Fúria Elementar escrita por Moreira


Capítulo 4
Capítulo III


Notas iniciais do capítulo

Ok ta pequeno, mas o próximo será mais revelador, prometo



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Jaime ainda estava estupefato com o fato da tempestade ter simplesmente desaparecido do mesmo modo que apareceu, que nem respondera a Michael. Aquilo era errado, muito errado, mas algum choque de realidade se abateu por ele, que finalmente estendeu sua mão para o ex bombeiro.

Segundo Michael, ele tinha seus trinta e oito anos e largara a profissão de bombeiro, por causa de um problema grave de saúde, que impedia que pudesse trabalhar. Então, fora melhor ele largar a profissão, do que morrer em serviço. Jaime nem se atreveu a perguntar qual era o problema de saúde, achava falta de educação demais, por isso permaneceu em silêncio por uns minutos, até que finalmente criou coragem para falar.

– Obrigado por me ajudar a salvar minha irmã Michael... Sou Jaime e ela é Julia... – não era um bom lugar para se cumprimentarem, ainda mais que tudo estava um caos. Prédios ruindo, carros tombados e em chamas, estava tudo um terror como se fosse um filme de ficção.

– Precisamos levar sua irmã para o hospital. Eu só estava no shopping a procura de sobreviventes e por sorte achei vocês. Por sorte o hospital não foi atingido de jeito algum pela tempestade. Mas agora vamos, não devemos perder tempo... – Michael definitivamente era forte, tão forte que estava com Julia no colo e decidira carregar a garota por todo o caminho.

Pelo caminho era possível se encontrar de tudo, desde sobreviventes, até óbitos. Várias pessoas ajudavam umas as outras. Idosos e crianças se ajudavam, jovens buscavam seus amigos, e até mesmo animais eram salvos dos escombros de alguns prédios. De onde estavam, no meio da rua, era possível se ouvir o choro de algumas crianças na esquina e o gemido de um homem que estava por baixo de um carro, já sendo ajudado por outros. Mas nada daquilo chamava a atenção de Jaime, como uma garotinha parada no meio da rua, olhando de um lado para o outro procurando por alguém. Quando ele se aproximou mais, sentiu a garota agarrar sua bermuda, o que fez ele olhar para ela.

– Moço... minha mamãe sumiu... – a garotinha devia ter uns seis anos, o rosto estava sujo de poeira, a camiseta que vestia estava com uma das mangas rasgadas, e a calça estava suja com um pouco de sangue que saia de um arranhão na perna esquerda dela, mas que parecia não causar nenhuma dor na garota, pois não chorava nem por estar perdida e nem ferida. Algo naquela garota, fez com que Jaime parasse e se ajoelhasse na sua frente. Ele conhecia ela de alguma maneira, mas não sabia de onde.

– Eu... ok, qual é o seu nome? e sim, vamos procurar sua mãe. Ela deve estar no hospital te esperando... – sorrindo para ela, Jaime a pegou em seus braços, enquanto ela agarrava seu pescoço em um abraço, respondendo se chamar Marina Heck, mas poderia ser chamada de Mari, e agora era carregada pelo mesmo.

No hospital, tudo estava pior. Feridos lotavam os corredores, médicos corriam de um lado para o outro com remédios e curativos e até mesmo os seguranças eram obrigados a ajudarem com os feridos. Os mais graves, estavam nos andares mais altos do hospital, enquanto os mais leves, ficavam no primeiro andar. De tanta gente que era, tinha até pessoas sendo atendidas no estacionamento, o que estava grave.

