Passaram-se 30 segundos naquele momento perfeitamente delirante e ao mesmo tempo estranho e confuso.

            Era como se eu estivesse sonhando, mas aquela garota não era eu, com esse pensamento imediatamente larguei Chris.

            - Por que você fez isso comigo? – Eu disse esmurrando seu braço para que ele me soltasse.

            - O que eu fiz de errado? – Ele não parecia estar fingindo, estava realmente confuso.

            - Para de me deixar assim! – Eu gritei. – Eu de odeio e você não protege ninguém!

            Eu saí correndo pelo gramado. Chris me alcançou e caímos deitados no chão, suas mão em volta da minha cintura.

            - Calma minha garotinha.

            - Não sou sua! – Exclamei. – E muito menos garotinha! Por que você me trata assim?

            - Eu te amo Clarisse! – Chris tentou me beijar outra vez, mas resisti.

            - Eu não vou cair nesse truque de novo! – Eu disse com raiva. – Você não me ama coisa nenhuma! Se você me ama por que nunca disse antes?

            - Como eu ia dizer isso se você nem olhava pra minha cara? – Chris agora estava vermelho, ele havia percebido que para brigar com uma valentona ele deveria falar em tom superior.

            - Então por que você se aproximou tanto de Bianca? Isso não ajudou muito!

            Senti a tensão no rosto de Chris. Ele estava ficando vermelho e muito nervoso.

            - O que mais eu preciso explicar? Eu não sabia ao certo meus sentimentos.

            - Esse papo já ta velho, ninguém me engana com ele outra vez. Todo o mundo já disse isso, qual deles ta falando a verdade? Poupe-me ta?

            - Não Clarisse eu... – Antes que Chris pudesse falar seu celular tocou.

            - Ei! – Eu exclamei quando vi o nome Bianca aparecer na tela. Acompanhado de um coração que... GAY! Isso não tinha nada a ver com o estilo de Chris.

            - Licença aqui. – Ele disse se afastando. – e atendeu o celular.

            - Licença o que? Eu quero gritar mesmo! – Eu deixa perdendo o juízo. – Eu quero é que a Bianca escute mesmo! – Mesmo com isso ele se afastou, mas tenho a impressão de que deu pra ouvir minha voz no outro lado da linha. – Então Sr Di Angelo, terminou de falar com a namorada? – Eu disse com sarcasmo. – E então?

            - Clarisse – Ele disse em tom de arrependimento. – Não é isso que você ta pensando.

            - Ah é? – Eu disse. – Sério? Jura?

            - Juro! – Chris gritou em tom de súplica. – Ela é uma maldita que só quer destruir tudo e...

            - Agora ela só quer estragar tudo né?

            - Clarisse, não é isso, eu não posso te dizer, mas... – Antes que ele pudesse terminar outra voz surgiu.

            - Estão precisando de alguma coisa? – Por que minha tia tinha que aparecer justo naquela hora?

                                               POV Bianca

           

            Não podia ser, Clarisse não podia estar com Chris! Ela não estava facilitando as coisas.

            - Oh, as vezes eu sinto pena de você Clarisse. – Eu sussurrei. – Você não ajuda nada e Chris só atrapalha mais.

            - O que ela fez dessa vez? – Disse Lindsay Chay, minha madrasta. Pouco conhecida pelo seu verdadeiro nome Jane e não revelava seu sobrenome. Mas Clarisse a conhecia como Melly Stewart.

            - Hã? – Eu disse. Eu não queria fazer aqueles dois sofrerem mais. – Não, nada.

            - Diga logo sua imprestável! – Jane gritou.

            - Eu já fiz de tudo que você me mandou por anos! – Eu disse tenteando superar seu tom de voz. – Minha vida está destruída por sua causa! Você não cumpre a promessa nunca! Eu não vou cair nesse joguinho outra vez!

            - Que ótimo! – Jane aplaudiu. – Bom saber que você não quer mais trabalhar pra mim querida Bianca. Eu vou poder logo se livrar daquele peso que é Maria Di Angelo.

