365 Dias escrita por Jana


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoinhas (:
Mais um capítulo *--* Eu realmente amo esse ♥
Foi eu quem vez esse vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=HQWYo-Zp1ug
Dá uma olhadinha, não custa nada u.u
Boa leitura!



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Já estava dentro do carro tentando expulsar aqueles pensamentos. Eu sabia que seria assim quando me permiti pensar... Suspirei. Devia ser pela décima vez hoje. Fiz o caminho já tão conhecido, em direção ao Centro Park. Liguei o rádio. Colbie Caillat, Bubbly? Ótimo! Não consegui nem desligar, as lembranças já me atingiram.

(https://www.youtube.com/watch?v=4FjRyV-Mqh4&list=FLCaE7kw7tuV7MVt-CDpWYJQ&index=10)

Colbie Caillat - Bubbly

Eu estava sentada em um banquinho de madeira na varanda com ele em pé encostado no parapeito, me olhando. Estávamos passando o final de semana na casa de campo do namorado de Rosalie, Ryan. A lua cheia iluminava o seu rosto me inspirando ainda mais. O suéter creme que usava era apertado favorecendo seus músculos, e a bermuda jeans, o deixavam lindo. Na verdade ele era lindo de qualquer jeito. Eu segurava um violão. Sabia tocar desde criança, mas fazia bastante tempo que não tocava mais.

– O que você está aprontando dona Alice? – Sorria de um jeito fofo.

– Por sua culpa vou fazer algo que não faço á muito tempo... – Falei meio sem graça. Baixei o rosto para olhar o violão. Arrumei-o e comecei a tocar Bubbly. Eu amava aquela música e sua letra era muito parecida com o que eu sentia perto dele. Deixei minha voz sair acompanhando a melodia.

I've been awake for a while now

Eu estou acordada por um tempo agora

You've got me feeling like a child now

Você me fez sentir como uma criança agora

'Cause every time I see your bubbly face

Porque cada vez que eu vejo seu rosto animado

I get the tingles in a silly place

Eu sinto arrepios num lugar bobo

O sorriso dele era tão lindo. Seus olhos brilhavam. O que me fazia sorrir enquanto cantava. Era engraçado, eu cantava como se nunca tivesse parado.

It starts in my toes

Começa na ponta dos pés

And I crinkle my nose

E me faz enrugar o nariz

Wherever it goes

Onde ele vai

I always know

Eu sempre sei


That you make me smile

Que você me faz sorrir

Please stay for a while now

Por favor fique por um tempo agora

Just take your time

Basta levar o seu tempo

Wherever you go

Onde quer que vá

Acho que podia cantar para ele por toda noite. Seu sorriso só aumentava em cada frase. Será que estava comparando a letra com nós?

The rain is falling on my window pane

A chuva está caindo no vidro da minha janela

But we are hiding in a safer place

Mas nós estamos nos escondendo em um lugar mais seguro

Under covers staying dry and warm

Sob as cobertas permanece seco e quente

You give me feelings that I adore

Você me dá sentimentos que eu adoro

Ele se aproximou mais de mim com um sorriso de lado que conquistaria qualquer um. Eu não conseguia desviar meus olhos dos seus.

What am I gonna say

O que eu vou dizer

When you make me feel this way

Quando você me faz sentir desse jeito?

I just...

Apenas? hum...

Ele deu uma risadinha maliciosa. Eu sorri da mesma maneira. Seus olhos eram águas claras e profundas, nas quais eu poderia ficar perdida para sempre.

I've been asleep for a while now

Fui dormir por um tempo agora

You tucked me in just like a child now

Você me cobriu como uma criança agora

'Cause every time you hold me in your arms

Porque toda vez que você me segura em seus braços

I'm comfortable enough to feel your warmth

Sinto-me confortável o suficiente para sentir seu calor

Veio em minha direção e se ajoelhou do meu lado. Colocou gentilmente uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha. Abaixou-se mais em minha frente, colocando seu queixo em meu joelho.

It starts in my soul

Começa na minha alma

And I lose all control

E eu perco todo o controle

When you kiss my nose

Quando você beija o meu nariz

The feeling shows

O sentimento mostra

'Cause you make me smile

Porque você me faz sorrir

Baby just take your time now

Baby basta levar o seu tempo agora

Holding me tight...

Me abrace forte...

