Dear Unknown escrita por 01


Capítulo 3
Capítulo 3 - Carteiro bêbado ?


Notas iniciais do capítulo

Naomi recebe a resposta a sua carta, e fica surpresa ao ver que a carta havia sido entrega na casa errada.



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Eu recebi uma resposta a minha carta. Nem olhei o que havia escrito no envelope, abri logo, tamanho era meu nervosismo. Precisava saber que soluçao Sayuri havia arrumado.

Me surpreendi ao ver que o carteiro havia errado de casa, e principalmente pela idade da jovem que a respondeu. Quem diria que adolescentes escrevem cartas? É algo tão... Hoje em dia com a tecnologia, celulares, internet, eu podia jurar que ninguém abaixo dos trinta anos escreveria uma carta. Claro, eu era exceção, mas meu caso era "especial".

Li a carta com atenção. Era uma carta pequena, mas bem escrita, com uma letra linda e caprichada. Era bem diferente da carta que eu havia mandado, às pressas, com uma letra rabiscada e manchas por causa da caneta que estava acabando. Comprei uma caneta nova. Verde. Gosto de verde. A caneta com a qual a resposta havia sido escrita era laranja.

Eu prestei bem atenção em cada detalhe da carta, e tudo me pareceu tão caprichado e organizado! Seria Momo alguma ricassa? Daquelas  que vivem andando com caras engomadinhos? E que tinha várias empregadas? Eu não sabia. Momo me parecia ser uma pessoa simples, apesar do capricho.

"Momo-san,

Admito que adorei a forma como começou a carta. "Querida Desconhecida" é perfeito para nossa situação. Como eu odeio tratar as pessoas com formalidade, façamos de conta que já somos intimas.

Momo-chan, me surpreendeu a sua idade. Eu não acreditava que pessoas abaixo dos trinta anos fossem escrever cartas, mas claro sou exceção (por pouco, já que tenho 29 anos). Você me parece muito interessante, e claro que aceito sua ajuda.

Alias, o desgraçado do carteiro estava bêbado? Dopado? Eu mandei a carta para Sendai! Como foi parar em Osaka? Céus!

Acho uma graça essa coisa de acreditar em sinais, mas eu não acredito. De qualquer forma, ao menos encontrei você para me ajudar.

Momo-chan, o "espancador" parece ter atacado novamente. Ontem a noite a bolsa da Sra. Yume foi encontrada próximo a um beco no centro da cidade. Mais tarde passou no telejornal que uma amiga minha foi espancada no meio da rua, indo prum bar. Ela disse que o "espancador" foi rápido e deu uma pancada na cabeça dela com a tampa de uma das lixeiras públicas.

Ah, e quanto a Yume-san, ela foi espancada com pantufas (foi a primeira coisa que o idiota usou), depois ele tentou usar o travesseiro, mas não funcionou, e por ultimo quebrou um vaso de flores na cabeça dela (foi isso que fez o estrago. Poxa, eu adorava aquele vaso!).

A Yume foi breve, ela disse que ele era muito rápido. Então eu acho que os dois "espancadores" são um só, e uma de suas características deve ser atacar com o que estiver mais perto.

Ah, e quanto ao filme, preste bem atenção na parte do ferro de passar. Quando o torturador joga ele na barriga da vítima, ele faz uma cara engraçada, e enquanto chora a vítima parece estar rindo. Humor macabro tem lá seu lado engraçado.

Alias, você devia falar um pouco de você. Momo-chan parece ser uma criatura interessante. Você estuda? É novinha, deve estudar. Eu estudei até os 20 anos. Daí fiz um curso de teatro. Mas não segui carreira alguma. O sakê me seduziu e eu casei com ele. Você já ficou bêbada? Se já ficou, deve conhecer a sensação de alegria do momento.

Eu passo 50% do meu dia bêbada e não me arrependo. Sou uma sakêzeira compulsiva? Sim, e com orgulho! Agorinha mesmo eu estava tontinha. Mas com umas pastilhas de menta eu rapidinho volto ao normal. É estranho, mas comigo funciona. Alias, as pastilhas estão acabando... E o sakê também.

Droga. De qualquer forma, não sou casada e não tenho emprego fixo. As vezes faço faxina, as vezes me meto em teatros... Minhas contas são tão baratas (claro, já que mal fico em casa) e eu só preciso limpar a casa de vez enquando, quase nem como aqui. Eu só venho pra cá quando tenho problemas, ou quando preciso dormir. Dormir em qualquer lugar não é bom. Eu já experimentei. Perdi meus sapatos numa dessas noites pelas ruas. Nunca mais achei. Opa... As pastilhas acabaram. Vou lá comprar mais pastilhas, e claro, depois vou passar num bar.

Abraços.

Naomi."


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