            - Ela não esta viva! – Eu gritei. – Minha mãe está morta. Você não pode fazer nada para alterar isso! Ela nunca irá sofrer em suas mãos sua vadia!

            - Ei garota, olha o respeito, eu sou sua madrasta – Ela riu. – Você é uma garota de sorte por ter ainda sua mãe viva, está querendo perdê-la? Pobre Bianca, tão ingênua e tão bobinha. Maria Di Angelo não ia gostar de saber que sua filha não ta querendo mantê-la viva.

            - Desgraçada! – Eu gritei. – Você não vai conseguir manter essa farsa por mais tempo! Eu já não sou tão boba e não vou mais obedecer a você nesses planos idiotas! Você não vai estragar a minha vida. – Lágrimas agora caiam do meu rosto. – Não outra vez.

            - Então será que tenho que fazer uma ligação? – Jane disse e digitou um número.

            - Alô – Um homem atendeu.

            - Passe para Maria Di Angelo agora.

            - Ah, disso eu duvido. – Eu zombei.

            - O que você quer de mim Sra Jane? – Não podia ser! A voz era igualzinha a da minha mãe. Jane encerrou a chamada.

            - Alguma dúvida Bianquinha? – Jane disse.

            - O que quer que eu faça madrasta?

- É isso aí. – Jane riu. – É com esse tipo de pessoa que gosto de trabalhar. 

- O que você quer diz logo sua vadia desgraçada! – Eu gritei. Jane me deu um tapa na cara.

- Olha o respeito sua vadiazinha de quinta! – Jane me empurrou. – Se você ta pensando que vai conseguir me passar a perna ta muito enganada. Ninguém, ta escutando? Ninguém mesmo engana Jane!

- E ninguém me engana tão fácil assim também! Eu quero ver minha mãe! Eu quero ver Maria Di Angelo em carne e osso vivinha! – Eu coloquei a mão em seu queixo. – Ou se não todos vão saber quem você realmente é. Melly? Lindsay? Ah não, espera, quem é você mesmo? Você é realmente Jane?

- Cala a boca garota! Não se atreva a isso. Mas já que é isso que você quer, ver sua mamãezinha que nem liga mais pra sua existência...

- Mentira sua recalcada! Se meu pai e Nico estivessem aqui você ia apodrecer no hospício ou na cadeia que é seu lugar! – Eu disse furiosa, já não suportava mais aquela mulher.

- Cala a boca garota idiota e me escuta! – Jane gritou. Seu tom de voz agora ficava calmo e um sorriso estupidamente cruel enfeitava seu rosto. – Você só precisa separar Chris e Clarisse de novo para que ele não esteja por perto quando levá-la para a armadilha. E então terá o que quer. E Clarisse verá sua mamãe.

Eu agora estava começando a ficar assustada, aquela mulher era louca.

- Mas... – Eu disse aterrorizada. – A mãe da Clarisse não está morta?

- Por isso mesmo. – Ela riu. – Se você não consegue lidar com alguém, extermine-a de vez. Eu a quero longe de Chris imediatamente! E aí você poderá se livrar de mim. – Ela pôs a mão em meu rosto. – Mas se o plano não der certo ou se faltar algum problema para resolver nos veremos novamente querida Bianca.

Não, não podia ser, aquela mulher era extremamente louca, surtada. Pra falar a verdade eu nunca tive nada contra Clarisse e eu não a queria morta. Jane merecia morrer, não ela.

- Você é louca! – Eu disse. – Por que essa ambição toda por acabar com a vida da garota? Deixe-a em paz! Chris a ama e eu sei que ela também gosta dele, porque separá-los?

- Ela não é uma boa influencia para ele! – Jane disse. – Ele merece coisa melhor.

- Ah é? – Eu disse confusa. – E quem é você para dizer com quem Chris pode ou não ficar?

- Chris Rodriguez, Jane Rodriguez. – Ela riu.  

Eu estava ficando cada vez mais assustada.

- Então quer dizer que... – O medo tomava conta de mim tanto que nem consegui completar a frase.

- Sim bobinha – Jane me olhou bem nos olhos. – Chris Rodriguez é meu filho.