Porto Seguro - 2ª Temporada escrita por Allie Próvier


Capítulo 9
9. Mundo, eu sou forte


Notas iniciais do capítulo

NÃO ME MATEM PELA DEMORA, EU CHEGUEI! Õ/
Explicações lá em baixo, leiam, por favor!
Boa leitura!



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9. Mundo, eu sou forte (Parte 1).


POV Alice

Ouvi vozes distantes e suspirei, tateando fracamente a minha mão ao lado do corpo. Senti uma mão macia segurar a minha, e forcei meus olhos a se abrirem. A primeira visão que tive foi de Jéssica me olhando com uma expressão aliviada.

– Você quase me matou de desespero... – ela murmurou.

Olhei ao redor, sentindo minha cabeça pesada. Jéssica me ajudou a sentar e percebi que estávamos em meu camarim. Jasper entrou no cômodo com um copo de água em mãos, e sorriu ao ver-me.

– Vocês está bem, que bom! – ele suspirou.

Senti vontade de levantar e afundar minha mão naquela cara branca dele, mas me controlei, até porque não conseguia levantar. Peguei o copo de água de sua mão a contragosto, e bebi o líquido avidamente.

Assim que terminei, coloquei uma mão na cabeça, sentindo-a doer.

– Eu tive um pesadelo. – murmurei, e Jéssica me olhou confusa. – Bella me ligava e dizia que... Que...

Minha voz ficou presa, e eu senti um aperto no peito. Era um pesadelo, não era?

Tinha que ser.

Jéssica e Jasper trocaram um olhar receoso, e ela apertou levemente minha mão.

– Alice, precisamos conversar. – ela falou calmamente.

Engoli em seco.

– Jéssica, por favor, me diz que nada daquilo que eu ouvi é real... – pedi. – Por favor.

Ela engoliu em seco, e suspirou.

– Alice, nós conversamos com a Bella. – ela começou a falar receosa. – Você deveria ligar para ela mais tarde.

Levantei num átimo, pronta para pegar meu celular que estava sobre a mesa, mas Jasper me parou.

– Mais tarde. – ele disse. – Agora não.

Eu me desvencilhei de seus braços, irritada.

– Mais tarde?! Vocês enlouqueceram?! Eu acabei de escutar minha irmã dizer que está com tumor cerebral! – gritei, sentindo meu coração acelerar cada vez mais. – Acha mesmo que isso pode ser deixado para mais tarde?!

Os dois trocaram um olhar e Jasper assentiu, pegando meu celular e me entregando. Rapidamente o tomei de sua mão, já começando a digitar o número de Bella enquanto saía do camarim e andava pelos corredores, esperando ela atender a chamada.


POV Bella

– Se a Alice tiver um derrame a culpa é sua. – rosnei para Rose, que me olhou com o rosto apoiado na mão.

– Ela é muito nova para ter derrame. – resmungou. – E Jéssica disse que ela desmaiou, fica calma. Logo ela dará notícias e...

Rose foi interrompida pelo toque do telefone. Corri para atender, sentindo uma leve tontura, e suspirei aliviada ao ouvir a voz de Alice.

B-Bella, - ela gaguejou com a voz embargada. – Me explica direito, por favor. Me diz que eu entendi errado!

Droga, ela estava chorando. Passei a mão no rosto, vendo Rose me olhar curiosamente.

– Está tudo bem, Alice. – murmurei.

TUDO BEM?! – ela gritou, e eu tive que afastar o telefone do ouvido. – Você me diz que está com a porra de um tumor e me diz que está tudo bem?! Qual é o seu problema?! Eu juro que se estivesse aí agora eu teria te dado um soco, porque é o que você merece! Qual é o seu problema? Eu odeio, ODEIO essa sua mania de querer parecer bem quando na verdade pode morr...

Sua voz falhou, senti meu peito apertar ao ouvir o som do seu choro. Suspirei, esperando seus soluços cessarem. Eu a ouvi fungar após alguns segundos, e voltar a falar com a voz embolada.

Eu vou voltar. – falou. – Eu não posso te deixar aí sozinha.

– Não estou sozinha, Alice. Todos já sabem, fique tranquila.

Ela riu sem humor.

Acha mesmo que eu irei ficar tranquila no meio de uma turnê, sabendo que a minha irmã está com uma doença grave? Repito: qual é o seu problema?

Revirei os olhos.

– Alice, eu vou ficar bem. Já fui ao médico, fiz exames e na semana que vem voltarei à clínica para o tratamento. Não pare a turnê... Por favor, não faça isso. Eu não vou aguentar saber que você parou tudo isso que conquistou por mim.

