O Patrocínio do Mal escrita por Goldfield


Capítulo 6
Capítulo 6




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Capítulo 6

Perigo biológico.

Eram dez da noite, e Rebecca estava há mais de doze horas enclausurada em sua sala no Laboratório Vinnewood. Não sucumbira à fome e à sede graças a duas barras de cereais e uma garrafa de água mineral que estavam guardadas num dos armários do local. Ficar todo aquele tempo num só lugar fez com que a ex-integrante do S.T.A.R.S. se lembrasse de quando permanecera trancada por horas na enfermaria da Mansão Spencer, durante o incidente ocorrido na floresta de Raccoon em julho de 1998...

A doutora refletia sobre sua vida e o que estaria acontecendo no prédio, quando, sem mais nem menos, ouviu o som do lacre da porta sendo removido automaticamente. Como que por instinto, apanhou sua Beretta, ao mesmo tempo em que a voz feminina pré-gravada do sistema de segurança anunciava:

–         A infecção viral foi controlada. Repito: a infecção viral foi controlada. Número estimado de sobreviventes: cinco. Todas as portas e saídas foram destrancadas automaticamente. O prédio deve ser interditado imediatamente para evitar o risco de nova contaminação. Isto não é um exercício.

Trêmula, Chambers caminhou até a saída da sala, arma em punho, pronta para disparar contra qualquer coisa que se movesse. Antes de pisar no corredor, olhou para as duas direções deste. Estava totalmente vazio e silencioso. Adentrou-o então, tomada por grande temor. Caminhando por ele, Rebecca viu-se novamente num dos escuros e apavorantes corredores da Mansão Spencer, onde um zumbi horrendo poderia surgir a qualquer instante...

Súbito, a médica ouviu passos oscilantes atrás de si. Era uma pessoa, ainda humana ou não, que provavelmente cambaleava na direção da jovem. Esta, no auge do medo, voltou-se na direção do barulho, arma apontada e coração aos pulos.

O que Rebecca viu era digno de um filme de terror...

Nesse exato momento, no quarto subsolo do laboratório, Murray e Klein, desmaiados desde o momento em que um dos recipientes contendo zumbis fora danificado, acordaram praticamente ao mesmo tempo. Sentiam-se fracos e com o corpo inteiro dolorido, sem a mínima idéia do que realmente acontecera.

–         Você está bem, garoto? – perguntou James, levantando-se do chão.

–         Já estive muito melhor... – foi a resposta de Lott, que também se colocava de pé.

–         Como se sente?

–         Parece que fui atropelado por um caminhão!

–         Somos dois...

Ambos perceberam que estavam zonzos, e por isso levaram uma das mãos à cabeça. Tossiram. Em seguida o inglês indagou, vendo que os olhos de Murray, assim como os seus, estavam extremamente irritados:

–         Por quanto tempo ficamos inconscientes?

–         Algumas horas, no mínimo... – cogitou James, sem possuir qualquer noção de tempo.

Klein caminhou na direção do barril de onde vazara o gás criogênico. Surpreso e terrivelmente assustado, viu, através do vidro reforçado, que o interior do recipiente se encontrava agora vazio.

–         Para onde foi o zumbi que estava aqui dentro? – quis saber o rapaz, apavorado.

–         Ele já estava cristalizado, deve ter derretido em contato com o ar da sala ou algo parecido... Não se preocupe! Venha, vamos subir de volta aos andares superiores!

Os dois cientistas deixaram o depósito, voltando ao elevador através do qual haviam descido até ali. Murray, tossindo sem parar, pressionou um dos botões do painel, e o transporte iniciou o trajeto rumo ao térreo do prédio. Durante a subida, o chefe da equipe de pesquisas pediu a Lott:

–         Garoto, por favor, não conte a ninguém o que ocorreu lá embaixo! Seria o nosso fim como pesquisadores! Posso contar com seu sigilo?

–         Certamente, senhor Murray... – respondeu Klein, respirando com dificuldade.

–         É Jimmy! – disse o outro, corrigindo-o num ligeiro sorriso. – Puxa, como nós fomos burros, não acha?

–         Concordo plenamente!

E riram até o elevador atingir seu destino. Assim que isso aconteceu, as portas do transporte se abriram, e a dupla de especialistas em biogenética caminhou para fora, ganhando um extenso corredor, repleto de portas e vidros através dos quais era possível visualizar o interior das salas de pesquisa.

