My Dark Side escrita por Kelly


Capítulo 25
Esperança em vão //


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem muito *o* Tive muito trabalho neste capitulo bjs



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Anteriormente em My Dark Side:

Damon fica sentado enquanto caminho para as escadas. Paro antes de subir e olho-o, então ele olha para trás, para mim. Desvio o olhar. E eu corri, para o meu quarto, para não me entregar, às loucuras, que me levam até ele, que me fazem esquecer, que eu não posso chorar.

Atualmente em My Dark Side:

~4 dias depois~

"Querido diário, ainda não te enjoaste de eu apenas escrever sobre morte e coisas tristes? Fazem hoje 4 dias que Bonnie morreu... 4 dias desde que descobri isso. Ela queria que eu arrumasse as minhas coisas e voltasse para a faculdade, então, aqui estou eu. A estudar, frequentar aulas. Enquanto tento seguir em frente, como todos estão a fazer. Para Stefan foi mais fácil, ele nem se lembra da Bonnie. Não que alguém o veja, sem ser eu e Caroline. Que voltou com o Tyler. Acho que ele é uma "distração" saudável para a minha melhor amiga. Também arranjei uma distração: Dr. Maxfield. A nossa colega de quarto foi morta por um vampiro. Wesley encobriu e eu quero saber porquê. Além disso é a única maneira para não pensar em toda a dor..."
–Bem vinda de volta. - disse alguém.
Fechei o diário rapidamente e olhei para o dono da voz: Dr. Maxfield.
–Vais à festa de fantasia, hoje? - perguntou e eu sorri fraco.
Pois, já ouvi falar desta festa e por quem será? Sim, Elena e Caroline que não me largam o pé por isso.
–Não sei. - respondi, olhando em frente.
Wes sentou-se ao meu lado e apenas apreciei o silêncio por algum tempo.
–Que aconteceu? - perguntou, olhando-me.
–Ah... perdi uma amiga. - respondi, deixando rolar uma lagrima, mas limpei antes que visse.
–Sinto muito. - disse Dr. Maxfield e acrescentou - Pareces diferente.

Eu olhei-o confusa e desentendida mas sorri.
–Não, sou Cassie Gilbert. - respondi e ele riu.
–Vais à festa? - perguntou, novamente e assenti.
–Sim. - respondi.
–Ótimo! - exclamou.
Wesley levantou-se e passou uma mão no meu ombro, depois foi-se embora.

Pov. Bonnie


Cassie voltou a abrir o diário e continuou a escrever: " e fome que sinto dentro de mim. É horrível. Sinto tanto a falta dela."
–Estou aqui, Cass. - disse eu, mesmo sem ela me ouvir - Também sinto a tua falta.
Pousei a minha mão no ombro e larguei uma lagrima, assim como ela que continuou a escrever: "Apesar de tudo, prefiro pensar que ela está a cuidar de mim. A apoiar-me com isto tudo de ser uma recém vampira. Porque Bonnie é assim e sei que ela me ama como eu a amo. Com amor, Cassie."

Pov. Cassie

Fechei o diário e o meu telemóvel começou a tocar. Peguei-o, lendo Damon... ponderei se devia atender e resolvi não atender. Guardei o telemóvel na mala.
–Apanhada! - exclamou uma voz bem conhecida.
Senti se sentarem ao meu lado e olhei, já esperando: Damon.
–Olá, senhorita que está a evitar-me há 3 dias. - saudou ele.
–Evitando? - perguntei, desentendida - Nós conversamos.
–Por mensagem. Uma vez. - respondeu Damon - "Alimentaste, hoje?" "Sim. Estou controlada". Carinha feliz.
–Exato. - concordei e arrumei o diário na mala - E acredito que esta visita especial seja um "Não acredito. Venho controlar-te."
–Com certeza é um "Venho apenas certificar-me." - falou o vampiro.
Peguei na minha mala, colocando-a no ombro.
–Sobre a festa... - começou Damon.
–Não sei como sabes disso e sinceramente não me importa. - respondi, tentando me ir embora o mais rapidamente possível.
–Onde vais, Cassie? - perguntou, vendo-me levantar.
–Para a aula. Estou atrasada. - respondi.
Virei-lhe as costas e caminhei para longe. Vi um rapaz ajoelhado em frente à foto de Megan, isto é, no memorial dela, no campus. Mudei de direção e fui até ele. O rapaz olhou-me mas não falou.
–Chamo-me Cassie. - apresentei-me simpática - Megan era minha companheira de quarto.
O rapaz continuou sem responder, talvez esteja mesmo triste.
–Conhecia-la? - perguntei.

