Betrayed escrita por Diana
Notas iniciais do capítulo
Espero que gostem *-*
- Drake, acorda e levanta pra gente sair – eu chamo, balançando-o.
Já passa do meio-dia do dia seguinte e ele ainda está dormindo na cama. Ele está somente de bermuda, sem blusa, e a coberta que está esticada só até a cintura poderia fazer alguém pensar que ele está nu.
Drake resmunga alguma coisa reclamando que ainda é cedo.
- Se você não levantar logo eu vou pular em cima de você – aviso.
Ele simplesmente vira a cabeça para o outro lado, ainda de olhos fechados. Dou de ombros e faço uma careta. Coloco um pé atrás para dar impulso e pulo em direção à cama, caindo de lado e com o cotovelo nas costas de Drake. Ele solta um gemido ao ser quase esmagado.
- Jen, por que fez isso? – diz ele abrindo um dos olhos verdes para me encarar. Apoio os braços na cama dos dois lados de sua cabeça e sorrio. - Pra que sair essa hora?
- Você sabe, conhecer pessoas novas – respondo. – É hoje que as duas pessoas que vão nos ajudar vão chegar.
- Você odeia pessoas – Drake me lembra.
- Odeio mesmo – concordo. – Mas odeio mais ficar aqui dentro. Então como eu acordei de bom humor você vem comigo caminhar.
Ele revira os olhos.
- Sai de cima de mim.
Eu me levanto. Não sei exatamente por que acordei de bom humor, mas é verdade. Talvez por causa do lindo dia, cheio de nuvens cinzas cobrindo o sol, o vento frio e o silêncio de ninguém nas ruas com medo de uma possível chuva.
Drake também se levanta e vai se trocar por não ter outra escolha se não ir comigo andar. Eu já estou pronta, de tênis, calça e blusa regata. Desde que Jack nos abrigou, costumo caminhar todos os dias que tenho tempo, porque além de não gostar de ficar presa em casa isso me ajuda a pensar.
Descemos as escadas, saímos e trancamos a porta da garagem. Jack já saiu e não disse onde foi. Drake e eu começamos a correr sem conversar, viramos à esquerda e o vento aumenta. Uma folha me acerta no olho e ele ri. Eu o empurro com força para o lado e ele sai da calçada e vai para o meio da rua na hora em que um carro passa buzinando. Drake me olha de forma assassina como se dissesse que vai ter troco e eu rio e corro mais rápido para abrir distância entre nós.
Ouço os passos dele atrás de mim, mas duas das minhas maiores qualidades são a rapidez e a agilidade. Viro outra rua e saio na parte em que a cidade já é mais movimentada, mas descuidada. Corro mais e entro em um beco sem saída cheio de lixo espalhado. Giro nos calcanhares para voltar o caminho, mas Drake está a alguns passos de mim.
Estou quase o xingando quando ele arregala os olhos olhando para minha perna e grita:
- Cuidado, Jennifer, barata!
Dou um berro que ecoa pelo beco inteiro e pulo como se tivesse levado um choque. Saio correndo para longe dali, para trás de Drake e só quando ele começa a ficar com falta de ar de tanto rir que entendo que não tinha barata nenhuma. Eu tenho fobia de insetos e ele sabe disso.
- Idiota – digo, com o coração e a respiração acelerados. Não são exageradas minhas reações a esses bichos. Tenho pavor e nojo deles (outro motivo por eu ter apelidado Drake de besouro).
- Foi brincadeira, monstrinho. Relaxa, não faço mais – Drake diz sorrindo e vindo até mim.
Eu o encaro com raiva, mas logo também começo a rir. Acredite, eu já tentei inúmeras vezes continuar brava com ele, mas não dá. Ele faz alguma coisa com os olhos e a voz que aposto que pode conseguir tudo o que quer. E isso me irrita ainda mais.
- Tudo bem – digo. – Aposto uma corrida ao redor do quarteirão até de volta a garagem.
- Feito.
Vamos até a entrada do beco e ficamos em posição de corrida. Contamos até três intercaladamente e disparamos rua abaixo em direção à fábrica abandonada para depois contorná-la e percorrer a próxima rua. Encontramos apenas dois moradores de rua dormindo encostados ao muro e continuamos caminho.