–         Parece que ficamos desmaiados o dia inteiro! – observou Lott. – O laboratório está vazio! O horário de trabalho já deve ter acabado!

–         Não sei, garoto... – murmurou Murray, examinando o ambiente com atenção. – Este lugar nunca esteve tão quieto quanto agora, nem à noite... Há algo errado acontecendo...

–         O senhor acha mesmo? Terá algo a ver com aquele gás que escapou do tanque onde estava o zumbi?

–         Hei, olhe!

James apontou um dos dedos indicadores para frente. Alguns metros adiante no corredor, o qual encontrava-se tomado por um forte odor podre, havia um pesquisador de pé, imóvel, trajando jaleco e calça preta. Encontrava-se virado de costas para os dois recém-chegados, impossibilitando que seu rosto fosse visto por eles. Porém, devido ao fato do cientista ser careca, Murray identificou-o sem demora:

–         É o Berret! Ele deve saber o que está havendo!

O chefe da equipe de pesquisas, acompanhado pelo inglês, sempre trêmulo e temeroso, aproximou-se do doutor. Quando estava a poucos passos de distância do geneticista, que permanecia imóvel, James perguntou:

–         Harry, está tudo bem?

A resposta do pesquisador foi um gemido agonizante, enquanto se voltava para seu superior...

–         Deus do céu! – gritou Murray, horrorizado.

A face de Berret era digna de uma criatura infernal. Seu rosto estava em frangalhos, com o crânio exposto aqui e ali. Era possível ver um buraco negro e ensangüentado onde um dia existira um nariz. Havia também inúmeras fraturas em seu corpo, sem contar os ferimentos aparentemente causados por mordidas. Era como se Berret tivesse sido atacado por um bando de cães raivosos.

–         Afaste-se! – berrou James, recuando para junto de Klein.

–         Um zumbi! – exclamou o rapaz, olhos arregalados. – Ele se transformou num zumbi!

Os dois cientistas retrocediam lentamente pelo corredor, perseguidos pelo morto-vivo, que cambaleava na direção deles aos gemidos, braços estendidos como se fosse um sonâmbulo.

–         E agora, o que faremos? – indagou Lott.

–         Matá-lo! Nós precisamos matá-lo!

Dizendo isso, Murray se aproximou de um armário vermelho de emergência localizado na parede à sua direita, dentro do qual, através de um vidro, via-se um afiado machado. Num soco desesperado, James destruiu a proteção, apanhando a arma sem pensar duas vezes.

O chefe de pesquisas fitou os olhos sem vida daquele que um dia fora Harry Berret. Em seguida, num golpe ágil com o machado, decapitou o zumbi, cuja cabeça rolou pelo chão, parando aos pés de Klein, que gritava de horror. O corpo do monstro deu mais alguns passos antes de cair sobre o piso num baque aterrador.

–         Meu Deus! – berrou Lott no auge do desespero, cobrindo a face com as mãos.

Súbito, os dois pesquisadores ouviram um verdadeiro coro de gemidos. Mais mortos-vivos estavam a caminho. Disposto a tudo para sobreviver, Murray correu para dentro do elevador, seguido por Klein, que tossia ainda mais devido ao medo. James esmurrou o botão do painel que correspondia ao quarto subsolo, e o transporte começou a descer.

–         Estamos perdidos! – afirmou o superior de Lott por fim, ofegante.

Chambers estava chocada. O homem diante de si não era um zumbi, apesar das circunstâncias indicarem que em breve ele não seria mais humano. Tratava-se de Fred Rawin, um dos pesquisadores do laboratório. Apoiado numa parede com seu braço direito, o sobrevivente gemia de dor, cobrindo com a outra mão um enorme ferimento em seu abdômen, de onde jorrava um verdadeiro rio de sangue, tingindo o chão de rubro.

–         Minha nossa, Fred! – exclamou Rebecca, abaixando a arma para em seguida correr até o colega. – O que houve?

–         Monstros! – respondeu o cientista, voz fraca. – Eles tomaram o prédio! Eu estou prestes a me tornar um deles...

–         São zumbis, não? Mortos-vivos?

