toda fofa.

   Eu e Bella sorrimos, cúmplies, e eu me sentei para tomar café-da-manhã, mas Bella logo me parou.

- Vamos comer no SPA! – avisou. – O motorista já levou as crianças para a casa de Esme e Carlisle, para podermos ter mais tempo para nós.

- Ah, ok então.

   Luce apareceu para retirar as coisas da mesa, nos despedimos dela, saindo de casa em seguida.

   O dia no SPA foi relaxante. Parte do plano era que nos arrumaríamos lá mesmo. Emmett havia alugado parte do SPA apenas para nós três, e todas as funcionárias já estavam a par da situação. Um cabelereiro e maquiadora viriam para nos arrumar. Um dos pedidos de Emmett foi que déssemos um jeito de convencê-la a pintar o cabelo de sua cor natural novamente...

   Ele disse que queria casar com ela do jeito que ela era, e que ainda ficava assustado e mal a reconhecia de cabelo loiro.

   A explicação que daríamos à Rose em relação ao cabelereiro e à maquiadora era de que iríamos em um festa mais tarde.

   Mas na hora de vestir o vestido, botaríamos uma venda nela.

   A essa altura do campeonato, já estará na hora de irmos para a festa e tudo estará pronto, então não vai ter muito problema caso ela acabe deduzindo o que está acontecendo.

   As horas passaram como num borrão em meio a tantas massagens. Logo estávamos sendo maquiadas e com os cabelos sendo arrumados.

   Rose estava morena novamente, conseguimos convencê-la sem muito esforço, e ela estava bem mais bonita. Combinava mais com a sua personalidade forte.

- Essa festa em que nós iremos é de quem? – Rose perguntou em certo momento.

   Bella me olhou pelo canto dos olhos, pedindo ajuda.

- É o aniversário de um amigo meu. – falei rapidamente a primeira coisa que me veio à cabeça.

   Rose deu de ombros e voltou a ler sua revista, alheia à tudo.

   Logo ficamos prontas e chegou o momento crítico... Eu e Bella rapidamente vestimos nossos vestidos e calçamos as sandálias. Rose teria que ser a última a ser vestida, já que assim que ela ficasse pronta a enfiaríamos dentro do carro.

   Eu ouvi meu celular tocar na bolsa e corri para atender. Era uma mensagem de Edward:

“Tragam essa noiva inteira, antes que Emmett tenha um colapso. Já está quase acontecendo.”

   Sorri e mostrei a mensagem para Bella, que riu. Rapidamente pegamos o vestido que estava em uma caixa, escondido, e Rose já estava vendada e com o salto, apenas de roupão.

POV Bella

- O que está acontecendo, gente? – ela perguntou, olhando para os lados sem conseguir ver nada por causa da venda.

- Nada, apenas faça o que mandarmos. – Alice falou, ajudando Rose a ficar de pé.

- Vocês estão me sequestrando? – Rose riu. – Vou meter um processo em vocês.

   Todos riram e nos ajudaram a colocar o vestido nela. Rose sentiu o tecido e passou a mão por ele, enquanto eu e Alice fechávamos os botões que havia nas costas.

- Isso é... – Rose murmurou. – Gente, me diz logo o que está acontecendo!

   Alice riu e botou as mãos no rosto de Rose.

- Não se preocupe, você vai gostar. – Alice afirmou.

   Rose sorriu levemente, mas ainda desconfiada. Fomos ajudando-a a andar até a parte de fora do SPA, enquanto algumas funcionárias iam levando a calda do vestido para que ele não arrastasse e sujasse. Colocamos Rose dentro da limusine branca que Emmett havia alugado enquanto ela reclamava da venda.

- É sério, gente! Me deixem tirar isso! – pediu.

- Se você pedir mais uma vez eu não te apresento para o Tom Cruise! – Alice ameaçou com a voz séria, mas com um sorriso no rosto.

   Rose fez pose de comportada e se aquietou, nos fazendo rir.

   Rapidamente chegamos à mansão de Esme e Carlisle e vimos a fileira de carros no longo caminho da propriedade. Rose se remexia inquieta, louca para tirar a venda. A limusine estacionou em uma parte próxima à entrada do jardim. Eu e Alice ajudamos Rose a sair do automóvel.

