Past's Brand escrita por Jr Stutzel


Capítulo 9
Mentiras


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey criaturas.
Como vão?
Acho que não ficou muito grande não, mas foi assim que ficou mesmo. kk'
Aí fala um pouco mais sobre o dia 7 de julho. Tudo é sete de julho nessa birosca?
Espero que gostem.



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Jonas e Melanie ficaram incrédulos com a naturalidade de Lívia diante de um corpo, a garota explicava a eles tudo o que estava acontecendo, mas os dois pareciam não acreditar na garota. Era uma menina de 5 anos contando uma história absurda sobre um sonho.

–Eu acordei e ouvi um barulho aqui no porão, aí eu entrei e alguém me puxou. Depois disso eu sonhei com uma moça que me mostrou a casa dela e os gatinhos dela, e também o marido dela, ele era ruim. Ele dava coisas pra ela beber e fazia ela cair no chão, daí colocava ela em camas no porão e começava a fazer coisas ruins com ela.

–Para Lívia, pare de mentir... - disse Jonas, tentando levar a garota escada acima.

–Não é mentira! - gritou a garota, tentando se desagarrar dos braços do irmão - Tem um livro lá, pegue o livro. Ela me falou que tem um tempo, tem que ler o livro. Senão o bicho vai voltar...

–Vamos - agarrou mais forte nos braços de Lívia e a empurrou para fora do porão, trancando a porta após sair.

–Ele vai voltar. Vocês tem que acreditar.

–Olha, Lívia - Jonas abaixou e segurou nos ombros da garota - Isso foi só um sonho, aquilo que você viu lá em baixo é só algo que... - Nem ele sabia o que dizer, não conseguia acreditar que havia um corpo escondido em seu porão - Crianças não deveriam ver. Vamos esperar a mamãe chegar e lá conversamos com ela.

–Mas vocês tem que acreditar em mim.

Jonas olhou para Melanie.

–Olha, vai brincar e fazer o que quiser, mas não quero te ver nesse porão de novo.

Lívia cruzou os braços e andou para a sala, emburrada.

–O que você acha? - perguntou à Melanie.

–Sinceramente?

–Por favor.

–Acho que uma garota de 5 anos, por mais inteligente, não conseguiria inventar algo assim.

Jonas ergueu a testa.

–Então você acreditou nessa história absurda?

–Para pra pensar. Ela falou que aquela é Tina, e que o marido estava usando ela para fazer coisas ruins. Só pode ser ela, é minha tataravó.

–Ah, claro. O corpo da sua tataravó está lá em baixo até hoje inteirinho. É bem normal que depois de anos um corpo fique inteiro assim.

–Mas e se...

–E se o quê?

–Deixa pra lá, você não iria entender.

Melanie deu as costas.

–Melly - chamou-a.

–O quê? - se virou novamente.

–Temos que ligar pra mamãe chamar a polícia.

–Faça o que quiser - se virou em direção à varanda e saiu.

Jonas sentou novamente na escada e abaixou a cabeça, pensativo. Não sabia se tinha medo, dúvida ou curiosidade sobre aquilo. Mas sabia que seja o que acontecesse, não ia se deixar levar por uma história boba sobre o passado de uma mulher.


2 horas mais tarde

–Um corpo? - Ana estava extremamennte assustada.

–É, eu fui no porão pegar a boneca da Lívia. E estava lá, eu juro.

Ana semisserou os olhos para Jonas, pensativa. Acabou concluindo que o filho não poderia mentir sobre algo tão absurdo.

Passou as mãos pelos cabelos, largou sua bolsa no sofá e retirou sua jaqueta jeans.

–Vamos comigo?

–Não! - disse assustado - Não quero voltar lá em baixo.

Ana suspirou, passou pelo filho e caminhou até o porão. A escada parecia mais assustadora do que o normal, e o odor estranho que vinha de lá parecia ter aumentado. Desceu e procurou o corpo.

–Onde está? - ela gritou.

–Lá no fundo, tem uma luz vermelha - Jonas gritou, do topo da escada.

–Luz vermelha?

–É, vai lá.

Ana continuou caminhando e viu a luz que o filho dissera. Era forte e clareava perversamente parte do porão. Ao se aproximar tudo o que viu foi um tipo de lâmpada acesa presa na parede.

Ana não falou nada, só subiu as escadas e encarou o filho.

–Que tipo de brincadeira é essa?

–Você viu?

–A luz, vi sim. Jonas, estou cansada, tenho muito trabalho no computador agora e você, por favor, pare com essas bobeiras.

–Bobeiras?

Ana deu as costas séria e aborrecida deixando Jonas muito intrigado. Mesmo com temor, desceu as escadas para entender o que acontecera e o corpo realmente não estava lá.

Subiu rapidamente as escadas, tentando se livrar da sensação ruim de estar na escuridão do lugar onde, outrora, estivera um corpo.


Melanie estava em seu quarto dando uma olhada nos papéis e no livro "Eispéiris" e ficou intrigada com informações curiosas que descobriu. Em uma das páginas finais do livro, datada em 4 de julho de 1913 dizia:

Após o ritual completo, Tina ficou estranha, não sei se encontrei o que procurava, mas no momento temo ter encontrado, pois posso estar correndo perigo.

E abaixo outras fotos de Catarina, mas dessa vez mais estranhas. Estava inconsciente mas com uma fisionomia séria e a pele mais pálida do que antes, os cabelos estavam mais escurecidos e o lábio mais vermelho.

Melanie passou uma página e não havia mais nada apenas uma escrita a mão, o lugar onde antes lera aquilo: 7 de julho, o dia em que Osmar se arrependeu de suas próprias intenções.

E mais uma página, havia um pedaço de jornal datado em 9 de julho de 2003. No momento em que os olhos de Melanie se passaram por aquela data, ela congelou. Este fora o ano em que seus pais morreram, ela tinha apenas 6 anos. Mesmo abalada com a lembrança, continuou a ler a folha de jornal rasgada:

Hoje completa dois dias que Marcos Castro Teixeira e Silvia Mello Teixeira faleceram em um acidente doméstico. Segundo a polícia, os dois dormiam enquanto a sua casa fora incendiada. Infelizmente o casal não conseguiu escapar, deixando uma filha de 6 anos aos cuidados da avó.

Melanie sentiu uma pontada na barriga e automaticamente lágrimas derramaram de seu rosto. Não podia ser possível, por que uma pedaço de jornal com a notícia da morte dos seus pais estava naquele livro? Quem o colocara lá? Por que sua avó mentira dizendo que ele haviam morrido num acidente de carro? E o mais importante, por que seus pais morreram no dia 7 de julho?

Era coincidencia demais, Melanie jogou o livro no outro lado do quarto sentindo raiva de tudo. Ao fazer isso, o livro se desmontou. A capa voou para um lado, as páginas para o outro, e as fotos para o outro.

Melanie se jogou na cama e chorou. Chorou pelo seus pais, pela sua avó, pela sua vida. Não sabia mais o que fazer, não tinha um lugar no mundo. Até então tinha ficado naquela família por serem legais e estarem oferecendo a ela um bom lugar para morar, mas sabia que não poderia aturar muito tempo em uma casa de estranhos.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo será o último de janeiro, depois irá avançar alguns meses. Aí o desenrolar da história vai começar MESMO.
Até o próximo, e não sejam como o Jonas e como Dona Aidê, NÃO MINTAM.