–         Sim, como em Raccoon... Mas a velocidade de infecção é muito mais rápida... Em poucas horas todos já haviam se transformado em cadáveres ambulantes!

–         Oh, Fred... Resista! Encontraremos uma maneira de salvá-lo!

–         É inútil, Becca... Mate-me enquanto é tempo! Não quero infectá-la quando eu perder a consciência!

–         Não posso...

–         Mate-me! – ordenou Rawin em tom desesperado, puxando o cano da Beretta de Rebecca para junto de seu peito.

–         Perdoe-me, mas eu não posso! – replicou Chambers com lágrimas nos olhos.

–         Você precisa me matar!

–         Não...

De repente, um disparo é ouvido. Fred abre a boca, de onde escorre grande quantidade de sangue. Logo depois desaba sobre o piso, parando de se mover após ligeiro ataque convulsivo. Atônita, Rebecca ergue os olhos, vendo a autora do tiro logo à frente: Jane Weston, que ainda apontava sua pistola Colt calibre 45 para o cadáver.

–         Por que você fez isso? – indagou a ex-integrante do S.T.A.R.S., contendo-se para não romper em prantos.

–         Ele ia se transformar numa daquelas coisas... – murmurou Jane friamente, caminhando na direção da colega. – Você deveria saber que matá-los nesse estágio da infecção requer um menor número de balas! Já não enfrentou essas aberrações nos arredores de Raccoon City há dez anos?

–         Você não me engana, Weston! Sei que não é uma simples pesquisadora! Diga-me, qual é o seu segredo?

–         Tal resposta lhe será fornecida num momento oportuno! – respondeu a misteriosa jovem, arremessando uma espingarda calibre 12 para Rebecca. – Pegue essa arma, com certeza será útil! Agora vamos, temos que sair deste maldito laboratório!

Mesmo contrariada, Chambers seguiu Weston para fora do corredor.

O silêncio era total no depósito situado no quarto subsolo do prédio. Sentados no chão um diante do outro, Murray e Klein fitavam o chão, tossindo praticamente a cada cinco segundos. Ambos sentiam-se cada vez mais fracos e impotentes diante da terrível situação que haviam provocado.

–         Nós também estamos infectados... – disse James.

–         É, eu percebi... – murmurou Lott. – Cara, que estupidez a nossa! Acho que fui castigado de forma merecida devido à minha curiosidade!

–         E eu por ter mantido esses mortos-vivos desgraçados escondidos aqui embaixo... Parece que chegamos ao fim da linha, garoto!

Logo após dizer isso, Murray retirou da jaqueta um velho revólver calibre 38. Olhou-o em sua mão por alguns instantes e depois perguntou ao rapaz:

–         Quer ser o primeiro?

–         Do que está falando?

–         Ora, não quer permanecer vivo até se tornar um daqueles zumbis carniceiros, quer? Não há alternativa, garoto!

–         Talvez haja... – afirmou o inglês, voltando a cabeça para um dos recipientes que Murray ocultara naquele depósito.

James também olhou para os barris, mais precisamente para o número de telefone presente neles, ao lado do símbolo da Umbrella. Leu a inscrição “Em caso de emergência” tomado por repentina esperança de escapar vivo daquele inferno. Porém, foi realista:

–         A Umbrella faliu há seis anos! Esse número nem deve mais existir!

–         Só há uma maneira de termos certeza!

Klein caminhou até um aparelho de telefone pendurado numa das paredes do depósito. Observado atentamente por Murray, o jovem digitou o número indicado nos sarcófagos metálicos e, para sua surpresa, a resposta do outro lado da linha foi imediata:

–         Alô?

O rapaz estremeceu, enquanto começava a falar...

A sala era escura. Nela havia dois homens, sentados atrás de mesas, mas não era possível ver seus semblantes. A luz da lua, penetrando no recinto através de uma grande janela, revelava a existência de uma estante de livros junto a uma parede. Um dos indivíduos atendia calmamente a um telefonema procedente do Laboratório Vinnewood, em São Francisco:

–         Precisam de ajuda? Mas o que aconteceu? (...) Ah, agora entendo... Então o gás de um dos recipientes vazou junto com o vírus? (...) Compreendo. O lugar está agora infestado de zumbis. Escute, não é preciso se preocupar! (...) Sim, nós podemos controlar a situação, não se aflija! Escute, você e seu chefe tentaram lutar com os mortos-vivos?

