Betrayed escrita por Diana


Capítulo 17
Tudo está desmoronando


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Max me agarra pelos braços e vai me empurrando atrás de Natalie pela porta. Meu ombro dói mais que tudo, e faço força para não gritar.

- Posso andar sozinha – digo, tentando me desvencilhar.

- É o meu trabalho, fique quieta – retruca Max me empurrando mais. Natalie vai à frente nos guiando.

- Você me usou.

- Sem drama, Jennifer. Você não pôde acreditar mesmo em mim depois daquela história ridícula sobre se parecer com outra pessoa que eu gostava. -Max ri secamente.

Fico calada depois disso, achando que se eu abrir a boca vou acabar gritando de ódio. Mas ao mesmo tempo sinto um aperto no peito. Acreditei mesmo em Max. Por que eu não acreditaria? Ele foi bom, engraçado, esteve do meu lado.

Mas o que mais me preocupa é Drake. Ele era a dupla de Max quando nos separamos, vi os dois sumirem em meio ao tiroteio. E Max disse que Drake não era fácil de ser controlado. Mal posso imaginar o que fizeram com ele.

Não consigo mais lutar desse jeito, não com uma bala no ombro. Após mais ou menos dez minutos, paramos em frente a outra porta no fim de um corredor. Natalie a abre e nós três entramos.

Perco a respiração quando olho lá dentro. Vicent Foster está lá, assim como um capanga de cabelos encaracolados. Há uma mesa de ferro no centro, e encostada na parede há uma cadeira. E na cadeira está Drake, amarrado por cordas. O estado dele está pior do que eu esperava. O lado de sua cabeça, contando com os cabelos bronze, está empapado de sangue que escorre até o pescoço. Mesmo a uma certa distância, percebo que falta a parte de cima de sua orelha. Um hematoma marca seu queixo.

- Não – diz ele me olhando em desespero, os olhos arregalados. – O que ela está fazendo aqui?

Meu estômago revira ao ouvir sua voz embargada. Ninguém liga para sua pergunta.

- Até que enfim – acusa Vicent Foster. – Ele não quer desembuchar. Ainda bem que a trouxeram – termina olhando para mim.

Natalie se aproxima de Drake e fala calmamente.

- É o seguinte, docinho. Ou você nos diz onde está a bomba, ou é a sua amiguinha aqui quem vai sofrer. Você escolhe.

Drake olha nos meus olhos. Balanço a cabeça de leve negativamente. Isso é mais importante que nós. Ele não fala nada, só continua me olhando dolorosamente.

- Tudo bem. Assim seja então – conclui Natalie.

- Trever – diz Max, jogando-me para a frente. – Ela é toda sua.

O capanga de cabelos encaracolados sorri de forma cruel. Antes que eu possa sequer reagir, ele puxa o cotovelo para trás do ombro e me acerta. Sinto meu maxilar deslocar e desabo. Porém, antes que eu caia totalmente, Trever me segura pela gola da blusa e me sustenta, só para em seguida me socar novamente com mais força.

Dessa vez, realmente caio, levando a mão direita até a cabeça para ver o galo, ou melhor, curva, que se formou.

- O que é isso? – pergunta Trever falsamente, pairando acima de mim e olhando para meu ombro ferido. – Levou um tiro?

- Pare! Tire as mãos dela! – ouço Drake gritar de sua cadeira, forçando as cordas para se libertar.

- Tudo bem – responde Trever dando de ombros. Em seguida, ele pisa em meu ombro esquerdo.

Um grito rasga minha garganta, horrível até aos meus próprios ouvidos. Trever pressiona a ponta de seu sapato onde a bala perfurou e meus olhos se enchem de lágrimas. Tento empurrá-lo para longe com o outro braço, mas ele é mais pesado e forte que eu, sem contar que está de pé.

Solto um gemido quando ele retira o pé. Vejo Max com os braços cruzados, me observando sem emoção. Natalie parece entediada, e Vicent só encara toda a cena. Trever chuta minhas costelas e eu me encolho. Ele chuta de novo mais em cima. Eu tusso e rolo para o lado.

- Já resolveu mudar de ideia? – pergunta Vicent a Drake. – É melhor contar logo.

- Não fala nada, eles vão me matar de qualquer jeito – digo, com a voz tremendo.

- Se você matá-la perde sua vantagem – diz Drake.

- Não vamos matá-la – diz Max. – Mas pode acreditar que não vai ser nada agradável.

Drake respira fundo várias vezes, o que faz seu peito subir e descer. Todos ficamos imóveis e quietos por um tempo que parece interminável. O sangue praticamente jorra por meu braço, sujando tudo.

- O tempo está passando... – Trever me levanta bruscamente pela nuca e me mantém em pé. – Cinco quatro três dois um.

Ele fala sem pausa e não espera uma resposta. Ainda me segurando pela nuca, empurra-me de encontro à mesa.

Minha cabeça fica leve. Sei que ele me solta, mas não sinto nem ouço meu corpo atingindo o chão. Tudo roda, roda e roda, o chão é teto e o teto é chão. Pontinhos negros aparecem nos cantos dos meus olhos e acho que vou desmaiar.

Um barulho abafado ecoa nos fundos de minha mente. É alguém falando, sussurrando ou berrando alguma coisa. Tudo se confunde e eu não entendo mais nada por bons momentos. Quando tudo começa a parar de girar e as coisas voltam a seus devidos lugares, olho para a porta.

Vicent Foster e Trever levam Drake pela porta. Natalie vai logo atrás, mas para no batente, vira-se e olha para Max.

- Então vamos com ele na frente porque ele não vai falar nada aqui. Você termina com ela?

- Claro – responde Max. Ele troca o pente de sua arma por um cheio. – Vou atrás de vocês depois de despachá-la.

- Certo – concorda Natalie abrindo um sorriso. – Vamos deixar o outro helicóptero e é só rastrear. Mandamos bem. Até cheguei a desconfiar de que você não estivesse do meu lado, mas depois disso...

- Não se preocupe – garante Max. – A Jennifer não vai ver mais a luz do sol.

- Até logo, docinho.

Natalie manda um beijo estalado para ele, e Max devolve com um sorriso.

- Então... – ele se vira para mim enquanto Natalie fecha a porta e seus passos fazem barulho ao andar. – Quais serão suas últimas palavras? Temos pouco tempo, portanto é melhor que seja algo curto e rápido.

As lágrimas tampam minha visão, e eu só enxergo um borrão claro de pé na minha frente. Estou de joelhos, pois enquanto os dois conversavam tentei me levantar, sem sucesso. Começo a chorar de vez silenciosamente; o desespero e a decepção tomam conta de mim. Jack está morto. Max me traiu. Drake será assassinado em breve e eu não posso fazer nada, mais uma vez. Porque eu também vou morrer, sozinha. Pelas mãos da primeira pessoa em quem confiei depois de muitos anos.

- Queime no inferno – consigo dizer.

- Clássico – observa Max com um movimento de cabeça.

Ele aponta e mira a arma no centro da minha cabeça. Fecho os olhos.

E eu ouço o tiro antes de senti-lo.


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Notas finais do capítulo

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