Intermissão escrita por Miss Stilinski


Capítulo 18
17.


Notas iniciais do capítulo

E aí, people?! Desculpa a demora... é que eu estou tão concentrada em escrever o final de uma fic minha, que eu acabei por me dedicar somente a ela. Mas hoje eu resolvi passar o capítulo para computador! E eu gosto muuito desse capítulo... vocês verão o porquê :3



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— Isso aqui é um tédio só, Nessie! — reclamou Ane, coçando o braço engessado. — Deus, como isso coça!

Depois que os pais de Ane conseguiram alguma explicação mais coerente e mais detalhada da filha e da família Cullen, Susana e Michel deixaram que a garota ficasse na casa da melhor amiga. Agora, ela estava sentada no sofá na casa onde os avós de Nessie moravam.

— Quer fazer a sua namorada calar a boca, Embry? — perguntou Jacob querendo ouvir o filme que alugara. — Quero escutar o filme.

Embry riu e calou a boca dela com um beijo. Ane estreitou os olhos, mas com um sorriso nos lábios. Por insistência da garota, colocaram-na na sala, por Ane não aguentar mais ficar no quarto.

Edward apareceu com alguns papéis nas mãos e Nessie o olhou com as sobrancelhas erguidas.

— O que é isso, pai? — perguntou ela.

— Atestados... — respondeu Edward olhando para a filha. — Você vai voltar para a escola; tem que manter as aparências — completou ele, calando os protestos da mente da filha. — Afinal, alguém tem de pegar as matérias para Ane.

Ane olhou para Edward, não acreditando no que o vampiro estava dizendo, com a boca ligeiramente aberta. Edward devolveu o olhar de forma dura.

— Não adianta me olhar assim. Nessie, você irá para escola e Ane fará todos os trabalhos que Nessie trará — Edward deu a sentença e voltou para o escritório de Carlisle.

Ane e Nessie trocaram olhares antes de voltarem suas atenções para o filme que Jacob insistia em querer assistir.

(…)

Nessie fingia que em se importar com que os outros diziam. Ninguém queria saber realmente o que acontecera com Ane, ninguém a não ser uma pessoa, que a observava falar com uma garota do segundo ano.

Will, ele não sabia o porquê, estava em constante agonia desde o acidente de Ane. Cada dia que passava, a culpa o consumia de um jeito doentio e o pior de tudo era que ele fora treinado para não sentir nada. Mas era só olhar nos olhos de uma humana que tudo mudava. Sua natureza não era essa. Ele não era bom. Como podia estar tão preocupado com uma garota que nem lhe dava uma chance?

Talvez, essa chance não existia por ele ser quem era... Um Volturi.

Nessie, de repente, percebeu que Will a olhava. A expressão dela fechou-se, mas como tinha esperanças de que Will ainda estivesse dentro daquela casca que os Volturi criaram, ela decidiu que iria até ele. Olhou para a garota com quem conversava e disse que precisava fazer algo importante. Não se importava se a garota havia ficado chateada ou não, ia acabar com aquilo de uma vez por todas.

Passou por ele e foi para o laboratório de Química. Ela podia ouvir os passos e sentir o cheiro de Will atrás de si, esperando que ninguém os visse juntos. Não seria legal. Quando Will entrou, Nessie fechou a porta e o encarou cruzando os braços.

Will engoliu em seco, sentindo-se nervoso de repente. Não sabia nem por onde começar.

— Como... como ela está? — perguntou ele enfim.

— Por que quer saber? — devolveu Nessie sem vacilar. Sentia saudades do seu velho amigo, mas lembrar-se de como ele manipulara seus sentimentos e em como se tornara tão frio, a fez ficar com raiva.

— Eu não tinha... eu não queria machucá-la — respondeu Will. Não sabia por que de estar contando a verdade, porém sentindo que precisava contar.

Renesmee o olhou surpresa. E ficou ainda mais surpresa ao ver que ele estava sendo sincero, ela conseguia sentir o medo e o receio que Will transpassava em seu rosto preocupado.

— Eu só quero saber se ela está bem — continuou ele.