- Eu vou lá falar com eles. – Alice sussurrou para mim, indo para o jardim cheio de convidados em seguida.

   De onde estávamos, era possível ver tudo, mas eles não nos viam. Céus... Eles fizeram um trabalho maravilhoso com a decoração! E estava tudo tão do jeitinho de Rose! Apenas os familiares e amigos, tudo tão aconchegante!

   Levei Rose até a parte de dentro da mansão. Na sala havia uma enorme porta que levava ao jardim, bem na parte em que começava o tapete para ela entrar.

- Bella... – Rose resmungou impaciente.

- Ok, irei tirar a venda! – sorri, retirando o paninho preto de seus olhos.

   Rose piscou com os olhos sensíveis com a luz, mas logo se acostumou. Ela olhou ao redor e logo para si mesma, arregalando os olhos em seguida.

- Bella, o que... – ela murmurou incerta. – O que está acontecendo?

   Sorri e peguei em sua mão, puxando-a até um enorme espelho que havia na sala. Ela olhou seu próprio reflexo e seus olhos ficaram ainda maiores do que antes. Suas mãos trêmulas passaram pela saia do vestido, e pelo seu longo cabelo trançado.

   Seus olhos lacrimejaram.

- Epa, nada de chorar! – eu falei, incapaz de tirar o sorriso do rosto. – É o seu dia, Rose!

   Ela sorriu abertamente, e me abraçou.

- Vocês armaram tudo isso, não é? – perguntou.

- Sim. Foi tudo ideia de Emmett.

   Ela separou do abraço e me olhou, sorridente.

- Eu disse que era só ter paciência. – falei.

   Ela assentiu e voltou a se olhar no espelho. Alice apareceu afoita.

- Está na hora! – ela disse, abrindo um sorriso de orelha em orelha. – Aliás, Rose... Você está perfeita.

   Rose riu e Alice lhe entregou o buquê rosa. Rose nos olhou, com um sorriso emocionado.

- Vocês podem entrar comigo? – perguntou com a voz embargada.

   Senti as lágrimas vindo aos meus olhos, e Alice já tinha uma expressão de choro no rosto. Assentimos e a abraçamos apertadamente, controlando a vontade de agachar no chão e chorar como crianças.

   Ai meu Deus, o que Rosalie Hale não faz com a gente?!

   Alice pegou mais dois buquês simples de rosas brancas para segurarmos. Nos colocamos cada uma de um lado de Rose e a marcha nupcial começou a tocar. Respiramos fundo e saímos para o jardim.

   Todas as cabeças viraram para nós, e senti Rose parar de respirar. Todos sorriram, e vi Edward, Stephen e Jasper ao lado de Emmett, em suas posições de padrinhos. Maria estava ao lado de Jasper, de braços dados com ele e...

   QUE BARRIGA GIGANTE É AQUELA?!

- Maria está grávida? – Rose cochichou para mim, ainda com um sorriso gigante no rosto.

- Sorriam e acenem, pessoal. – Alice cochichou, com um sorriso estampado também, mal mexendo os lábios. – Sorriam e acenem.

- Avisa para a Alice que isso aqui não é Madagascar. – Rose cochichou.

   Nós três acabamos não aguentando e rimos. Todos nos olharam sem entender, e logo nos recompomos, voltando a caminhar até o altar. Rose ainda ria um pouco.

- Cuida bem dela, Cullen. – falei, engrossando a voz como se para me passar pelo pai dela.

- Se não cuidar eu arranco as suas bolas. – Alice falou, afinando a voz.

   Emmett riu de nós duas, e corremos para ficar ao lado dos nossos parceiros. Edward sorriu abertamente para mim, colocando minha mão em seu braço.

- Que crise de riso foi aquela no meio do caminho? – ele sussurrou em meu ouvido.

- Alice estava imitando um dos pinguins daquele filme, Madagascar. – sussurrei de volta.

   Edward me olhou com uma expressão risonha.

- No meio da marcha nupcial? – perguntou.

   Dei de ombros, rindo.

   Logo o padre contratado começou a cerimônia.

