39º Jogos Vorazes - Quill Rivera escrita por Time


Capítulo 4
Colheitas


Notas iniciais do capítulo

Oi Pessoal!!!!
esse capítulo e o próximo falarão um pouco sobre os concorrentes de Quill!!

espero que gostem!
Abçs!!



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Distrito 1 – Luxury Shadower e Zircon McPhee

Lux se admirava na penteadeira de seu quarto. Tinha que ficar perfeita, nos mínimos detalhes, afinal, esse era um grande dia.

“Ainda falta alguma coisa...” Ela disse com um beicinho de impaciência. Lux abriu uma das gavetas do seu móvel e tirou uma bela fita dourada de dentro dela. Cuidadosamente, ela fez um rabo de cavalo e o prendeu com a fita, ajeitou alguns fios que tinha ficado soltos e se admirou novamente. Seu rosto se abriu em um lindo sorriso.

“Perfeito!” Ela exclamou.

Perfeita. Quase todos no Distrito a descreviam com adjetivos assim: linda, perfeita, encantadora. Lux era estonteante. Tinha cabelos loiros, lisos, que caiam um pouco depois dos ombros; tinha o rosto fino, bem desenhado, sem nenhum arranhão, ou espinha; a pele bronzeada era sedosa, macia; o nariz bem afilado e as sobrancelhas arqueadas; seu corpo era de dar inveja a qualquer um, era alta, atlética e com muitas curvas. Mas seus olhos eram seu ponto forte, eram lindos, sensuais, levemente puxados, de azul acinzentado hipnotizante.

Lux sempre teve certeza de era a garota mais bonita e desejada do Distrito, e isso a tornava insuportável, mimada e fútil. Seus pais eram donos de uma das joalherias mais caras do distrito. Eles sempre a enchiam de mimos e paparicos, deixando que ela agisse da forma que bem entendesse.

Luxury caminhou suavemente até seu guarda roupa e, de uma das gavetas, tirou seu presente favorito: uma adaga. Uma adaga com um cabo banhado a ouro, incrustada de safiras e rubis. Apesar de aparentar ser frágil, Lux era muito ágil e forte. Havia treinado toda a sua vida para, aos dezoito anos, vencer os Jogos Vorazes. Finalmente seu grande dia havia chegado. “Serei idolatrada por todos! Eles terão que me engolir!” Ela pensava enquanto acariciava sua adaga.

Ela prendeu a adaga na coxa e se dirigiu, cantarolando, para a luxuosa Praça do Distrito 1.

***

Zircon acordou no sofá, no meio de muito lixo. Havia uma garota deitada no chão e ele não tinha a menor idéia de quem ela era. Na noite passada seus amigos e familiares havia lhe dado uma festa para comemorar antecipadamente o mais novo vitorioso do Distrito.

Ele caminhou pesadamente até o banheiro para se arrumar para a Colheita. Ele examinou seu estado no espelho. Ele riu com o que viu. Estava horrível: tinha olheiras, seu cabelo estava desarrumado e ele estava cheirando a uma mistura de todas as bebidas que ele conhecia.

“Acho que festa foi muito boa.” Ele disse para si mesmo “Mesmo eu não me lembrando de absolutamente nada!”

Zircon tomou um banho bem demorado e colocou a roupa que a camareira havia preparado: uma camisa social branca, bem simples e sua calça jeans favorita. Ele se olhou no espelho novamente.

“Bem melhor!” Ele exclamou.

Zircon era o tipo de garoto que todo pai desejava ter. Era extrovertido, obediente e inteligente. Era alto e muito forte. Seus cabelos eram da cor da areia da praia, sempre bem arrumados. Suas feições eram angulosas e firmes; seus olhos eram de um castanho-escuro brilhante, amendoados.

Ele subiu as escadas e foi para o quarto de seus pais, que dormiam tranquilamente.

“Pai.” Ele disse. Seu pai abriu pesadamente os olhos e o analisou.

“Vou para a Colheita.”

“Vá. E boa sorte. Iremos lhe ver antes de ir para a Capital.”

“Certo”

“Boa sorte, querido...” Sua mãe disse sem nem ao menos abrir os olhos.

Zircon fechou a porta do quarto cuidadosamente e começou a descer as escadas.

