Betrayed escrita por Diana


Capítulo 7
Memórias e explicações


Notas iniciais do capítulo

Estou postando mais rápido do que eu pretendia, mas é porque estou amando escrever essa fic *-* Então espero que gostem também e que me digam o que acharam depois!



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            Saio da rua exuberante do salão a passos largos e vou remoendo o que Drake me disse e me deixando com mais raiva ainda.

            Não pode ser verdade que eu não fiz nem uma coisa certa em uma das missões a vida toda. Eu nem sempre estrago tudo. Estrago? É certo que sou desastrada, mas isso não quer dizer que sou inútil. Porém, pensando agora, começo a lembrar das vezes em que vários acidentes aconteceram em trabalhos que recebemos. E a maioria deles foi causada por mim.

            Uma vez, Drake, Jack, eu e mais uma equipe estávamos em um barracão vazio onde uma joia estava escondida. Até chegar a ela, havia armadilhas. Ninguém podia se mexer ou senão tocaria nos fios e acabaria com tudo. Resolvemos nos movimentar devagar para trás, para voltar. O problema é que eu me desequilibrei e minha perna puxou um dos fios. Quase matei a todos nós, e nenhum deles nunca esqueceu disso.

            Em outra ocasião, pretendíamos pegar um comandante de gangue internacional de surpresa em uma rua de uma avenida. Nós o cercamos e ele ainda não sabia, estava tudo dando certo. Só que mais uma vez, eu fui descuidada. Meu pânico por insetos sempre atrapalhou e no momento em que íamos prender o cara, uma barata saiu de um esgoto aos meus pés. Eu gritei e corri, trombando com ele e revelando tudo.

            Eu não sabia que ele estava ali, então demorei para reagir. Ele me derrubou e apontou a arma para mim. Teria me matado se Jack não tivesse chegado na hora. No fim nós sucedemos, mas não foi a melhor das vezes.

            E desse jeito as coisas andaram até agora. Eu revelando nossa posição, esbarrando em coisas, estragando planos, caindo em mentiras, errando o alvo. Minha indiscrição quase nos custou a vida de Drake um dia e eu nunca me perdoei por isso. Mas não é hora de contar essa história ainda. Eu devo muito a ele. E ele não me deve nada.

            Jack sempre me disse que me queria no time por várias razões, mas muitas delas não deixou claro. Primeiro porque eu seria a única garota, e alguém teria que ser são quando todos os outros estavam cegos. De acordo com ele, essas pessoas são sempre mulheres. Segundo porque minha impulsividade seria boa em uma luta.

            Agora começo a pensar que talvez esse seja o problema. Posso ser boa em lutar, mas não sou boa em falar, rastrear ou qualquer outra coisa que venha antes do mano a mano.

            Então talvez Drake esteja certo. Talvez eu realmente sempre estrague as coisas. Não gosto de lembrar desses acidentes porque já ouvi várias vezes Howie, o amigo de Jack, dizer que o que é passado deve ficar lá, e não importa mais o que um dia aconteceu.

            Paro de pensar nessas coisas quando torço o pé e quase o quebro por causa do salto.

            - Ai! – grito. – Merda! Mas que p...

            Continuo xingando de todos os palavrões que conheço até a quinta geração dos amigos daqueles sapatos. Eu os tiro e os jogo em uma lata de lixo mais a frente, e vou andando descalça mesmo.

            Ouço passos atrás de mim. Não estou muito longe da festa. Imagino que seja Drake correndo para se desculpar, mas a voz que me chama me surpreende de uma maneira boa.

            - Jennifer! – é Max.

             Continuo andando, só mais devagar.

            - Ei! – ele me chama de novo, mais próximo. – Espera aí.

            Eu paro e me viro quando ele me alcança e toca meu braço.

            - O que você quer? Me dizer que está do lado dele? – digo bruscamente.

            - Não – Max respira fundo da corrida. – Quero conversar com você.

            - Tem certeza? – pergunto. – Porque eu posso me transformar num monstro a qualquer momento e te matar.

            Max ri, e eu me dou conta do quanto a risada dele é linda.

            - Do que está falando? – ele pergunta.

            - Parece que é assim que você me vê.

            - Eu não a vejo assim.

            - Então você só simplesmente me odeia?

            - Não, é claro que não – Max diz como se a ideia fosse absurda. – Eu não te odeio. – Ele suspira. – Não é... isso.

            - Então o que é? – pergunto ansiosa.

            - É só que... – ele parece inseguro sobre dizer algo ou não. – Você me lembra de alguém que eu conhecia.

            - Alguém que você odiava? – insisto com as sobrancelhas erguidas.

            Max sorri de leve, olhando para baixo.

            - Alguém que eu amava – corrige. – E que eu deixei morrer.

            Por essa eu não esperava. E não sei o que dizer. Não sou boa com sentimentalismo. Acho que vai soar um pouco grosseiro, mas não sei mais o que dizer além disso:

            - Ah. O que aconteceu? Quer dizer, se não se importa em contar.

            - Não, tudo bem. – Ele coloca as mãos nos bolsos da calça. - Nós estávamos em uma missão. Tiros estavam vindo de todos os lados, explosões. Tínhamos que pegar o pacote e sair logo daquele lugar, mas não sabíamos mais onde cada um estava. Eu peguei o embrulho e encontrei o resto da equipe. Ela não estava com eles. Olhei ao redor a procurando e a vi desviando de uma faca, do outro lado do fogo. Se ficássemos mais um segundo ali, seríamos mortos. E eu tive que decidir se queria tentar ajudá-la ou terminar o trabalho. – Max suspira. – Acho que a resposta é óbvia.

            - Sinto muito – digo baixo.

            - Não tem problema – ele diz. – Já faz alguns anos. Todos temos que seguir em frente.

            - É, acho que sim.

            Fico incomodada com o pequeno silêncio que se segue e pergunto:

            - Então... o que queria falar comigo?

            - Ah, é. Eu estava pensando... – Max hesita. – Nenhum de nós tem mais nada para fazer naquele baile e mesmo se tivéssemos acho que eu não te convenceria a voltar. O que acha de sair comigo?

            Eu fico boquiaberta com essa proposta. É uma grande evolução, algumas horas atrás nem me olhava e agora quer ir a algum lugar comigo. Gostei disso. Até mais que gostei.

            - A essa hora? – pergunto, sorrindo. – Onde?

            - Conheço um bar aqui perto que fica aberto e hoje está tendo um cover de Papa Roach lá. Gosta deles?

            - Se eu gosto? – repito radiante. Papa Roach é minha banda preferida. – Eu amo eles.

            - Então isso é um sim?

            - É um com certeza.

            Max sorri com todos os dentes e sinto um arrepio na nuca. Acabo sorrindo também, e o sigo até o tal bar.


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