A cada por do sol, Henrique se sentia mais próximo de Myla e numa tarde eles tiveram a oportunidade de conversar pessoalmente.

- Eu esperei muito por esse momento. – afirmou Henrique.

Myla sorri timidamente.

- Hum... – Resmungou ela.

Após contar parte da sua história de vida, Henrique a olha fixamente e declara.

- Sabe, você me fez acreditar novamente nas pessoas.

Myla não entendeu muito bem, mas se sentiu feliz com o que ouviu e pensou: -“Não era coisa da minha cabeça, ainda há o encanto sincero e verdadeiro”. Ela tinha plena convicção de que não havia feito nada. Despertou o interesse de alguém sendo ela mesma. Isso era fascinante.

Henrique relembrou amores, renuncias e expôs tudo o que pensava a respeito de Myla.

- Acho que você precisa de alguém forte do seu lado. Alguém de pulso, que te auxilie na caminhada da vida.

Era incrível! Aos poucos ele ia acertando cada dificuldade e anseios de Myla. Não era chute, ele possuía uma boa percepção. Um simples gesto de Myla denunciava sua ingenuidade.

- Às vezes eu sinto vontade de conhecer... – murmurou ela.

Henrique se aproximou de Myla na tentativa de ouvi-la mais nitidamente e a indagou.

- Conhecer o que?

- O mundo. – Disse ela.

- Não queira. Eu vim de lá e acredite em mim, não vale à pena.

Após muito conversarem, percebem que as horas já se avançaram e Henrique a adverte sobre o horário.

- Já está tarde, não é mocinha?

- Eu passaria horas conversando contigo.

Surpreso e empolgado, Henrique declara.

- Parece que eu te conheço há séculos... Agora eu entendo porque eu não estou lá. Eu precisava te conhecer.

Os dois miram o céu estrelado e Henrique começa a lhe falar sobre as estrelas. Mas ao lembrar-se da hora, o encanto é quebrado e os dois se despedem.