“Amo meus pais” Ele disse para si mesmo “Mas, ás vezes, eu queria que eles me dessem alguma atenção...”

Zircon fechou a porta de sua casa e viu, ao longe, sua vizinha saltitando até a praça do distrito.

“Nossa!” Ele exclamou “Lux conseguiu ficar mais gata do que já é...”

Ele se encaminhou até a praça, acompanhado aquele “anjo” que saltitava até a Colheita.

***

Krissy admirava aquela multidão de jovens na praça do Distrito 1. Depois da Capital, aquele era seu lugar favorito em toda Panem. “Sinto eu esse ano seremos campeões novamente!” Ela exclama para si mesma.

Ela se dirigiu até o microfone e falou com sua voz fininha:

“Sejam bem-vindos Distrito 1! Bem vindos aos 39º Jogos Vorazes!” Ela disse quase pulando de tanta euforia. “Sem mais delongas, vamos ao sorteio! E que a sorte esteja sempre a seu favor! Primeiro as damas”

“Eu me voluntario como tributo!” Falou uma voz que vinha da fila das moças de 18 anos.

“Venha docinho! Suba ao palco!” Ela disse sem conter a emoção, quase derrubando sua peruca verde-musgo.

Uma garota linda começou a caminhar até o palco. Ela usava um lindo vestido na altura dos joelhos e uma fita dourada nos cabelos. “Perfeita!” Krissy pensou.

“Qual é o seu nome minha jovem?”

“Luxury Shadower, mas me chame de Lux, linda!!” Luxury disse com um tom simpático extremamente falso

“Você? Me chamando de linda? Hilário. Mas muito obrigada, querida!” Krissy disse com muita sinceridade. “ Agora, vamos ao..”

“Eu me voluntario.” Uma voz áspera interrompeu Krissy. Um garoto loiro muito alto com ombros largos começou a caminhar até o palco.

“Qual o seu nome, docinho?” Krissy disse meio confusa “Lindo!” Ela pensava, um pouco alto demais.

“Obrigado.” Ele disse, deixando Krissy envergonhada. “Zircon McPhee.”

“Bem, saúdem seus tributos, Distrito 1, Lux Shadower e Zircon McPhee!” Krissy exclamou se colocando entre os dois e levantando as mãos dos tributos.

Distrito 2 – Valeria Locke e Gabbro Hunter

Gabbro decepava vários manequins no quintal de sua casa. Ele não sairia dali até que batesse seu recorde.

“Filho, já chega de treinamento! Você vai se atrasar para a Colheita!” Sua mãe falou com um tom de súplica, fazia horas que ele estava treinando. Mas, no seu íntimo, Lorena, preferia que seu filho passasse o resto da vida ali, em segurança, na barra de sua saia. Mas Gabbro nem a escutou, continuou treinando como se sua mãe nunca tivesse aparecido. Lorena suspirou e entrou cabisbaixa dentro de casa.

Meia hora depois Gabbro entrou na casa e foi até o encontro da mãe. Com sua expressão séria de costume, ele falou:

“Se você quer que seu filho volte vivo para casa, ele precisa treinar bastante.”

“Você não precisa se voluntariar filho... Podemos viver como sempre vivemos... A pensão do governo é muito boa, você nem precisaria trabalhar...”

“Não existe honra maior do que ser um vitorioso, mãe. E eu quero essa honra. E não ser um garotinho que vive de pensão.”

Sua mãe abaixou seus olhos, lágrimas escorriam por sua face. Gabbro segurou o rosto de sua mão delicadamente, suas mãos eram ásperas e suadas.

“Mãe, eu ainda vou lhe dar muito orgulho!”

“Gabe...”

“Agora eu preciso ir, preciso estar bem arrumado para a Colheita.” Ele deu um beijo no rosto da mãe e correu para tomar um banho, deixando sua mãe tentando reorganizar seus pensamentos e sentimentos.

***

Valeria organizava mais uma vez seu arsenal na Academia para Carreiristas. Lá sempre foi sua casa, desde que seus pais morreram no desabamento da pedreira onde trabalhavam. Ela tocava em cada uma de suas armas com cautela.

