My Dark Side escrita por Kelly


Capítulo 24
Perda de outra pessoa //


Notas iniciais do capítulo

Alô, espero que gostem



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Anteriormente em My Dark Side:

–Magia negra é algo não puro, tal como os vampiros. Não há nada que os impeça de existir no mesmo corpo. - respondeu e assenti.
–Então... ela é uma vampira bruxa? - perguntou Stefan, falando pela primeira vez.
–Exato. Extremamente poderosa. - respondeu ela e olharam-me.
Enterrei a cabeça entre as minhas mãos.

Atualmente em My Dark Side:


~dia seguinte~

Levantei-me da cama e, rapidamente, senti todo o meu corpo queimar, então gritei alto. Senti-me ser empurrada contra a parede, na sombra e a dor foi passando. Olhei em frente e vi Damon.
–Temos de tratar do teu anel. - avisou ele, demasiado perto.
Assenti e ele foi fechar a cortina do meu quarto. Eu desencostei-me da parede e caminhei até ao meu novo telemóvel, na mesinha, pegando-o.
–Que vais fazer? - perguntou Damon.
–Ligar para Bonnie. Preciso de lhe contar tudo. Que sou uma vampira e ela pode me fazer o feitiço num anel. - expliquei, ligando.
–Eu tenho noção que lhe liguei dez vezes e ela não retornou, então tu fazes o feitiço. - disse ele, retirando-me o telemóvel.
–Eu não sei o feitiço. - avisei - Além disso ainda não falei com Bonnie desde a formatura.
–Ouve, nós vamos resolver isso, mas tenho um vampiro faminto que não se lembra de quem é para ajudar. - explicou Damon, caminhando para a porta - Não vás para o sol.
–Sim, eu queria ajudar mas como não posso vou ficar aqui a tentar arranjar uma razão para não me lançar no sol de boa vontade e morrer. - disse irónica e sincera.
–Boa menina! - exclamou e saiu, fazendo-me rolar os olhos.

~mais tarde~

Pov. Damon

Encontrei-me com Jeremy que disse onde a podemos encontrar.
–Tudo bem. - disse , chegando - Onde ela está? Liga-lhe?
–O problema é esse. Na verdade, não posso ligar-lhe. Ninguém pode. - respondeu Jer.
Eu aproximei-me confuso, e gerou-se um curto silêncio.
–Eu menti para todos durante meses e não posso continuar a mentir, sabendo que estão todos à espera que ela apareça. - explicou o pequeno Gilbert.
–Não falo o idioma de malucos. Traduz-me. - pedi irónico.
–Pensa, Damon. Eu estava morto. Não devia ter voltado. - disse ele.
–Exato. - concordei - A graciosa magia da Bonnie que precisamos agora mesmo.
–Não estás a entender! - exclamou Jeremy - A magia busca um equilíbrio. Eu não devia estar aqui.
Eu desviei o olhar e percebi que... Bonnie está morta? Não, ela não pode ter morrido.
–Não, não... - sussurrei.
–Não se pode simplesmente ressuscitar alguém. - avisou ele- Há sempre um preço a pagar.
–Não digas isso, Jeremy! - exclamei - Não te atrevas!
–Ela não foi ao funeral do pai, Damon. - contou o Gilbert - Ninguém falou com ela durante todo o verão.
–Se disseres isso, tudo na vida delas irá pelos ares. - avisei, quase suplicando - Entendes? Tudo vai mudar. Cassie é uma recém vampira... como ela vai lidar com a fome, com a dor de perder uma amiga, Jeremy?! Como ela vai suportar a dor?!
Jeremy olhou-me e depois baixou a cabeça.
–Bonnie está morta. - disse Jer.
–Mas que merda, Jeremy! - gritei - Percebes o que fizeste? Porque dirias isso?!
Virei as costas, afastando-me. Passei as mãos pelo meu cabelo.
–Eu sinto muito. - disse Jer, baixo - As pessoas precisam de saber.
Eu voltei-me para ele, cainhei na sua direção e abracei-o, pensando em como vou contar isto.

