39º Jogos Vorazes - Quill Rivera escrita por Time


Capítulo 18
Banho de Sangue


Notas iniciais do capítulo

Olá, olá!

Finalmente: O Banho de Sangue!
Espero que curtam esse capítulo!
Mil desculpas pela demora!
Até as notas finais!
Abçs!

PS: Procurei na internet fotos de pessoas que achei parecidas com os personagens dessa história! Decidi que vou postar junto com os capítulos para melhorar o acompanhamento das baixas! (Ideia do Grande Will Sebert! Todos os créditos para ele!)
A mais difícil de achar foi a Quill... Essa foi a mais parecida!



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Quill mal conseguia respirar. Toda aquela energia e disposição que ela havia conseguido na conversa com Kya se esvaíram no momento em que ela viu os outros tributos e a arena. Estava suando frio e suas mãos tremiam descontroladamente. Ela ia morrer. Tinha certeza absoluta que ia morrer.

“Não.” Falou alto o suficiente para que apenas ela mesma escutasse. Recobrou a postura e continuou “Não, você não vai morrer. Acalme-se e analise a situação, como Lori disse...”

Quill olhou em volta. A arena com certeza não era a mais bonita que ela já havia visto, mas era diferente de todas as outras. Os tributos foram colocados em um pequeno vale, com uma relva verde e brilhante, salpicada com delicadas flores de todas as cores imagináveis. Nos cantos leste e oeste do vale, havia duas gloriosas cachoeiras exatamente idênticas, que terminavam em dois pequenos lagos. No alto do vale, via-se uma bela floresta de coníferas. No centro, encontrava-se a Cornucópia. Grande, dourada, brilhante, imponente e recheada com armas e mantimentos. Estranhamente, os tributos estavam dispostos em linha reta, voltados para a Cornucópia. Normalmente, eles eram distribuídos em volta dela.

Quill estava entre a garota do 12 e o garoto do 8. Seus olhos procuravam, aflitos, por Lori e Pacco. Ela sabia que tinha pouco tempo e que precisava encontrá-los o quanto antes. Pacco estava na extremidade oposta a Quill. Ele parecia muito preocupado, nem havia percebido que Quill estava tentando falar com ele. Lori estava a apenas dez tributos de distância, parecia tão aflita quanto Pacco. Algo estava preocupando os dois, algo que Quill não conseguia notar.

“O que há de errado?” Quill perguntou o mais alto que pode, fazendo com que a maioria dos tributos olhasse na direção dela, inclusive Lori e Pacco.

Lori olhou na direção de Quill. Seus olhos transpareciam preocupação, medo. Lori apontou para os paredões nas extremidades norte e sul do vale.

Quill olhou confusa para os paredões. “O que há de errado?”. Os paredões eram íngremes e rochosos, salpicados com algumas cavernas. Eles se continuavam até encontrarem nas cachoeiras das extremidades leste e oeste. O paredão norte estava a frente dos tributos e tinha duas escadarias rústicas, feitas de pedra. O sul, localizado nas costas dos tributos, era muito mais íngreme e não possuía nenhuma escadaria. “O que há de errado?” Quill repetiu.

Foi só então que a ficha caiu para Quill. “É claro!” Ela pensou. “Todos os tributos foram colocados do lado oposto às escadarias para que sejam obrigados a passar pela Cornucópia, quer queiram, ou não!” Ela olhou novamente para o vale, agora mais aflita. “Santo Deus... Estamos numa espécie de... Bacia. E a Capital quer ver essa bacia cheia de sangue” Os olhos de Quill se encontraram novamente com os de Lori. A garota do 3 viu a expressão desnorteada de Quill e suspirou. Lori apontou para a escadaria mais distante, ao oeste. Quill compreendeu. Era para ali que eles fugiriam quando o tempo acabasse.

“Devem faltar poucos segundos...” Quill sussurrou. Ela apertou fortemente a bonequinha de palha do seu colar. “Eu vou ganhar vovó... eu prometo.”

Pelos cálculos de Quill, restavam apenas 15 segundos para o fim da contagem. Ela precisaria ser rápida. Correria o mais rápido que pudesse, pegaria a primeira coisa que suas mãos alcançassem e fugiria desesperadamente para a escadaria. Tudo calculado.

“Faltam apenas 5 segundos...” Quill focou numa pequena mochila azul no canto da Cornucópia e se colocou em posição de corrida.