“Você vai se atrasar...” disse uma voz que Valeria conhecia bem.

“Você precisa se arrumar, Val.”

“Já estou pronta, Félix.” Ela disse enquanto encarava uma katana.

“E você vai assim? Sério?” Ele disse enquanto apontava para o moletom e os jeans rasgados que Valeria usava. Valeria levantou seus os olhos cinzentos para Félix enquanto desembainhava a katana e disse

“Uhum.”

Félix assentiu com cautela, e com certo nervosismo. Ele sabia que ela não agia muito bem quando era contrariada. Félix era o treinador de Valeria desde que ela havia chegado à academia. Ele viu muito potencial naquela criança sádica e explosiva que havia sido deixada à sorte.

Valeria se levantou, exibindo seu corpo esguio e atlético. Sua face sempre séria se abriu em um sorriso forçado. Ela estendeu a mão para Félix e disse:

“Muito obrigado por tudo, Félix. Mas agora é chegada a hora de por em prática tudo o que sei.” Félix apertou sua mão e a estudou. Ela era alta, por volta dos 1,80, tinha a pele pálida e algumas sardas no rosto os olhos eram cinzentos e puxados, frios e muito vazios.

“Não me agradeça, Val. Tudo que você conquistou foi por seu esforço.” Ele disse. O rosto de Valeria se abriu em um sorriso sádico.

“Boa sorte, Valéria. Vou torcer para que ganhe!” Félix disse sorrindo.

“Ganhar será apenas um bônus, velho amigo.” Ela disse ainda rindo, mas agora com um brilho sombrio nos olhos.

***

Boreas era o homem escolhido pela Capital para acompanhar os tributos do Distrito 2. Ele era um homem cético e prático, mas muito simpático, como todos os que vinham da Capital.

Ele se encaminhou até o centro do palco e falou para a multidão:

“Bem vindos, cidadãos do Distrito 2! Hoje escolheremos nosso vitoriosos!” A multidão aclamou Boreas com palmas. Quando estavam em silêncio, ele continuou:

“Há alguma moça que gostaria de se voluntariar?” Ele perguntou enquanto observa a multidão. Era tão comum que os tributos do Distrito 2 se voluntariassem que Boreas passou a perguntar antes de se dirigir as globos.

“Eu me ofereço.” Disse uma voz na fileira das garotas de dezessete anos. Ela era muito alta e tinha longos e lisos cabelos negros. A garota subiu no palanque, muito séria, e se pôs, formalmente, do lado direito de Boreas. Ele a mediu de cima a baixo, pensando se uma dama deveria usar roupas assim. Mas Valeria não era uma dama.

“Qual o seu nome?” Ele perguntou ainda olhando para as roupas da moça

“Valeria. Valeria Locke.” Ela disse olhando fixamente para Boreas.

“Bem, boa sorte Srta. Locke!” Ele disse  nervoso.

“Com todo respeito, não preciso de sorte.” Ela disse ainda o encarando.

“Agora os rapazes!” Ele exclamou tentando desconversar

“Eu me voluntario como tributo!” Um garoto gritou. Ele caminhou firmemente até o palco, usava uma camisa azul e uma calça social. Tinha cabelos negros, cortados bem curós; tinha apele bronzeada e olhos verdes. Seu nariz era grande e pontudo, sua expressão muito séria; ele era muito alto e extremamente forte, fazendo com que Boreas pensasse se ele realmente tinha menos de 18 anos.

“Qual o seu nome, rapaz?”

“Gabbro Hunter.” Ele disse sério. Valéria estreitou os olhos para ele. Já Boreas, arregalou os dele e disse.

“O filho de Ryan Hunter?” Ele disse surpreso.

“Não.” Gabbro disse um pouco alto demais. “O filho de Lorena Hunter.”

Boreas entendeu isso como um ponto final para esse assunto. Ele pigarreou e disse para a multidão:

“Distrito 2! Conheçam seus dois vitoriosos: Valeria Locke e Gabbro Hunter!”

O distrito explodiu em palmas, inclusive Gabbro. Todos exceto Valeria, que ainda o analisava, deliberando se tinha encontrado um concorrente à sua altura.


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Notas finais do capítulo

Comentem, por favor!!!!!!
Abção!