Não, Eu Não Sou Essa Sua Bianca di Angelo. escrita por Little Owl


Capítulo 22
Epílogo parte 1


Notas iniciais do capítulo

Sim, depois de um ano. Sentiram saudades? Estou de volta. E epílogo ficaria muito grande, então vou dividir em duas partes. Uma, posto agora e outro, em algum tempo (muahaha) divirtam-se! está dividido em quatro momentos especiais para Angelica.



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– 2 anos. -

Posso continuar falando sobre minha história, mas temo que isso demore muito.

Tenho quatro momentos especiais para lhe contar, quatro momentos que podem responder suas ultimas perguntas.

Primeiro, sobre ser caçadora. Acho que você está curioso sobre isso. Vou começar por aí, preciso resumir dois anos, então, lá vamos nós.

Vou precisar da sua imaginação, tudo aconteceu em cerca de 3 minutos, foi tudo muito rápido. Se te ajudar, leia isso enquanto escuta The Phoenix do Fall Out Boy. Se você ler no ritmo da música, então ficará perfeito.

Imagine uma floresta vista do alto, agora a câmera dá um zoom até chegar ao chão e o primeiro monstro chega pulando por cima de uma árvore caída e logo em seguida chegam os outros, agora as caçadoras correndo atrás, atiro com meu arco as flechas, atingindo alguns cães, vejo as caçadoras no chão empunhando espadas, lutando com os cães infernais. Os cães maiores que carros, todos raivosos e com fome. 20 caçadoras das mais vorazes, as espadas parecem brinquedos em suas mãos, flecha após flecha saem sem parar do meu arco. Mordidas e arranhões vindas dos cães. Latidos e gritos competem entre si. Cães explodem em pó enquanto morrem. Isso parece que me fortalece ainda mais. Continuo atirando com meu arco. Parecem ser 50 cães infernais. Tenho mais 3 caçadoras com arcos.

Estamos nos galhos, atirando de cima, temos a vista de toda a batalha. E então a morte chega com seu cheiro de enxofre. Vejo um cão pulando em cima de Jade, mordendo seu pescoço e lhe tirando a vida. Atiro uma flecha bem no olho desse cão e ele explode em pó. Pulo de galho em galho para acompanhar a batalha. Posso me sentir mal depois, mas a morte me fortalece. Sinto me invencível, se eu morrer agora, tudo bem, estou fazendo algo que gosto.

Pulo para um outro galho e já preparo me para atirar. Um dos cães me vê e pula em minha direção, estou em um galho a 12 metros do chão, e incrivelmente o cão crava suas garras na árvore a 7 metros do chão. Ele mostra seus grandes dentes do tamanho de um dedo meu, e afiados como lanças. Armo meu arco, mas estou em um ângulo ruim para acertá-lo. Ele arrisca-se e pula, ficando 2 metros mais próximo de mim. 3 metros me separam dele, ainda estou em um mau ângulo. Olho rapidamente em volta, tenho um galho a 5 metros a minha esquerda para escapar, volto meu olhar ao monstro, ele está preparando-se para pular novamente. Sem pensar pulo para o galho, errando por 40 centímetros. Caio desesperada, tentando me agarrar em algum lugar, um galho, me agarro em um galho 5 metros abaixo. Tento, rapidamente me recuperar do choque. Respiro fundo, estou bem. Olho em volta, o cão está no galho onde estive momentos antes.

Armo a flecha e atiro. Acerto no ombro, deixando-o desequilibrado, caindo dos 12 metros e explodindo em pó no chão. A batalha ainda continua, armo meu arco e atiro no olho de mais um cão infernal, mandando-o para o tártaro. Os cães estão diminuindo, sobraram 5 cães. 3 flechas são cravadas na cabeça do mesmo cão, ele iria atacar Beth, mas explodiu em pó. Os dois últimos cães são encurralados, agora com medo. Um era todo negro, e o outro era malhado. O negro era definitivamente maior e mais ameaçador. É ele, pensei.

Os três minutos se passaram. Preciso lhe explicar o que está acontecendo. Pause a música, ou se quiser, ouça Iridescent do Linkin Park.

Uma onda de ataques de lobos estava aterrorizando uma pequena cidade no norte de Arizona, e isso chamou a atenção das caçadoras. Pesquisamos sobre isso e resultamos em um grupo de cães infernais, o estranho era que pareciam ser controlados por um líder com intenções humanas, por exemplo, o grupo de cães só atacavam instituições contra o cigarro, e pesquisando mais a fundo percebemos uma empresa em especial sendo prejudicada, uma empresa de cigarros localizada ao norte de Arizona. Espionando, vimos apenas um homem junto aos cães infernais. Frederick Harrison, era o dono da unica empresa de cigarros da cidade. E ele estava na nossa frente. Frederick tem o poder de se transformar em cão infernal, ele é um semideus amaldiçoado. E seu filho, o pequeno cão infernal malhado estava com ele.

