39º Jogos Vorazes - Quill Rivera escrita por Time


Capítulo 8
Filles


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal!
Espero que curtam bastante esse cap!
Abção!



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Quill não entendia em como os garotos conseguiam ser tão estúpidos. Ela teve vontade de falar muitas coisas para Ney. Coisas não muito educadas. Mas se limitou a olhar para Filles e, com um sorriso, a cumprimentou:

“Olá, Filles. Eu sou...”

“Quill” Filles falou suavemente “Ney já me falou muito de você...” Havia um pouco de ciúmes em sua voz, mas, mesmo assim, não perdia a doçura e a melodia.

“Como alguém pode ser tão perfeita?” Quill pensava. “E como eu, um dia, sonhei em concorrer com a Miss Simpatia?”

Ney, que estava calado durante todo esse tempo, refletindo se apresentar Filles nesse momento foi realmente a melhor opção. Ele chegou à conclusão de que não foi a melhor de suas idéias. Ele pigarreou e falou:

“Bem... Eu não queria que você partisse antes de conhecer uma das partes importantes da minha vida. Porque a outra parte é você, Quill.”

“Garotos realmente são muito burros.” Quill pensava. Mas ela achava linda a atitude de Ney, ela normalmente ficaria corada daria um soco em seu braço para disfarçar, mas aquele não era o momento certo. Quill olhou para Filles e viu que ela havia ficado um pouco inquieta. “Eu também ficaria assim. Ou pior.”

Ney finalmente entendeu que tinha dado outra bola fora. Ele precisava se acostumar em como tratar as duas quando juntas. Ele tossiu um pouco e continuou

“Já estão apresentadas!” Ele falou com um riso desconcertado encontro, tentando por um ponto final nesse embaraçoso encontro a três.

Tanto Filles, quanto Quill também sorriram.

Quando Ney e Filles estavam se preparando para sair da saleta, Filles falou:

“Ney...”

“Oi, Fillles?”

“Será que você poderia deixar eu e a Quill a sós... Eu preciso conversar algumas coisas com ela.”

Ney olhou desconfiado para a namorada. Quill olhou assustada. “Ótimo.” Ela pensou. Filles fazia uma carinha doce, mas indecifrável. Ela suspirou e continuou:

“Papo de garotas...”

“Claro... Eu acho...” Ney falou desconcertado.

Ele se virou para Quill e deu um abraço longo e apertado.

“Boa sorte, Quill. Vou torcer muito por você.”

“Valeu... Eu vou precisar.”

Ney olhou mais uma última vez para Quill. Seus olhos estavam cheios de lágrimas. Ele queria acreditar que ela voltaria sã e salva, mas ele sabia que as chances eram poucas. Ele forçou um sorriso e fechou a porta, deixando Quill e Filles a sós.

***

Quill não tinha a menor idéia do que fazer o falar. Ela nunca pensaria que Filles iria querer falar a sós com ela. Ela nem acreditava que Ney havia trago-a com ele.

Elas passaram muito tempo em silêncio. Muito tempo mesmo. Filles que quebrou o silêncio. Ela olhava para a janela no fundo da sala.

“Eu queria conversar com você, antes de você ir aos jogos...”

Quill olhava perplexa para ela. Ela ainda não sabia o que falar. Filles suspirou e continuou:

“Olha” Ela suspirou novamente e continuou. “Eu sei que você não vai com a minha cara, e que eu não vou muito com a sua. E nós duas sabemos muito bem o motivo.”

Quill ainda estava em choque.

“Mas eu não estou aqui para sermos amiguinhas, nos resolvermos.”

“Que bom...” Quill pensou, mas logo se repreendeu, não era hora de ser sarcástica.

“Não estou dizendo que você é uma pessoa ruim ou...”

“Seja direta, não temos muito tempo, Filles.” Quill falou séria. Ela se surpreendeu com o que disse. A Quillana que ela conhecia ficaria calada e a deixaria ficar enrolando o dia todo. “Ótimo. Estou virando a vovó.” Ela pensou.

Filles ainda estava meio abalada por ser interrompida, mas admirou a atitude de Quill.

“Certo. Direta. Volte viva.”

“É o que eu pretendo.” Quill disse irônica.

“Eu estou falando sério. Você precisa voltar viva.”

Ela tomou fôlego. Quill poderia jurar que o que Filles ia falar algo que não era fácil para ela. “Você precisa voltar. Pelo Ney. Você é tudo para ele. É a pessoa que ele mais valoriza nesse mundo, que ele mais ama, mais do que qualquer outra coisa...”

Quill entendeu o que Filles queria dizer. Que ela a amava mais do que a ela mesma, que era sua namorada. Quill entendia o porquê de tanto ciúmes. Afinal, ela sentia a mesma coisa.

Filles continuou:

“Ele não ia agüentar te perder... Eu não sei se ele iria assimilar outra perda...”

Quill não falou nada. Ela sabia da história de Ney. Apesar de ser um garoto sorridente, a vida de Ney era muito sofrida. Seus pais morreram quando ele tinha 11 anos, atacados por um maníaco que estuprou sua mãe e matou os dois na frente do filho. Isso fez cm que Ney se tornasse uma pessoa insegura e que tivesse constantes pesadelos durante um bom tempo. Mas ele teve que superar o trauma e aprender a se criar, já que ele não tinha mais ninguém. Alguns anos depois, ele conheceu Quill, uma garotinha assustada e boba. Uma garotinha que ele adotou como sua irmãzinha, como sua família. Quill sabia que Ney ainda estava frágil e que perder sua família novamente... Ela preferia não pensar no que poderia acontecer

Quill não ligava de Filles não querer que ela volte por causa dela mesma, para se salvar. Ela entendia os motivos de Filles. Entendia e os respeitava. Os admirava.

“Você não tem idéia do quanto eu queria que ele me amasse como ele te ama. Mas eu não fui agraciada, eu não sou... boa o bastante. Mas você é. E você deve honrar esse direito. Se alguma coisa acontecera você, nem eu, ou ninguém, serei capaz de consolá-lo, e só Deus sabe o que pode acontecer com ele. Volte viva. Não ouse morrer naquela arena e destruir a vida do meu... Do nosso Ney.”

Filles não tinha o direito de falar assim com Quill, principalmente numa situação como essa, mas ela se limitou a dizer:

“Eu vou voltar.”

“Ótimo.” Filles disse séria

“Ótimo.” Quill respondeu.

Pouco tempo depois, o Pacificador entrou e avisou que o tempo das duas havia acabado. Enquanto ele escoltava Filles para for da sala, ela se virou e falou para Quill:

“Desculpe se fui grossa ou insensível, sei que deve estar sendo terrível o que você está passando, mas o Ney é tudo para mim...”

“Não se preocupe, eu agiria da mesma forma.”

“... Mesmo que eu não seja tudo para ele.” Filles concluiu olhando para o chão. Quill percebeu que ela estava chorando.

Quill sentiu um aperto no coração. Ela se aproximou dela e a abraçou bem apertado.  Filles parecia uma garota legal. Uma garota que se preocupa com o bem-estar dos que ela ama, mesmo que eles não retribuíssem da mesma forma. Filles levantou o rosto e disse:

“Boa sorte, garota...”

O pacificador fechou a porta e ela ficou, novamente,  sozinha naquela saleta, aguardando o momento em que a levariam para a to odiada Capital.


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Notas finais do capítulo

Bem , se gostaram, não deixem de comentar. Se não, críticas também são bem-vindas! :]
Abçs!