Nunca tinha cantando tão bem na minha vida... Ou tocado... Talvez seja só porque ele estava ali. A pessoa na qual mudou a minha vida. Quem eu espero poder passar o resto da vida...

Wherever... wherever...

Onde... onde...

Wherever you go

Onde quer que vá

Wherever... wherever...

Onde... onde...

Wherever you go

Onde quer que vá

Wherever you GO

Onde quer que vá,

Always know

Sempre sei

'Cause you make me smile

Porque você me faz sorrir

Even just for a while

Mesmo que só por um momento

Terminei a música sorrindo. Como era de esperado já que sorri a música toda. Ele levantou e me puxou pela mão. Coloquei o violão no banquinho. Ele arrumou em meu ombro o meu casaquinho que tinha caído enquanto eu tocava, e beijou a ponta do meu nariz. Depois rosou meu pescoço com sua barba mal feita me fazendo arrepiar. Subiu até minha orelha e mordeu o lóbulo dela. Voltou a me olhar profundamente nos olhos. Passou suas mãos ao meu redor me trazendo para os seus braços. Deitei minha cabeça em seu peito quente. Ele tinha levado a sério a letra. Fechei os olhos sentindo o seu maravilhoso cheiro.

– Está confortável para sentir meu calor agora? – Perguntou divertido.

Levantei minha cabeça para olhá-lo. – Sim. Muito. Eu me sinto segura em seus braços. É uma das melhores sensações do mundo.

– Que bom que você gosta de ficar nos meus braços. Porque te ter neles é uma das coisas que eu mais amo e necessito! – Disse enquanto seus olhos ferviam. Uma lágrima rolou pela minha face. Suas mãos estavam em cada lado do meu rosto. Com o dedo polegar ele a enxugou. Colou nossos lábios docemente. Logo pediu passagem para sua língua. Eu cedi começando uma dança sensual entre elas. E aos pouco aquele beijo ficou mais quente. Eu precisava dele.

Por debaixo dos meus óculos havia lágrimas doloridas. Só enxugava as que passavam dele. Já estava no Central Park caminhando calmamente. Eu amava aquele lugar. Mas tentava evitá-lo depois do... acontecido. Acho que uma parte de mim ainda tinha a esperança de encontrá-lo no lugar aonde ele mais gostava dessa cidade, aonde sempre vinha. Era impossível não ter lembranças aqui. Olhei pro lado e podia jurar que o vira. Mas não era ele. Pelo menos não agora. Era a imagem de quando nos conhecemos. Eu estava exatamente no lugar onde o vira pela primeira vez...

Estava parada olhando uma estátua, na qual não sei por que me chamou atenção hoje. Já a vira tantas vezes... Tomava um cappuccino do Starbucks enquanto apreciava aquilo. Era de manhã, e apesar de estar quente, eu amava tomar café de manhã cedo. Virei para ir à outra direção. Bati com tudo em um peito duro que quase me derrubou no chão. Por sorte aquele estranho conseguiu me segurar. Já o meu café... A tampinha idiota explodiu por eu ter apertado forte demais, e o café caiu todo sobre mim.

– Aaah! Não acredito! – Gritei. Passei a mão em cima do molhado para tentar melhorar o estrago. Claro que não adiantou nada.

– Desculpe-me senhorita! Eu não quis... – Ele começou a dizer. Levantei o rosto para olhar para o cara que tinha feito isso. Minha fisionomia de raiva mudou na mesma hora que o vi. Ele usava uma regata preta que mostrava seus músculos, e um short esportivo. Estava com fone de ouvidos, agora tirados deles. Meio suado, pois devia estar correndo. Seus olhos azuis eram tão lindos! E seu sorriso que estava meio sem graça pelo acontecido... Mudei a fisionomia para a anterior quando percebi que devia estar com cara de boba. Lembrei-me do estrago que ele tinha feito em minha blusa nova. O que me fez ferver de raiva.

– Desculpa nada! Não olha por onde anda não? E se fosse uma criança? – Falei estupidamente.

– Eu não tive culpa! Foi você quem saiu sem olhar pra onde ia! – Ele rebateu no mesmo tom.

– Haha! É cego? Não conseguiu me enxergar não?

– Se você não fosse tão baixinha talvez eu tivesse visto! – Disse zombador.

– Ah cala boca! – Falei e revirei os olhos. Eu não era tão baixa, e com salto alto ficaria quase na altura dele. Quase. Ele era bem alto... E o que tinha de bonito tinha de estúpido!

