Epílogo

   Eu me olhei no espelho, sentindo um arrepio percorrer meu corpo inteiro. Respirei fundo, tentando me acalmar.

   Ah, cacete. De que adianta? EU NÃO VOU ME ACALMAR!

- Bella, você está perfeita! – Rose falou, me olhando com os olhos brilhantes.

   Suspirei.

- Não acha que eu engordei? – eu perguntei. – O vestido está normal, mas eu não sei, eu me sinto estranha...

  Rose revirou os olhos e me segurou pelos ombros.

- Você está divina, ok? Uma deusa grega!

- Rose, menos. Bem menos.

- Ela tem razão! – Alice falou, entrando no quarto sorridente. – Você está linda, Bella!

   Sorri.

- Vamos? O Edward já está quase tendo um AVC lá em baixo! – Rose riu.

   Assenti e elas me ajudaram a descer as escadas com aquele vestido enorme. Caso contrário eu casaria com a cara toda quebrada.

   Sim, era o dia do meu casamento.

   E sim, eu estou muito, muito nervosa.

   Ok, eu e Edward vivemos juntos por anos como casados. Mas só agora, bom...

   EU VOU CASAR!

   Respirei fundo ao chegarmos na sala que nos levaria ao jardim. E sim, a cerimônia e a festa também seriam na mansão de Esme e Carlisle, assim como foi o de Emmett e Rose, há um ano atrás. Esme surtou e disse que ter o casamento dos seus dois filhos no jardim de sua casa seria um sonho, e não vimos como negar.

   Rose e Alice entrariam comigo. Eu lhes fiz o mesmo pedido que Rose nos fez no dia de seu casamento.

    As meninas me ajudavam a terminar de ajeitar o vestido, quando Esme apareceu. Ela parou na porta da sala, me olhando com um sorriso doce.

- Você está magnífica, Bella. – ela disse, vindo até mim e me abraçando carinhosamente.

- Obrigada, Esme. – eu a abracei de volta.

A Thousand Years – Christinna Perri

- Está pronta? – Rose perguntou.

   Respirei fundo e sorri, assentindo. Alice e Rose se posicionaram uma de cada lado do meu corpo, e a marcha nupcial começou.

   Mel e Nessie apareceram. Mel segurava uma cestinha com uma pequena almofadinha branca, onde estavam as alianças, e Nessie segurava uma cestinha com pétalas de rosa brancas, que ela foi jogando por todo o tapete de entrada.

   Todos os convidados, - que não eram muitos, graças a Deus – se levantaram para nos ver entrar. Tive vontade de apertar Mel e Nessie, de tão fofas que elas estavam naqueles vestidinhos rodados e as sapatilhas, mas tive que me concentrar em não cair de cara no chão.

   Edward estava lá no pequeno altar, me olhando com aquele sorriso torto de matar. Sorri, e ele também. De repente todo o meu nervosismo se foi.

   Rapidamente chegamos até Edward, e ele pegou minha mão, depositando um beijo na mesma. A cerimônia seguiu tranquila, e chegou o momento final: os votos.

   Edward sorriu timidamente para mim, e eu senti meus olhos arderam.

   ISSO, ISABELLA, COMEÇA A CHORAR!

- Eu prometo ser sempre o pai perfeito para os nossos filhos, e o marido e amigo ideal para você. Prometo que vou parar de te provocar quando voc~e estiver na TPM, e não vou esconder seus chocolates. Prometo te amar a cada segundo mais, até o fim.

   Seus votos foram curtos, o que eu agradeci mentalmente. Eu havia dito, dias atrás, que nossos votos não precisariam ser tão grandes...

   Eu sabia o que ele sentia por mim, e ele sabia o que eu sentia por ele. Não precisávamos falar tanto, até porque eu sentia que ia gaguejar.

- E-Eu prometo – gaguejei, fazendo todos rirem. – que vou tentar ao máximo não jogar pratos em você quando eu estiver na TPM e você vier me irritar. Prometo que estarei ao seu lado sempre, e que continuarei te amando até o fim.

