39º Jogos Vorazes - Quill Rivera escrita por Time


Capítulo 12
Treinamento - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Oi, Oi Pessoas!
Primeiramente, eu gostaria de me desculpar pela demora
Foram duas semanas, eu sei, mas é que tudo de errado aconteceu ao mesmo tempo, me deixando atolado.
Eu queria agradecer a Will Sebert e a Senhorita Foxface pelas recomendações!
MUUUUITO OBRIGADO!!!
Adorei, sério. To muuuito feliz! :D
Mas, enfim, vamos à história
espero que agrade!
Até lá embaixo!



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Quill segurou fortemente os lençóis de sua cama. Eles estavam tão ensopados de suor quanto ela. Suas mãos tateavam o próprio corpo para ter certeza de que nada estava fora do lugar. Quill finalmente relaxou e disse em um suspiro:

"Era apenas um pesadelo. Mais um."

Na verdade, era o mesmo pesadelo: Valeria, Drielle e Destinee a perseguiam durante horas a fio, matavam todos os seus entes queridos e partiam para cima dela. A única diferença era que, nesse sonho, as assassinas usavam vestidos curtos e marcados de um couro negro lustroso.
Quillana passou alguns segundos imóvel, apenas observando o quarto, enquanto esperava seus sentidos voltarem ao normal. O quarto era três vezes maior que seus aposentos no trem. As paredes eram verde-pastel, salpicadas de flores rosa claro; havia uma cama Queen size bem no centro do quarto, uma cômoda de madeira, um espelho delicado e uma tevê gigantesca, que ocupava toda uma parede.

Para relaxar, Quill começou a passear pelos canais com o controle remoto. A Capital tinha mais de 1.000 canais, os que não falavam dos Jogos Vorazes, estavam anunciando a venda de alguma coisa, por mais fútil e inútil que ela fosse.

"Não entendo o porquê de uma televisão tão grande. Os canais da Capital são um lixo..." Ela disse recolocando o controle no criado mudo.

"Anime-se Quill..." Ela disse para si mesma "Hoje é o primeiro dia do treinamento! Ou melhor, a continuação do seu pesadelo..." Quill concluiu já se levantando e indo tomar um bom banho.

"Vai ser um longo, longo dia..."

***

Ao descer as escadas que levavam a sala de estar, Quill viu que todos já estavam reunidos, inclusive Celene e Kya. Eles falavam alto e riam a todo tempo.

A primeira a notar Quill foi a Sra. Holcomb, que não perdeu a oportunidade de destilar seu veneno:

"Ora, ora... Se não é a bela adormecida. Onde está seu collant de couro querida?"

Quill não respondeu, ou foi corajosa e superior, apenas corou. Ela ainda estava tentando se recompor do incidente do desfile.

"Por falar em couro..." Mira falou "Você estava fabulosa Quillana! Meu Deus! Tão linda e sexy. Todos os dois, é claro. Você também estava espetacular Pacco!"

"Obrigado!" Pacco respondeu sorrindo e atacando um donut.
Celene, que parecia ter problemas em se manter quieta, continuou com os elogios:

"Vocês estavam FAN-TÁS-TI-COS. Roubaram a cena. Nem mesmo os lingeries de rubis foram tão bafônicas!"

"Estavam ótimos." Kya falou Conquistaram a Capital, que era o objetivo principal. Com isso, estamos um passo mais próximos de conseguirmos patrocinadores para vocês dois.
Quill encarou Kya por alguns instantes. A vontade dela era de falar poucas e boas para a estilista. Ela se sentiu exposta e insegura com aquela roupa. Ela nem sequer sonhava que aconteceria algo como aquilo. Mas a única coisa que Quill conseguiu falar foi

"Obrigada..." Mesmo irritada por ter sido, de certa forma, enganada, ela sabia que o Kya e Celene fizeram foi o melhor para eles.

"De nada florzinha! É muito bom ser reconhecida!" Disse Celene expondo toda a sua arcada dentária.

"Não há de quer, Quill" Kya disse calmamente.

"Mas, por favor, me avisem se alguma outra roupa irromper em chamas..."

"Avisar? Nem sonhe Kya!" Disse a senhora Holcomb em tom de escárnio, que não estava nem um pouco contente com o excesso de atenção que Quill estava ganhando "Sua cara foi impagável, Rivera. Mais perdida que um cego em um tiroteio!"

"Obrigada pelas palavras tão gentis, Holcomb" Interrompeu Mira, com um olhar mutilador para a mentora "Mas creio que temos assuntos mais importantes para serem tratados, correto?"