Ele riu. – Er... Me desculpa mesmo. Eu não queria te sujar, se você quiser, eu pago outra blusa...

–Não precisa. – Falei rápido. Dava para consertar aquilo. Eu acho.

– Eu prometo ser mais cuidadoso da próxima vez, tudo bem?

– Próxima vez? Eu pretendo nunca mais te ver, isso sim! – Eu disse andando. Ele riu e me seguiu.

– Uau, como você é simpática! – Falou sorrindo. Eu já tinha dito que ele tinha um sorriso lindo? Arg! Stop Alice! Fiz a pior cara que consegui para ele. Deu uma risadinha abafada e depois me olhou com um sorriso escondido em seus lábios. Comecei a andar pra longe. – Tchau então! – Disse alto depois que eu já estava um pouquinho longe. Abanei a mão sem olhar pra trás.

É, aquele estranho nunca me pagara aquela blusa, na qual eu não consegui consertar. Dei uma risadinha. Era melhor eu me segurar se não achariam que eu era uma louca. Rindo sozinha! Suspirei. Caminhei calmamente até outro ponto. Era impossível não se lembrar dele em cada lugar que passava. E nesse eu fui obrigada a parar.

A idiota da bicicleta estava andando rápido de mais. Aquele freio não funcionava? Que merda era muito duro, eu não conseguia apertar! Estava me apavorando e a bicicleta estava fugindo do caminho. Ai meu Deus eu ia cair! Nunca fui boa em andar de bicicleta, não sei por que inventei de alugar uma hoje! Aaaaaaah não! Eu ia acertar alguém e... Merda! Atropelei alguém que estava andando de costas pra mim. Consegui me levantar rápido. Porém a bicicleta estava em cima da pessoa. Era um homem. Droga! Tirei a bicicleta e ajudei o homem a se virar.

– Você está bem? – Perguntei preocupada. Quando o homem virou me surpreendi com quem era. Soltei minha mão rapidamente, fazendo-o cair de novo pra trás. Ele conseguiu se sentar. Era o estranho que esbarrara em mim. Estava com aquele sorriso bobo no rosto. E lindo como sempre.

– Você? – Ele perguntou rindo.

– É, pelo o que parece eu colei chiclete na cruz! – Falei mal-humorada. Ele riu. Sua risada era linda... Stop Alice! Gritei internamente comigo mesma.

– Então a senhorita também atropela os outros? E se fosse uma criança? – Disse divertido na primeira frase, e sério na segunda que repetiu do que eu dissera da última vez.

– Ah cala boca! – Respondi irritada. Também repeti essa frase da nossa última conversa. Ele deu uma gargalhada.

– Pelo menos vai me ajudar a levantar? – Perguntou com um sorrisinho irritante. Revirei os olhos e puxei-o pela mão. – Obrigada madame!

– De nada cavaleiro irritante! – Sorri cínica.

– Emmett! Prazer! – Disse estendendo a mão e sorrindo o sorriso mais lindo que eu já vira. Eu não queria dizer meu nome porque não queria vê-lo outra vez, mas... Que mentira eu estava dizendo? É claro que eu queria ver esse gato outra vez!

– Alice! E o prazer é só depois! – Sorri e dei uma piscadinha. Ele jogou a cabeça pra trás e deu uma gargalhada gostosa de ouvir.

– Gostei do seu humor, pequena Alice! – Falou me olhando docemente com um lindo sorriso. Ele tinha covinhas? Awn ele tinha! Um grandão daqueles tinha olhos azuis tão puros e covinhas perfeitas! E eu gostei de você, grande Emmett! Respondi em pensamento.

Deitei devagar em baixo da nossa árvore. Onde ele havia me dado o Matt. Aonde sempre vínhamos depois disso. Awn meu grande Emmett... Sinto tanta falta de suas covinhas perfeitas em seu grande sorriso bobo. De sua gargalhada que pra mim era igual ao soar mais perfeito de sinos. De seus lindos olhos azuis, que eram iguais a imensidão do mar. Sinto tanta falta de seu cheiro... Seu cheiro que é o meu preferido do mundo. Já tentei de tudo pra trazê-lo mais pra perto de mim. Até comprei o mesmo perfume que usava e passei em sua roupa que esquecera na lavanderia. Dormi já várias noites abraçada com aquilo. Chorando inconformada, me perguntando aonde foi que erramos para merecer isso. Não acredito que essa separação foi possível... Eu ainda preciso tanto dele...