Ao fim dos 60 segundos, todos os tributos correram desesperadamente em direção a Cornucópia. Chegar primeiro na Cornucópia trazia muitas vantagens tanto para os que iriam fugir, quanto para os que iriam ficar e lutar.

Quill corria rente ao garoto do Distrito 8, ele era alto e esguio. Os dois miravam a mesma mochila. Quill se esforçava ao máximo para acompanhar o garoto do 8, ele tinha pernas muito longas, fazendo ela ter que dar o dobro de passos para alcançá-lo. Faltava menos de dois metros para que ela alcançasse a bolsa, seus dedos quase tocando a alça, só mais alguns passos...

Foi quando Quill ouviu um barulho de uma batida muito forte muito próximo do seu ouvido. Ela se virou rapidamente na direção do som e se deparou com Nyssa, a Carreirista do 11, segurando uma marreta de ferro ensangüentada. A seus pés esta o garoto do 8 agonizava, com metade do rosto esmagada.

Quill estava em choque. Ela nunca havia visto nada parecido com aquilo. Seu estômago dava voltas e mais voltas. Ela queria correr, precisava correr, mas seus pés não entravam em acordo com sua mente. Quill só acordou quando Nyssa terminou de matar o tributo do 8 e olhou em sua direção. A frieza e a ferocidade nos olhos de Nyssa fizeram Quill correr o mais rápido que podia na direção oposta à carreirista. Quillana nem se quer olhou para trás para saber se estava sendo seguida.

Ao olhar para a escadaria viu que Lori e Pacco já estavam a sua espera, escondidos atrás de uma grande rocha.

“Lori... Pacco!” Quill gritou ofegante. “Estou... Chegando!”

Os olhos de Lori se iluminaram ao ver que Quill estava bem. Ela esperava o pior quando percebeu que Quill estava demorando demais. Mas sua alegria logo se tornou em desespero.

“Quill!” Lori gritou “Atrás de você!”

Quill girou o corpo abruptamente e se deparou com a garota gordinha do Distrito 9 empunhando um grande machado nas mãos. Quill não via fúria ou frieza nos olhos daquela garota. Via medo.

Antes que Quill pudesse desviar da garota, ela parou instantaneamente. Seus olhos se tornaram vazios e ela desabou no chão. Havia uma flecha cravada na nuca da garota. Quill olhou na direção da Cornucópia e viu Drielle empunhando um arco. A garota do 4 gargalhou e gritou.

“Não irei errar na próxima, doçura!” Drielle pegou mais uma flecha e a preparou para colocar no arco.

Antes que ela pudesse mirar, Quill se virou e começou a correr em direção a escadaria.

“Acho melhor a gente correr!” Ela gritou para seus amigos

“Nem precisa falar duas vezes!” Pacco brincou.

Os três subiam o mais rápido possível, mas a escada era íngreme e tinha inúmeras pedras soltas. Pacco escorregou duas vezes, Lori três e Quill sete.

“Precisamos ser mais rápidos!” Pacco gritou “Já estão nos seguindo!” Ele falou enquanto apontava para a Cornucópia.

Lori e Quill olharam naquela direção e viram Nyssa e Drielle se dirigindo para a escadaria. Elas ainda estavam longe, mas em pouco tempo eles estariam na mira das flechas de Drielle.

Os três aceleraram a subida o mais rápido que podiam. Lori ofegava bastante. Ela não estava acostumada com exercícios físicos prolongados. Suas pernas começavam a ficar bambas e trêmulas. Quando estavam quase no fim da subida, ela desabou de cansaço. Pacco e Quill se viraram no mesmo instante e voltaram para ajudá-la.

“Você está bem?” Pacco perguntou aflito.

“Sim... Só... não... consigo... asma...” Ela quase não conseguia falar. Lori era asmática. Fazia muito tempo que ela não tinha uma crise, desde os 6 anos. Por isso, ela nem se importou de avisar ou se preocupar com isso. Para ela, a asma era algo do passado.

“Você tem asma?!” Quill perguntou “Devia ter nos avisado, Lori!” ela se abaixou ao lado da amiga e continuou “Você consegue respirar?”

“Eu... bem... alguns... segundos...”

Antes que ela pudesse terminar, Nyssa e Drielle alcançaram a base da escada. Drielle gargalhava de alegria, enquanto Nyssa apenas encarava os três.