   Edward sorriu. Enquanto o padro pedia para que Mel trouxesse as alianças, Edward murmurou:

- Sempre.

   Sorri para ele, murmurando de volta.

- Sempre.

   Mel trouxe nossas alianças com um sorrisinho fofo no rosto. Acariciei seu rostinho e Edward pegou a aliança, colocando-a em meu dedo. Fiz o mesmo nele, e sorrimos mais um para o outro.

- Pode beijar a noiva. – o padre disse.

  FINALMENTE!

   Edward me pegou pela cintura e me puxou para seu corpo, me beijando. Todos aplaudiram e eu pude ouvir Emmett assoviando igual a um louco e gritando “VÃO PARA A LUA-DE-MEL LOGO!”.

   Sorri contra os lábios do meu marido e nos separamos. Logo todos vieram nos parabenizar, e Edward a  todo momento com a mão em minha cintura. Na vez de Rose, ela me abraçou a me beliscou de leve disfarçadamente no braço.

- Eu estava esperando chorar com os votos, e você me falam duas frases e fim? – ela resmungou em meu ouvido.

   Ri alto, balançando a cabeça.

- Foi um pedido meu. Sabemos o que sentimos um pelo outro, não precisávamos prolongar tanto! – respondi.

   Rose sorriu irônica e crispou os olhos para mim.

- Você estava era com medo de gaguejar mais do que gaguejou. – ela falou.

   Essa mulher me conhecia como ninguém!

   Logo se deu início à festa, e estávamos nos preparando para tirar algumas fotos com os fotógrafos, quando eu senti dois bracinhos abraçando minha cintura. Olhei para trás e vi Austin me olhando com um sorrisão.

- Meu garotão está tão lindo! – falei, pegando-o no colo.

   Ele já estava com cinco anos, e estava enorme, mas eu esquecia isso quando via aquele rostinho lindo sorrindo para mim. Edward me abraçou pela cintura e beijou a testa de Austin, acariciando seus cabelos bem mais escuros carinhosamente.

- Você está parecendo uma princesa, mamãe. – Austin falou, os olhos brilhando.

- E você, um príncipe! – falei, enchendo sua bochecha de beijos.

   Austin gargalhou com meus beijos, e logo o coloquei no chão novamente. Eu e Edward tiramos fotos com Austin e com Nessie e Melanie, e fotos sozinhos. Logo rodamos todo o jardim para tirar fotos com os convidados, e eu não me lembro de ter me divertido tanto, mesmo com o cansaço batendo.

   Encontramos Jasper, Maria e Pietro, - o filhinho dos dois – e posamos para uma foto com eles. Maria agora era um anjo...

   Não, eu não estou contando uma piada.

   Depois do nascimento de Pietro ela passou a ser muito mais calma e amorosa com todos, e até pediu mil desculpas à Alice por tudo que fez a ela. Alice a desculpou a hoje as duas são até meio que amigas.

   Eu disse “meio”.

   E Pietro era a coisa mais fofa, então eu fiquei de distraindo enquanto apertava aquela coisa linda, e depois voltamos a andar pelo jardim. De repente avistei Tanya com seu marido e sócio de Edward, - Demetri – e a filhinha dos dois, a Anne Hope. Tiramos fotos com ele, e logo em seguida encontramos Jacob e sua namorada, Clarice.

- Tá começando a brotar gente da terra, não é possível. – Edward resmungou.

- Edward, são nossos amigos. – falei enquanto íamos até Jake.

- Sim, mas eu não quero saber de amigos agora, eu quero é ir para a lua-de-mel.

   Revirei os olhos e ri, e Edward mordeu minha bochecha.

   Abraçamos Jake e Clarice, e tiramos a foto juntos. Finalmente, aquela era a última. Os fotógrafos foram fotografar o restante da festa, e após conversar com Jake e Clarice nós fomos para a pista de dança.