Eu faço qualquer coisa por você, Bell. – ela murmurou com a voz embargada novamente. – Você não entende? Você é a minha irmã, minha melhor amiga, minha mãe. Eu não posso te deixar num momento como esse.

Sorri, encostando minha testa na parede à minha frente enquanto sentia meus olhos marejarem.

– Eu te amo. – falei, e ela voltou a chorar, repetindo as mesmas palavras que eu. – Continue com a turnê, e eu darei notícias todos os dias. Ok?

Não, Bella. Eu... – ela voltou a insistir, mas eu a cortei.

– Alice, continue com a turnê. Vai dar tudo certo. – repeti.

Ela suspirou.

– Eu terei alguns dias livres entre um show e outro. Eu irei aí para te ver nesses intervalos. – ela disse, e eu concordei. – Mas por favor, não deixe de dar notícias. Por favor.

– Tudo bem. – sorri.

– Rose está aí? – perguntou, e eu murmurei que sim. – Passa para ela?

Concordei e nos despedimos, e eu passei o telefone para Rose, que o agarrou igual uma lunática. Comecei a preparar o jantar enquanto ouvia parte da conversa de Rose com Alice, que durou cerca de 1 hora e meia.

– Haja fôlego para falar, hein. – brinquei assim que ela encerrou a chamada.

Rose sorriu.

– Ela estava bem preocupada. – falou. – Quer ajuda?

– Não, tudo bem.

Rose levantou e pegou uma faca, e os tomates que estavam em um pote sobre a pia, logo voltando para o balcão. Revirei os olhos e sorri, balançando a cabeça. Voltamos a conversar amenidades, e logo o tempo foi passando.

(...)

1 mês depois...

Respirei fundo.

A camisola branca do hospital estava me dando nos nervos. Acho que eu vou mandar uma carta para o governo pedindo, - implorando – por camisolas de hospitais decentes, porque olha, não dá.

Ficar com esse pedaço de cortina enrolado no meu corpo não está me deixando satisfeita. Ainda mais com essa abertura atrás enorme que deixa a minha calcinha de carneirinhos à mostra.

Sim, minha calcinha tem um monte de carneirinhos desenhados.

Bufei, tentando me ajeitar melhor na cama. Eu estava sozinha no quarto, apenas esperando a hora em que o Dr. Volturi chegaria aqui para me levar para a sala de operações.

Sim, eu estou prestes a ser operada. Suspirei. Eu estou calma, juro. Só um pouco trêmula, e com umas leves palpitações, e a mão suando frio, mas estou bem.

Eu estou bem.

Repetindo: eu estou maravilhosamente bem.

Ouvi a porta do quarto ser aberta e saí do meu transe. Edward me olhou com um ar de riso, talvez se perguntando porquê eu estava olhando fixamente para a parede branca do outro lado do quarto igual uma retardada mental. Mas olha, eu estou bem.

Estou mesmo.

Edward fechou a porta do quarto e veio até mim. Estiquei meus braços, em um pedido mudo para que ele me abraçasse. Ele sorriu e me abraçou apertado, sentando ao meu lado na cama. Aspirei seu cheiro, sentindo-me instantaneamente mais tranquila. Ele beijou o topo da minha cabeça, logo rumando seus lábios para a minha testa, bochechas, nariz e, por fim, minha boca. Suspirei contra seus lábios, e ele acariciou meu rosto, me olhando amorosamente.

– Eu estou com medo. – sussurrei.

– Medo do quê?

Suspirei.

– E se não der certo? – perguntei com a voz esganiçada. – E se no fim tudo isso não resultar em nada, só piorar?

Edward balançou a cabeça, pegando meu rosto entre suas mãos e me olhando profundamente nos olhos.

– Vai dar tudo certo, você sabe disso. – ele disse. – Dr. Volturi disse que suas chances de ficar curada após a cirurgia são de 99%. Não sei se você sabe, mas 99% de chances é muita coisa, amor.

– É, mas e o 1% restante? Não dá para ignorar o 1%, Edward. – resmunguei.

Ele riu baixinho, acariciando minhas bochechas.

– Você passou o último mês passando por vários tratamentos. Agora, por fim, vem a cirurgia... Vai dar tudo certo. – ele repetiu. – Você é forte.

Assenti, sorrindo levemente. Ele beijou meus lábios carinhosamente, e logo se separou. Ele estava tão cuidadoso ultimamente que eu estava até estranhando, mas é o Edward.

Ele de repente ficou de pé, segurando as minhas mãos.

– Venha. – falou.