~`a noite~

Pov. Cassie

Vesti-me, para sair, e desci para o andar de baixo, vendo Damon com uma cara não muito boa.
–Que aconteceu? - perguntei preocupada.
–Stefan desapareceu. - respondeu - Estou a ir para a festa no cemitério.
–Boa, vou contigo. - respondi, seguindo-o para o carro.
Entramos e ele não disse nada sobre eu ir, apenas conduziu para o cemitério. Parou o carro e saímos.
–Separamo-nos? - perguntei e ele assentiu, nem me olhando.
–Controlaste, loirinha? - perguntou , aproximando-se.
–E se não conseguir? Eu não me alimentei hoje, Damon. - avisei, baixando a cabeça.
–Tu não... o quê? - disse alto e depois respirou fundo - Qualquer coisa, ligas-me. Imediatamente. Ok?
–Ok. - respondi e separamo-nos.
Caminhei entre as pessoas, tentando não lhes tocar ou ouvir o sangue ser bombeado. Vi Stefan de costas e caminhei até ele.
–Stefan? - chamei e voltou-se, olhando-me.
–Cassie Gilbert, uma das minhas melhores amigas. - disse ele - Tive de curar um homem que quase matas-te e salvei-te de seres queimada.
–Lembravas-te de mim? - perguntei sorrindo.
–Damon disse-me antes de seres transformada e vi umas fotos. - respondeu, analisando-me - Mas quando te vi no beco... percebi que és mais gostosa pessoalmente.
Sorri, assentindo e quase rindo.
–Desculpa, estou um pouco bêbado. - explicou.
–Já percebi... - disse, sorrindo e aproximei-me - Estás bem?
–Se com isso queres dizer que estou esquecendo o estripador, estou ótimo. - respondeu.
–Cassie Gilbert, caloura! - exclamou alguém e virei-me, vendo Jesse - E desaparecida!
Eu arregalei os olhos, levemente e sorri. Senti um cheiro estranho.
–Jesse, por aqui? - perguntei, ignorando.
–A Caroline trouxe-me. - respondeu e eu sorri maliciosa.
–Boa! - exclamei e olhei para Stefan de relance - Podes dar-nos uns minutinhos? Depois encontro-te mais a Caroline.
–É uma boa ideia, posso sentir que cortaste a mão esquerda com papel, e quero arrancar o teu braço. - ameaçou Stefan.
Eu percebi de onde vem o cheiro delicioso e ... oh meu deus! Olhei para Stefan.
–Stefan! - exclamei, chamando-o à atenção.
–Vais dizer que também não queres, Cassie? - perguntou.
Eu fechei os olhos, respirando fundo como Caroline disse. Aproximei-me um pouco de Jesse e olhei-o nos olhos.
–Vai-te embora. Esconde-te. - compeliu.
Ele sorriu e virou-se indo embora. Voltei-me para Stefan, novamente.
–Sei que estás com fome, eu também estou, mas não te alimentes das pessoas, nunca acaba bem, contigo. - expliquei, aproximando-me - Nós podemos nos ajudar. Eu vou estar contigo Stefan, eu prometo.
–E as bolsas de sangue? - perguntou - Podemos tentar alimentar-nos de algumas. Tens alguma?
–Damon trouxe no carro, vem comigo. - respondi.
Virei as costas e esperei que ele me seguisse. Olhei para trás, mas nada de Stefan. Fechei os olhos, passando as mãos nos cabelos loiros. O meu telemóvel começou a tocar.
–Alô. - atendi.
–Cassie, eu não sei o que se está a passar, mas por um motivo estou na cripta do cemitério, e não faço ideia do porquê. - disse Jesse - E não encontro Caroline.
Só ouvi um tipo de rugido e depois mais nada. Corri, na velocidade normal, por entre as pessoas até à cripta.
–Stefan para! - gritei, arrancando-o do pescoço de Jesse.
O rapaz que conheci na faculdade caiu no chão, eu olhei-o e depois senti o cheiro do sangue.
–Este não és tu, certo? - perguntei para Stef - Podes não te lembrar, mas eu lembro-me. Tu és melhor do que isto. Tu não és assim. Tu és bondoso, Stef.
–Eu preciso de ir. - disse ele, recuando.
–O quê?! - exclamei.
–Tenho de ir. - repetiu, caminhando para fora.
–Stefan! - chamei, mas ele ignorou-me.
Olhei para Jesse e vi uma poça de sangue perto do seu pescoço. Senti as presas se mostrarem e depois as veias aparecerem. Ajoelhei-me ao lado dele, e coloquei um dedo na poça, ficando com ele sujo de sangue e passei-o no meu lábio. Estou cheia de fome, percebo.
–Cassie! - exclamou alguém e voltei-me vendo Caroline - Foste tu?!
Levantei-me, afastando-me enquanto Caroline morde o seu pulso e pressiona-o contra a boca de Jesse. Olhou-me e eu baixei a cabeça.
–Não fui eu. - respondi.
–Foi Stefan? - perguntou, olhando para o rapaz.
–Sim. - respondi - Mas ele vai melhorar, Car. Ele vai.
Caroline assentiu.