Piso num buraco cheio de lama e meu pé e tornozelos ficam encharcados. É nojento, mas já passei por coisas piores do que isso. Como bater a cabeça em um poste caindo como Drake acaba de fazer. Sério, eu teria avisado, mas estou muito ocupada puxando o ar para correr sem perder a concentração de dar risada ao mesmo tempo.
Estamos a uma rua de chegar à garagem quando trombamos com um homem e paramos.
- Desculpe – ofego.
Ele tem cabelos cor de areia curtos espetados e bagunçados, olhos cinza escuros, lábios finos e retos. Tem a mesma altura de Drake, pele pálida e é alto com músculos definidos; parece ter uma idade aproximada a nossa. Usa calças jeans escuras, coturnos, camiseta preta e jaqueta de couro da mesma cor da camisa. Ele olha rapidamente para mim e então desvia o olhar, como se eu fosse muito insignificante para ele.
Sinto meu estômago se contorcer sem motivo e acho que vou vomitar.
- Drake Vermon? – pergunta ele.
Drake franze as sobrancelhas, mas assente.
- Quem é você?
- Max Hautler. Imagino que Weasel tenha falado com vocês sobre mandar duas pessoas para ajudar.
A compreensão cai sobre nós dois.
- É, ele falou – digo.
Max ainda não olha para mim. Drake estica a mão para ele.
- É um prazer – diz ele, apertando a mão de Max. – Essa é Jennifer Holt.
Ergo a mão para fazer um rápido oi e ele simplesmente acena com a cabeça. Só agora reparo em duas mochilas no chão ao lado dos pés dele.
- Vamos voltar para casa – diz Drake. – Jack já deve ter voltado e vocês podem conversar.
Então nos pomos em movimento novamente, Max pega as mochilas e nos segue até a garagem. Encontramos Jack sentado no sofá afiando facas assim que entramos. Ele ergue os olhos para nós, para o que estava fazendo e se levanta. Enquanto fechamos a porta, ele vem até nós. Abro a boca para explicar quem é Max, mas ele fala antes.
- Meu nome é Max Hautler, sou um dos mercenários enviados para ajudar. – Ele aperta a mão de Jack.
- Quais são suas especialidades, Max? – Apesar da pergunta, Jack não fala severamente. Ele é sempre legal assim com as pessoas. Pelo menos até alguém mexer com ele.
- Sou bom com máquinas e lutas corpo a corpo no geral – responde Max.
- Então seja bem-vindo.
Max sorri abertamente e seus olhos se iluminam. O sorriso dele é branco e ele tem os dentes perfeitamente alinhados. Eu acho isso incrível e percebo um pouco tarde demais que quase sorrio só por isso.
- Jennifer, veja se Max quer alguma coisa para comer – diz Jack. – Drake, ponha as mochilas no sofá. – Ele se dirige a Max logo em seguida. – Desculpe por isso, só temos um quarto.
- Não se preocupe, eu não me importo – diz Max.
Eu o chamo para ir até a parte da cozinha (que é simplesmente uma geladeira e uma mesa com cadeiras em um canto) e ele vem junto com uma expressão de quem faz isso só porque não tem outra opção. Pego a jarra de suco, coloco em um copo de vidro e entrego a ele.
- Quer mais alguma coisa? – ofereço.
- Não, obrigado.
Penso em algo para falar.
- Então... há quantos anos faz isso?
- Oito – é tudo o que ele fala. Mas eu insisto.
- E quantos anos tem?
- Vinte e sete – Max toma todo o suco em um gole e deixa o copo na pia. Ele começa a andar até onde Drake e Jack estão e eu vou atrás.
- Você já foi a muitos lugares? – Dessa vez, eu não recebo uma resposta. – Onde você costuma andar aqui na cidade?
- Por aí. – Max se senta no sofá.
Tudo bem, agora eu entendi mesmo que ele não quer conversar. Paro de fazer perguntas e olho para Drake, que está encarando a televisão mas rindo da minha cara. Reviro os olhos e subo as escadas para ler. Pelo menos livros não me ignoram.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Comentem aí o que acharam, é muito importante para mim :D
Até o próximo.