ICEgirl escrita por NKIDDO


Capítulo 21
||EPISÓDIO 21「Rainha das neves」


Notas iniciais do capítulo

O capítulo mais longo da fic inteira! Eu achoq
O que acharam da capa nova? D:



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O quarto estava bem iluminado, minha cama repleta de livros de todas as matérias; Haveria um provão amanhã, e agora eram nove da noite.

Agora eu estava fazendo flexões e algumas abdominais para o campeonato dali dois dias; O suor escorria livremente pela minha testa. Escuto alguns ruídos e ergo a cabeça lentamente: Era Luvinhas afiando as garras em minha almofada.

– Eu acho que você não deveria fazer isso – Ergui uma sobrancelha.

Luvinhas parou e correu até mim, pegou o máximo de impulso e pulou em minha barriga, fazendo com que eu perdesse o ar.

– Tá certo, eu também paro – Comecei a acariciar meu gato suavemente. Com tanto trabalho, mal consigo passar um tempo com ele.

Brincamos um pouco no chão mesmo e logo escuto o som do telefone. Minha tia me chama, e eu saio do chão e vou em direção à sala. Senhor luvinhas pula em meu ombro e me acompanha até a sala. Ao chegar à sala, vejo minha tia estendendo o telefone e a única pessoa que me ligava era minha mãe. Senhor Luvinhas pula do meu ombro pro de Tia enquanto me dirijo ao meu quarto. Deito em minha cama e relaxo.

Mãe! – Digo animada.

– Olá filha mais linda do mundo – Provocou ela, senti meu rosto arder. – Como está a vida escolar?

– Legal mãe, amanhã tenho provão e depois de amanhã tenho campeonato de basquete.

– Ah é mesmo? – Ouvi seu tom mudar para um convencido – MOSTRE PRA ELES QUE SUA MÃE SABE DAR AULA!

Afastei o telefone suavemente enquanto minha mãe gritava alguns insultos à cidade grande e se exibia. Minha mãe nunca mudava, e minha tia era igualzinha, então jamais esqueceria esse seu jeito.

– Estou ajudando os meus amigos mamãe – Disse, alegre.

– É bom que você ajude seus amigos Ailyn – Mamãe disse em aprovação – Como foi de viagem? Seu pai está ansioso pelas férias de verão!

– Foi legal mamãe ! – Vários momentos divertidos vieram à cabeça, mas só um se sobressaiu – Eu conheci um garoto parecido comigo!

– Ah é? – Ela riu – Não me diga que se apaixonou por ele?

– Não mãe, Garry é mais velho e legal! – Fiquei pensativa por um momento. Ele disse que não falava muito com a mãe, e acredito que se ele ainda se lembrasse de mim, talvez estivesse tendo essa conversa com o pai – Ele não pode falar assim com sua mãe porque a mãe dele mora longe...

– Garry? – Minha mãe parecia aturdida – Qual a idade dele?!

Eu não me lembrava, mas o numero 25 me veio à cabeça.

– Acho que uns 25 – Concluí – Porque?

– Ailyn querida, - Começou ela – Tem uma coisa que eu e seu pai nunca te contamos.

MÃE DA AILYN POV

– O que é? – Ouvi minha filha dizer despreocupadamente.

Era uma das coisas que eu mais amava nela. Não duvidava que fosse um anjo.

– Pode ser que seja seu irmão – Informei-a, vagarosamente.

– Mamãe, o gelo fez mal à você? – Ela riu – Tenho certeza que era só eu, você e o papai.

Respirei fundo, sabia que Ailyn entenderia, mas ela era um pouco lenta quando o assunto eram pessoas.

ANOS ATRÁS.

Minha vida ia de mal à pior. Apaixonei-me por um rico idiota. Se eu quisesse, escreveria um livro: “Como perder seu filho para um rico”, pois acabara de virar craque nisso.

Esse homem já tinha uma noiva arranjada, mas ela era feia e ele se recusou a ter um filho com ela; Então me usou.

