A colheita no nove

Grãos.  O distrito nove era meramente importante, pois era lá que todos os grãos e até mesmo as tesseras são produzidas.  O nove não é muito grande e possui muitas fábricas em sua área e também alguns campos de trigo. Mas apesar de produzir muito é um distrito bem pobre.

Possuí apenas uma vencedora, já que seus tributos normalmente são mortos no banho de sangue... Mas será que esse ano poderia ser diferente?

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Solara Lockeheart, 14 anos, possui olhos amendoados castanho-escuros que passam inocência. Longos e lisos cabelos pretos lustrosos; uma boca pequena com lábios cheios, sua pele é bronzeada, não muito alta para a idade; possui nariz afilado e sobrancelhas finas bem desenhadas. Apesar de baixinha, já tem o corpo bem formado, o que a faz aparentar ser mais velha.

É muito tímida, doce e amável, mas também é muito esperta e sabe ser bem durona quando lhe é preciso. É calma e observadora, mas tem dificuldades de enxergar a maldade nas pessoas.

Solara perdeu os pais ainda bebê, sua mãe, Stelle, morreu na hora do parto, por causa de uma hemorragia.  Ao saber disso, seu Pai, Festus, enlouqueceu chegando a tentar matar a própria filha, mas foi morto pela irmã de Stelle, Lucy. Foi criada pela tia durante toda sua vida, trabalhando junto dela nos campos de trigo do Distrito 9. Quando tinha 11 anos, o filho de sua tia, Cale, foi sorteado para participar dos Jogos Vorazes, morrendo no banho de sangue. Isso fez com que sua tia ficasse muito abalada, chegando quase a morrer por não ter mais vontade de comer. Ao ver o estado da tia, Solara jurou que se, um dia, tivesse uma oportunidade, e estivesse mais velha, venceria os Jogos, traria orgulho a sua tia e mostraria a Capital que ela não pode abalar a felicidade de sua família. 

A garota refletia mais um pouco, quando sua prima, Hilla, a avisou que estava quase na hora da colheita, mesmo a contragosto ela resolveu se arrumar.

Ela colocou um vestido creme, uma fita amarela no cabelo e delicadas sapatilhas brancas. E seguiu para a praça do distrito observando os bonitos campos mais ao longe. Solara não tinha um pressentimento muito bom.

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Coy Sidewell, 16 anos, é muito alto e muito forte. Tem ombros largos e o pescoço um pouco comprido. Tem grandes olhos cinzentos e a pele morena. Seus cabelos são pretos, meio cacheados e bagunçados. Os lábios são cheios e o nariz relativamente grande.

É um garoto muito maduro para a idade. É sério e muito calado. Não entra em discussões. É frio e um pouco sádico. Apesar de tudo é atencioso e um ótimo ouvinte, quando gosta de alguém, torna-se protetor e até um pouco amável.

Coy se tornou órfão ainda cedo, quando tinha seis anos. Seus pais, Bitsy e Cohen, foram assinados na frente dos filhos por conta de uma dívida que criaram para poder alimentar a família. Coy e sua irmã mais velha, Lisly, que na época tinha 10 anos, se viraram como puderam. Lisly conseguiu um bico como arrumadeira de uma das vitoriosas do Distrito. Com o dinheiro ela se sustentava e sustentava Coy. Quando Lisly completou 18 anos, foi sorteada para participar dos Jogos, alcançando o 6º lugar, mas sendo torturada e degolada pelos carreiristas. Esse evento aflorou o lado frio e sádico de Coy. Como forma de vingança, Coy passou dois anos se preparando pra que, nos 39º Jogos, se oferecesse como tributo. Ele jurou que mataria todos os carreiristas, um a um, da forma mais dolorosa possível.

Ele guardou a lança que estava usando e se pós a arrumar para a colheita, colocou uma blusa azul e uma calça branca e seguiu para a parca do distrito com um mínimo sorriso no canto dos lábios.

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O prefeito leu o habitual tratado da traição e a sorteadora do nove, Emma, esse ano com os cabelos azuis e um vestido amarelo berrante, deu continuidade a colheita.

_Vamos escolher nossa garotinha então. – Ela disse em seu tom simpático e se encaminhou para o globo com o nome das garotas.

Fez-se suspense e ela se encaminhou até o microfone.

_ Solara Lockeheart. – Disse Emma sorridente.

A garota estabilizou no lugar e olhou para a tia, que tinha uma expressão de pura dor no rosto.

_Vamos queridinha não se acanhe. – Disse a sorteadora arrumando sua peruca azul.

Solara então se encaminhou para o palco arrumando seu laço de cabelo e tentando parecer confiante.

_Muito bem. Vamos... - Mas a sorteadora foi interrompida nessa hora.

_Eu me ofereço. – Disse Coy se encaminhando já até o palco.

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Solara tentava consolar a tia e a prima. Apesar de um pouco apavorada em ir para os Jogos Vorazes ela tentava manter a calma e transmitir esperanças as duas...

_Calma, vou ficar bem. – Prometeu olhando para elas.

_Nós acreditamos em você. – Disse Hilla.

Um pacificador entrou e as levou embora. Agora Solara estava sozinha, as palavras de sua prima ficavam se repetindo em sua mente.  Ela teria que pelo menos tentar vencer, não queria que sua tia sofresse novamente pelos mesmos motivos...

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Coy apenas esperou que os pacificadores o levassem, não tinha a quem se despedir. E caso morresse na arena, não perderia e nem faria ninguém sofrer.  Mas não sossegaria até que seu objetivo na arena estivesse concluído.

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E assim embarcaram para a capital, a Fofinha e o Sádico do 9.