Betrayed escrita por Diana


Capítulo 18
Inside Our Scars


Notas iniciais do capítulo

Miiiiiiiil desculpas pela demora, de verdade. Eu fiquei atolada com provas, trabalhos, e mais um monte de coisa, então a inspiração e o tempo evaporaram. O capítulo não ficou tão bom quanto eu queria que ficasse, mas mesmo assim espero que gostem.
O nome é o título de uma música (Inside Our Scars do The Veer Union, pra quem quiser ouvir), porque eu achei que combinava bastante.
E OMG eu tenho uma recomendação, muito muito obrigada, você não tem ideia de como eu fiquei feliz! Esse capítulo então é dedicado a você *u*
Sem mais delongas, boa leitura! ♥



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Não. Eu não ouço o tiro antes de senti-lo. Eu não ouço o tiro antes de senti-lo porque não o sinto.

Aquele papo sobre sua vida passar diante de seus olhos quando você está morrendo? Tudo mentira. Eu estava até esperando alguns flashbacks emocionantes da minha vida insignificante – eu poderia chorar mais -, mas eles não vieram. Talvez seja porque eu estou consciente, não sangrando até a morte (ainda).

De qualquer forma, eu pulei quando a arma disparou. Nunca tive medo desse som, só que quando você recebe a notícia de que seu namorado vai te matar com um tiro na cabeça acho que dá para se assustar com algumas coisas. Mas a bala não me acertou – ou passou bem longe ou eu ainda estou em choque para sentir qualquer coisa. Talvez eu desabe agora mesmo no chão e aí sim minha vida comece a passar diante dos meus olhos.

Outra teoria derrubada com esse momento: nenhuma luz branca no fim do túnel. Tudo continua com suas respectivas cores, sem nenhum brilho celestial ou algo do tipo.

Ainda estou tremendo com os soluços para processar o que se segue: Max olha para a porta com o que parece medo, como se ele temesse que alguém esteja ali do outro lado, pronto para atacá-lo. Em seguida, ele guarda a arma de volta no coldre e vem até mim, ficando de joelhos.

- Jennifer, acalme-se.

Sinto que estou boquiaberta. Me acalmar? Ele disse mesmo isso? E por que falou comigo nessa voz doce de sempre? Por que guardou a arma? QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO?

- O... o que... – Tento engolir em seco para me controlar. – O que está fazendo?

- Você tem que levantar e me ouvir – Max pede, segurando-me pelos braços para me puxar. Eu o empurro para trás e isso quase me faz cair sentada novamente.

- O que você está fazendo agora? – berro.

- Eu sinto muito, me desculpe, por favor, eu posso explicar.

Dou uma risada histérica.

- Explicar o quê? Qual é a próxima história que vai me contar? Que você sempre esteve do meu lado e quem você traiu na verdade foi a Natalie? Poupe-me.

- Jennifer, por favor. Essa é a verdade.

Esfrego as mãos com agressividade no rosto para me livrar das lágrimas que teimam em escorrer cada vez mais, aumentando como meu desespero.

- Não quero ouvir – digo.

- Mas você vai – afirma Max. – Você precisa.

- Não, eu não preciso! – grito. – Você me enganou esse tempo todo, por sua causa Jack está morto e Drake vai morrer. O que eu preciso é impedir isso!

- Você não vai conseguir sozinha – Max também aumenta o volume da voz, porém logo depois ela volta ao normal. – Eu não sabia como contar a verdade antes disso, mas eu juro que nunca quis que isso acontecesse, é contra a Natalie e o pai dela que eu sempre estive contra.

Antes que eu abra totalmente a boca para protestar mais com ele, Max continua contando:

- Natalie te disse que matou as duas pessoas que viriam para ajudar e nós dois as substituímos. Eu sou uma das duas pessoas. Como viemos separados, o parceiro de Natalie e ela se dividiram para vir atrás de nós, mas Natalie não o conhecia. Ela matou minha amiga e eu o matei, e depois a convenci de que era a pessoa. Ainda precisávamos da localização da chave, não havia nada a se fazer.