Enquanto Lott respondia do outro lado da linha, o misterioso sujeito apanhou uma caneta e começou a anotar num bloco de notas o que era dito pelo rapaz.

–         OK, seu chefe atacou um deles usando um machado... Foi letal? (...) Certo. Você tem certeza de que o cadáver decapitado não ficou se mexendo normalmente depois do ataque? (...) Ótimo, menos mal! Estamos a caminho, senhor Klein! Agüentem apenas mais alguns minutos!

A ligação foi encerrada. O homem se levantou, guardando o bloco de notas num dos bolsos de sua calça. Disse então ao outro indivíduo presente na sala:

–         Parece que encontramos os ovos, senhor Burke. O problema é que eles chocaram!

–         Maldito Murray... Bem, ao menos nossas suspeitas se mostraram corretas! É uma pena que meu protegido esteja neste momento cercado de zumbis canibais, mas a causa pela qual luto é mais importante do que um ingênuo sobrevivente da ilha Sheena! E quanto ao vírus? Sofreu mutações drásticas?

–         Aparentemente não, segundo o que Klein me disse. Entretanto, ainda é cedo para tirarmos conclusões quanto a isso. O T-Virus passou muito tempo em estado de hibernação naquelas cobaias, e não sabemos ao certo quais as possíveis conseqüências disso nos hospedeiros. Lembre-se de Alexia Ashford e o infame T-Veronica...

–         Bem observado, caro Hunk. De qualquer forma, você sabe o que deve fazer! Reúna sua equipe e parta rumo a São Francisco, não temos muito tempo! Todas as comunicações do laboratório com o mundo exterior estão bloqueadas neste momento, com exceção do telefone de emergência usado por Lott para nos contatar, portanto o risco de possíveis intromissões na operação é mínimo! Agora vá!

–         Afirmativo, Vin...

–         Josh! Meu nome agora é Josh, lembre-se disso!

Hunk confirmou com a cabeça, deixando o recinto em seguida.

–         É no mínimo curioso! – afirmou Lott ao desligar o telefone. – Parece que eles já possuem um procedimento próprio para este tipo de situação!

–         Eu não compreendo! – exclamou Murray após tossir por alguns segundos. – Como alguém pôde atender à ligação se a Umbrella não existe mais? Terá sido o governo?

–         Não sei... Só quero sair daqui antes que esse vírus me transforme num zumbi... E eu estou ficando com fome...

–         Hei, não me assuste, garoto!

E, sentindo-se cada vez mais próximos da morte, os dois pesquisadores voltaram a se sentar no chão.

Prosseguindo com cautela pelos corredores do laboratório, Rebecca e Jane abriam caminho em meio a uma verdadeira legião de mortos-vivos. A cada monstro aniquilado, a ex-integrante do S.T.A.R.S. sentia-se mal por estar eliminando seus colegas de trabalho, transformados agora em feras decompostas totalmente incontroláveis.

–         Como o T-Virus chegou aqui? – indagou Chambers logo depois de derrubar um zumbi com um tiro na testa. – Eu pensei que todas as amostras ainda existentes estivessem seguras nas mãos dos federais!

–         Eu sei tanto quanto você, amiga... – respondeu Weston, desejando não se aprofundar no assunto.

–         Você acha que o Murray...

–         Bem, eu sempre desconfiei dele! Quem sabe ele não endoidou e contaminou toda a equipe por puro sadismo? Nunca sabemos quando uma pessoa pode revelar seu lado psicótico!

–         Assim como você...

Jane ignorou o comentário. Haviam parado diante de uma porta de vidro que revelava, no interior da sala à que dava acesso, uma bancada repleta de computadores ligados, por meio dos quais as duas sobreviventes poderiam contatar o exterior do prédio.

–         Vamos entrar? – perguntou Rebecca, já apontando a Beretta para dentro do lugar.

–         E por acaso temos escolha? – retrucou Weston secamente.

Ambas respiraram fundo e, depois de contarem até três mentalmente, chutaram a porta, invadindo o local a passos cheios de dúvida e temor...

–         Sim, eu compreendo, Hunnigan. (...) OK, vou avisar os demais, e trate de nos manter informados. Até mais!