– Sabe Emm, eu acho que preciso de você mais do que preciso de ar para respirar... – Falei enquanto bagunçava o seu cabelo. Estávamos dentro da piscina e eu estava abraçada com ele.

– Não está exagerando não, docinho?

– Não. Eu preciso de ar para sobreviver, mas preferia morrer a te perder.

– Nunca fale uma coisa dessas! – Ele me repreendeu sério. – Eu também não conseguiria viver em um mundo onde você não existe!

– Então como é que vamos fazer? Teríamos que morrer juntos...

– Acho que podemos marcar uma data, tipo quando tivermos uns 90 anos, daí eu mato você e você me mata, ao mesmo tempo! – Sorriu. Eu dei uma risada. – Mas temos que treinar para que com um tiro já matar o outro né.

– Como se eu conseguisse te matar né Emm.

– É... Eu acho que na hora também amarelaria. Temos que pensar em outra coisa.

– Você sabe que não podemos mandar na morte. – Sorri meio triste.

–É mais acho que vou pedir a Deus todos os dias para ir primeiro que você.

– O que? Ficou louco é?

– Não... É que primeiro de tudo, você é dois anos mais nova, então eu morro dois anos antes que você! – Ri com sua lógica. – Daí nesses dois anos eu vejo como é tudo lá em cima, deixo preparado para nós dois. Vou arrumar um lugar onde podemos ficar “à vontade”. Se é que você me entende. – Disse maliciosamente. Dei uma gargalhada. Ele só conseguia pensar nisso? – E também vou ficar te iluminando lá de cima. E te esperar na porta, ou se existir anjinhos peço para vir te buscar junto com eles. – Sorriu tentando me convencer.

– Mas eu também poderia te proteger lá de cima...

– Você é a minha pequena. Sou eu é quem tem o dever de te proteger! – Falou tocando a ponta do meu nariz. – Já que eu não paguei aquela blusa... – Rimos em sincronia. Terminei a risada ainda sorrindo, nossos rostos estavam muito próximos. Tirei uma mão de seu pescoço e comecei a acariciar o seu rosto.

– Vamos aproveitar o agora ok? Por enquanto ainda estamos juntinhos, e eu espero que seja assim por muito tempo!

– Vai ser meu anjo. Tem que ser! – Beijou minha testa. – Mas acho uma boa ideia aproveitar o agora. – Disse e sorriu maliciosamente. Dei uma risadinha. Ele era tão previsível... Senti suas mãos descerem para a minha bunda, me empurrando mais para frente. Colou nossos lábios rapidamente. Em um beijo quente e urgente. Entrelacei meus dedos em seu cabelo molhado. Nossas línguas dançavam em sincronia. Eu poderia o beijar quantas vezes fosse, porém eu sempre ficaria com um frio na barriga como na primeira vez.

Eu não consegui controlar as lágrimas que desciam. Porque o tempo voou tão rápido? Eu queria tanto ainda ter aquela sensação de seus lábios colados aos meus. Eu só queria olhar para os seus olhos azuis, dos quais eu tanto sinto falta. Poder dormir agarrada com você todas as noites, tendo o gosto de sua boca como a última coisa antes de dormir.

(https://www.youtube.com/watch?v=_YtzsUdSC_I) I Never Told You - Colbie Caillat

I miss those blue eyes

Sinto falta daqueles olhos azuis

How you kiss me at night

De como você me beija à noite

I miss the way we sleep

Sinto falta de como nós dormimos

Nem olhar para o grandioso sol tem graça sem você. Por mim ele nem precisaria nascer. Pois de noite é quando eu sofro menos. Não por quando eu estar dormindo você não existir. Mas porque nos meus sonhos parece tudo tão real. É como se você nunca tivesse ido. O seu sorriso, o jeito como nossas respirações ficavam em sincronia...

Like there's no sunrise

É como se não houvesse nascer do sol

Like the taste of your smile

Como o gosto do seu sorriso

I miss the way we breathe

Sinto falta do jeito que respiramos

Sentei-me encolhendo minhas pernas apertadas em meu peito. Coloquei o queixo em meus joelhos. É até difícil citar todas as coisas que eu sinto saudades. Pois eu sinto saudades de tudo nele. Mesmo depois de todo esse tempo, e depois de tudo que passamos, eu ainda o quero tanto... Sem ele aqui comigo é impossível não sentir falta de tudo.