–Crescemos juntos. - respondeu triste.
Eu baixei a cabeça e fiquei sem saber o que dizer.
–Sinto muito. - disse eu e ele levantou-se.
–Memorial bem triste, não? - comentou - Acho que não é muito bom estar de luto nesta época.
–O luto é diferente para cada pessoa. - comentei, também, sincera - Alguns oferecem flores. Outros fazem o que as pessoas queriam que fizessem.
–Sim, e o que a Megan iria querer era estar viva. - avisou o rapaz.
–Mas disseram que ela se matou. - disse, confusa.
–Sim, eu sei, foi o que disseram. - repetiu ele.
–O que achas que aconteceu? - perguntei, olhando-o.
Ele pegou na sua mala e colocou-a no ombro.

–Se gostavas dela... traz girassóis. Ela amava-os. - avisou o rapaz.
Dito virou-se e começou a caminhar.
–Tens nome? - perguntei alto e ele olhou-me.
–Sim, eu tenho. - respondeu sorrindo e foi-se embora.

~`a noite~

Entrei na festa, com um vestido azul bebé , e desci as escadas do salão. Vi Stefan a dançar com Caroline e aceno-lhes, eles retribuem sorridentes.
–Vitorina, uma princesa que foi acusada de fazer bruxaria. - sussurrou uma voz conhecida no meu ouvido, fazendo-me arrepiar.
Afastei-me rapidamente, virando-me para Damon.
–Só não me lembro de ser tão sexy. - acusou, analisando-me de cima a baixo.
–Rei Carlos, sim... matou muita gente. - acusei, desviando o olhar.

–Talvez possa emendar tudo isso, com uma dança. - disse Damon.
O vampiro agarrou na minha mão e fez-me dar uma volta. Eu parei-o e sorri.
–Mais tarde talvez. - disse eu.
Voltei-me, preparando-me para ir embora mas Damon puxou-me, fazendo-me ir contra o seu peito.
–Ou tu podes dizer-me o que há contigo. - pediu ele.
–Bonnie morreu há três meses e o que eu andava a fazer? Estava a ter um ótimo verão, fazendo magia, contigo. - expliquei, ocultando mais.
–Percebi, culpa. - disse Damon - Nunca tive mas ouvi dizer que é muito mau.
–Eu sei que não é culpa minha ela ter morrido, mas é culpa minha não ter descoberto antes.
–Cassie, tu tens permissão para ser feliz pelo menos uma vez. - confessou Damon, olhando nos meus olhos - E Jeremy mentiu.
–Eu devia ter percebido, Damon. - exclamei - Eu sei que não é a mesma coisa mas não vou deixar a morte da Megan passar despercebida também.
Olhei a direção do rapaz que vi no memorial de Megan e Damon seguiu o meu olhar.
–Quem é? - perguntou o vampiro.
–Amigo de infância da Megan. - respondi - O mais novo interessado no mistério de Whitmore. Já volto.
Damon não disse nada e eu fui até ao rapaz, perto da mesa de buffet.
–Olá, seja lá qual for o teu nome. - saudei e ele olhou-me - Camiseta branca. Subestimado.
–Oi, seja lá quem deverias ser. - saudou também, analisando-me.
–Vitorina, acusada de bruxaria. - apresentei-me e rimos.
–Impressionante. - elogiou.
–Então, elogiei a tua fantasia e isso não vale, pelo menos, o teu nome? - perguntei.
–Porque queres saber o meu nome? perguntou ele, olhando-me.
Ele voltou as costas, ignorando-me. Coloquei a minha mão no seu ombro e ele voltou-se. Olhei-o nos olhos.
–Porque estás a agir de forma suspeita? - compeliu, triste.
–Porque todos ao meu redor morrem. - respondeu e eu afastei-me afetada- É como uma maldição. Meus amigos, minha familia... Um por um, perdi cada pessoa da minha vida. Se tivesses ideia de como é conviver com a culpa deixar-me-ias em paz.
Eu senti uma lagrima rolar pela minha cara. Ele parece eu, totalmente. Olhei-o nos olhos, novamente.
–Esquece o que te perguntei. Espero que sejas feliz, mereces. - compeliu.
Virei as costas, pronta para caminhar.
–Aaron. - falou o rapaz e voltei-me - O meu nome.
Sorri e ele fez o mesmo.
–Vemo-nos por aí, talvez. - disse Aaron.
Assenti e ele afastou-se. Caminhei pelo salão até ver Dr. Maxfield, e então aproximei-me dele.
–Uau. Vitorina e foi... decapitada? - perguntou, indeciso.
–Ela foi morta com uma adaga. - corrigi sorrindo.
–Por isso leciono biologia. - explicou Wesley.
–E está de Abe Lincoln? - perguntei, analisando-o.
–Dr. Jekyll. - apresentou-se, retirando o chapéu e ri.