— Por que ficou tão preocupado com Ane agora? — Ela cruzou os braços novamente, desconfiada.

Will olhou para os lados, verificando se havia alguém os olhando e suspirou. Se seu coração batesse, ele estaria a mil por hora. A questão era que ele não sabia o porquê de estar tão preocupado e temeroso com a saúde de Ane.

Ele engoliu em seco e voltou a olhar para Nessie, que ainda esperava uma resposta.

— Eu não sei, desde que eu a vi, eu venho sentindo coisas que eu nunca senti — respondeu por fim. — Eu não devia sentir isso, Renesmee; nunca me expus tanto a um humano, sem matá-lo depois. E com Ane eu fico bem. Agora ela se machucou por minha culpa... E por que raios eu estou falando isso para você?

Nessie o encarava sem saber o que dizer. Pela primeira vez, ela o estava vendo agir como o Will que conhecera e reparou no que ele estava vestindo: uma calça jeans com rasgos estratégicos nos joelhos, chinelos, camisa branca por baixo da blusa xadrez azul de mangas compridas, porém ele havia as dobrado até o meio do braço.

O coração diferente de Renesmee começou a bater com mais rapidez e os olhos castanhos encheram-se de lágrimas. Será que ele estava voltando ao normal?

— Por que seu coração está acelerado? — Will franziu a testa. Nessie balançou a cabeça, afastando as lágrimas.

— Você se lembra de sua vida humana? — perguntou ela, ignorando a pergunta anterior. Will inclinou a cabeça.

— Não — respondeu lentamente. — Nada.

— Por que está aqui, William?

— Eu passei esses meus dois anos de vampiro odiando vocês. E eu, simplesmente, não consigo — ele olhou para o outro lado.

— Você não respondeu a minha pergunta — Nessie ergueu uma das sobrancelhas.

— Olha, só porque eu não consigo odiar vocês, não quer dizer que a minha lealdade esteja com a sua família — Will voltou a olhá-la.

— Claro que não — concordou Nessie, assentindo com a cabeça. — Sua lealdade deveria estar com Ane.

Ela se virou para ir à ula, mas Will — em dois segundos — foi para a frente da garota. Renesmee parou, assustada e olhou para a mão de Will apertando seu pulso. Indignada, Nessie deu um tapa na mão de Will, causando um som parecido com trovão, de tamanha força que Renesmee colocou no tapa.

Will cambaleou para trás, mas logo se recuperou e foi atrás de Nessie, que já estava no fim do corredor. Ele esticou o braço para segurar o ombro da garota, porém Renesmee havia sentido-o perto dela, e deslizou, inclinando o corpo para trás. Por alguns segundos, Will segurou apenas o ar e depois olhou para onde Nessie havia parado.

Ele não queria brigar; mas Nessie o estava irritando. À uma velocidade sobre-humana, Will pegou o braço de Renesmee e o girou, fazendo-a cair no chão. Ela o olhou de os olhos arregalados; não se dando por vencida, Renesmee deu-lhe uma rasteira e Will caiu, como outro estrondo de trovão. Ela e levantou, mas Will já havia se levantado também e esperava que ela fosse para longe dele.

O dois começaram uma corrida até o lado de fora da escola, em direção a floresta. Nesse arriscou dar uma olhada para trás, só para constar que Will estava em seu encalço. Ela aumentou a velocidade, mas Will era mais experiente em perseguição e, quando ela olhou para trás e voltou a olhar para frente, Will já estava ali.

Ela freou, contudo não foi o suficiente. Will segurou seu braço novamente e Nessie deu impulso, dando um mortal para trás, levando Will consigo ao chão. Mas ele esperava por algo desse tipo. Quando esta aterrissou, Will pegou o pé dela e a derrubou no chão também. Mais rápido do que ela, Will ficou por cima de Nessie, segurando as mãos dela acima da cabeça.

— Eu não quero brigar — rosnou ele para uma Renesmee sem fôlego. — Que saco, só quero saber por que todos ficam dizendo enigmas para mim!

Nessie ficou o olhando, ainda arfando. Havia folhas em seus cabelos e sua roupa estava suja de lama. Ela engoliu em seco e suspirou. Vendo que ela havia se rendido, Will a soltou e se sentou na grama molhada, colocando as mãos no rosto.

