ICEgirl escrita por NKIDDO


Capítulo 37
Segunda temporada 11 「Quem?」


Notas iniciais do capítulo

Bem, a fic está chegando na sua reta final e a ideia é a seguinte...
Acho que vai ter só um ou dois cap depois desses, e com uma surpresa no final, que todo mundo vai ter que responder!

ATENÇÃO! Eis o cap modelo da fic nova que eu vou lançar!

http://fanfiction.com.br/historia/378622/You_Are_Pirate

Por favor, deem uma olhada, vai estar no final da fic também.



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Não poderia ser uma visão paradisíaca do Alasca, não é? Todo aquele branco – que chegava a cegar – que eu presenciei assim que senti minhas pálpebras abrirem. Entretanto, um balde frio de realidade caiu sobre a minha cabeça quando vi que estava em uma cama hospitalar.

Eu tentei – eu juro pelos meus cães – falar, mas não conseguia de forma alguma, não sabia mais do que murmurar um som estranho que para mim, a nada se assemelhava. Sequer conseguia me recordar do porque estava ali, como se existisse um buraco na minha memória.

Pensando bem, até onde eu conseguia me recordar? Me mudei para minha tia para fazer faculdade... entrei no segundo ano e esse deveria ser meu terceiro. Mas não existia ninguém lá. Nem professores, alunos... como se eu andasse sozinha pelos corredores, o quadro se enchesse sozinho.

A porta do quarto se abre repentinamente e uma mulher loira acompanhada do que parecia ser o médico adentram o quarto. Eles parecem felizes em me ver acordada, contudo não há uma pergunta que eu possa fazer.

– Aparentemente ela ainda não pode falar – comenta o médico. – E pelos exames – ele remexe em uma prancheta – Não deve lembrar de muita coisa, certo, Ailyn?

Então eu começo a ter consciência de que vários cabos estavam presos aos meus pulsos, e também que algo estava sobre a minha boca, provavelmente auxiliando na respiração. Eu fiz que sim com a cabeça e ele sorriu com tristeza.

– Sua tia ainda está de viajem, e volta daqui uns dias Ailyn – explica ele com calma. – Mas a senhoria Ambre aqui disse que ficaria com você.

Eu tentei sorrir, mas acho que não fui muito bem sucedida. O médico deixa o recinto e nós ficamos a sós – eu e a loira. Ela pegou um banquinho que estava no canto do quarto e se sentou perto de onde meu tronco ficava. Ela me olhava com curiosidade e culpa. Quem era essa Ambre? O que ela era para mim? Porque ela estava aqui?

– Me... me desculpe Ailyn! – E do nada, Ambre começou a chorar. Sua cabeça repousada no colchão enquanto ela puxava meu lençol para cobrir a face. – É minha culpa...

Meu braço estava inerte ao lado do meu corpo, e com muito esforço consigo move-lo até as bochechas da garota. Eu sutilmente começo a acaricia-las, fazendo com que ela se surpreendesse e corasse. Aos poucos suas lagrimas vão parando, na medida em que meus dedos magros encostam na face chorosa dela. Sorrio.

– Obrigada por me salvar.

(***)

Ambre descascou algumas maças para mim enquanto dizia o que realmente aconteceu. Eu estava ficando confusa, entretanto entendi que eu a empurrei e me meti de baixo de um carro/caminhão. Havia uma menina filha de um mafioso ou coisa assim, e ela estava correndo atrás de nós duas, por isso não vimos o carro/caminhão. Agora eu tinha uma memória, tecnicamente. Comi as maças com vontade, feliz por tirar aquele aparelho da minha face.

Ambre era bonita, parecia um gatinho de cor amarela. Um gatinho... eu queria ter um. Se eu tivesse um, ele ia ter um nome legal. Melhor do que o nome dos meus lobos.