–Percebi. - comentei - Onde está o Sr. Hyde?
–Não sei. - respondeu sorrindo - Não sou responsável pela parte do mal.
Ambos rimos e eu ajeitei o meu cabelo loiro.

–Tenho de ir. - despedi-me.
–Foi um prazer. - retribuiu Wes e sorriu.
Afastei-me e fui à procura de alguém, conhecido. Entrei numa sala e vi Damon em pé ao lado de Elena, de costas e Stefan no chão, desmaiado.
–Meu deus. Stefan. - exclamei.
Corri até ele e ajoelhei-me no chão, ao seu lado. Ele parece morto.
–Não é o Stefan. - avisou Elena.
Eu levantei-me, afastando-me. Fique aliviada.
–Silas? - perguntei e ela assentiu - Mas o que se está a passar?

–Parece que Tessa se encontrou com ele. - explicou Damon.
–Então se esse é Silas, ele já não é mais um problema. - disse eu, com esperança - É uma coisa boa, não é?
–Na verdade não. - respondeu a vampiro e olhei-os
– É uma coisa muito má. - avisou Dam.
Todos nos olhamos e eu temi o que viria a seguir.


~mais tarde~

–Então o professor sabe dos vampiros? - perguntei surpresa - Ele parecia normal comigo.
–Se calhar não sabe de ti. - explicou Elena, que me tinha contado a sua conversa com ele - Ele disse que se eu não abandonar a faculdade as pessoas erradas vão começar a fazer as perguntas certas.
–Isso não é bom. - concordou Damon, entregando-me uma bolsa de sangue.
Eu abri-a e bebi o conteúdo, em segundos.
–O que vão fazer? - perguntou ele.
–Não sei. - respondeu Elena - Mas sei que descobrir a verdade ser Megan não vai ajudar em nada útil de momento.
–Nem um Silas dissecado na nossa sala. - completou Damon e olhamos pra o corpo dele - A única forma do Silas trocar a vida dele pela da Bonnie... É se ele for um bruxo.
–Não quero saber do que planeiam. - sussurrei.
–Porquê? - perguntou Elena confusa - Trata-se de trazer Bonnie de volta.
–Sim, e se não resultar trata-se de lidar com mais dor. - argumentei, engolindo o choro, novamente.
–Mas ele só se tornará um bruxo... usando a cura. - comentou Lena, continuando depois de um silencio.
–Isso mesmo. - concordou Damon.
Bateram à porta e Damon sorriu para nós.
–Agora, quem poderá ser? - questionou-se e foi abrir.
–Posso perguntar-te uma coisa? - perguntei a Lena que me olhou - A certa altura isto torna-se mais fácil, certo? Porque agora está muito mau.
A minha prima olhou-me triste e eu assenti, entendendo. Ouvi uma voz muito conhecida e levantei-me, rapidamente assim como Elena. Olhei para a visita: Katherine que olhava Silas.
–Talvez eu tenha todo o tempo do mundo. - disse ela, sorrindo e aproximando-se - Katherine Pierce engana a morte mais uma vez. E vocês finalmente fizeram alguma coisa certa.
O olhar da ex-vampira parou em mim, vi algo diferente no seu olhar.
–Soube que tinhas sobrevivido. - comentou e eu assenti - Obrigada por me teres ajudado a fugir.
–De nada, eu só quis ajudar. - respondi sorrindo, sincera.