“Estou chegando, doçura!”

“Precisamos ir!” Quill falou “E rápido”

“Deixem... fujam...”

“Nem pensar!” Pacco disse, enquanto lançava Lori por sobre os seus ombros. Ele pareceu fraquejar com o peso dela, mas logo recobrou a força, se endireitando. “Quill” Ele disse jogando uma espada para a garota do 10. “Cubra-nos!”

“Claro!” Quill disse pegando a espada, sem nem saber o que faria com isso se as carreiristas se aproximassem.

Os três atingiram o topo do paredão em poucos segundos. A floresta de coníferas se alastrava por muitos quilômetros. Também haviam muitos carvalhos nela, fazendo com que ela se tornasse mais escura e densa.

“Precisamos nos esconder!” Quill falou

“Naquela direção!” Pacco disse, enquanto apontava para a parte mais densa da floresta “Será mais fácil despistá-las por ali.”

“Pode me soltar, Pacco” Lori disse pulando dos ombros do amigo “Já posso ir sozinha”

“Tem certeza?”

“Absoluta”

“Então vamos logo!” Quill disse já correndo para dentro da floresta.

***

Quill não fazia idéia de quanto tempo eles ficaram correndo, nem de quando conseguiram despistar Nyssa e Drielle. Ela só sabia que, se corresse mais um metro, seus pés iriam explodir. Lori conseguiu correr sem ter outra crise de asma, parando algumas vezes para respirar melhor e controlando seu ritmo.

No meio do caminho eles escutaram os disparos de canhão, que eram dados quando um tributo falecia na arena. Nove disparos ao todo.

Agora, eles estavam numa pequena caverna, muito bem escondida por Pacco, que havia passado um bom tempo no setor de camuflagem, aprendendo como disfarçar bem seu esconderijo, sem que ele fique com um ar artificial.

“Agora podemos respirar um pouco...” Lori disse se jogando no chão.

“Essa foi por pouco...” Quill disse enquanto massageava seus pés, que estavam vermelhos e inchados.

“Acho que deveríamos fazer um levantamento dos nossos mantimentos antes de descansarmos...” Lori falou com um ar sério.

“Certo...” Pacco falou “Eu consegui uma espada... facas arremessáveis... essa bolsa e uma corda...”

“Um facão... Um cantil vazio... e algumas barras de proteína...”

Os dois olharam na direção de Quill. Por causa do seu incidente com Nyssa, Quill não havia tido tempo de pegar nada. Naquele momento, aquilo não parecia uma prioridade.

“Eu... não pude pegar nada... Sinto muito...”

“Sem problemas...” Pacco disse distraído “Vamos dividir as armas. Eu fico com a espada!”

“Quill, você se sairá melhor com o facão... Sua mira é péssima.” Lori disse pegando o jogo de facas “Cada um pode comer uma barra de proteína. Amanhã cedo saímos para caçar algum animal e coletar frutas silvestres.”

“Certo.” Quill falou

“Sobre a guarda?” Pacco lembrou “Eu fico com o primeiro turno...”

“Ok. Eu fico com o segundo e Lori fica com o último...”

“Fechado!” Lori disse sorrindo.

Enquanto comiam sua “deliciosa janta”, os três começaram a escutar o hino de Panem. Isso significava que iriam mostrar as baixas do dia. Quill, Lori e Pacco correram para fora da caverna e observaram o céu, onde a pareciam os rostos dos tributos mortos no Banho de Sangue.

“Edward, o garoto do meu distrito” Lori falou triste, ao ver o primeiro rosto que aparecia no céu. “O garoto do 5; o garoto do 6”

“O meu Deus! A garotinha do 7, Clair!” Quill exclamou claramente desapontada.

“O garoto do 8; Os dois do 9 e os dois do 12...” Pacco concluiu.

“Nove baixas apenas no banho de sangue...” Lori falou com certa surpresa.

“E isso está apena começando...” Quill disse enquanto dava a última mordida em sua barra de proteína. “Apenas começando...”


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Notas finais do capítulo

Olá novamente!

E aí? Gostaram? Não esqueçam de comentar, criticar, elogiar, dar sugestões, me xingar... essas coisas! :D
Desculpem os erros de português :P Não tive tempo de revisar...
Até a próxima!
Abçs!!