POV – Harry

Assim que saímos d’A Toca, notei que Gina ainda estava um pouco triste.

O Ron, como sempre, grudado na Mione. Será possível que eles precisam esfregar na minha cara que eles estão juntos e felizes, enquanto eu estou aqui sozinho?!

– Como alguém pode ser tão linda? – perguntou Ron, todo manhoso.

– Bobo!

Ron pegou seu queixo delicadamente, como se fosse um diamante, e encostou seus lábios aos dela. Hermione passava a mão em seus cabelos ruivos, enquanto ele a pegava pela cintura, trazendo-a para mais perto...

Hermione não se sentia muito a vontade em namorar na frente de todos. Mas Ron não estava nem aí, e a beijava mesmo assim.

- Por favor, Roniquinho, poupe esse amor pra quando estiverem sozinhos! – disse Jorge

Ron finalmente largou Hermione, e fuzilou Jorge com os olhos

Todos já estavam no Caldeirão Furado, inclusive Gui e Fleur, que tinham acabado de dar a notícia de que o casal teria um bebê.

– Vamos jantar, pessoal? Melhor irmos logo se não meu neto ficará com fome! – disse a Sra Weasley, já mostrado que iria ser uma avó coruja.

Todos riram, e foram se sentar.

POV – Terceira pessoa

Gina, Hermione, Harry e Ron tiveram que se sentar em outra mesa, pois só uma não era o suficiente para todos. Ron se sentou ao lado de Harry, em frente à Hermione. Sendo assim, Gina e Harry foram obrigados a sentarem um na frente do outro, sempre esbarrando os olhares.

– Acho que já está na hora de irmos... – disse a Sra. Weasley, quando todos já haviam terminado de comer.

– Mas Molly... – começou o Sr. Weasley.

– Mas nada! Está na hora e ponto! – disse a Sra. Weasley, com um tom de autoridade na voz.

Ordem dada pela Sra. Weasley, era ordem decretada. Quem não cumprisse, teria que sofrer as conseqüências.

– É verdade, está na hora! – disse o Sr. Weasley, como se tivesse mudado de idéia só pelo olhar que sua mulher tinha o lançado.

Todos voltaram para A Toca, exceto Gui e Fleur, que foram para O Chalé das Conchas.

Logo quando chegou, Harry foi para o quarto de Ron. Ele queria dormir. Não para descansar. Ele queria dormir para sonhar com ela, e só isso já bastava.

– Harry, precisamos conversar – disse Hermione entrando no quarto

– Mas, Mione! Ela ainda é muito jovem... – começou Ron que entrou logo depois dela.

– Mas nada, Ronald! É a felicidade do seu melhor amigo!

Harry se levantou, e sentou-se no chão com seus amigos. Os três ainda estavam com as roupas do almoço.

Ron bufou. Ele pareceu concordar, pois não disse nada.

– Sabemos que está triste por causa da Gina. – começou Hermione

– Não quero falar sobre esse assunto... – disse Harry já se levantando, mas Hermione puxou ele pelo braço, não permitindo que ele saísse.

– Não aguentamos te ver assim. Você vai sentar e escutar!

Harry suspirou e balançou a cabeça positivamente.

– Olha, sabemos que isso é difícil pra você, mas não és o único que está sofrendo. Gina também sente sua falta! Ela chora quase todo dia, fala seu nome enquanto dorme e escreve no diário o tempo todo! Você deve imaginar sobre quem ela escreve!

– Sobre quem? É sobre o Dino?

Hermione revirou os olhos.

– Claro que não, seu idiota! É sobre você! Ela te ama da mesma maneira que você ama ela! Ela só não admite porque tem medo de sofrer de novo...

– Mas eu não vou fazer ela sofrer novamente! Eu só a deixei porque queria a segurança dela... Não vou fazer ela sofrer novamente! Nunca! Ou pelo menos eu não faria ela sofrer...

– É bom mesmo! – disse Ron, finalmente entrando na conversa – Mas se você fizer ela derramar uma lágrima se quer por você, aí sim você vai sofrer de verdade! E...