~minutos depois~

Pov. Autora

–Não serei um estripador compulsivo. - avisou Stefan, depois de queimar os seus diários - Cassie disse que estaria lá para mim e eu confio nela.
Pegou na mala e passou por Elena e Damon.

Pov. Cassie

O meu telemóvel tocou e peguei-o, caminhando para sair da festa.
–Cassie?
–Sim. - respondi.
–Onde te meteste? - perguntou Damon - Procurei-te por todo o lado e já vi que pelos vistos encontraste Stefan.
–Sim e perdi-o outra vez. - avisei - Onde estás? Estou esfomeada.

Senti os meus olhos se encherem de água.
–Ouve, eu vou-te buscar... afasta-te das pessoas. - avisou Damon.
Desliguei o telemóvel e encostei-me a um tronco, bastante afastado de tudo. Abracei os meus joelhos, limpando qualquer vestígio de lagrimas. Ouvi passos e olhei para cima, vendo uma rapariga caminhar na minha direção.
–Eu quero estar sozinha. - avisei, levantando-me e caminhando.

–Mas existem pessoas perigosas por aqui. - disse a rapariga, seguindo-me - O meu nome é Anne.

–Sim, e eu vou ser uma delas se não me deixares, Anne. - disse preocupada com a rapariga.
Senti uma mão no meu ombro, voltando-me: a rapariga. O som dos batimentos cardíacos dela encheram a minha mente, o som do sangue a ser bombeado.
–Só preciso de um bocadinho... - sussurrei, esfomeada.
–O quê?! - exclamou Anne, confusa.
Olhei nos olhos castanhos dela e senti as minhas presas se mostrarem. Anne olhou-me assustada.
–Não grites. Não te movas. - compelia - Desculpa, Anne.
Não controlei mais e mordi o seu pescoço, sugando o sangue e diminuindo a minha fome, que era enorme. Parei, com muito custo. Olhei nos olhos, novamente.
–Corre. - compelia.
Vi-a correr de mim como se eu fosse algum monstro e percebi: eu sou um monstro. Virei-me de costas, vendo Damon olhando-me. Limpei a boca, respirando fundo.
–Já passou a fome? - perguntou ele.
–Não. Só aliviou, Damon. - respondi e aproximei-me - É como se doesse.
–Vamos! - exclamou, guiando-me para o carro.
Entramos e ele passou-me uma bolsa de sangue. Abri, no sitio da abertura e coloquei na boca, fechando os olhos e apenas sugando. Acabei a bolsa e ajeitei-me no banco.
–Obrigada. - agradeci.
–Estás bem, Cassie? - perguntou, parecendo preocupado.
–Eu acho que vou ficar bem. - respondi - Agora, temos é de ajudar o Stefan.
Ele parou o carro, saímos e entramos na mansão dos Salvatore. Elena subiu as escadas e parecia ter estado a chorar.
–Que aconteceu com a minha prima? - perguntei, preocupada.

Damon não respondeu e eu sentei-me no sofá.

–Bonnie ainda não retornou as minhas chamadas. Porque ela não nos retorna? - perguntei- Não é do feitio dela.
–Cassie, Bonnie não nos pode ajudar. - disse Damon.
–Falaste com ela? - perguntei ansiosa, levantando-me - O que ela disse? Ela pode ajudar-me com o Stefan. Ela tem sempre um jeito.
Damon aproximou-se de mim, colocou as mãos nos meus ombros e olhou nos meus olhos.
–Bonnie está morta, Cassie. - disse ele.
–O quê?! - exclamei.
–Ela morreu. - repetiu Damon e afastei-me dele - Sinto muito.
Tudo o que eu conhecia desabou, as lagrimas afetaram a minha visão, quase me cegando.

Eu senti vontade de correr, de fugir, de me esconder, ou de ir embora, qualquer coisa assim. Mas lembrei-me que onde quer que eu vá, minha dor irá comigo. De repente, perco força nas pernas e caiu de joelhos no chão. Senti as lagrimas, finalmente, rolarem pela minha cara, sem fim. Coloquei uma mão na boca e larguei um grito que saiu abafado. Damon ajoelhou-se à minha frente e apertou-me contra o seu peito. Sinto tanta dor, mas tanta dor.
–Sinto muito. - repetiu ele.