– Renda-se. - Gritou Sarah. Ela estava liderando nosso grupo. Era bem ameaçadora para alguém com aparência de 10 anos.

Continuei com meu arco apontado para Frederick.

– Renda-se, agora! - Gritou Sarah novamente.

– Não! - urrou o animal com voz humana, meio deformada.

Frederick era um semideus filho de Hécate, que se transformou em cão infernal para conseguir entrar no reino de Hades e roubar o elmo das sombras, pois estava sendo influenciado por Gaia. E então, quando Hades o descobriu o transformou em um cão infernal permanente.

– Renda-se agora, ou morrerá! - Sarah grita para ele, furando o chão a 3 centímetros do pequeno filhote.

O filhote, ainda mais assustado, recuou até encostar no pai. E Frederick se posicionou entre o filho e a caçadora. Mais 5 caçadoras se aproximaram, com as armas apontadas.

– Renda-se, agora.

E o cão infernal pareceu se decidir, desfez sua posição agressiva e pareceu se ajoelhar. E foi aos poucos mudando de forma, os pelos caíram de seu corpo, ele diminuiu de tamanho, seu rabo encolheu até virar nada, suas feições foram se transformando em humanas, e em questão de segundos, um homem estava deitado no chão da floresta.

Uma das caçadoras jogou uma túnica preta em cima dele, para que ele pudesse se cobrir.

– Amarrem-no, - disse Sarah, - Vamos leva-lo para julgamento perante Lady Ártemis.

Frederick não tentou se soltar, foi preso com algemas mágicas, e seu filho foi amarrado com uma coleira e uma focinheira.

Pulei de galho em galho até chegar no chão e me juntei às outras caçadoras. Nenhuma estava muito feliz, Jade, Rapha e Nany foram mortas pelos cães infernais. Realmente um cheiro de morte pairava pela floresta. Mas eu não conseguia chorar por elas, eu não as conhecia direito. Me aproximei de Jade e coloquei um dracma de ouro em cada olho fechado, ela precisará disso para pagar Caronte, coloquei dracmas nos olhos de Rapha de Nany também. Sei que elas irão para o Elísio, e tive uma pontada de inveja.

Sem dizer nada a ninguém, me afastei um pouco delas e armei meu arco, caçar me deixava calma. Com leveza nos pés, me aproximei de um coelho a uns 50 metros de onde tudo aconteceu, acertei o coelho entre seus dois olhos, não precisei andar muito para caçar mais 3. Voltei depois de um tempo com 5 coelhos amarrados na cintura, as caçadoras montaram acampamento não muito longe dali, e me juntei a elas para uma noite de descanso.

E é assim minha vida na caçada. Eu adoraria contar para você cada dia de ação que tive, mas meu tempo está acabando. Ainda tenho mais 3 momentos importantes para lhe contar.

Em um bela noite na caçada, 1 ano e meio depois de me juntar às caçadoras, eu estava no meu saco de dormir, pronta para cair no sono, quando eu coloco a mão no bolço interior da minha jaqueta, o que fica bem em cima do coração, pego uma pequena estátua de Hades, a estátua que Bianca di Angelo, ou eu há muitos anos e outra vida, arriscou-se para pegar no ferro velho dos deuses e acabou morrendo, a estátua estava velha e descascando, mas carrega-la comigo é como carregar um pedaço do Nico.

Não consegui dormir nessa noite, algo inquietava-me, Mariana estava dormindo profundamente ao meu lado, mas eu não consegui pregar os olhos. O acampamento estava em silêncio. Me levantei sem fazer um único ruido, e deslizei para fora da barraca. A noite estava clara e sem nenhuma nuvem, as estrelas brilhavam forte e a lua estava cheia. As fogueiras estavam todas apagadas, o acampamento fora montado em um clareira grande, e a floresta depois do limite da clareira estava escura e sombria. Peguei minha adaga que estava em um canto e me dirigi à floresta.

Agora, se você quiser, leia ouvindo Say Goodbye do Skillet.

Continuei andando. Algo chamou minha atenção, um movimento. Dei um passo em direção à floresta e me vi encarando um homem. Era jovem, alto e magro, com cabelos pretos e um pouco grandes, era pálido e tinha uma expressão sombria, parecia ter por volta de 26 anos, usava um casaco velho de aviador e uma camiseta com uma caveira por baixo, um anel de caveira cintilava em seu dedo, uma espada de ferro estígio pendia de seu cinto, um sorriso tremulava no canto de sua boca.

– Nico. - Eu disse, quase em um sussurro.

– Bia. - Ele respondeu, em um sussurro.

Me contive para não gritar, chorar e correr para o abraçar.

– Vamos conversar? - Ele perguntou, sua voz estava um pouco rouca.