– Chega, Ronald! O Harry não vai fazer ela sofrer! – disse Hermione interrompendo – o.

– Como vou tê-la de volta se ela nem se quer olha na minha cara? Se ela age como se eu nunca tivesse existido?

– Pelo menos tente, Harry! Eu sei que vocês se amam... São como duas partes de um só coração que precisam se unir para que ele bata! São...

– Ok, meu amor! Já entendemos! Eles se amam! Não precisa esfregar isso na minha cara... – disse Ron todo ciumento

Harry e Hermione riram.

POV – Harry

Já estava tarde n’A Toca. Todos, provavelmente estavam dormindo. Mas não consegui dormir, e vim me deitar no sofá da sala.

Não sei como, mas a madrugada é uma das horas mais belas. O céu, negro como um oceano, que é como um amigo nas horas em que você precisa desabafar. O silêncio, que esconde os barulhos vindos do dia. E por fim, as estrelas. A estrela, na minha opinião, é o elemento mais bonito da noite. Elas sempre estarão lá para te acolher, e sempre iram brilhar para ti, mesmo que você não mereça. Assim como os olhos de Gina Weasley. Sim, as estrelas me lembram os olhos dela. Eles podem não possuir a mesma cor, tamanho ou dimensão das estrelas, mas sempre transmitem a mesma mensagem.

E aqui estou eu, deitado no sofá d’A Toca no meio da madrugada pensando nos olhos delas.

Hermione tem razão, eu tenho que pelo menos tentar me aproximar dela...

POV – Terceira Pessoa

“Crack”

Harry ouviu um barulho atrás dele. Eram passos de alguém. Ele logo ficou atento. Quem estava acordado aquela hora da noite?!

Ele se levantou lentamente pra ver quem era, e logo tomou um susto. Cabelos longos e ruivos caiam com uma cascata em suas costas. As silhuetas de seu corpo perfeito estavam sendo contornadas pela blusa justa que ela usava. Era a Gina! A GINA! Harry fez questão de agradecer ao destino por isso! Qual hora seria melhor que a madrugada para fazer as pazes?

Os dois estavam pasmos. Gina estava em frente à geladeira, e Harry em pé, em frente ao sofá.

– Me desculpe, eu não tinha visto você aí! Pensei que não tinha ninguém acordado a essa hora... – começou Gina

– Eu também. E me desculpe se eu te assustei, não era a minha intenção – desculpou-se Harry

– Não consegui dormir, vim tomar um copo de água...

– Elas são lindas, não são? – disse Harry, olhando para as estrelas

– Oi?

Ele foi se sentar perto da janela, aonde tinha a vista pras estrelas e para a lua.

– As estrelas. Elas são lindas.

Ela, que pareceu tomar uma decisão, sentou-se ao lado dele.

Harry ficou surpreso com sua atitude, pois eles quase não estavam se falando, mas continuou a falar:

– Elas me lembram muito uma coisa.

– O que elas te lembram?

Harry se virou para ela, e fitou seus olhos cor de chocolate.

– Seus olhos. – Harry tomou coragem para dizer uma coisa que estava entalada em sua garganta há um tempo – Olha Gina, eu posso não ser o melhor com as palavras. Posso não ser o melhor em expressar os meus sentimentos. Mas eu lhe prometo, que vou tentar.

Gina estava paralisada. Harry só sabia que ela estava viva por causa de sua respiração, e de suas batidas aceleradas vindas do coração.

Ele continuou:

– Sei que não tem sido fácil pra você, mas acredite, não está sendo nada fácil pra mim também. Acredite, eu só lhe deixei por te amar demais. Eu queria muito te levar pra caçar as Horcruxes, mas sabia que era muito arriscado, e te pôr em perigo só pra não me deixar triste, seria uma atitude totalmente egoísta. Não sei como passei aqueles dias sem você. Não sei como aguentei ficar todo aquele tempo sem olhar as minhas próprias estrelas ( teus olhos ). Sinceramente, eu não sei. Eu entendo, você está muito magoada comigo, mas saiba, que eu nunca deixei de te amar, e que em todos os momentos, você tinha um lugar reservado em meus pensamentos. Ainda tem. Eu te amo, Gina. Eu nunca deixei de te amar. – mal tinha terminado de falar, e Harry percebeu que sua vista estava embaçada ( mais do que já era )

– Harry...

