O Corvo escrita por Jhiovan


Capítulo 4
Capítulo 3 - Assalto




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O Corvo e Amanda pegaram da sala os objetos necessários.

O que exatamente, iremos fazer agora? – perguntou Amanda.

Há uma estrada pouco longe daqui. Podemos chegar andando. É lá onde os caminhões cheios de alimentos, vestimentas e outros artefatos de luxo passam, para chegarem até a mansão do Gubner. E dessa vez você vai ter que mostrar uma habilidade em roubar maior que no Mercado – falou Corvo em tom neutro.

Amanda irritou-se novamente com o comentário. Entretanto resolveu ignorá-lo. Corvo colocou o seu chapéu preto e a bandana vermelha para tapar a máscara respiratória. Amanda pegou uma cantina que colocou dentro de uma bolsa e uma bandana branca, para esconder o rosto, pois provavelmente estaria sendo procurada.

Eles caminharam quilômetros. Amanda chegou a cansar-se e parou algumas vezes no caminho. O sol estava alto e intenso, como sempre naquele lugar, raramente ventava e a luz refletida na areia branca só piorava o calor.

Por fim, viu-se uma linha reta e negra, o asfalto. Eles chegaram a uma das raras estradas ainda existentes por lá. Amanda estava admirando a pista.

Você nunca viu antes?

Já, umas poucas vezes passei por aqui. Vi um veículo apenas uma vez.

Corvo olhou-a sem falar mais.

Ali ficaram esperando um tempo até o caminhão passar. Amanda bebeu um pouco de água da cantina.

Quando o sol estiver exatamente em cima de nossas cabeças o caminhão passará. Você pode descansar enquanto isso. Eu lhe chamo quando chegar a hora – falou Corvo.

Obrigada – respondeu com um mínimo sorriso cansado.

Amanda pôs a bandana branca na areia e sobre ela deitou sua cabeça. Corvo não desviou os olhos da estrada.

Então, quando finalmente o sol se posicionou no centro do céu, Corvo avistou ao longe um movimento. Ele deu tapinhas leves para acordar Amanda. Ela levantou-se e amarrou sua bandana no rosto. Ambos ficaram escondidos e em posição de ataque. O caminhão andava em alta velocidade. Corvo executou seu plano para parar o caminhão: pegou alguns pregos em seu cinto e jogou-os na pista.

Isso não vai dar certo... – percebeu ele, observando os pregos.

Por que não? – perguntou Amanda.

O caminhão está rápido demais. Mesmo que os pregos furem o pneu, pela velocidade, calculo que ele ainda assim irá muito longe. Esqueci de lhe avisar que haverá alguns homens-da-lei que geralmente estão de guardas do caminhão. Ou seja, não teremos tempo de chegar até eles vivos caso estejam usando armas de longo alcance.

O que?!— disse Amanda preocupada. – como você pode esquecer-se de me falar que eu corro perigo de vida?!

Você própria disse que faria o que fosse preciso, mesmo que lhe custasse a própria vida. E isso não é nada. O meu plano B é bem mais perigoso – falou, ignorando o nervosismo dela.

E qual é o seu plano B, Corvo?

É esse...

Dizendo isso, Corvo empurra Amanda na pista. Ela cai atordoada, sem ter tempo de pensar. O caminhão vem em sua direção rapidamente. Ao vê-la, o motorista tenta desviar dando alguns giros, porém perde o controle e o caminhão sai da pista, capotando na areia do deserto. Ele gira algumas vezes e cai de lado. Amanda levanta-se da pista e olha ameaçadoramente para Corvo.

Foi necessário – ele disse, dando de ombros. – Agora vamos. Eu fico com eles e você rouba.

Amanda concordou com a cabeça, ainda com raiva. Todavia, isso era o que menos importava.

Eles correram na direção do caminhão caído. Os passageiros começaram a tentar escapar, mesmo um pouco feridos e tontos. O motorista saiu pela janela, quebrando-a e os outros o acompanharam. Além do motorista, havia quatro homens-da-lei armados, que ao perceberem a presença do Corvo, começaram a atirar. Ele desviou alguns tiros, porém outros o atingiram, mas ele continuou de pé.

Amanda furtivamente foi até a parte traseira do caminhão. Foi quando percebeu que havia ralado seu cotovelo na hora da queda no asfalto. Ela agachou-se para tentar abrir as portas traseiras do caminhão. Isso a fez perceber que não tinha nenhum objeto com que pudesse abri-las. Olhou para um lado e outro, e viu os pregos na pista. Seria sua única opção. O problema era passar pelo tiroteio entre Corvo e os homens-da-lei.

Amanda corre como nunca, com as mãos na cabeça e o coração prestes a saltar. Uma bala que passa perto dela acaba caindo na areia.

É nesse momento que os homens a vêem e tentam atirar. Corvo chega por trás de um e torce seu pescoço. Ele cai morto na areia. Então a atenção deles volta para o Corvo. Amanda consegue alcançar a pista e pegar alguns pregos. Ela volta correndo novamente. Um dos homens-da-lei atira nela, e a bala atinge o seu pé. Amanda joga-se na areia e grita de dor. Por sorte, cai perto do caminhão.

A dor é muito grande, porém Amanda tenta se concentrar em seu objetivo. Ela força um dos pregos para abrir as portas e este entorta. Ela começa a tremer pela dor, mas continua tentando. Finalmente, ela consegue. Ela abre as portas e com dificuldade, começa a retirar as grandes e pesadas caixas de papelão de dentro. Após um tempo tem todas retiradas.

Já estou com as caixas! – Amanda gritou para Corvo, que continuava lutando com apenas um homem-da-lei.

Amanda consegue vê-lo desarmando-o chutando sua escopeta e em seguida, enfiando uma faca em seu pescoço.

Eu também já terminei aqui – ele fala, aproximando-se dela.

Eles viram o motorista que estava escondendo-se atrás do caminhão. Ele tremia de medo.

Não. Ainda me falta este – disse Corvo.

Não! – Amanda gritou colocando-se na frente dele, que estava indo em direção ao homem. – Você não precisa matá-lo. Ele não vai nos fazer nada.

Vai sim, ele irá contar para os outros no Vilarejo. E vamos ser descobertos.

Não, eu prometo não contar para ninguém sobre o que aconteceu aqui! – falou ele.

Era um homem de pele bronzeada, gordo e careca com uma leve barba crescendo.

Já chega de mortes por hoje. Deixo-o no deserto, ele não poderá ir muito longe. – Corvo olhou-os desconfiado por um tempo.

Se assim você quer... Tudo bem.

Obrigado, moça! Muito obrigado! – falou o homem. Amanda sorriu.

Depois de agradecer, ele correu para longe, até onde eles não podiam vê-lo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Por favor favoritem ou recomendem, mas não se esqueça de comentar! E aguardem o próximo capítulo. Obrigado!