Eu havia me apaixonado perdidamente por àquele homem, mas quando dei a luz ao meu filho, pensei que iria explodir de felicidade. Nenhuma outra pessoa – Que não fosse mãe – entenderia a alegria que eu senti.

– Esqueça isso por agora – Disse Tia – Aproveite a viagem!

Encarei-a com um olhar mortal.

– OK, OK! Eu não perdi meu filho pra um juiz comprado!

Ela ergueu as mãos em um sinal de rendição. Eu era a pior irmã mais velha, dei o pior exemplo de vida.

– Desculpe Tia – Lamentei – Mesmo você tendo me convidado para esfriar a cabeça – Fiz aspas com os dedos – Fico mal humorada.

– Ba-dum-tss! – Ela fingiu tocar uma bateria invisível – Alaska, Esfriar a cabeça...

Desta vez, encarei-a pela péssima piada.

「Perdida na neve」

– Tia? – Chamei-a, e escutei o eco de minha própria voz.

Bufei de raiva. Não acredito que me perdi na porcaria do Alaska! Eu só estava caminhando para esfriar a cabeça no Alaska! Ba-dum-tss. Ok, não era o momento para piadas mentais.

– Ora, um cachorrinho! – Avistei um cachorrinho à alguns metros de mim, e me aproximei. Adorava cachorrinhos.

Percebi que ele comia alguma coisa em meio a toda a neve. Que fofinho!

– Psiu – Chamei – Vem com a mam-ma-ma-ma-ma...

O cachorrinho lindo estava comendo um veado! Saí correndo no mesmo instante, agradecendo por ter sido do clube de corrida quando mais nova. Minhas botas afundavam na neve, e acidentalmente tropecei em uma pedra coberta de neve e cai no chão.

– Mas você é um gênio também – Disse enquanto via o lobo se aproximar – Cachorro no Alaska? Você é uma professora ou não?

Fechei os olhos esperando pelo pior, cobrindo o rosto com os braços. Houve um som de rosnado, eu mesma gritando e sangue tingindo a neve de vermelho.

Abri os olhos lentamente, sentindo as lágrimas escorrerem. À minha frente havia um lobo com um machado cravado na cabeça, e alguns metros atrás, um homem.

– Ei, você está bem? – O homem se aproximou e me estendeu a mão. Pude vê-lo de perto.

Cabelos esvoaçantes – devido a uma corrente de ar – que chegavam à altura do queixo, escuros. Alto, forte e usava um casaco feito com pele de animal. Diversas armas de caça guardada pelas vestes; E seus olhos? O azul mais lindo e hipnotizante que já tive o prazer de me hipnotizar. Mesmo ele sendo provavelmente mais velho que eu, seu rosto era jovial.

Aceitei sua mão forte, e quase não fiz esforço para levantar, mas em seguida caí. Havia machucado meu tornozelo.

– Isso é um problema – Comentou consigo, e eu me encolhi envergonhada – De onde você vem? – Perguntei; Sua voz era rouca e sexy. O idioma lhe caia bem.

– Da pousada – Disse em transe.

Já estava suspirando pela beleza dele quando senti meu corpo sendo erguido do chão. O homem me pegou no colo e começou a andar. Ficamos um longo momento em silencio, eu apenas observava de baixo.

– Obrigada er... – Não havia perguntado seu nome.

– Damon Wolfart – Disse sem mais delongas, depois percebi que ele sorriu.

– Akasha Jones – Falei, odiava meu sobrenome, não combinava em nada com o nome – Você tem olhos bonitos.

– Herdei de minha falecida mãe – Falou – Mas você é a princesa das neves?

Eu gargalhei alto. Sabia que ele se referia aos meus cabelos, mas o engraçado era que ele falou àquilo sério. Ele ficou confuso por um instante, mas depois sorriu, um tanto convencido.

– Herdei de meu pai – Disse imitando dele.

Passamos o caminho todo conversando. Ele era filho de caçadores e morava nos arredores, foi sorte me encontrar. Sorte ou destino? Quando chegamos, ele me entregou aos médicos da pousada e conversou com a minha irmã.