And now,

E agora

I miss everything about you

Eu sinto saudade de tudo em você

I can't believe that I still want you

Não acredito que eu ainda te quero

And after all the things we've been through

depois de tudo que nós passamos

I miss everything about you

Sinto falta de tudo em você

Without you

Sem você

Fechei os olhos. Obviamente foram aqueles lindos olhos azuis que eu vi. Naquele primeiro dia quando ele me atropelou, aqueles olhos azuis sorriram. Naquele último dia quando se foi, aqueles olhos azuis lacrimejaram. Aqueles olhos azuis que eram meu porto seguro. Eu sempre os imagino. Até em sonhos. É por isso que sempre acordo chorando.

I see your blue eyes

Eu vejo seus olhos azuis

Everytime I close mine

Toda vez que eu fecho os meus

You make it hard to see

Você torna isso difícil de ver~

Where I belong to

Onde eu pertenço

When I'm not around you

Quando não estou à sua volta

It's like I'm alone with me

É como se eu estivesse sozinha comigo

Eu me sentia tão sozinha. Sei que eu estou em um lugar público, então tem muitas pessoas nesse enorme lugar. Sei que deveria estar no trabalho agora, estaria com um monte de pessoas. Sei que poderia estar com Rosalie ou com meus pais. Até com Jasper ou Jacob. Eles também me aceitariam em suas casas. Porém nenhuma dessas pessoas é quem eu quero ver. Ninguém iria encher meu estômago de borboletas, acelerar meu coração, tremer meus joelhos, corar o meu rosto, me fazer sorrir como uma boba, meus olhos lacrimejarem de emoção... Ninguém ia conseguir fazer nada disso. Só ele.

I miss everything about you

Sinto falta de tudo em você

Without you

Sem você

Sinto tanta falta de você Emm...

– Senhorita? – Escutei uma voz feminina me chamando. Olhei pro lado e vi uma mulher de cabelos negros e pele branca, que parecia ser nova. Sorria meio sem graça e estava com uma menininha no colo. A menina era linda, porém não quis olhar muito para ela. Crianças me abalavam. Mais atrás tinha um homem alto e de cabelos claros, segurando a mãozinha de um menino um pouco maior que a menina. Era uma família. – Se nós não estivermos incomodando, será que poderíamos sentar aqui. – Apontou para o espaço vazio do gramado a minha frente. – É que minha filha quer fazer um piquenique exatamente aqui. Tentei convencê-la... – Deu de ombros, e olhou para a menininha que sorria. Era tão linda. Não pude deixar de sorrir para ela.

– Você não precisa pedir. Eu não sou dona desse lugar. – Falei tentando ser o mais educado possível. Eu não costumava mais me comunicar com as pessoas ao meu redor já fazia um tempo. Temi está sendo grossa de mais.

– Eu sei. Mas crianças podem irritar as pessoas ao seu redor às vezes. – Sorriu docemente. Enxerguei nela um pouco de mim antes. Era tão simpática e sorridente. Eu geralmente era assim. Gostava de ser boa com todos. Não que agora eu fosse má, porém não me importava mais com isso. Porém não foi só nisso que me enxerguei nela. Vi também neles a família que eu e Emmett poderíamos ter sido. Como era difícil manter essa dor dentro de mim.

– É claro! Vocês podem ficar á vontade. Eu já estava mesmo de saída. – Sorri me levantando. Passei a mão no meu short atrás para tirar a sujeira.

– Tem certeza?

– Claro! Bom piquenique para vocês! – Falei dando o melhor sorriso que conseguia. Andei um pouquinho e me virei. – Ah! Boa escolha de lugar pequeninha. Mas cuida bem dessa árvore, ela presenciou bons momentos da minha vida. – Eu disse para a menininha. Ela deu um pequeno sorrisinho. Ela era muito fofa. Tinha cabelos claros e olhos azuis. Devia ter uns três anos.

– Ok! – Disse com sua vozinha infantil e me mostrou seu polegar em confirmação. Segurei-me para não pedir para pega-la no colo. Eu já estava quase chorando assim. Acenei e saí. Aquilo doía. Eu queria muito estar no lugar daquela moça. Quantas vezes eu já imaginei Emmett e eu levando nossos filhos para um piquenique aqui? Com Matt e Lizz junto com nós. Seriam três filhinhos. Uma menina que teria cabelos loiros e lisos, e olhos verdes. Os dois gêmeos, um menino de cabelos loiros cacheados, e olhos azuis iguais ao de Emm, e a menina de cabelos castanhos lisos e olhos também azuis. E todos teriam covinhas perfeitas. Tive que parar e me segurar em uma árvore para não caí de joelhos ali mesmo. Porque tinha que doer tanto?