Acenei com a cabeça e ele deu um passo para dentro da floresta e eu o segui. Andamos por um tempo em silêncio, esperando se distanciar o bastante para que ninguém nos ouça, e depois de um tempo, chegamos na beirada de um rio.

Quando chegamos, eu não aguentei, o abracei. Ele pareceu não reagir no começo, mas logo me abraçou de volta. Ele estava maior do que eu, muito. Mas ainda era meu irmão mais novo.

– Você até parece minha irmã mais nova. - Ele disse, quando nos soltamos.

– Se contar minhas duas vidas, eu sou mais velha que você. - Eu disse.

– Senti saudades. - Ele disse.

– Eu também.

– Por onde esteve? - Perguntei.

– Eu ando muito pelo mundo inferior ultimamente. E Quíron me pediu a algum tempo para ensinar aos outros filhos de Hades como viajar pelas sombras.

– Eu adoraria ter aulas também. - Eu disse. - Da ultima vez que tentei viajar pelas sombras não deu muito certo.

Ele sorriu. Acho que eu sou uma das poucas pessoas do mundo que já viu esse sorriso.

– E eu adoraria te ensinar. - Seu sorriso ficou um pouco triste.

– Sabe, - eu disse. - Eu ainda não sei qual foi o destino que os deuses me escolheram, um tão importante que me fez voltar à minha vida antiga e sacrificar um amor e uma vida diferente, mas tem uma coisa, uma pequena coisa que fez com que eu morresse uma vez.

Coloquei a mão no bolço do casaco e peguei a pequena estátua de Hades.

– Talvez seja tarde demais para te entregar isso, acho que você está grandinho para essas coisas, mas quero que fique com isso.

Peguei sua mão, e coloquei a pequena estátua.

– Essa era a única que estava faltando. - eu disse.

E, mesmo que dentro de mim, eu esperei que os deuses me libertassem, desejei que fosse só isso que eu tinha que terminar.

Mas nada aconteceu.

– Oh, Bia. - Nico segurou forte a estátua.

– Eu te prometi. Quando eramos pequenos, prometi que te daria a estátua de Hades.

– Eu... eu preciso ir. - Disse Nico, se recompondo. - E você também precisa ir, para junto das caçadoras.

– Eu ainda não me sinto no meu lugar. - Eu disse.

– Eu também não, não sei se temos um lugar onde nos queiram. Eu vou passar um tempo no mundo inferior. Dê um abraço na Thalia por mim?

Ele me abraçou. E estava indo em bora, mas eu o chamei.

– Espera.

Ele se virou.

– Nico, eu estou com uma sensação estranha.

– O que? - Ele perguntou, preocupado.

– Nico, e se acontecer alguma coisa? e se eu nunca mais te ver?

– Não diga isso. - Ele chegou mais perto.

– Nico, eu estou sentindo que a minha vida está acabando. É uma sensação estranha.

– Você pode controlar?

– Não, mas não se preocupe é como se eu estivesse chegando perto da paz.

– Bia, eu... eu não sei se consigo te perder novamente.

– Você não vai me perder, eu ainda vou estar por perto. - Abracei ele. E senti lágrimas pingando no meu ombro. - Somos filhos de Hades, eu posso te visitar e você também pode me visitar.

– Bia, não vá.

– Não vou agora, só sinto que está perto. - Segurei seus ombros. - Você é um herói, seja forte. Isso não é um adeus. Lembre-se dos bons momentos, só peço que nunca me esqueça e assim vou continuar viva dentro de você. A morte é só um começo.

Abracei uma ultima vez.

E assim, eu me despedi de Nico di Angelo. E assim ele se foi. Tantas coisas por dizer, que talvez nunca serão ditas. Tavez essa seria a ultima vez que nos encontraríamos.

Voltei ao acampamento, ainda estava tudo quieto, mas alguém estava sentada ao lado de uma fogueira acesa.

Me sentei ao seu lado.

– Ele está bem? - Ela perguntou.

– Se sente só. - Eu disse. - Te mandou um abraço.

– Queria ter ido atrás de você, faz tempo que não o vejo. - Thalia mexeu nas brasas com um graveto.

Girei meu anel no dedo, pensando no Jimmy.

– A eternidade é muito tempo. - Eu disse.

– Demora mais se você ficar pensando nela. - Thalia me disse. - Com o tempo você aprende a viver um dia de cada vez.

Ficamos em silêncio por um tempo.

– Era uma vez, um casal. - Eu disse. - Ele estava morto e ela era imortal.

– irônico, não? - disse ela.

– Sabe, - eu disse. - alguns dizem que só a morte separa o amor, mas no nosso caso é ao contrario, só a morte juntará o amor.

– Ser semideus não é fácil.

– Não mesmo.


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Notas finais do capítulo

EAÍ? Gostaram? ainda faltam mais dois momentos especiais para Angelica. Comentem! deem uma olhada no meu instagram de fanarts @drawingpercyjackson
Beijos da sua escritora Jen