– Enfermeira, me ajude aqui... – Michael, colocava Julia sentada em uma maca, enquanto uma enfermeira se aproximava e checava seu ferimento e chamava mais um enfermeiro para ajudar. Tiveram de cortar a parte do ombro da camisa de Julia para poderem olhar melhor o ferimento, que estava bem vermelho. Também, um vergalhão estava atravessado no braço dela a minutos atrás. Mas do modo que a enfermeira estava agindo, aquele não era o primeiro caso daquele tipo no momento, pelo visto mais gente tinha chegado ali com os mesmos tipos de ferimento. Ela apenas limpara com um algodão e soro, enquanto o enfermeiro preparava pontos para dar no ferimento. Foi rápido, no total cinco pontos de cada lado, depois daquilo, o ombro fora enfaixado e dito que devia descansar e não mover o ombro de jeito nenhum e para isso, deixaram o braço de Julia em uma tipoia, para se lembrar de não mover o ombro de jeito algum.

– Michael, pode ficar com Julia por uns momentos, enquanto eu procuro a mãe dessa anjinha? – Jaime prometera para a garota que procuraria por sua mãe, e até aquele instante ela estava calada, esperando por ele cumprir com o prometido.

– Tudo bem, pode ir... – Michael falara com calma, enquanto conversava com o enfermeiro que ainda estava ali.

– Julia, já volto, ok? – depois de Julia apenas acenar com a cabeça, Jaime seguiu com Marina nos braços, iria para a recepção, procurar pela mãe da garota. Lá procuraria pela mãe da garota, que devia estar por ali de algum jeito.

Na recepção, estava um pouco menos agitado, o que foi bom. Jaime foi logo atendido, e logo procurou pela mãe da garota, que por sorte estava ali e bem. E segundo a enfermeira que o atendeu, também estava procurando pela filha. 

– Ei, sua mãe já está vindo, ok? Não se preocupe... – Jaime estava ajoelhado ao lado de Mari, enquanto aguardava pela mãe da garota.
Quando a senhora apareceu, a garotinha logo correu para os seus braços, enquanto a senhora chorava de alegria com a filha no colo, fazendo com que Jaime sorrisse com as duas.

– Olha, muito obrigada por trazer minha filha até aqui, eu não sei o que seria de mim sem ela... – a mãe da garota era um pouco velha, devia ter os seus quarenta e cinco anos ou um pouquinho mais. Era igual a filha, porém com os cabelos mais curtos e castanho claro.

– Não foi nada, aliás ela é um anjinho, se comportou perfeitamente. Nem mesmo se assustou por nada. Agora tenho que voltar para onde a minha irmã está, espero que as duas fiquem bem, ok? E até outro dia Mari, sempre que precisar me procure, sua mãe já tem meu número... – Jaime já estava pronto para voltar para perto de Julia, quando sentiu que Mari segurava a sua mão, querendo que ele se abaixasse.

– Gosto de você... é diferente! – com isso, como Jaime estava agachado, recebeu o abraço apertado dela e o beijo em sua bochecha. Foi como se um choque passasse por todo o seu corpo, sua vista clareou e várias imagens que ele nunca vira na vida, rodeavam sua mente. Conseguia ver outros lugares do mundo, também sofrendo ataques, parte da América do Sul em chamas, a Europa sofrendo com terremotos. Quando Jaime conseguiu focalizar seus pensamentos, a garota e a mãe já não estavam mais ali, mas ele ainda estava agachado no chão. Queria entender tudo aquilo, mas foi então que ouviu a voz de Bianca, que parecia chorar um pouco.

Se levantando rápido, Jaime saiu a procura de Bianca, estava próxima, ele sabia e logo a encontrou a garota sentada em uma maca, junto com Luanna, as duas todas feridas e sendo tratadas por uma enfermeira. Claro que quando as duas viram Jaime, se levantaram de onde estavam ignorando a enfermeira e abraçando o garoto com todas as forças. Luanna não conseguia falar, e Bianca quem falou e Jaime notou o motivo de Luanna não dizer nada. Bianca disse apenas três palavras. – Lucas está morto


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Notas finais do capítulo

Comentem D= dói na alma saber que tem gente lendo, mas não comentando >



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