–Mas não serviu de nada, apanhou-me e agora estou em fuga, novamente. - explicou Katherine.
–É bom saber que virei vampira para nada. - ironizei.
Ela aproximou-se de mim, analisando-me.
–Vampira?! Uau. Eu bem vi algo diferente, quero dizer mais intenso, nos teus olhos. Dor. - acusou, olhando-me.
Eu desviei o olhar e engoli em seco.
–Agradeço-te na mesma por teres voltado a trás por mim. - agradeci.
–Ok, já chega de lamechices! - exclamou Damon.
–Sim, tens razão. Qual é a sensação? - perguntou Katherine.
–Vibrante. - respondeu Damon.
Katherine alternou o seu olhar de Silas para Damon, enquanto este se aproximava dela. Eu olhava tudo confusa.
–Damon, não. - avisou ela.
–Ele precisa da cura para se tornar bruxo. - explicou ele e agarrou-a, mordendo-a - Não!
Katherine começou em implorar, com varias palavras, para Damon mas este não cedeu a nenhuma delas. Elena olhou-me.
–O que ele está a fazer?! - exclamei alto.
Vi que Elena não ia fazer nada e fui, em velocidade vampírica, até Damon mas ele já a tinha empurrado para a morte. Preparei-me para tira-la de perto de Silas que sugava todo o seu sangue mas senti braços enrolarem a minha cintura, com tanta força que nem usando a minha força sobrenatural consegui salvar Katherine.
–Não! Damon, não! - gritei, debatendo-me - Ele vai mata-la!
Katherine caiu no chão. Eu vi uma pessoa morrer diante dos meus olhos, Damon também e Elena. Damon soltou-me, finalmente e eu percebi os meus olhos encherem-se de água. Voltei-me, olhando Damon e Elena, incrédula. Uma lagrima caiu dos meus olhos e deixei-a rolar livremente pelo meu rosto. Eles deixaram uma pessoa morrer. Não importa todas as coisas horríveis que ela fez, ela não merece morrer, ninguém merece. Ela matou Jeremy e eu não a perdoei mas... morrer? Não, morrer não. Olhei-os atonita e pensei por um segundo se era o facto de tornarem vampiros que os tornou assim porque, sinceramente, não quero ser assim. Não quero ser como eles.
–Ouviste isso? - perguntou Elena para Damon.
Eu apurei a minha audição e ouvi o que pareciam várias marteladas, fracas. Um bater de um coração, identifiquei. Olhei para Katherine.
–Só podem estar a brincar! - exclamou a minha prima.
–É dura na queda. - comentou Damon.
A ex morta, na verdade ela é ex tudo, abriu os olhos olhando para nós.
–Estou no inferno? - falou Katherine.
Eu suspirei aliviada por um segundo. Já não me sinto tão mal.