O olhei curiosa e ele me ajudou a sair da cama. Eu me pus de pé, meio bamba, e ele me conduziu lentamente até a enorme janela que havia no quarto. Através dela conseguíamos ver algumas luzes do centro de NY a poucos quilômetros d distância. O hospital ficava em um lugar tranquilo. Estava de noite, e parecia frio. Edward pegou seu celular e mexeu no aparelho rapidamente, e logo ouvi uma música começar a tocar. Edward colocou o celular sobre a mesinha que havia no canto do quarto, e pegou minhas mãos novamente, colocando meus braços sobre seus ombros.

Make It Rain – Colbie Caillat

– Você lembra dessa música? – perguntou enquanto dávamos um passinho para lá, e outro para cá, calmamente. – Cinco anos atrás... O melhor Natal que eu tive na minha vida... – falou, tentando me fazer lembrar.

Rapidamente as lembranças vieram à minha cabeça como flashes e eu sorri. Era a música que havia tocado no carro, quando acidentalmente eu o bati contra um poste e ficamos presos no meio da neve, esperando pelo reboque...

Nossa, como ele ainda lembrava?

Edward pareceu ler meus pensamentos, e sorriu seu sorriso torto molha-calcinhas.

– Eu estava muito irritado com você. Eu sempre estava, na verdade. Você tinha o incrível dom de me tirar do sério. – falou, e eu sorri. – Mas naquele dia, mesmo irritado, eu estava com uma vontade absurda de te agarrar naquele carro, no frio, debaixo de uma tempestade de neve, mesmo que você tivesse acabado de quase nos matar...

– Exagerado. – revirei os olhos, rindo. – Foi uma batidinha leve.

Ele riu, e me puxou para mais perto do seu corpo e apoiando levemente seu queixo sobre o topo da minha cabeça.

– Você sempre foi uma louca. – murmurou. – E eu sempre amei isso. E sair em plena véspera de Natal por Nova York, atrás de um Peru de Natal para as suas irmãs de quem você sempre cuidou como se fossem suas filhas, só reforçou o que eu já tinha certeza.

– Do que você tinha certeza? – perguntei, afastando um pouco meu rosto para olhar o seu.

Edward sorriu levemente, seus olhos mais verdes do que nunca.

– Que você era a mulher da minha vida. – falou baixinho, e eu senti um arrepio percorrer a minha espinha. – Eu tive certeza disso naquele Natal a cinco anos atrás. E desde então tenho tido essa certeza todos os dias, desde aquele dia.

Sorri, e ele abaixou um pouco o rosto, as pontas dos nossos narizes se tocando levemente.

– Você me deu momentos maravilhosos, e presentes maravilhosos. E tudo é perfeito com você. E você se manteve de pé, firme e forte, mesmo passando por tantas coisas e aturando tantos problemas, um deles sendo eu. Então não me diga que não vai conseguir, Bella. Você vai, e você mais do que ninguém sabe disso. Você tem sido forte por você mesma, e por todos ao seu redor. E nesse momento a nossa família está lá fora, torcendo por você.

Fiquei na ponta dos pés, agarrando seu pescoço e levando meus lábios em direção aos seus. Edward segurou firmemente a minha cintura, aprofundando o beijo. Sorri contra os seus lábios, sentindo uma lágrima cruzar meu rosto. Edward a limpou, separando nossos lábios, arfante.

– Eu te amo. – falou.

Sorri.

– Eu te amo. – murmurei.

Ouvimos batidas na porta e Dr. Volturi apareceu, sorrindo amavelmente para nós dois. Vi duas enfermeiras atrás dele.

– Está na hora. – ele disse.

Olhei para Edward, e ele olhou para mim, sorrindo confiante.

Eu só esperava que tudo desse realmente certo.

(...)

POV Rosalie

Eu joguei o saquinho de jujubas na lixeira que havia no outro lado da sala de espera e voltei a me sentar, abrindo a bolsa e pegando outro saquinho de jujubas.

– Rose, já é o quarto saco de jujubas que você come em menos de uma hora... – Emmett disse, me olhando com os olhos levemente arregalados.

– E daí?! – resmunguei. – Foi você que pagou? Não.

– Por que está tão nervosa?

Vou pegar essa merda de saco de jujuba e jogar no meio da cara dele.

– Por que você acha que eu estou nervosa, hein? Talvez porque a minha melhor amiga está numa sala de cirurgia há duas horas e nós nunca recebemos notícias e eu vou enlouquecer! – me forcei a não gritar, apertando o saco em minhas mãos.

Emmett suspirou, pegando uma das minhas mãos e depositando um beijo nela.