"Com toda certeza, Applestorm!" Destinee disse ainda sorrindo "Hoje é o primeiro Dia do treinamento dos tributos. Os próximos dias serão muito importantes para desenvolverem e aperfeiçoarem suas habilidades." Ela fez uma pausa para encarar os olhares curiosos e continuou "Por isso, é importante seguirem minhas recomendações."

"Mas você não me disse absolutamente nada..." Quill indagou a mentora, que abriu um largo sorriso e falou.

"Se você fosse um pouco mais pontual, teria ouvido tudo o que eu tinha para dizer..."

"Como eu iria adivinhar que você falaria comigo hoje cedo?"

"Ora, ora. Você precisa correr atrás das coisas Quillana. Eu não vou ficar em cima de você. Afinal, se me lembro bem, não somos...amiguinhas." A mentora falou utilizando toda a acidez que conseguira juntar.

Quill não sabia o que falar. Destinee havia dado sua jogada final, sua vingança pelo incidente do trem. Foi Mira que intercedeu por ela.

"E você não irá falar nada? Nenhuma instrução? Ela não pode ser jogada ao nada! Você é a mentora. É seu dever..."

"Não queira me ensinar como trabalhar, Srta Applestorm." Gritou Destinee, fazendo Celene quase cair da cedeira. Eu nunca interferi no seu modo de trabalhar. Então não dê palpite onde não foi chamada.

Mira ficou estatelada. Sua boca estava aberta. Pela primeira vez em muito tempo, Mira Applestorm não tinha o que falar. Nem mesmo Quill ou Kya sabiam o que dizer.

"Vamos Pacco. Vou te levar no centro de treinamento." A Sra. Holcomb se levantou, puxando Pacco para o elevador.
Após a saída de Destinee e Pacco, todos permaneceram algum tempo em silêncio. Até mesmo Celene não ousou abrir o bico. Mira quebrou o silêncio com um tom de indignação misturado com surpresa.

"Se ela não vai fazer o trabalho dela, eu irei! Vamos lá Quillana Rivera, em que você é boa?" Ela disse encarando Quill com os olhos esbugalhados.

Quill não falou nada. Ela ainda estava surpresa com o surto repentino de Mira, que se tornava cada vez mais impaciente.

"Vamos, Quill, não temos o dia todo! Em que você é boa? Espadas? Lanças? Arco e flecha?"

"Eu não sei..."

"Você tem que ser boa em alguma coisa!" Mira disse batendo as mãos na mesa.

"Calma, Mira. Deixe Quill respirar." Kya falou tranqüila. Ela se virou para Quill e disse "Em que você acha que é boa? Sabe manusear alguma arma?"

Na verdade, Quill não sabia se era realmente boa em algo. Ela nunca havia sequer tocado em alguma espada, lança ou arco e flecha em toda sua vida. O mais próximo que ela já chegou de manusear uma arma foi com as facas. Durante um tempo, ela arrumou um bico em um açougue, lá ela aprendeu como manusear facões e facas de forma correta. Seu patrão até a ensinou como arremessá-los, caso fosse necessário se defender. Quill achou que agora seria necessário.

"Sei manusear facas... Não muito bem, mas suficientemente bem."

"Perfeito!" Gritou Mira "Já é uma vantagem!"

"Ela está certa." Kya falou "Mas não mostre suas habilidades com elas. Faço disso uma surpresa para seus oponentes."

"Isso parece muito bom!" Mira disse olhando para Kya. Seus olhos brilhavam de empolgação.

"Eu te aconselharia a tentar aprender a utilizar outras armas como espadas e lanças..."

"E gaste muito tempo nas áreas de sobrevivência!" Mira disse um pouco alto demais. Ser "Mentora por um dia" estava deixando-a um pouco animada demais.

"Isso." Kya concordou "E é bom ficar atento aos outros tributos, saber os que seriam possíveis ameaças, ou aliados..."

"Certo..." Quill disse um pouco confusa. Ela não espera que duas moças da Capital pudessem criar estratégias de combate. Ela estava enganada, seria um estereótipo dizer que todos na Capital eram fúteis e sem noção. Uma pequena parcela não era assim. "Mas não estou muito certa com essa história de aliados..."

"Criar aliados é algo importante. Se eles forem confiáveis, vocês podem ir longe na competição, já que uma habilidade completaria a outra. E se seu medo seria de ter que matar seus aliados, você poderia sair da aliança antes que isso fosse necessário..." Kya falou com eu usual tom sereno, mas muito sério.

"Eu sugiro as garotas do onze e do doze! São uns doces!" Celene disse alegremente, tentando se entrosar na conversa.
Quill e Kya a olharam incrédulas. A garota do onze parecia ser forte, mas também aparentava ser dissimulada e soberba. A garota do doze era a personificação da depressão, só fazia chorar e murmurar pelos cantos. Nenhuma parecia Ser uma boa aliada.