~dia seguinte~

O relógio marcava 11h05 quando acabei de amarrar os ténis. Desci as escadas, com passos apressados e vi Ste... não, Silas falando com Elena e Damon.
–E sendo um incrível, maravilhoso, e poderoso, eu posso fazer as duas coisas. - ouvi-o dizer.
Passei pelos três, sem dizer uma palavra e fui até à cozinha, peguei uma maçã e voltei para a sala, mais calma depois de trincar a fruta.
–Com a ajuda dela. - avisou Silas, apontando para mim - Depois de encontrar e destruir a ancora.
–Eu...
–Cassie, eu ainda consigo entrar na tua mente. - ameaçou o ex-imortal - Já agora, parabéns pela transformação.
–Não digas isso como se fosse uma coisa boa. - pedi, afetada, sentando-me no sofá.
–Não a culpo. - concordou ele, para Elena e Damon.

–Sobre... Âncora? - perguntou Elena.
Silas explicou tudo para eles, eu tentei ignorar.
–Nova Jersey? - perguntou Damon, irónico - O mundo sobrenatural está ligado a um objeto no quintal do Snooki?
–É um deposito, e será transferido. - explicou Silas -Então precisamos mesmo... Oi caçador
Jeremy apontava uma besta a Silas, todos o olhamos.
Eu levantei-me, rapidamente.
–Dia para celebrares... Tu e a bruxa Bennett não costumavam... - insinuou Silas, assobiando.
–Tudo bem, Jer. Queremos a mesma coisa hoje... - avisou Elena para o irmão - Silas morto, Bonnie viva.
–Isso mesmo. - concordou ele.
–Ou seja, baixa a balestra, Pocahontas . - disse Damon, para Jer.
–Devemos acreditar que ele vai trazer Bonnie à vida, assim, de bom coração? - perguntou Jeremy e o seu olhar pousou em mim, por um instante.
–Espero que não. Eu sou um monstro. - disse ele.
Jeremy apontou a besta a Silas, novamente, irritado. Eu não o culpo.
–Estou a sentir-me pressionado. Não ía gostar de... - ameaçou Silas.
Os seus dedos largaram chamas, Elena e Damon observavam-no enquanto eu senti uma sensação no peito. Levantei a minha mão e a chama dele, simplesmente, se apagou. Todos me olharam, então baixei a mão, rapidamente. Aproximei-me de Jer e pousei a minha mão no seu ombro. Vi o olhar de Silas na minha direção, quase me analisando.
–Pensava que eras uma vampira. - acusou, parecendo confusa.
–Pensas muita coisa e pensas que sabes tudo. - acusei, também, irritada - Não sabes nada, Silas. Nada.
Voltei-me para o meu primo e sorri fraco.
–Deixa-os tentarem fazer o que quer que seja. - pedi cansada.
–Vens comigo? - perguntou Jer.
–Não, ela vai estar ocupada. - respondeu Silas, por mim.
Sorri para Jeremy mostrando que está tudo bem, mesmo que eu não achasse isso.
–Eu vou com eles. - respondi, agora eu.
–Pois, ele também vem. - avisou Silas.
Por mim não ía mas claro, tivemos de sorrir e assentir para o ex-imortal. Saímos da mansão, Elena ficou lá, e entramos no carro de Silas. Damon sentou-se à frente com Silas e eu sentei-me atrás, Jeremy. Finalmente, iniciou-se a viagem e eu ouvi-os a falar de coisas e coisas e coisas e uma delas era Stefan. Foi a única parte que tomei atenção.
–Não contaste para a Cassie o que fizeste com ele? - perguntou Silas.
–Contar o quê? - perguntei, alerta.
Damon olhou em frente e Silas sorriu vitorioso.
–Silas precisava de entrar na cabeça da Tessa e a única forma e reativar as habilidades dele era partindo o pescoço de Stefan. - contou Dam.
Eu encostei-me no banco, novamente com os olhos levemente arregalados. Mas sabem? Vindo de Damon, não me surpreende.
–Algumas vezes. - completou ele.
–Como se ele já não te odiasse. - acusei, olhando-o pelo espelho.
Silas fez barulho: "Toc toc", todos tentamos ignorar.
–Quem? - perguntou Damon, rolando os olhos.
–O prefeito. - respondeu e depois acrescentou - Sim?!
–Quem? - perguntou Damon, irónico.
–Ninguém, é uma piada. Não tem ninguém porque matei o prefeito. - respondeu Silas, rindo.
Eu senti a sensação no peito, novamente e quando me preparava para o matar ali mesmo, senti uma mão sobre a minha e olhei sorrindo. Jeremy retribuiu.
Quando, finalmente, chegamos todos descemos do carro e caminhamos até ao que parece um armazém. Entramos e haviam imensas embalagens em caixas de madeira.
–Certo. Onde está a ancora? - perguntou Jeremy.
–Não faço ideia. - respondeu Silas.
Eu olhei-o confusa.
–Como assim ?! - exclamou Damon.
–Dêem-me algum credito. - respondeu, e começamos a andar- Mergulhei psiquicamente na cabeça da Tessa para ver este armazém.
–Como se parece? - perguntou eu.
–De novo, não faço ideia. - respondeu ele - Tessa criou isso depois de me trancar na tumba por 2 mil anos e me deixar faminto.
–Como vamos encontrar algo que não sabemos o que é? - perguntou Jeremy.
–Liga o feitiço a uma dimensão sobrenatural do inferno. Não se deve parecer com uma pia. - respondeu ele.
Silas abriu uma das caixas de madeira e depois separamo-nos, começando a procurar e continuou por uma hora ou mais. Vi Damon destruir furiosamente um caixote e aproximei-me.
–Eu devia estar a fazer isso. - comentei e ele olhou-me, parando.
–Quê? É agora que vens reclamar por ontem? - perguntou.