– Você deve estar confusa com tudo isso Ailyn, mas não se preocupe – ela disse calmamente – Rosalya vem amanhã. Eu trouxe umas cobertas, vou ficar com você hoje, é o mínimo que posso fazer.

Tentei sinalizar para que ela não se preocupasse, mas ela grosseiramente colocou uma maça na minha boca. Meus olhos se juntam e se voltam para baixo, fiquei surpresa. Ela começa a rir angelicalmente e eu engulo a maça.

– Desculpe, não sou tão boa com gentilezas.

Por várias horas tudo ficou em paz. Uma sensação de felicidade tomou conta de mim, como se não houvesse nada no mundo que pudesse me preocupar. O ano estava chegando no seu final, e logo eu poderia fazer a profissão que eu desejava. Não havia decidido ainda, mas ainda tinha tempo. Era como nos dias que eu caçava com meu pai. A tranquilidade e harmonia me preenchiam de felicidade, mesmo que mal pudesse me mover.

– Sabia que nosso time da escola ganhou? – Ela disse enquanto fazia tranças nos meus cabelos, prendendo as duas em um laço. – Pensei que não ganhariam, mas Alexy e Armin fizeram uns truques geniais.

Eu fazia parte deste time? Não me recordo...

Tentei pensar mais sobre, mas a porta abre brutamente e um homem de cabelos louros muito parecido com Ambre adentra o quarto. O sorriso de Ambre some no mesmo instante e tamanho foi o susto que ela tomou. Meu sorriso murchou por alguma razão, na medida que o homem sorria de uma forma estranha. Tinha algo errado com a boca dele?

– P-pai? – Ela saí da cadeira rapidamente, ficando na defensiva. – Como você...?

– Ah, não pergunte tantas coisa Ambre, - ele disse aproximando-se dela. – Eu ia apenas fazer uma visitinha, mas que bom que está aqui!

Ele tranca a porta com violência, mas não parecia nem um pouco preocupado com o fato de que alguém poderia ouvir o escândalo que ele fazia. Subitamente ele rasga as roupas da própria filha. Eu nunca tinha visto nenhuma outra mulher nua, e era um pouco estranho –até demais – ainda mais porque foi o próprio pai dela quem fez isso.

– Socorro! – Ela me olhava com desespero, gritando alto o suficiente para qualquer pessoa do mundo ouvir. Mas porque ninguém vinha? – Me ajude! Ailyn!

Ela repetia essas palavras diversas vezes enquanto o pai dela fazia coisas... ruins com ela. Ela gritava de dor, e eu não conseguia me mover, já me afundando em agonia. Eu só conseguia pensar “Pare! Pare com isso!” com meus olhos enchendo de lágrimas.

Sentia vontade de vomitar vendo aquela cena. Parecia que tudo se desabava com os gritos dela.

E então eu movi um dedo. Depois a mão, seguido do pé. E então eu estava arrastando os cabos comigo, o soro e tudo mais que eu tinha direito. Com os movimentos que a adrenalina me permitia, joguei o suporte do soro em cima do pai dela, acertando sua cabeça em cheio. Um fio de sangue brota na testa dele.

– Ora, sua vadia!

O loiro tenta inutilmente investir contra mim, e sinto meu pulso rasgar quanto torço o braço dele tão forte que posso escuta-lo quebrar. Ele mal consegue gritar por conta dos tremores, ele provavelmente nunca teve seu braço quebrado – O que é engraçado, eu vivia quebrando o meu.

– Vou chamar alguém!

Ambre se cobre com o meu lençol e vai em busca de alguma ajuda. Logo o som de sirenes fica alto o suficiente para aquele homem tentar fugir se rastejando. Eu ignoro sua tentativa inútil e lanço um olhar para o teto da esquerda. Uma câmera de vídeo estava lá.

(***)

O dia estava deslumbrante, parecendo até mesmo um pavão exibindo suas cores para quem quisesse ver. O céu acetinado com uma mistura de rosa e laranja e o sol que mesmo já indo – irradiava aquele calor confortável.