   Eu e Edward dançamos com Alice e Stephen, que pareciam ser os mais animados da festa, até que Rose me puxou para um canto com aquela cara de quem está fazendo merda dela.

- O que você fez dessa vez? – perguntei desconfiada.

  Ela mexeu uma mão na outro, trêmula.

- Eu não fiz nada. – ela sussurrou. – O Emmett que fez.

- Hã?

   Rose engoliu em seco e pegou minha mão, levando-a até seu ventre liso.

   Puta merda.

   Arregalei os olhos.

- VOCÊ TÁ GRÁV... – Rose tapou minha boca antes que eu concluísse a frase, e me lançou um olhar mortal.

- Bella, se eu quisesse que a festa inteira soubesse disso, eu subia naquele palco e contava ao microfone!

- Desculpa. – sussurrei. – Mas isso é sério? Você tem certeza?

- Sim... – ela suspirou. – Eu fiz aqueles exames de farmácia, e apenas um deu negativo, e era a marca mais vagabunda. Aí eu fui ao médico e o exame saiu ontem... Eu estou grávida de dois meses.

- Eu não sei se choro de felicidade ou se te bato por não ter me contado antes!

- Eu estava desesperada! – ela falou, arregalando os olhos. – O que eu vou fazer?!

- Como assim o que você vai fazer? Você irá contar para o Emmett, é óbvio!

- Mas eu e ele nunca conversamos sobre isso... Eu não sei se ele quer ter filhos comigo, Bella.

   Rose fez uma expressão tão triste que eu a abracei e acariciei seus cabelos. Ela deitou a cabeça em meu ombro, manhosa.

- Rose, ele casou com você. É óbvio que ele planeja ter filhos, não acha? – falei, tentando tranquiliza-la.

   Ela suspirou e assentiu. Nós nos desfizemos do abraço e ela sorriu para mim.

- Obrigada. – agradeceu. – Eu irei contar hoje. E se ele não gostar, eu faço gostar na marra.

   Eu ri, concordando.

   Logo chegou a hora de jogar o buquê e as mulheres da festa se prepararam atrás de mim, até as casadas.

- Um! – comecei a contar. – Dois! Três!

   Joguei o buquê, e parecia até o apocalipse zumbi. Uma se jogou por cima da outra, com aqueles olhos de leoas famintas e os dentes cerrados como se o meu humilde buquê fosse o último antílope da savana.

   Gente...

   Até que, após quicar de mão em mão, o buquê caiu de vez nas mãos de...

   Alice.

   Ela arregalou os olhos e olhou para Stephen, que sorriu abertamente para ela. Alice corou absurdamente, fazendo eu e Rose, que estava ao meu lado, rirmos. Vi Edward olhar para Stephen emburrado, me fazendo rir mais.

   Céus, ele nunca pararia de cismar com o coitado!

   E, por fim, ao som de uma música romântica e melosa, selamos aquele dia perfeito.

   Definitivamente, eu e Edward éramos um do outro.

   Sempre.

(...)

10 anos depois...

Neon Lights - Natasha Bedingfield

- Edward, abaixa esse fogo! – eu resmunguei, tentando afastar Edward de mim.

- Mas Bella, você vai me deixar nessa abstinência até quando? – ele reclamou, fazendo carinha de pidão.

   Revirei os olhos.

- Seus pais e o restante da família estão na sala ao lado, pelo amor de Deus. – bufei. – Leve o Peru para a mesa, por favor.

   Joguei a bandeja com o Peru de Natal para os seus braços e Edward saiu em direção à sala de jantar, todo bicudo.

   Suspirei, terminando de limpar a bancada. Logo tudo estava arrumado na cozinha novamente e eu fui dar uma olhada na sala de jantar, onde toda a ceia estava servida sobre a extensa mesa. Estava tudo tão lindo!