~dia seguinte~

Olhei-me ao espelho e ajeitei o vestido preto, nas alças. Prendo o cabelo loiro, de qualquer maneira, e limpei uma lagrima que escapou. Procuro o meu telemóvel. Olho para a porta e vejo Damon, que se aproxima mas continuo a procurar.
–Eu devia ser forte, devia ter aprendido a lidar com isto, já perdemos Jeremy. Mas... eu não consigo. - exclamei, limpando mais outra lagrima - Não posso continuar a fazer isto, Damon. Bonnie está morta, eu sou uma vampira sedenta por sangue. Ela abriu mão da sua vida por nós e eu nem sabia.
Desisto de procurar o meu telemóvel e solto o meu cabelo, passando as mãos, desesperadamente, por ele. A dor acumula-se, novamente.
–Eu sei. - disse Damon, aproximando-se mais e agarrando os meus braços enquanto choro.
–Não posso acreditar que isto está a acontecer! - exclamei, sendo abraçada por Damon - Não acredito que Bonnie está morta. Dói tanto, tanto.
–Sinto muito, Cassie. - sussurrou ele - Sinto, mesmo, muito.

~minutos depois~

Sai do quarto, depois de ajeitar o cabelo e desci para o andar debaixo, e de seguida para a rua. Sinto o sol incindir sobre mim e desta vez não queimo, olho para o anel no meu dedo. Jeremy trouxe-me o livro de feitiços hoje, cedo, e arranjou-me um anel. Caroline aparece à minha frente, sorrindo fraca e entramos no carro dela. Ela leva-nos ao encontro de Stefan, para vermos como ele está. Ela fala com ele, eu apenas observo calada.
–Já volto. - avisou Car e sai da casinha.
–Oi. Como estás a sentir-te? - perguntei preocupada, falando pela primeira vez.
–Estou melhor, o que no meu mundo significa que não matei ninguém desde a ultima vez que te vi. - respondeu, ainda de costas para mim e sorri fraco - Pensei em muita coisa hoje, vários lugares para ir, e este parecia ser o mais apropriado para vir.

Stefan voltou-se, ficando de frente para mim.

–O que se passou? - perguntou ele.
–É a Bonnie. - respondi - Minha amiga. Nossa amiga. Ela morreu.
Quando acabei de falar, senti os meus olhos se encherem de água. Stefan desviou o olhar por uns segundos.
–O que aconteceu? - perguntou, depois de um curto silencio.
–Não perguntes, porque senão terei de responder, e terei que pensar sobre isso, e vou começar a chorar. - expliquei, tentando controlar as lagrimas - Acho que não conseguirei parar.
Stefan baixou a cabeça e eu sentei-me num banco, à minha direita sendo imitada pelo vampiro esquecido.
–Sinto muito. - confessou Stef- Eu... Queria poder lembrar-me dela.
–Eu não sei. Parte de mim deseja muito apenas trocar de lugar contigo. - confessei, também- Porque sem todas as memorias, talvez isto não doesse assim... tanto.
Senti o olhar de Stefan.
–Está tudo bem, tu agora sentes as coisas mais intensificadas. - disse ele e eu olhei-o, abanando a cabeça em negação.
–Não, não está. Nunca mais a vou ver e não tenho ideia de como lidar com isto de ser vampira. Eu... - respondi, com a voz embargada - E agora?! Devo aprender a viver assim? Como posso fazer isso, quando só tenho esta dor e esta tristeza e talvez, esta raiva e...
–A mim. - interrompeu Stefan e eu olhei-o - Tens-me a mim, Cassie. Tu estavas lá por mim, ontem à noite. Parece-me que estás sempre lá.
Stefan colocou a sua mão sobre a minha e sorri, fraco.
–Então, deixa-me ajudar-te. Deixa-me estar aqui por ti. - pediu, olhando nos meus olhos - Ok?


~mais tarde~

Eu, Caroline, Elena, Damon, Matt e Jeremy atravessamos a floresta e paramos junto a um tronco. Cada um de nós tem algo a mão, algo para deixar ali por Bonnie. Jeremy coloca uma moldura, e recua , colocando-se de frente para nós. Caroline avança e deixa no tronco uns pompons da claque e recua também, voltando para o meu lado. Sinto os meus olhos se encherem de água, pela sei lá quanta vez hoje e deixo-as rolarem. Matt avança a seguir, deixando um apito e recuando, como os outros, com lagrimas nos olhos. Elena vai a seguir e deixa um monte de penas e, também, recua chorando. Damon vai à frente e deixou o seu livro de feitiços. Todos me olham, esperando que me chegue à frente, então caminhei lentamente, e a cada passo que dou a dor aumenta mais e mais. Estendi a peruca de cor castanha e deixei-a no tronco.