Nessie sentou-se de frente para Will e viu que ele estava mais confuso do que nunca. Ela conseguia ver o seu amigo voltar aos poucos nesse personagem que os Volturi criaram.

— Eu não... — Renesmee começou, mas não conseguiu achar as palavras. — É complicado.

Will retirou as mãos do rosto e olhou para Nessie, que havia passando as mãos em volta dos joelho e apoiado a cabeça nos mesmos.

— Por que é complicado? — perguntou ele com raiva. — Vocês estão escondendo algo de mim.

— E você também está escondendo algo de nós — rebateu Nessie, erguendo o queixo.

Will a fitou por alguns segundos, mas depois desviou o olhar ao transformar uma folha em poeira.

— Justo — respondeu Will por fim. — Mas eu só queria entender. Vocês agem, às vezes, como se me conhecessem.

Renesmee não respondeu. Sentiu que quem deveria dizer algo era Ane. E viu que ele não mudaria de opinião sobre os Volturi e, no mínimo, a chamaria de mentirosa e louca se dissesse que eles se conheciam.

— Olha, eu sei o que você quer que eu diga, mas pode tentar descobrir sozinho — disse Nessie. — É complicado, mas você consegue.

— Por que eu quero tanto a Ane? Era para eu odiá-la — Will olhou para o outro lado. — Dói saber que eu a machuquei — ele olhou para as próprias mãos e depois as fechou em punho, com raiva de si mesmo.

Mesmo que Will estivesse do outro lado, Nessie não aguentava vê-lo tão mal. Engatinhou até que ficasse perto dele o suficiente para pegar sua mão.

Ele a olhou surpreso. Sentia o mesmo conforto que aquele gesto emanava e isso o assustava. Will tirou suas mãos das de Renesmee, que o fitou de olhos arregalados. Neles, Will viu o quanto a rejeição magoara a híbrida. Por que el se sentia mal? Aquilo não estava certo.

Nessie voltou para o seu lugar, mas se levantando. Com um suspiro, ela observou-o olhar para as mãos sem olhá-a.

— Lamento, William...

Quando ele levantou o rosto para vê-la, Renesmee já havia partido.

(…)

A noite caía e o frio aumentava. Mas ele não se importava, afinal, ele era tão frio quanto aquilo.

Will usava um casaco preto, com o capuz cobrindo sua cabeça e rosto. Ele precisava vê-la novamente. Sentia que aquela mulher podia ajudá-lo (mesmo que não tivesse a intenção de falar com ela).

Parou a dois metros de distância do restaurante e viu a mulher que parecia e ao mesmo tempo não parecia conhecer. Ela servia os clientes com eficiência e, de vez em quando, seu olhar ficava perdido, mas logo voltava ao normal. Will sentiu um intenso desejo de ir até a mulher e abraçá-la, porém, pela primeira vez, sentiu medo. Medo do que ela poderia lhe dizer.

— Ei — uma voz chegou aos ouvidos do vampiro, que se virou para olhar quem o havia chamado. — Não pode ficar aí.

— Por quê? — Will perguntou e a respiração do outro se acelerou, o que fez Will prestar mais atenção no indivíduo.

Como estava escuro e o homem estava a uma certa distância, Will só pôde enxergar a silhueta de alguém forte e alto. Mas foi o cheiro do outro que Will sentiu ser mais forte. Um transmorfo. Ele deveria atacá-lo, mas por que não conseguia?

Então ele soube que aquele transmorfo era o lobo que o deixara passar quando estava perseguindo Ane.

— Will, é melhor sair daqui — disse o lobo, olhando para trás. — Não quero machucá-lo e os Cullen estão vindo. Não vão perdoá-lo.

Will ficou desconfiado.

— Por que eu deveria aceitar esse seu conselho?

O transmorfo se aproximou e o poste de luz iluminou o rosto dele e Will conseguiu ver o namorado de Renesmee, Jacob Black.

— Porque eu acredito que o meu amigo ainda esteja aí dentro.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e...
Comentem!



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