Cheguei em casa e meus pais tavam lá, com a maior CARA do mundo, "fumaçando" pela minha demora...
Foi neste exato momento que eu me lembrei que iríamos almoçar na casa da minha vó. Há, só faltava declarar meu atestado de morte.

Pai- Você tá penasando o que, hein muleque? -veio em minha direção.
Eu- Pai, eu caí num cantero de rosas... Pode deixar pra depois?

"Canteiro de rosas. Caralho Frank, isso não é hora de ser autista!"

Pai- Se tivessm sequestrado você nós nem saberíamos se iríamos pagar de volta o resgate... Porque você só dá prejuizo!

"He-Ê-y! Eu não pedi pra nascer, meu anjo."

Até quando ele pretendia me tratar assim? Eu precisava tomar alguma atitude.

Eu- O que eu fiz pra você me odiar tanto?

Talvez eu fosse um bastardo, sei lá.

Pai- Eu não odeio você, pare de fazer drama, Frankie! Só espero que você tenha diciplina. Por que você toma o exemplo do seu irmão?

"Um baaaita exemplo. Vish!"

Eu- Well. Talvez porque eu seja o FRANK, e ele o JIMMY!
Pai- Você baixe esse tom quando for falar comigo moçinho, desse jeito vou acabar te mandando pra o exército. -suspirou.
Eu- Eu NUNCA iria pra lá, pirou?
Pai- Hã? Nem que eu te jogue pela cerca elétrica, mas você vai sim!
Eu- AHAM! Tenha cert-êêê-za! -afrontei.

Minha boca tremeu na hora, eu só o vi levantando a mão e o resto foi sentido na cara.

Pai- Não duvide da minha palavra, rapazinho! -com uma segurança na voz que me deixava transparente.

Abaixeia cabeça, e meu cabelo caiu sobre meus olhos, impossibilitando-me de voltar a vê-lo.

Pai- Vai já pra o banheiro tomar banho, a gente ainda vai na casa da sua avó!

Sair dali era o que eu mais queria. Quer dizer, o melhor mesmo era sumir geral.
Fui para o banheiro, encostei-me na pia e olhei-me no espelho. Meu rosto estava melhado suado, com a boca avermelhada e um traço de sangue bem no canto, de leve.

Sempre era assim. Frank em últimos planos, ele nunca serviu pra nada. Só dá prejuízo, isso e aquilo. Se eu morresse, não faria diferença alguma. Nem para os meus amigos, muito menos para eles.
Aquela era a hora, aquela era a chance que eu tinha de poder desaparecer.
Coragem me subiu a cabeça, e com ela a saudade do Gee, me falando que não importava o que acontecesse ele sempre iria estar comigo.

"Ainda faltam 2 semanas..."