Flashback on:
Depois de Cassie voltar da casa de banho, todas se limitaram a rir.
–Só podem estar a gozar.- falou a loira que se encontrava com uma peruca, comprida e de cor castanha escura com franja, que lhe ía até a meio das costas, e trajava de um vestido preto elegante juntamente com um casacão da mesma cor.
–Pões o lenço e ele não te vai conhecer. Ninguém vai. - disse Bonnie, rindo e a Caroline completou:
–Sexy. - todas começaram a rir.

Flashback off :

As lagrimas cegaram-me, novamente e comecei a soluçar. Recuei alguns passos e fui até Elena e Caroline, abraçando-as em conjunto. Separamo-nos e eu fechei os olhos por uns segundos, para parar de soluçar, mas não resultou. Jeremy pegou num sino.
–Nós tocamos este sino em tributo à Bonnie, para lembrarmo-nos dela... - disse o meu primo e ouviu-se o som do sino - Não sei mais o que dizer.
Eu tentei chorar mais alto, mas não consegui, simplesmente solucei mais alto. Vi Damon me olhar de relance, parecia que estava pronto para me segurar se eu caísse aqui mesmo.
–Ela disse que não vai a lado nenhum, que esteve aqui o tempo todo. Bonnie tem-vos visto tendo o verão das vossas vidas. Ela viu-vos felizes e quer que tu, Elena, tenhas uma vida normal. - transmitiu Jeremy e continuou a fazê-lo para cada um deles.
Eu esperei que houvesse algo que Bonnie me quisesse dizer mas não disse nada, nada que Jeremy tenha transmitido. A cada palavra que o meu primo falava era mais uma lagrima a rolar pela minha face.
–Tyler. - ouvi Jeremy dizer.
Todos nos voltamos, vendo Tyler emergir do meio das arvores, e Caroline ir até ele, abraçando-o. Ele foi até ao tronco e deixou uma rosa branca. Todos se foram dispersando do sitio, até que sobrei eu, Jeremy e Damon. Eu voltei as costas, pronta para ir.
–Cassie! - exclamou Jer e eu voltei-me - Bonnie quer dizer-te algo.
Assenti, largando algumas lagrimas. Caminhei até ao seu lado, assim como Damon.
–Ela não está desiludida, Cassie e sabe que tu não queres ser isso, uma vampira. Que isso te está a consumir aos poucos, que pensas que tens de estar aqui para todos e que estás com dificuldades em ultrapassar isto tudo, Cass. - transmitiu Jeremy e eu tapei a boca com a mão - Bonnie diz que nunca conheceu alguém com tanto amor em seu coração, com tanta bondade. Ela quer que arrumes as tuas coisas e voltes para a faculdade. Que acima de tudo oiças o teu coração.
Eu senti todas as minhas forças, simplesmente, evaporarem. Eu juro que ia cair mas senti-me ser agarrada por alguém: Damon. Ele encostou-me ao seu peito. Olhei para Jer que largou algumas lagrimas.
–Ela ama-te. - disse baixo.
Eu escondi a minha cara no pescoço de Damon, provavelmente molhando a camisa dele com as minhas lagrimas, que são tantas. Continuei a soluçar, sem parar.

~à noite~

–Toma. - disse Damon e peguei a bolsa de sangue, que ele estendeu na minha direção.
O cheiro invadiu a minha mente e segui o meu instinto, abrindo-a e bebendo todo o conteúdo em segundos. Larguei-a e limpei a boca, ajeitando-me no sofá.
– Como estás? - perguntou ele, sentando-se ao meu lado.
–Eu já não tenho mais forças. - respondi, muito baixo, olhando para o lume, na lareira- A dor que sinto é tão grande, que chega a assustar-me.
–Eu não sei o que dizer, loirinha. - confessou Damon.
–Só diz-me… - a minha voz embargou-se. - Quando para de doer?
– Às vezes, nunca. - respondeu e pareceu-me sincero.
O que estou sentindo não é bem tristeza, é dor. Aqui dói, e não é um eufemismo. Dói como uma surra horrível. Olhei para Damon e ele retribuiu o olhar. Nesse momento senti uma terrível vontade de beija-lo e ele, para (não) ajudar levou a mão à minha cara, retirando um cabelo loiro e colocando-o atrás da minha orelha.
–Vou dormir. - aviso, afastando-me e levantando-me do sofá.
Damon fica sentado enquanto caminho para as escadas. Paro antes de subir e olho-o, então ele olha para trás, para mim. Desvio o olhar. E eu corri, para o meu quarto, para não me entregar, às loucuras, que me levam até ele, que me fazem esquecer, que eu não posso chorar.


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Notas finais do capítulo

Comentem, ok? Podem dar ideias *o*
Bjs



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