–Sim! - exclamei irritada - Tu mataste, temporariamente... uma pessoa, Damon!
–Ela tentou matar-te! - exclamou ele, aproximando-se.
–Sim, mas tu também já fizeste coisas horríveis e ninguém te manda para a boca do lobo assim que há uma chance! - gritei, ignorando que Jer ou Silas ouvissem - Porque és desse jeito? Eu percebi que... não quero ser como tu! Não quero que me estejas a ajudar com... isto! Não quero... eu não quero...!
Damon aproximou-se, em velocidade vampírica, acabando com a distancia entre nós. Os nossos narizes quase se tocavam.
–Beijamo-nos naquele bar. E eu senti a tua vontade de me beijar na noite do funeral da Bonnie. Tu andas a evitar-me desde esse dia e sabes porquê?! Porque somos parecidos, Cassie! Tu queres que eu te ajude, sim! Tu queres-me tanto como eu te quero! - exclamou Damon - Não importa aonde vás, nunca vais poder fugir de quem és e do que desejas.
–Não, Damon... - neguei, numa horrível tentativa de soar determinada - Eu odeio-te...
Ele não se moveu nem um centímetro, assim como eu. Eu bem queria sair a correr dali mas o olhar de Damon conectou-se ao meu de uma maneira que seria cruel demais quebrar. Parece que estou ligada a ele, de alguma forma, por laços que a razão não conseguiria destruir e seria agora cruel demais tentar quebrar. Mas quem sou eu para dizer como ele deve viver?
–Tu própria disseste naquele beco que eu não sou uma pessoa horrível. Tu... Como... - ele parecia tão furioso que nem arranjava palavras.
Ouvimos uma tosse e afastamo-nos, rapidamente. Jeremy aproximou-se de nós e Damon arrastou-o para o lado de fora, eu fiquei. Encostei-me a uma caixa, respirando ofegante. Ouvi toda a conversa de Jer e Damon: Elena está em perigo, vão ter de matar Silas e isto leva à culpa de toda a dor que estou a sentir, que é: Bonnie não vai voltar. Por mais que eu tenha dito a mim mesma que não teria esperanças, eu tive e agarrei-a com tanta força que tenho a noção que era a única coisa que me fazia suportar a dor da sua perda e a dor de me ter tornado um monstro. Eu pensava que as coisas poderiam melhorar, mas, eu estava enganada. Comecei a ouvir umas coisas estranhas, mas não é linguagem de bruxa então , limpei todas as lagrimas indo procurar os donos das vozes, escondida. Olhei entre a prateleira e vi Damon, no meio de dois homens que continuavam a falar a mesma coisa, que não entendo. Pensei durante uns segundos e acho que devem ser os viajantes de que Silas falou. De repente Damon começou a queimar no sol, eu tapei a boca com a mão. Aproximei-me de um, por trás e mordi o seu pescoço e consegui parar, deixando-o apenas inconsciente. O outro olhou-me e começou a tentar fazer o mesmo, que estava a fazer em Damon, em mim. Não em está a acontecer nada, então ergo a minha mão e faço-o se contorcer até desmaiar. Damon levantou-se e olhou-me, eu limpo a boca e olho-o de volta.
–Fazes coisas horríveis e mesmo assim ... não te deixei morrer. - disse eu, apenas.
Vi que ele focou nos meus olhos e baixei a cabeça, deve tê-los visto vermelhos por ter estado a chorar.