Senti-me infeliz por não estar mais nos braços dele. Quando ele estava indo embora, gritei por seu nome e ele veio até mim. Sorri satisfeita.

– Volte amanhã – Implorei – Por favor.

– Está certo – Ele sorriu, mostrando seus dentes brancos perfeitos.

– Obrigada – Sorri, ele se aproximou e beijou minha bochecha.

Sorriu inocentemente, e enquanto ele partia, levei a mão à bochecha. Provavelmente ele se despedia assim da mãe; Mesmo assim, estava corada.

– Ou está com febre – Começou Tia – Ou está gostando do gostosão!

– Ele não é lindo? – Disse animada, enquanto o médico me enfaixava.

– Você vai esfriar a cabeça e volta com ele? Vagaba!

「Amor」

Damon chegou cedo no dia seguinte, com um trenó guiado por lobos. Ouvi Tia gargalhando e mostrei o dedo feio discretamente a ela. Ele parecia feliz – Sorria jovialmente – então subi no trenó e deixei que ele me guiasse. Como meu tornozelo não estava bem, ele me conduziu o caminho todo até uma ponta de montanha – nada perigoso -, onde sentamos e comemos a comida que ele havia feito. Nacos de carne, batatas e um caldo suculento.

– Você cozinha bem – Comentei; meus pés balançavam suavemente.

– Obrigada, achei que gostaria – Disse orgulhoso. Seus olhos iam longe. – fiquei meio confuso quando a conheci.

– Por quê? – perguntei ao homem ao meu lado.

– Não é sempre que eu vejo uma mulher agradável aos olhos.

Ele disse aquilo com naturalidade, e eu demorei a entender que ele me achava bonita. Senti meu rosto queimar. Nossos dedos se tocaram, mas eu não encolhi a mão. Deixei que a minha envolvesse a dele, enquanto balançava os pés como uma criança alegre, naquela maravilhosa paisagem congelada do Alaska.

「Decisão」

Passamos os dias juntos; Eu o observava caçar, cozinhar... Percebi que estava perdidamente apaixonada por ele. Mas não importada o quanto eu dava em cima dele, ele nunca me beijou. No momento de nossa despedida, ele apenas beijou minha testa longamente e disse que jamais conheceria alguém assim. Talvez fosse melhor assim, já tive muitas decepções na minha vida e pelo visto o estoque de coisas boas acabou quando eu o conheci.

– Ele não beijou você porque nem deve saber beijar – Comentou Tia, o taxi andava vagarosamente devido a neve; assim não chegaríamos no aeroporto.

– Está tudo bem, acho que foi melhor assim... Ele não era o melhor cara pra mim, talvez.

Eu estava com medo que àquilo acontecesse novamente. Não queria me apaixonar novamente, e de qualquer forma era tarde demais...

– Akasha, você não deve escolher o melhor cara, você tem que escolher o cara que te faz melhor – Ela sorriu e meus olhos se arregalaram. – Ei, Akasha!

Era tarde, eu já havia pulado do taxi e agora corria em direção à pousada. Minhas botas afundavam na neve, meus olhos lacrimejavam e eu estava cansada e o ar gélido ardia na pele. Depois de correr o mais rápido que pude, avistei uma silueta escura em meio á neve.

– DAMON! – Chamei.

Ele se virou para mim, confuso e perplexo. Comecei a correr até ele, e vi que um sorriso aliviado se formou em seus lábios.

– Aka-

Pulei em seus braços rapidamente e selei seus lábios com os meus. Caímos na neve; Ela era como um colchão de tão macia. Aprofundei nosso beijo, e mesmo sabendo que ele não fazia ideia do que estava fazendo, sei que estava gostando.

Seus braços fortes envolveram a minha cintura, e depois daquilo, nunca mais soltaram.




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Notas finais do capítulo

O que acharam da historia dentro da historia?
Alias, vocês acham que a sinopse está muito ruim? Fiz bem cliche, mas agora me arrependo D:



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