   Fui para a sala de estar, onde toda a família estava reunida. Esme e Carlisle estavam sentados lado a lado em um lado do grande sofá, conversando com Rose e Emmett. Alice e Stephen, - agora casados – brincavam com Carly, a filha caçula de Emmett e Rose.

   Sim, agora eles têm dois filhos: Connor, - o mais velho de 10 anos – e Carly, a caçula, que tem 5 anos.

   Connor conversava com Austin, - agora no auge de seus 15 anos. Provavelmente algo relacionado a videogames, coisa que os dois amavam.

   Jasper, Maria e o pequeno Pietro, agora com 11 anos, não haviam vindo passar o Natal conosco. O pai de Maria andava mal de saúde, então os dois foram passar o Natal com a família de Maria.

   Jake e Clarice haviam vindo. Sorri para a pequena Natalie, - de 4 anos - no colo de Clarice. Ela era morena como Jacob, e era a coisa mais fofa. Ela sorriu para mim com uma carinha de sapeca que só ela tinha, e eu sorri de volta.

   Mel e Nessie finalmente terminaram de se arrumar e apareceram. Eu ainda me assustava quando via essas duas... Nessie agora com 23 anos, e Mel com 20 anos.

   O tempo passou tão rápido... Parece que foi ontem que eu arrancava os cabelos por causa de Edward naquele escritório. E agora eu já tenho 36 anos, e ele 40.

   Que merda, eu estou ficando velha!

   Senti Edward me abraçar por trás e beijar um dos meus ombros.

- Eu estou com fome, amor. Vamos começar essa ceia logo! – ele pediu.

  Virei meu rosto para ele e sorri. Apesar de estar no auge de seus 40 anos, Edward ainda continuava gostoso. Alto, forte, com aquele maxilar quadrado perfeito, aqueles olhos verdes brilhantes e aquele cabelo revoltado.

   Socorro.

- Quando der meia-noite. – falei, sorrindo.

   Edward revirou os olhos.

- Mas ainda são onze e meia... – ele lamuriou.

   Revirei os olhos, rindo. Logo fomos ficar com os outros e o tempo passou muito mais rápido. Quando o relógio bateu meia-noite, fomos todos para a sala de jantar. Todos elogiaram a ceia, e eu agradeci.

   Nem passei dois dias preparando aquilo tudo, rs.

- Bom... Podem se servir! – falei.

   E foi eu dizer isso para Spock, - o cachorro que mais parecia um leão que o Austin inventou de trazer para casa – vir correndo de não sei de onde. Observei com assombro aquele troglodita em forma de cachorro pular em cima de umas das cadeiras e avançar sobre o peru de Natal (aquele mesmo que eu passei 2 DIAS preparando).

   O que um dia foi peru, deixou de ser, porque o cachorro meteu os dentes enormes na minha preciosa ave e saiu correndo com ela.

   Todos ficaram parados, estáticos. Austin me olhou pelo canto dos olhos, tenso. O clima silencioso foi quebrado por Rose, que gargalhou alto. Logo um sorriso foi brotando no rosto de cada um, e eu também não aguentei. Todos nós caímos na gargalhada e Rose gritou:

- Ainda tem a rabanada!

   Alice pegou a travessa à sua frente, levantando-a.

- E panetone!

   Passei as mãos no rosto, e senti Edward me envolver pela cintura, seu corpo balançando levemente devido ao riso. Deitei a cabeça em seu peito, sem conseguir controlar a risada.

   Céus...

   Algumas coisas NUNCA mudariam!

"Convulsivo como

Luzes de néon

Você pode sentir meu amor?

Alto e claro

Te puxa para perto

Você pode sentir meu amor?

.

Temos todas as memórias

Muito mais do que podemos ver

Melhor do que o nosso primeiro beijo

Neve caindo no Natal

Como dormir até mais tarde no domingo

Risos que nunca fingimos

Bob Marley no Verão

Amor um pelo outro

.

Ah, parece que...

.

Vagalumes

Dia e noite

Você pode sentir meu amor?"