– Eu amo o seu sorriso sabia? – Disse puxando meu balanço para perto do seu. Estávamos sentados em balanços no parquinho em frente ao prédio. Estava chovendo fraquinho, por isso não tinha nenhuma criança.

– Aham. Você já me falou isso várias vezes. – Eu disse e depois lhe dei um beijo.

– Acho que ainda vai escutar muito isso. Porque não me canso de olhar para o seu sorriso. Quero que nossas filhas tenham o mesmo sorriso que o seu.

– Eu esperava que elas tivessem um sorriso parecido com o seu! – Falei fazendo beicinho.

– Nada disso! Você já conseguiu que dois de nossos filhos tivessem olhos azuis, e dois tivessem cabelos da mesma cor que o meu. Agora eu quero que as minhas meninas tenham o sorriso igual o da mãe! O menino terá o sorriso igual o meu. Eu não o imagino com sorriso de mulherzinha, né! – Dei uma gargalhada na última parte.

– Ok, ok. Eu aceito! – Falei cruzando os braços no peito. Ele riu e me deu um selinho.

–Você fica tão linda bravinha! – Eu revirei os olhos. – Você deveria responder que fica linda de qualquer forma! – Bufei. – Você não vai conseguir me fazer mudar de ideia com isso. – Dei de ombros. Ele riu e se levantou do balanço. Foi para trás de mim e começou a empurrar alto. No primeiro empurrão eu quase voei pra longe. Não estava segurando e nem estava preparada.

– Emmett! – Gritei. Ele deu sua gargalhada estrondosa e empurrou mais alto ainda. – Para!

– Não mesmo! Agora que tá ficando bom?

– Seu desgraçado, eu vou te matar!

– Não sei como, você tá presa aí! – Disse rindo. Eu comecei a ficar com medo de que aquele troço despencasse.

– Emmett! Me tira daqui! Isso vai cair!

– Pula baby!

– Nãooo! Eu vou cair! – Gritei. Ele ria cada vez mais.

– Agora seu idiota! RETARDADO!

– Você é muito mal educada Allie! – Falou. Depois deu a volta e ficou na minha frente. Em uma distância na qual meus pés não batessem nele. Tinha um sorriso zombador nos lábios. Eu estreitei meus olhos e já ia xingá-lo, quando senti aquele negócio descer um pouquinho. Dei um grito. O que o fez rir ainda mais.

– Emm... Amor, por favor! – Choraminguei. Eu tinha medo de altura, ele não lembrava não? Deu mais uma risadinha, mas veio até mim. Conseguiu parar o balanço e me tirou de lá. Ele me puxou para o seu peito. Primeiro me acalmei um pouquinho e depois comecei a dar socos e tapas. – Seu. Idiota. Nunca. Mais. Faça. Isso! – Falei pausadamente enquanto lhe batia com toda a força.

– Au! Para Lice! Como é que uma pessoa tão pequena consegue ser tão forte?

– Babaca! – Gritei. Ele sorriu. – Vai se ferrar Emm! Eu te odeio cara! Você não lembrou que eu não gosto de altura? Mesmo se for em um balanço em um parquinho! Fiquei com medo, seu idiota! Que merda! E... – Acabou com o espaço que tinha entre nós em um paço largo e passou as mãos pela minha cintura, me calando com um beijo. No começo tentei desviar. Mas quem é que resistia á um beijo daqueles? Principalmente dado por Emmett?

Segurei o soluço que se formava em minha garganta. Engoli o choro. Essa não seria a primeira vez e provavelmente nem a última. Quando voltei a caminhar, escutei o toque do meu celular. Peguei-o para atender. Era Rosalie.

– Alô?

– Alô, Alice?

– Oi Rose. Aconteceu alguma coisa? – Eu sabia que não havia acontecido nada. Ela me ligava todos os dias.

– Não. Só liguei para saber como você está.

– Estou bem... – Menti. Na verdade essa sempre era a minha resposta mesmo. Não sei por que perguntar.