"Acho que Quill deverá decidir isso..." Kya disse tentando não magoa a colega estilista.

"E ande logo, se não você irá se atrasar!" Mira disse atônita. Horários eram sua fraqueza.

"Obrigada." Quill disse timidamente "Vocês fizeram muito por mim... Todas vocês"

"Ora, deixe de besteiras florzinha! É um prazer ajudá-la!" Mira disse carinhosamente. Celene enxugava os olhos co um lencinho.

"Boa sorte, Quill." Kya disse "Você vai precisar..."
***

Ao chegar ao Centro de Treinamento, Quill viu que a maioria dos tributos já estava lá, apenas aguardando as instruções iniciais para iniciarem seu treinamento.

O Centro de Treinamento era um salão gigantesco que se localizava no subsolo do prédio onde Quill e os outros tributos ficaram alojados.

Com exceção dos carreiristas, que estavam reunidos no centro da sala rindo e falando o mais alto possível, os garotos estavam espalhados pelo centro, normalmente sozinhos ou com seus parceiros de Distrito. Quill logo avistou Pacco e Destinee, mas decidiu que seria mais prudente manter distância daqueles dois, principalmente da Sra. Holcomb.

Logo após uma senhora que aparentava ter seus quarenta anos dar os avisos e considerações iniciais, os tributos foram liberados para visitarem todas as seções do centro, que variam bastante.

Quill tentava organizar mentalmente todas as recomendações que Kya, Mira e até mesmo Celene tinham lhe dado

"1º Ir na ala de sobrevivência, 2º Observar os outros tributos, 3º formar alianças. Muito simples, Quill." Ela pensava. "Basta se manter longe de qualquer encrenca e aprender bastente."

Ela se dirigiu a ala de sobrevivência e analisou um pouco os estandes, para escolher em qual ela deveria ir primeiro. As armadilhas estavam fora de cogitação, apesar de serem muito úteis. Os dois tributos do nove, do três e Pacco estavam lá e Quill queria distância de Pacco. Os dois tributos do seis e a garotinha do oito estava no setor de camuflagem e tentava compreender cada palavra que sua instrutora falava. Quill decidiu que iria para o setor de plantas e insetos, já que estava vazio.

Ao chegar lá, a instrutora a cumprimentou sorridente, estendendo a mão.

"Bem-vinda! Eu me chamo Leela e fico muito feliz de você ter escolhido essa seção do centro."

"Olá." Quill respondeu timidamente. "Sou Quill."

"Bem Quill, esse setor é muito importante, apesar de ser esnobado pela maioria dos tributos. Eles estão mais preocupados em manusear alguma arma e criar armadilhas." Havia um to de indignação na sua voz. Como se ela passasse a maior parte do tempo sentada e entediada.

Leela continuou seu discurso:

"Mas, cá pra nós, vocês já vão ter preocupações demais na arena, não vão querer ter que ficar na dúvida se devem ou não comer determinada frutinha. Como essa" Ela disse mostrando uma pequena fruta vermelha e redonda. "E então Quill, venenosa ou comestível?"

Quill foi pega de surpresa. Ela não tinha idéia se aquela fruta era venenosa. Ela lembrava um pouco as amoras silvestres que cresciam nos fundos da casa dela, mas essas eram menores e menos vermelhas.

"Eu acho que..."

"Venenosas." Uma voz interrompeu Quill. A garota do distrito três se aproximava de Quill e Leela. "O nome dessa fruta é briônia, mais conhecida como uva da serpente, ela é muito comum nas florestas remanescentes dos distritos 5, 6 e 1. É prima da melancia, mas, diferente dela, a briônia é letal."

"Está... Completamente certa..." Leela disse completamente perdida.

"Impressionante..." Quill disse abobada. Ela sabia que os tributos do Distrito 3 tinham fama de serem muito inteligentes, mas ela não esperava tanto.

"Eu me chamo Lori"

"Quill"

Lori tinha longos e cacheados cabelos castanhos, que estavam presos em um rabo de cavalo, suas feições eram bastante femininas e seus olhos eram cor de mel, bastante brilhantes e curiosos.

"Como você sabe tanto sobre a uva da serpente?" Leela perguntou ainda confusa, nem ela, que era um especialista, sabia tanto sobre a uva da serpente.

"Eu sou muito curiosa" Lori disse corando "E leio muito..."

"Bem, meus parabéns, Lori. Eu estou impressionada. Impressionadíssima." Ela disse recobrando sua postura "Mas, voltemos às instruções, assim como a uva da serpente, o viburno é outra fruta muito tóxica, mas muito comum em toda Panem..." Enquanto Leela falava sobre plantas tóxicas, Quill e Lori conversavam entre si discretamente.

