Betrayed escrita por Diana


Capítulo 15
Ligo os pontos quando já é tarde demais


Notas iniciais do capítulo

Então... nesse capítulo as coisas desandam mesmo kkkkkkk mas eu adorei escrever ele então, mesmo se for pra me xingar ou me ameaçar, comentem por favor? *u*
Boa leitura!



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            A distância até a porta mais próxima parecia mais perto quando eu estava parada. Agora, parece que quanto mais corro mais ela aumenta ao invés de diminuir. O chão é acidentado, então também tenho que tomar o cuidado de não tropeçar ou enroscar o pé em nada.

            Natalie corre atrás de mim, tentando me acompanhar. O som mais próximo que ouço é o de sua respiração acelerada. Ela agarra meu pulso esquerdo, provavelmente para que eu não esqueça de que somos uma equipe e a deixe para trás. Mas isso me atrasa. Tenho praticamente que puxá-la e tomar conta de nós duas já que ela não luta.

            Com a arma na mão direita, atiro no pescoço do primeiro guarda enquanto ele se atrapalha em pegar a metralhadora das costas de repente por nossa aparição. Ele ergue as mãos para tentar estancar o sangramento, mas antes que consiga cai de bruços no chão.

            Natalie grita de susto um passo atrás de mim quando uma bala mirada em sua cabeça erra. Ela força ainda mais o aperto em meu pulso e tenho que dar um tranco com o braço para frente para ficarmos lado a lado.

            Os outros dois soldados que guardavam a porta à nossa frente sumiram. Desacelero automaticamente para ver onde eles foram. Se saíram dali significa que aquela entrada não é importante? Ou será outra coisa? Deslizo os olhos pelas outras portas e elas também estão vazias. Pergunto-me se não há outras entradas mais importantes e essas são só uma distração ou algo do tipo, mas não tenho muito tempo para pensar.

            - Vocês duas, corram! – berra Robbie para Natalie e eu.

            Antes que possamos fazer isso, Natalie berra por cima dos tiros.

            - Abaixa!

            E pula em cima de mim, derrubando-me no chão. Cobrimos nossas cabeças com os braços. Alguma coisa explode em um ponto à nossa esquerda e uma massa de fogo e fumaça sobe. Nos levantamos e eu fico de costas para as portas e me viro para ver onde estão todos.

            Ainda há pelo menos trinta soldados de pé atirando em tudo que se move. Não enxergo Robbie e Tinie, que deveriam estar onde houve a explosão, apenas capto um grito indistinguível. Jim e Eric estão se levantando. Drake e Max dão a volta no complexo atirando contra soldados e não os vejo mais.

            Todos estão espalhados e a fumaça que sobe tampa boa parte da área. Mas consigo ver Jack, alguns metros ao lado de Howie e mais alguns de mim, na minha frente. Ele grita alguma coisa que não entendo.

            - O quê?

            Ele grita de novo, e de novo não entendo. Então escuto um tiro perto da minha orelha e inclino para desviar. Quando volto a olhar para cima, vejo Jack desabando de costas, com uma mancha vermelha se espalhando no peito e os olhos ainda abertos.

            Minha respiração falha.

            - Não! – berro. – Jack.

            Dou um passo para correr na direção dele, mas Natalie, que eu havia esquecido da presença até agora, me segura pelo antebraço. Ao me virar para ela, analiso além. O tiro veio de trás de mim. Porém, como alguns segundos atrás, não há mais ninguém.

            - Sinto muito, Jen – diz ela sentida. – Mas não podemos parar agora. Já perdemos muito tempo, viemos aqui por um propósito.

            - Você não entende – grito.

            - Ele morreu por isso! – exclama Natalie na minha cara. – Não podemos ir lá, temos que continuar. Honre o Jack fazendo isso.

            E aí corremos.

            Meus pés se mexem em disparada para frente. Minha mente parece se desligar do que eu acabei de presenciar e eu só corro. Desta vez é Natalie quem vai na frente, segurando meu antebraço para me arrastar atrás da chave. Ela abre a porta de aço, que está destrancada, e nós prosseguimos por um corredor cinza escuro.

            Tento sair do torpor, mas é mais difícil do que parece. Entretanto, noto novamente que não há soldados aqui dentro, em nenhum dos montes de corredores e salas pelos quais passamos. Natalie aparenta saber exatamente aonde está nos levando, por isso continuo deixando que ela guie.

            Entramos em uma sala com apenas uma mesa e outra porta na extremidade. Saímos por ela, cortamos outro corredor que demoraria uma volta inteira para chegarmos, corremos, viramos à esquerda, corremos, mais uma curva, mais corrida.

            Natalie finalmente me solta e vai mais devagar, como se não tivesse pressa alguma em achar a sala da chave. Apresso-me para ficar ao seu lado e controlo a respiração. Aperto a arma na mão direita para me sentir mais confiante.

            Até que paramos. Estamos em um corredor que parece ser no final do edifício, porque há janelas que mostram o lado de fora.

            - Quer entrar primeiro? – diz Natalie me encarando profundamente com seus olhos azuis.

            Olho para a porta a que paramos em frente. Giro a maçaneta e entro. Como eu já desconfiava, não tem mais nenhuma alma viva presente. O tamanho da sala é médio, mas não há quase nada dentro. Só o que realmente importa.

            Um banquinho alto está encostado na parede do outro lado, e em cima dele está uma caixa preta de metal com a tranca. Começo a girar os números.

            6

            Perguntas surgem na minha mente, mais fortes do que antes.

            9

            Como Natalie sabia em qual sala a chave estaria?

            1

            Vicent Arwen Foster não questionou nem sequer por um segundo que um documento tão importante como essa localização tenha sumido e Natalie conseguiu com tanta facilidade?

            9

            Por que não havia nenhum soldado guardando esta sala e, mesmo com o que aconteceu antes, foi tão fácil chegar até aqui com tudo destrancado?

            8

            De onde o tiro que matou Jack saiu daquela direção se não havia mais ninguém aquela hora a não ser Natalie e eu?

            8

            A porta do cofre se abre.

            Minha mão toca o cobre gélido da chave pouco menor que minha mão no momento em que as respostas para todas essas perguntas aparecem claras em minha cabeça, no momento em que eu ligo os pontos, no momento em que eu percebo o único meio de tudo isso ser possível.

            E também é o momento em que ouço atrás de mim o clic do gatilho de uma arma sendo puxado.

            Nada mais. Nenhum som de passos, de porta sendo aberta e fechada, sinais de outra pessoa. Nada.

            Apenas o som da pistola sendo armada.

            - Vire-se devagar e me entregue a chave se não quiser levar um tiro – ordena Natalie.


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Notas finais do capítulo

uuhh, o que acharam? Espero que tenham gostado e até o próximo :D



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