~mais tarde~

Damon desligou o telemóvel depois de falar com Tessa. Eu ouvi tudo e fiquei confusa.
–Mais uma pista?! - perguntou Damon, pensando.
–Não pode! - exclamei, levantando-me do chão.
Jeremy e Damon olharam-me, curiosos.

–O quê? - perguntou Jeremy.
–Não é possível! - exclamei novamente, cogitando a ideia.
–Partilha, loirinha. - pediu Damon.
–Essa Tessa pode ser louca, mas é genial. - sussurrei para eles - Dois mil anos, indestrutível. A ancora não é uma... coisa. É uma pessoa.
Voltei-me para eles, para os olhar.
–Ela nunca matou a Amara. - expliquei.
Damon arregalou os olhos, levemente, assim como o meu primo.

~`a noite~

Assim que entrei em casa sentei-me no sofá, assim como Damon e Jeremy. Elena entrou, algum tempo depois, juntamente com Stefan. Eu levantei-me, rapidamente e fui até ao amnésico abraçando-o.
–Estás bem? - sussurrou ele.
–Tu estiveste trancado e perguntas-me se eu estou bem? - perguntei incrédula.
–Estás? - perguntou, preocupado.
Afastamo-nos e demorei alguns segundos para responder, tive de ponderar: dizer a verdade e vê-lo ter pena de mim ou mentir e vê-lo sorrir.
–Estou bem. - menti.

Tal como pensei, ele sorriu largamente.
–Vou dormir. Boa noite, Cass. - despediu-se e beijou-me a testa.
Depois foi para o seu quarto. Voltei para o sofá e sentei-me.