   A cerimônia fora bem rápida, apenas algumas palavras de benção do padre e os votos do casal. Emmett já tinha ensaiado, mas Rose teve que pensar na hora e acabou de embolando toda, para no fim dizer que era a mulher mais feliz do mundo. Todos sorriram e bateram palmas. Vi Esme chorando, emocionada, e controlei a minha vontade de chorar também.

   Logo todos nós fomos parabenizar os dois, e Rose nos abraçou e, assim que nos soltou, nos xingou.

- Todo mundo sabia e esconderam de mim?! – ela reclamou.

- Esse é o propósito da surpresa, Rose! – Jasper riu.

   Ela revirou os olhos sem conseguir parar de sorrir.

   Logo começamos a festa. Todos dançavam na pista de dança e se empanturravam de docinhos enquanto Rose e Emmett davam um show de fotogenia para os fotógrafos contratados.

   Ouvi meu nome ser chamado e vi Tanya vindo até nós com seu marido, um dos sócios de Edward. Sua barriga de 3 meses de gravidez já dava para ser um pouco vista, e ela parecia ainda mais radiante. Nos abraçamos apertadamente.

- Só conseguimos chegar agora porque enfrentamos um engarrafamento! – ela falou. – Mas está tudo tão lindo! E a Rose está perfeita! Deu tudo certo, não é?!

- Sim! Ocorreu tudo bem! – falei rindo.

   Tanya botou uma mão no peito em sinal de alívio e ficamos conversando mais, enquanto Edward conversava com seu marido e Jasper. Vi que Jacob também havia chegado com sua namorada, Clarisse, e fomos falar com eles.

- Oi gente. – ouvimos Alice falar no microfone.

   Todos os olhares viraram para ela, que estava em cima do pequeno palco com um violão nas mãos.

- Eu escrevi essa música há um bom tempo, e a primeira pessoa a ouvi-la foi a Rose... E quando eu a peguei para tocar esses dias, vi o quanto a letra combinava com o nosso casal. – ela falou sorrindo, apontando para Rose e Emmett, que estavam abraçados próximos ao palco. – Espero que gostem!

Jump Then Fall

Eu gosto da forma que você parece de manhã

Quando nós estamos no telefone e sem um aviso

Eu percebo que sua risada é o melhor som que já escutei

.

Eu gosto do jeito com que não consigo me manter concentrada

Eu observei você falar, e você não notou

Eu ouço as palavras, mas tudo no que consigo pensar é que deveriamos estar juntos.

.

Cada vez que você sorri, eu sorrio

E toda vez que você brilhar, eu brilharei por você

.

[Refrão]

Oh Oh

Estou sentindo você, baby

Não tenha medo de pular e depois cair

Pule e depois caia em mim

Baby, eu nunca vou deixar você

Veja que você quer estar comigo também

Porque eu ficarei até o fim de tudo

Então pule, e depois caia.

.

Bem, eu gosto do jeito como seu cabelo cai sobre rosto.

Você tem um pedaço de mim, eu amo cada sarda do seu rosto

Eu nunca estive tão amarrada

Querido, eu gosto da forma como você é tudo o que eu sempre quis.

.

Eu tenho tempo pra pensar em tudo

Tudo o que posso dizer é 'chegue perto'

Então respire fundo.

E pule, então caia em mim

.

Porque cada vez que você sorri, eu sorrio

E toda vez que você brilhar, eu brilharei por você

.

[Refrão]

Oh Oh

Estou sentindo você, baby

Não tenha medo de pular e depois cair

Pule e depois caia em mim

Baby, eu nunca vou deixar você

Veja que você quer estar comigo também

Porque eu ficarei até o fim de tudo

Então pule, e depois caia.

.

O fundo vai cair debaixo dos nossos pés

Eu te pegarei, eu te pegarei

Quando as pessoas disserem coisas que te deixarão ajoelhado

Eu pegarei você

A hora vai chegar quando você estiver tão louco que você poderia chorar,

Mas eu te abraçarei durante a noite, até você sorrir.

.

[Refrão]

Oh Oh

Eu preciso de você, baby.

Não tenha medo

Por favor, pule, depois caia...

Pule e depois caia em mim

Baby, eu nunca vou deixar você

Veja que você quer estar comigo também

Porque eu ficarei até o fim de tudo

Então pule, e depois caia.