Collins desligou o celular, percebendo que todos na sala o fitavam com extrema preocupação. Após guardar o aparelho no bolso, o líder do time do Serviço Secreto em Denver ouviu o agente Marrin perguntar:

–         O que houve? Algum problema em São Francisco?

–         Jack Krauser, integrante da FPA, atacou a equipe do Leon quando eles estavam investigando um depósito. Apenas ele e o Mike sobreviveram!

–         Não é possível! – bradou o agente Young, tomado pelo espanto assim como seus colegas.

–         Infelizmente é verdade, Ash. Aqueles terroristas desgraçados estão um passo à nossa frente. Sugiro que iniciemos a missão algumas horas antes do previsto!

A equipe concordou, e os preparativos se anteciparam. Partiriam rumo às montanhas antes do sol nascer.

Hunk estava satisfeito. Os helicópteros Black Hawk haviam decolado da base com ele e seus homens a bordo antes do tempo esperado. Agora precisaria aguardar apenas mais alguns minutos até que as aeronaves ganhassem o céu de São Francisco, e logo depois o ex-soldado da Umbrella estaria destruindo o cérebro de zumbis com balas bem miradas. Já fazia um bom tempo desde o incidente em Raccoon City, mas não se sentia em nada enferrujado. Seria bom voltar à ativa após dez anos agindo nas sombras.

Tudo graças ao “generoso” senhor Burke...

O combatente riu de tal pensamento, colocando sua máscara de gás. Em seguida engatilhou a pistola Desert Eagle que tinha em mãos, sentindo a adrenalina tomar seu corpo. Dentro de instantes seu passado voltaria à vida, e isso lhe satisfazia de forma indescritível.

Jack Krauser caminhava com naturalidade pelas ruas de São Francisco. Tirava vantagem do fato de nenhum pedestre ter conhecimento de suas verdadeiras intenções. Segundo seus cálculos, precisaria apenas vencer mais alguns quarteirões para em seguida adentrar o parque que antecedia o perímetro do Laboratório Vinnewood.

Súbito, ouviu um “bip” vindo de seu rádio. Olhando ao redor, buscou um bom local para receber a comunicação. Sem demora avistou um ponto de ônibus vazio, e para lá seguiu a passos rápidos, porém discretos. Depois de atravessar a rua, o major da Marinha sentou-se no banco desocupado sobre a calçada, levando o aparelho disfarçadamente até o rosto.

–         Krauser falando! – disse o militar.

–         Está cumprindo os objetivos dentro do tempo previsto, major! – afirmou o homem que contatara Jack. – Não é um dos meus melhores homens à toa!

–         Qual a situação?

–         Burke me contatou há pouco. Ele já enviou seu esquadrão de contenção para Vinnewood. O pacote será assegurado e em seguida enviado até nós!

–         Ao menos foi isso o combinado...

–         Exato, major. Entretanto, como sabe, eu tenho o defeito de desconfiar muito das pessoas, principalmente daquelas que nos prometem coisas. Por esse motivo quero que você faça uma visita ao laboratório, para ter certeza de que Burke não nos enganará!

–         Pode deixar, Ronald... – murmurou Krauser, olhando para seu braço esquerdo num sorriso. – Se eles tentarem nos prejudicar, serão massacrados por mim sem o mínimo de piedade!

–         Isso é música para meus ouvidos. Desligo.

A comunicação foi encerrada, e o major guardou o rádio num dos bolsos de sua calça camuflada. Logo em seguida, após fitar brevemente alguns civis que se aproximavam, levantou-se do banco e continuou seguindo até o parque. Não podia decepcionar a América.

O helicóptero estava pronto. Ark Thompson, guia da equipe, foi o último a embarcar, trazendo os últimos equipamentos e armas. O céu escuro já ganhava certo tom azulado, indicando que em pouco tempo o sol nasceria.

–         OK, já temos tudo e todos a bordo! – exclamou Reed Collins, voz se destacando com dificuldade entre o som das hélices ligadas. – Espero que também estejam prontos, rapazes!

Os membros do grupo assentiram, e o líder acenou positivamente para o piloto, informando que já podiam decolar. Assim a aeronave deixou o Departamento de Polícia de Denver, seguindo pela madrugada na direção das Rochosas. Aquela missão seria muito mais difícil do que os agentes pensavam.

Continua... 


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