– Aham... Mas então, onde você está?

– Central Park.

– Imaginei que você estaria em algum lugar desses... Bem, não quer almoçar comigo? Ryan viajou, como você sabe. Não queria almoçar sozinha.

– Hoje? Rosalie...

– Por favor, Lice!

– Não dá amiga. Você sabe que quero ficar sozinha hoje.

– Sozinha com os seus pensamentos e lembranças, você quer dizer né? – Disse meio rígida. Ia começar...

– Amiga, se tivesse pedido para almoçar ontem, ou até mesmo amanhã. Porém hoje não!

– Pra que? Para se torturar mais? É isso?!

– Rosalie...

– Não Alice! Você é masoquista, ou o que? Sério amiga, eu não te entendo! – Ela gritou.

– Exatamente Rosalie! Você não me entende! Então para de me encher, e me deixa sozinha com os meus fantasmas! – Falei alto. Já senti as lágrimas escorrerem.

– Desculpa. Desculpa, desculpa amiga! Sério... Eu realmente não posso te entender. E...

– Tudo bem Rose. – Suspirei. A gente se fala depois, ok?

– Tá... Se cuida maninha!

– Ok. Você também.

– Te amo!

– Eu também. Muito. Beijo.

– Beijinho! – Desligou o telefone. Odiava fazer minha amiga sofrer. Ela se preocupava comigo. Não sabia se ia almoçar em algum lugar aqui. Mas não estava com fome. Depois decidia. Liguei minhas músicas no aleatório e coloquei meu fone. Comecei a caminhar se um rumo certo.

– Qual é o seu maior sonho Allie? – Perguntou-me sorridente.

– Sair sem rumo pelo mundo!

– Sério?

Dei uma risadinha. – Não. Na verdade nem sei. Tenho vários. Mas o maior? Construir uma família, talvez. – Virei meu rosto para ele, que sorriu. – E o seu?

– Também não sei... Sempre pensei em algo meio idiota.

– O que?

– Não vai rir né? – Perguntou meio preocupadinho. Sorri.

– Não, amor.

– Certo. Era construir meu próprio “paraíso”. – Falou fazendo aspas no ar. Dei uma risadinha. Achei fofo isso. – Mas, sabe... Descobri que não preciso construir nada. Porque eu já encontrei o meu paraíso. – Colocou delicadamente uma mecha do meu cabelo que estava na frente dos meus olhos, atrás da orelha. – No qual está na minha frente agora. No qual eu defenderia de tudo e de todos. No qual eu quero ter pro resto da minha vida, como o meu paraíso. – Eu o encarava sem saber o que falar. Completamente maravilhada. Eu não conseguia desviar meus olhos dos seus. E devagar eu comecei a sorrir. E ele também. Sem tirar nossos olhos um do outro.

– Te amo! – Murmurei. Seus olhos brilhavam.

– Também te amo minha princesa. – Falou se aproximando e encostando suas testa na minha. Fechei os olhos. Abri-os depois de um tempo e lhe beijei. O beijo mais doce do mundo. Terminamos o beijo em um grande sorriso. Deitei minha cabeça em seu peito largo. Ele passou as mãos ao meu redor e me abraçou. Pois é, acho que eu também tinha um próprio paraíso. Um paraíso só meu, e melhor que qualquer outro.

Como eu sentia falta daquele paraíso. Suspirei. Ainda continuava a andar sem rumo pelo Central Park. Eu gostaria de um lugar só meu agora. Pra ficar completamente perdida em meus pensamentos. Sem se importar com ninguém ao meu redor. Um lugar que não fosse o meu apartamento. Lá seria sufocante.

Continua...


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Notas finais do capítulo

E então?? O que acharam ?
Eu realmente ficaria muito feliz em receber reviews kkkkkkk'
O que acham de Alice e Emmett? Eu acho meio estranho os dois. Tipo irmãos vampiros, ele super grandão e ela anãzinha. Não combinam. Mas nessa fic imaginem eles como Ashley e Kellan. Os dois combinam demais *-------* Kellasher falando u.u kkkkkkkkkk'
O fim já está pronto, então nada posso mudar.
Sobre Uma Nova Vida, minha outra história. Eu não desisti. Logo posto o capítulo. Estou meio sem ideia para terminá-lo :/ Mas logo vai (;
REVIEWS PLEASE *--------------*
Bjokas (: &... FELIZ PÁSCOA AMORES *O*



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