– Fica tranquila, Rose. Você sabe que vai dar tudo certo. – falou. – Agora me dê esses doces aqui, antes que quem tenha que ser internada também seja você.

Bufei, revirando os olhos, e voltei a guardar as jujubas na bolsa. Emmett riu, me fazendo bufar novamente. Nossos olhares caíram sobre Edward, que estava sentado em um dos bancos no outro lado da sala, falando ao telefone. Esme e Carlisle estavam em sua casa com as crianças, e ligaram querendo notícias...

Nós também queríamos.

Sabíamos que tudo ia dar certo. Bella era forte, sempre foi. E seu caso não era simples, mas também não era grave. O médico nos deu a certeza de que tudo daria certo. Deitei minha cabeça no ombro de Emmett, e ele beijou a minha testa.

O silêncio caiu sobre o local, apenas se ouvia os murmúrios de Edward ao telefone, quando um pingo de gente apareceu afoito e ofegante.

– COMO ELA ESTÁ?! – Alice gritou.

Uma das enfermeiras que passavam lhe lançou um olhar reprovador, e Alice se desculpou baixinho, logo vindo até nós. Edward falou algumas últimas palavras ao telefone e encerrou a chamada, vindo até nós. Alice se sentou no banco ao meu lado, e Edward no banco que havia no outro lado dela.

– Ainda não recebemos nenhuma notícia. – falei, a abraçando. – Falamos com a enfermeira, e ela disse que logo saberemos de algo.

Alice suspirou, passando as mãos no rosto. Edward a abraçou pelos ombros, beijando o topo de sua cabeça, e ela segurou minha mão.

– Minha mãe disse que Nessie não consegue dormir. – Edward falou de repente. – Mel e Anthony já dormiram, mas Nessie...

– Ela não estava bem desde dois dias atrás. – Emmett falou. – Ela andava meio avoada, e preocupada.

– Tão pequena e já nervosa desse jeito. – murmurei. – Bella e sua incrível capacidade de deixar todo mundo maluco, não importa o motivo.

Todos nós sorrimos levemente, creio eu lembrando de Bella. Era impossível não sorrir lembrando dela.

Céus, como eu necessito de notícias...

– Senhor Cullen?

Todas as cabeças viraram para o Dr. Volturi, que apareceu com a expressão cansada e sério.

Oh droga.

Edward ficou de pé num átimo, assim como eu, Alice e Emmett.

– Como foi, doutor? – Edward perguntou nervoso.

Dr. Volturi suspirou ainda sério, e nos olhamos apreensivos.



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Notas finais do capítulo

Vou copiar e colar o texto que eu coloquei lá no grupo do facebook, para ficar mais fácil:
"EU ESTOU DE CASTIGO! E não, eu não aprontei nada, vocês sabem que eu sou um anjo :(
Enfim, minha mãe anda estressada esse mês (porque eles está sendo ótimo, né *risada irônica*), aí se estressou comigo porque eu acordei tarde, aí se estressou comigo porque eu não tomei café-da-manhã e ela acha que eu vou ficar anêmica, aí se estressou porque as minhas notas estão ACIMA DA MÉDIA, mas não estão sendo suficientes para ela.
Enfim, ela tá estressada.
E eu tô aqui escondida, aproveitando que ela saiu. Mas é por uma boa causa, então tá valendo, ahuahahuhau.
Aí me pôs de castigo para eu estudar, aí eu vou ficar sem pc por um tempinho. Provavelmente logo passa, então de repente semana que vem tô de volta firme e forte para continuar com vocês. ♥
Eu ainda tinha que terminar o CAPÍTULO 9 DE PORTO SEGURO, MAS para não deixar vocês esperando ainda mais, vou postar ele mesmo assim! Aí vai ser como "Parte 1" e "Parte 2". A "Parte 2" virá assim que der para eu terminá-la! "
ENFIM, É ISSO!
Meus castigos geralmente duram no máximo 1 semana. Espero que continue assim. :(
PARA QUEM AINDA NÃO PARTICIPA DO GRUPO NO FACEBOOK, AÍ VAI O LINK:
https://www.facebook.com/groups/524763704223492/
PARTICIPEM, GENTE! VAI TER AVISOS COMO ESSE LÁ, ENTÃO VOCÊS FICARÃO A PAR DA SITUAÇÃO EM RELAÇÃO À DEMORAS E TUDO MAIS!
Agora chega de Caps Lock, parece que eu estou berrando com vocês.
ENFIM, É ISSO! hahahhah.
Beeeeeeeijos!

P.S: gente, eu mereço uma recomendaçãozinha? :(