.

Pule, depois caia.

Baby, Pule então caia...

Em mim, em mim

.

Toda vez que você sorri, eu sorrio

E toda vez que você brilha, eu brilharei

E toda vez que voce estiver aqui, baby, eu mostrarei a você...

Eu mostrarei a você que você pode pular e então cair.

Pular e então cair...

Pular, então cair em mim.

.

   Todos bateram palmas, e Alice sorriu abertamente, descendo do palco. Rose se pendurou em seu pescoço agradecendo e todos riram.

   Tudo transcorreu tranquilamente, e logo chegou a hora de Rose jogar o buquê.

   Todas as mulheres da festa, até Mel e Nessie, se juntaram em frente ao palco. Rose já estava em cima do mesmo, de costas e rindo do desespero das mulheres.

   Alice me arrastou até lá pela mão, e eu estava tentando arrumar um jeito de fugir daquele meio quando Rose gritou:

- Um! Dois! Três!

Our Lives – The Calling

   No três, o buquê voou, e tudo foi em câmera lenta. Ao começar a cair, a fita que amarrava as flores soltou e voou flor para todo lado. Todo mundo acabou pegando uma parte do buquê, e sorriam animadas. Alice havia pegado duas flores, e eu segurava a minha rindo da cara animada dela.

   Edward me olhou, com um sorriso torto, e veio até mim. Eu estava no meio da pista de dança, e ao nosso redor os casais já dançavam animados, inclusive Emmett e Rose. Eles decidiram dançar mais uma música antes de irem se trocar para viajar para a lua-de-mel.

   Edward rodeou minha cintura com seus braços, beijando meus lábios levemente.

- O próximo casamento será o nosso. – ele sussurrou em meu ouvido.

   Sorri, assentindo. Ele me olhou surpreso, com um sorriso torto ainda nos lábios.

- Espera aí, você está concordando? – ele perguntou.

   Revirei os olhos. Depois quem é a lerda? EU!

- Sim, eu estou concordando.

   Edward sorriu abertamente e me rodopiou. Ri alto, voltando para os braços dele. Seus lábios vieram contra os meus animados, e eu enlacei seu pescoço com meus braços. A música que tocava era animada, e nos balançávamos levemente de acordo com a batida. Deitei a cabeça em seu peito, e olhei ao redor.

   O sentimento de dever cumprido aumentava cada vez mais. O olhar de Rose encontrou com o meu, e sorrimos uma para a outra.

   Mundo, isso tudo está muito, muito perfeito.

“Porque estes são os dias que estamos vivendo

E esses são os anos que nos são dados

E esses são os momentos

Essa a hora

Vamos fazer dela a melhor de nossas vidas”

P.S:Eu ainda pretendo dar uma surra em você mesmo assim, Mundo. Ainda não me esqueci do meu peru de Natal que você queimou há cinco anos atrás.

 Beijos, da sua inimiga número 1.

  


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Notas finais do capítulo

Vou poupar vocês do meu chorôrô... POR ENQUANTO! MUAHAHAHAHAH!
AINDA TEM O EPÍLOGO, ENTÃO ME ESPEREM QUE EU TÔ VOLTANDO!
Ah, o Epílogo deve sair no Domingo, gente! E junto com ele eu vou postar a nova fanfic (com a CarolSwanCullen, minha amiga linda e perfeita ♥):
"SHAKE THE POMPOMS"!
Para quem ainda não viu o trailer de Shake the Pompoms, aí vai o link:
http://www.youtube.com/watch?v=7qrmUU0f2qM

E para quem ainda não participa do meu grupo no Facebook (onde rolou várias prévias desse último capítulo), aí vai o link:
https://www.facebook.com/groups/524763704223492/

É isso, meninas! Deixem reviews, deixem recomendações, digam o que acharam! Logo eu venho com o EPÍLOGO!
Beeeeeeeeeeijos! ♥

P.S: Sim, eu coloquei a Alice com o Stephen no final... Não me matem. Desde o início, eu não tinha muito a intenção de deixá-los juntos, e eu amo o Stephen. :( E ele fez muito bem à ela quando Jasper lhe deu as costas, então... ♥