Sonhos Roubados escrita por Kátia


Capítulo 8
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Oi :)



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- O que você quer de mim? – Ele perguntou me encarando.

- Nada. – Falei sorrindo.

Ele riu de um modo estranho e se afastou com as mãos na cabeça. Continuei encostada na parede. Um minuto depois ele voltou e colocou a mão na parede ao lado da minha cabeça.

-Cara, você é a menina mais louca que eu já conheci.

- Obrigada, eu acho. – Falei tentando parecer tranquila. Eu me aproximar dele era uma coisa, agora ele se aproximar de mim era totalmente outra coisa. Apesar de parecer a mesma coisa, as coisas são diferentes.

- Você está nervosa? – Ele perguntou chegando mais perto.

- Não. – Minha voz tremeu o que foi bem antiquado naquele momento.

- Inacreditável.

- O que?

- Você.

Ficamos nos encarando pelo tempo que pareceu uma eternidade. Até que o sinal tocou.

- Nossas coisas. – Falei e fomos para o ginásio. Todos estavam saindo. Esbarrei propositalmente em Lolla, que caiu no chão. Troquei de roupa, peguei minha mochila e sai.

Não esperei por Evan. Acho que eu estraguei as coisas com ele. Eu fui ridícula fazendo aquilo. E agora ele estava pensando coisas sobre mim. Meu telefone apitou. Sabia que era ele.

“Você pode me esperar no portão?”

Respondi com um sim. Apesar de querer desesperadamente dizer não.

Fiquei esperando ele impaciente até que ele chegou.

- Hoje vou te levar para almoçar em um lugar especial. – Disse ele. Fiquei surpresa, pois ele não havia perguntado, ele apenas estava me informando. Ele pegou minha mão e foi me guiando para o tal lugar.

- Preciso avisar ao Colin. – Falei tentando escapar.

- Eu já avisei. – Disse sorrindo.

- O quê?

- Hoje na hora do intervalo, eu avisei a ele.

Na hora do intervalo. Meu coração acelerou e eu sorri. Eu pensei que era por causa do... OK, já me sinto mais tranquila.

- Ah. – Respondi.

 Andamos alguns minutos e logo estávamos em frente ao Mc Donalds. Ele me levou lá para dentro enquanto as palavras “Lugar especial” ecoavam na minha cabeça. Atravessamos o fast food e fiquei surpresa quando saímos dele.

- Idiota. – Eu disse sorrindo. Ele sorriu de volta.

Depois me mais algum tempo caminhando, paramos em frente a uma cabana. A fachada dela era de madeira e parecia ser um lugar sofisticado.

- Evan... – Falei timidamente.

- Não se preocupe. É só outro lugar que teremos que atravessar.

Assim que chegamos à porta uma moça com um terno preto veio nos receber.

-Senhor Tavares. – Ela acenou com a cabeça. – Senhorita. – Sorri para ela. – Já está tudo pronto, senhor. Espero que esteja do seu agrado.

- Tenho certeza que sim. – Ele sorriu para ela.

Ele me puxou em direção á uma porta que estava escrito “Entrada apenas de pessoas autorizadas”. Eu estava constrangida porque as pessoas que estavam no restaurante nos olhavam com uma expressão estranha no rosto. Assim que chegamos próximos à porta Evan falou:

- Feche os olhos. – Não fechei. – Ok, então. – Ele se posicionou atrás de mim e pôs as duas mãos nos meus olhos, dificultando minha visão.

- Isso é mesmo necessário? – Perguntei.

- Claro que sim.

Dei 3 passos e um vento soprou em meu rosto. Senti um cheiro suave e fresco.

- Você está pronta? – Pude ouvir o sorriso em sua voz.

- Sim.

E ele tirou as mãos do meu rosto. Meu queixo caiu no chão. Como aquele lugar existia no meio da cidade? Eu estava em um lugar magnífico. Cercada de rosas, flores e orquídeas. O espaço não era tão grande e era cercado. Era quase do tamanho de uma sala de aula. Os muros que cercavam o lugar estavam cobertos de trepadeiras e musgo. No meio havia uma mesa e duas cadeiras, embaixo de uma tenda bonita feita de pedras. Atrás da mesa tinha uma cascata pequena, mas o barulho da água pingando preenchia o lugar. Fiquei sem fala.

- Espero que isso signifique que você gostou. – Ele falou me puxando para a mesa.

- Como? – Perguntei incapaz de formular uma frase completa.

- É tudo uma questão de se conhecer as pessoas certas. – Disse ele puxando a cadeira para que eu me sentasse.

- Obrigada. – Falei. – Mas porque exatamente, você me trouxe aqui?

- Isso você terá que descobrir sozinha. – Ele falou pegando minha mão e meu coração saltou rapidamente quando seus dedos me tocaram. Eu estava suando e estava muito nervosa. Não queria descobrir nada. E eu estava com medo de já ter descoberto. Por favor, que eu esteja errada, pensei.

- Você parece nervosa. – Ele disse preocupado. – Há algo errado?