– Nem mesmo da vez em que eu te trouxe bolo? – Pergunta Rosalya mais uma vez.

– Nem mesmo da vez em que você me trouxe bolo. – Garanto a ela mais uma vez.

– E que tal a vez que eu te ganhei no basquete? – Ela indaga, fazendo uma careta.

Alexy apenas começa a gargalhar com o senhor Luvinhas tentando arrancar os olhos dele e diz “Isso nunca aconteceu, e nem vai acontecer Rosa!”.

Estávamos aproveitando aqueles últimos dias até as férias, onde eu teria que ir para o Alasca. Era ótimo falar com eles, e mesmo que eu não me recordasse de nada, sabia que eles significavam muito para mim, apenas pelo jeito como eles me tratavam. Eu tinha amigos afinal. E, para minha maior surpresa, eu tinha um gatinho.

Senhor Luvinhas se roça em meu braço enfaixado, exigindo carinho. Eu uso a outra mão para acaricia-lo entre as orelhas e ele me oferece cada vez mais seu rosto, querendo mais e mais carinho. Um verdadeiro viciado!

– Está ficando tarde, melhor irmos para casa. – Diz Rosalya – Ailyn não pode pegar friagem! Além do mais, amanhã é nossa formatura.

– É verdade, e eu buscarei as senhoritas. – Alexy fala fingindo que ajeita a gravata imaginaria – Afinal, Ailyn está sem par, há-há!

Nós três gargalhamos sem nenhum motivo especial, e uma pontada de preocupação me pega de surpresa. Ah sim, eu tinha que pegar meus materiais! Era o ultimo dia.

– Vou buscar minhas coisas, vão na frente tá legal? É rápido, alcanço vocês.

Saio em disparada e senhor Luvinhas me acompanha – Não antes de rosnar para Alexy – até os armários. Mesmo não lembrando de tudo agora, um dia eu lembraria porque o médico me garantiu que sim. E francamente, eu queria lembrar, pois algo me dizia que eu estava esquecendo de algo importante.

E ainda tinha a profissão... Porque não existia nada que eu queria? Médico, dentista, advogado ou gari. Nada?

Pego meu livro emprestado da biblioteca e subo as escadas rapidamente. Assim que avisto a bibliotecária me encarrego de entregar. Ela parece feliz em me ver, então sorrio. Não sabia o que ela significava para mim.

– Eu acho que você deveria ser professora.

Viro-me rapidamente, um tanto assustada e surpresa pela sugestão repentina – me deparo com um par de olhos verdes. Seus cabelos castanhos eram brilhantes como um lobinho filhote, e ele sorria de forma amigável – embora seus olhos brilhassem mil vezes mais.

– Parece uma boa profissão! – Viro-me em direção a saída, mas vejo que Senhor Luvinhas se detém no rapaz, que começa a acaricia-lo sem problemas – Que raro, meu gato geralmente não gosta muito de homens... Acho que você é uma boa pessoa, ou talvez uma mulher disfarçada, há-há!

Não me despeço do rapaz por descuido meu. Senhor Luvinhas e eu fazemos uma corrida até Rosalya, que me esperava com um sorriso no rosto. Por um momento senti falta de alguma coisa e meu coração fica ansioso. Mas depois ignoro.

– Que cara é essa Ai! – Diz ela batendo de leve nos meus ombros – Parece que viu alguma coisa!


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Notas finais do capítulo

Se não ficou claro, a ailyn foi atropelada, perdeu a voz e os movimentos e a memoria. A Ambre ficou com ela, o pai dela tentou estuprar ela de novo e a ailyn conseguiu ajuda-la. Mas no final, ela nao lembra de nada ainda.



nova fic: http://fanfiction.com.br/historia/378622/You_Are_Pirate

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AILYN!



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