"Quill, eu estava pensando... Lori falou enquanto olhava fixamente para Leela. Se você mão estava interessada em formar uma aliança. Comigo."

Quill não esperava formar alianças tão cedo. Ela pensava em analisar bem todos os tributos, para poder decidir se alguém era confiável o bastante. Mas Lori parecia ser uma garota muito legal e sincera. Fora que ela era extremamente inteligente, o que era muito útil.

Antes que Quill pudesse responder, Lori falou novamente:

"Eu sei que não sou a mais forte daqui, mas posso ser muito útil e eu acho que juntas nós podemos..."

"Eu adoraria."

"Sério?"

"Com certeza, seria uma honra!"

Lori deu uma risada solta, chamando a atenção de Leela, que estava completamente absorta em suas plantas.

"O que é tão engraçado, Lori?"

"Nada, Leela. Me desculpe."

Leela voltou a explicar sobre plantas tóxicas. Algum tempo depois, quando a especialista estava distraída, Quill sussurrou:

"Mas vou avisando que não sou muito útil..."

"Bem, você desafiou uma das carreiristas. No mínimo, você é corajosa. O que já é bom. Mas vamos prestar atenção nas instruções da Leela antes que ela se aborreça..."

Quill não falou. Ela sabia que ter desafiado Drielle não foi muito esperto. Ela sabia que isso seria um problema, e dos grandes, na arena. Ela só esperava não arrumar mais nenhuma confusão.

Enquanto ouviam as explicações de Leela, que agora falava sobre plantas medicinais, Quill tentou analisar melhor os outros tributos, procurando possíveis ameaças, ou mais algum aliado.

Os carreiristas treinavam com as armas. Todos eles eram bons em pelo menos alguma arma. A garota do um, Lux, dilacerava um manequim com uma adaga de ouro incrustada de jóias. Seus movimentos eram sensuais e graciosos, ela parecia dançar ao invés de lutar.

O garoto do um, Zircon, tentava treinar com uma espada, mas ele estava ocupado demais babando por Luxury. Quill revirou os olhos ao vê-lo

A garota do dois, Valeria, treinava com uma katana. Ela cortava os manequins como se fossem feitos de manteiga. Ela era rápida e letal. Alguns minutos depois, Valeria trocou a Katana por dois machados e foi incrivelmente habilidosa com eles também. Tem alguma arma que aquela menina não sabe manusear? Quill pensava enquanto olhava Valéria destruir mais dez manequins.

Gabbro, o garoto do dois, e Travis, o do quatro, treinavam com as lanças. Gabbro treinava golpes, ele era incrivelmente rápido e preciso.

Ao perceber que Quill olhava para os carreiristas, Lori cochichou:

"Aquele é Gabbro Hunter, o carreirista do dois..."

"Que susto menina!" Quill disse surpresa.

Lori apenas sorriu e continuou com seu discurso

"Ele é filho de um dos primeiros vitoriosos da história, Ryan Hunter. Ele é provavelmente o vitorioso mais famoso até agora. Ganhou os jogos com força e crueldade, mas sem nenhum escrúpulo: Matou todos os outros carreiristas enquanto dormiam tranquilamente. Era um completo idiota."

"Era?"

"Ele morreu poucos anos depois de ganhar os Jogos. Uma briga de bar contra um pacificador."

"Tem alguma coisa que você não saiba?" Quill perguntou brincando.

"Não sei quem é a garota do dois..."

"Valeria? Aquela garota me dá arrepios. Ela é tão... sádica. Fora que ela parece ser boa em quase tudo..."

Lori pensou em fazer algum comentário, mas logo fechou a boca e arregalou os olhos.

"Quill?" Ela disse um pouco assustada.

"Sim?"

"Acho que sua amiguinha quer te mandar um recado..."

"Amiguinha? Que amigui..." Quill disse, se virando para ver o que tinha assustado Lori, mas logo ela se calou também.

Drielle estava sorrindo sadicamente para Quill. Ela brincava com uma pequena faca, fazendo-a deslizar por entre os dedos. Alguns metros a frente dela, havia um manequim. No peito do manequim estava pintado com tinta vermelha o número 10. Drielle arremessou a faca que ficou cravada na testa do manequim. Ela abriu novamente um sorriso malvado no rosto e mandou um beijo para Quill.

"Lori?" Quill perguntou ainda olhando fixamente para o manequim.

"O quê?"

"Você tem certeza que ainda quer manter uma aliança, por que eu acho que teremos alguns probleminhas..."


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Notas finais do capítulo

Oi,Oi! De novo.
Mereço reviews? críticas? elogios? esculhambações?
são todos muito bem-vindos!
Abção!