Gina estava sem fala. Ela ainda o amava, claro. Mas não conseguia acreditar que tinha esbarrado com ele de madrugada, e que enquanto admiravam as estrelas, ele tinha se declarado pra ela. Ela estava com uma cara de felicidade, tristeza e surpresa ao mesmo tempo.

Ele a encarava.

POV – Gina

Eu não consigo acreditar nisso! É impossível... Pelo menos eu achava. Se Harry disse isso, é porque provavelmente ele também me ama! Quais seriam os motivos para ele mentir para mim?

– É só que... Olha, Harry, eu só queria que você visse pelo meu lado. Você terminou comigo, e eu fiquei em Hogwarts. Sabe quantos dias eu consegui dormir? Nenhum. Em todos eu pensava em como você estava, se você estava vivo, se ainda me amava, porque tinha me deixado... – alguma coisa estava embaçando minha visão, e eu percebi que eram minhas próprias lágrimas – Eu me senti uma egoísta por saber que você estava correndo perigo, e eu só pensava se você ainda me amava... Só pensava em mim mesma... Eu só queria você de volta. Harry, você não sabe o quanto eu senti sua falta. E quando você voltou, “morto” nos braços de Hagrid, todos os meus planos haviam se perdido... Quando olhei para você, quis que tivesse sido eu no seu lugar. Eu nunca deixei de te amar, Harry! Nunca! E quando você voltou, pensei que não me quisesse mais, por isso tentei me afastar de você... Para não ter que sofrer mais. Eu te amo, Harry! Eu te amo! Senti muita falta nesse tempo de falar iss...

Antes que eu terminasse de falar, Harry tinha me puxado pela cintura, unindo nossos lábios. Uma imensidão de alegria me invadiu. Como eu o amava. Muito mais do que eu já pensei em amar alguém.

Ele me beijava delicadamente, mas de uma forma apaixonada e com um certo sentimento de saudade. Uma mão dele estava em minhas costas e a outra em minha cintura, enquanto eu estava acariciando seus cabelos.

Quando eu pensei que não era mais possível, ele me puxou para mais perto. E ainda de olhos fechados e me sentindo a pessoa mais feliz do mundo, eu dei um leve sorriso no meio do beijo. Ele também.

Então finalmente nos separamos. Eu estava chorando de felicidade, e Harry não estava muito longe disso. Ele me abraçou, e eu retribui, aninhando minha cabeça em seu peito.

POV – Harry

Gina! Minha Gina! Finalmente eu poderia tê-la em meus braços novamente! Eu poderia protegê-la novamente...

– Gina, eu te amo como pensei que nunca poderia amar alguém! Eu te amo, Ginerva, eu te amo... Eu prometo que nunca mais de deixarei, e que não te machucarei novamente, mesmo que isso custe a minha vida... Você me aceitaria de volta? – perguntei separando-a de meu peito para poder olhar em seus olhos

– Claro que sim, Harry! – disse ela chorando ainda mais

Ela pulou em cima de mim, quase me derrubando. Eu a beijei de novo, cheio de saudades. Ela retribuiu, parecendo sentir exatamente o que eu sentia

– Gina Weasley, minha Gina...

– Harry Potter, meu Harry...

Eu a abracei novamente, envolvendo sua cintura com os meus braços. Ela estava com as mãos em meu peito, e com a cabeça em baixo do meu queixo. Ficamos assim por alguns minutos, até que ela falou:

– Eu tenho que ir, Harry – disse relutante – Hermione pode acordar a qualquer momento e ver que eu não estou em minha cama...

Eu abri meus braços para que ela pudesse sair. Só depois de alguns segundos que ela realmente deixou meu abraço, e saiu.

Falei em um tom que dava pra ela ouvir:

– Ei! – ela se virou automaticamente com um sorrisinho no rosto – Eu te amo

– Eu também te amo, Harry