- Parece que sim. – Falei com calma.

- Como assim?

- Bem, é que isso tudo parece tão... – Parei não querendo dizer a palavra.

- Diga, Jess. – Disse ele rindo.

- Romântico. – Falei e podia sentir o rubor invadindo meu rosto.

Ele riu ainda mais. Riu tanto que eu fiquei constrangida.

-Evan, pare. Eu vou te matar. – Falei com raiva.

- Desculpe. – Ele disse rindo ainda mais.

Levantei, peguei minha mochila e fui em direção à porta. Ele veio atrás de mim e segurou a porta para que eu não abrisse. Ele me virou de costas para porta e me empurrou, fazendo com que eu o encarasse. Segunda vez em um só dia que ele fazia isso, e a terceira vez em um só dia que ficamos nessa proximidade perigosa.

- Ah, não. Suas oscilações de humor me deixam perdido. – Ele falou sério. Enfim ele havia parado de rir de mim.

- Não vou pedir desculpas, se é isso que você quer. – Falei tentando reprimir a raiva.

- Jess. - Ele disse e suspirou.

- Evan. – Falei revirando os olhos em sinal de mau humor.

- Você é impossível.

- Você já me disse isso hoje. – Falei batendo em seus braços. – Porque você riu?

- Porque foi engraçado. Parece que você nunca pronunciou a palavra “romântico” em toda a sua vida.

- Não foi engraçado. Talvez você deva arranjar outra companhia. – O empurrei com força e abri a porta e sai caminhando.

Quando estava ma metade do restaurante ele gritou:

- Você tem duas opções: Ou você volta e almoça comigo. Ou você vai embora e fica me devendo um beijo.

Parei abruptamente e me virei para ele.  Todos no restaurante haviam parado de almoçar e nos olhavam de maneira esperançosa, como se aquilo fosse um filme. Ignorei os olhares curiosos e caminhei em direção a Evan que agora tinha um sorriso no rosto. Cheguei bem perto dele e disse:

- Eu escolho a terceira opção. – Joguei minha mochila no chão e olhei por um instante em seus olhos. Eu não queria mais almoçar com ele, também não queria ficar devendo nada. Por isso me inclinei para mais perto e colei meus lábios nos deles. Logo minha mão estava nos seus cabelos enquanto a outra vagava por seu pescoço. Ele ficou em choque por um momento, mas logo retribuiu o beijo e sua mão pressionou fortemente a base de minhas costas me puxando para si. Não queria prolongar mais aquele beijo, portanto logo o afastei enquanto ouvia o som de aplausos a nosso redor. Eu ainda não tinha terminado o espetáculo. Colei minha boca na orelha de Evan e disse:

- Isto não foi romântico.

Peguei minha mochila e sai em disparada. Meu coração ainda batia forte e eu estava ofegante, apesar de ter andado pouquíssimo. Eu não sei de onde eu tirei essa ideia de que eu deveria beijar ele. Eu só beijei. E queria beijar novamente. Como que por sinal meu telefone tocou.

Evan.

- Ei. – Falei tímida.

- Ei. – Falou ele mais tímido ainda.

- Desculpe, fui idiota. – Falei sentando em um meio fio.

- Seja idiota mais vezes, por favor.

Dei um sorriso, ainda bem que ele não viu isso.

- Seja menos idiota agora e venha almoçar comigo. – Falou com calma.

- Não posso passar por aquelas pessoas novamente. – Eu estava com tanta vergonha, não sei exatamente do quê, mas eu estava corando só de pensar em voltar para lá.

- Então vamos no Mc Donalds. Me encontre lá em 10 minutos.

- Ok. –Falei e desliguei o telefone.

Levantei-me e fui para o Fast Food. Eu não queria que chegasse nunca. Com que cara eu iria olhar para Evan? Eu havia beijado ele, do nada. Eu podia ter voltado e almoçado com ele. Mas não, essa não seria a Jess.

Depois de um tempo rápido, lá estava eu na frente no Mc Donalds. Evan já estava lá, do lado de fora, apoiado na parede. Ele sorria e eu senti uma necessidade de sorrir também. Aproximei dele, dessa vez a uma distância normal e ele pegou minha mão e disse:

- Acho que precisamos conversar.

- Você tem toda razão. – Falei esperando que eu encontrasse as palavras milagrosas que reverteriam toda a bobagem que eu fiz. Mas era tão estranho chamar de bobagem aquilo que a  gente gosta. Ah, que raiva de mim. Talvez eu devesse parar de resistir. Ou talvez eu devesse acabar logo com isso, essa coisa Evan e eu. Ou talvez, quem sabe apenas talvez nós pudéssemos fingir que nada aconteceu e seríamos aqueles bons amigos. Talvez era relativo. E eu precisava de algo concreto. Mas nada estava claro. Por isso, deixarei que as palavras dele me guiem. Mas elas não vão me empurrar.

Evan. Porque você foi entrar na minha vida logo agora?


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Notas finais do capítulo

Enfiiiiim. kkkk



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