–Stefan vai dormir no seu próprio quarto. - festejou Elena sorrindo.
–Vitoria num dia marcado de falhas! - exclamou Damon.
Então, brindamos os três: eu, Damon e Jeremy com os copos cheios de uiqué. Elena olhou-nos confusa.
–Não conseguimos trazer Bonnie de volta. - contou Jeremy - Deixamos passar.
Os meus olhos encheram-se, rapidamente, de lágrimas. A dor no meu peito cresceu e ficou incapaz de aguentar. Bebi todo o conteúdo do copo, em um segundo.
–Eu disse algo? - perguntou Elena, olhando-o.
–Não, porque não foi. - disse Jeremy e olhamos-o.
–O quê? - perguntei, enchendo mais o copo e já meio grogue.
–Bonnie está aqui. - responder Jer.
Eu despertei um pouco e olhei à volta.
–Ela quer que não nos preocupemos. - contou o meu primo.
–Vamos continuar a tentar, Bonnie. - avisou Elena - Ainda não acabou. Já lidamos com pior.
–Silas sumiu, está por ai, livre que nem um passarinho. E Amara foi curada. O que também é mau porque agora é fácil de matar. - explicou Damon - O destino do outro lado onde Bonnie se encontra, depende de um humano que precisamos de proteger.
Eu levantei-me, já quase a largar todas as lagrimas que se acumulam nos meus olhos, e peguei na garrafa bebendo, bastante quantidade.
–Nós precisamos de proteger? - perguntou Elena para Damon.
–É Elena, Amara é a nossa nova prisioneira. - respondeu ele.
Eu coloquei-me em frente a Elena e bebi mais um gole da garrafa.
–Lembraste de à pouco dizeres: "Vamos continuar a tentar, Bonnie. Ainda não acabou"? - perguntei a Elena.
Todos me olharam e eu larguei algumas lagrimas.
–Se existe algum consolo na tragédia de perder alguém que amamos tanto, é a esperança. E ela destruiu-me, Elena. - mais lagrimas caíram dos meus olhos.
Solucei alto e afastei-me para olhar todos.
– Eu não aguento! Eu sou uma vampira... que de bom tem isso? Que de bom tem querer sugar o sangue de pessoas que me importo?! Fico terrível quando alguém me fere, mas, com certeza, eu ficaria pior se fosse eu a provocar outro... Magoar alguém é horrível!
Eu lancei a garrafa contra a parede, vendo-a partir-se em bocadinhos de vidro, recuei alguns passos pisando alguns vidros. Damon levantou-se, pronto para me agarrar e fazer-me parar. Assim, Jeremy também se levantou, como Elena. Eu afastei-me deles, pisando mais vidros.

– O que fizeram comigo? Como deixei que fizessem isso comigo?! Eu deveria ter dado ouvidos a minha mãe quando ela dizia que o mundo não era fácil, que ele te engolia e te mudava quando colocavas o pé pra fora de casa por conta própria, por si só. O que fizeram comigo? Eu quero voltar... - chorei.
Damon conseguiu alcançar-me, puxando-me parar fora dos vidros. Soltei-me dele, ajoelhando-me no chão. Jeremy lançava-me um olhar preocupada, como Elena mas não me importo, a dor é tanta.

–Eu faço qualquer coisa para esta dor parar. - sussurro.
O vampiro, que me beijou no bar, ajoelhou-se ao meu lado, como no dia em que soube da morte de Bonnie, e abraçou-me.
–Por favor, Damon. Por favor... Eu não aguento, é demasiada dor! - grito, largando mais lagrimas... sem parar.
–Shiiu... vai passar. - garantiu Damon, perto do meu ouvido.

~mais tarde~


Acordei, levantando-me rapidamente. Senti a minha cara ainda molhada. Damon deitou-me e adormeci, lembro-me e depois apaguei. Só assim não sentia dor. Levantei-me e fui até ao banheiro, olhei-me ao espelho. Olhei para o pingente ao meu pescoço e larguei uma lagrima, eu não o devia ter conseguido, não conseguiria sem Bonnie e agora ela está morta. Tirei todas as minhas roupas e entrei no duche, mesmo frio. A água começou a misturar-se com as lagrimas e eu encolhi-me a um canto, sentindo a água cair na minha cabeça. Uma ideia me passou pela cabeça: "Desligar a Humanidade". A minha cabeça achou que essa é a melhor das soluções no momento, mas as consequências acabam por piorar toda a situação. A dor atacou-me, novamente, quer dizer ela nunca se vai embora mas às vezes ataca-me mais forte. Grito baixo, só para mim. É como se as minhas emoções me estivessem a matar lentamente, como se sentir, é algo demais para mim e por isso eu preciso de desligar. A vontade está aqui, a pedir-me para desistir. E eu desisti. Senti a dor extinguir-se e com isso foram todas as outras coisas. Levantei-me do chão, sai do duche e vesti-me. Aproximei-me da cama, lancei-me para trás, fixei o olhar no teto e sorri.


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Notas finais do capítulo

Comentem já sabem



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