- É claro que havia! Você poderia ter me contado, poderia ter contado a Drake, poderia ter matado a Natalie, você podia ter feito qualquer coisa! Mas não fez! – termino já gritando de novo.

- Por favor, Jennifer, me desculpe – o tom da voz de Max é óbvio: ele está implorando. No entanto, eu não me importo. Não mais. – Eu te am...

- Não! – interrompo. – Não diga que me ama como se isso fosse resolver tudo de uma hora para outra. Não significa nada para mim até Drake estar são e salvo do meu lado.

- Deixe-me consertar as coisas. – Os olhos dele brilham, dando a impressão de que são lágrimas. - Acredite em mim mais uma vez.

Balanço a cabeça. Max não pode me pedir que eu acredite nele de novo, não depois disso. Confiar em alguém já era algo difícil e raro para mim, desde criança. Conforme fui crescendo, isso só piorou. Sempre olhei para tudo e todos com desconfiança, tendo a sensação de que iriam me trair a qualquer momento, achando que eu não era digna deles, e talvez não seja. Por esse motivo não gosto de pessoas. As duas únicas em quem eu confio e pelas quais eu ofereceria minha vida são Jack e Drake. E agora só tenho Drake.

- Não posso fazer isso – respondo a Max. – Não posso nem pensar nisso agora, tá bom?

Max consente, olhando para baixo.

- Eu nos levo lá. Vou com você, e nós vamos salvá-lo e pegar a bomba. Prometo. Vamos.

Ele me olha por mais um segundo, tomando coragem para falar mais alguma coisa. Mas eu começo a andar e ele desiste, tomando a frente até o fim do corredor e depois abrindo a porta de saída no fundo. Seguimos até o último helicóptero ali na frente em silêncio e rápido.

Ainda há alguns tiros do outro lado do complexo, mas estão longe demais para ver de quem são. Espero que os outros ainda estejam vivos.

Faço uma careta de dor ao passar o cinto de segurança do banco pelos ombros. Max encara o machucado e arregala os olhos.

- Natalie atirou em você.

- É o que parece.

- Nós temos que...

- Vamos embora – eu o corto. Podemos ver meu ombro depois.

Após cinco minutos sobrevoando o mar, eu começo a pensar. Qualquer pingo de inocência que ainda poderia me restar agora desapareceu. Não ligo mais para quem eu tenho que matar. Nunca liguei de verdade, mas normalmente eu pensava que a pessoa podia ter uma família ou um cachorro e não o veria mais. Pensava que alguém podia sentir saudades, chorar, ficar com raiva. Pensar nisso não vai me levar a lugar algum, como nunca levou.

A vida é cheia de idiotas tentando te derrubar. Eu digo que é hora de mostrar a eles como é isso. E Natalie vai ser a primeira a pagar.

- Jennifer... – diz Max depois de um tempo.

- Só pilote.

Não posso desculpá-lo. Não agora, apesar de ser o que eu quero.

Então ele volta a atenção para os controles. Eu olho para o oceano lá embaixo, tão calmo no meio de tudo isso. Lembro-me de quando Max disse que era bom com máquinas e essas coisas. Não havia chegado a pensar que ele saberia pilotar um helicóptero. Ele faz isso com naturalidade, como se tivesse feito isso a vida toda.

Olho para o painel que mostra dois pontinhos vermelhos se movendo na mesma direção. Deduzo que o maior que está atrás somos nós, então o outro é o helicóptero em que Natalie, o pai dela e Drake estão. Eles param um momento depois de eu analisá-los. Fico preocupada. Se eles já chegaram ao lugar, quer dizer que vão matar Drake imediatamente?

Percebo que Drake os atrasou. Ele sempre foi esperto. No painel, a ilha em que pousaram não fica a mais de quinze minutos da qual estávamos, porém demoraram pelo menos meia hora. Portanto, Drake pode enrolá-los mais um pouco, pelo menos até eu chegar. É com isso que estou contando. Não tenho nada mais a que me concentrar a não ser isso.

- Chegamos – anuncia Max enquanto o helicóptero pousa do lado oposto ao outro.


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Notas finais do capítulo

Então, me digam aí o que acharam *-*



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