Percy dirigiu até a casa onde moravam. Annabeth me fez algumas perguntas. Nós conversamos, eu só respondia com palavras pequenas, sim, não, um pouco, talvez.

Quando o carro parou, Annabeth me incentivou a descer.

– Vamos, querida. Não tenha vergonha.

Entrei na casa junto com eles, o terreno era grande, tinha três andares, e era de madeira. Annabeth segurou minha mão e me levou para conhecer a casa. Mostrando cômodo por cômodo. Ela foi muito gentil. Mostrou meu novo quarto, era muito bonito, bem diferente do orfanato. Percy comentou que foi Annabeth a arquiteta da casa.

– Angelica, se importa se chamarmos dois amigos nossos? - perguntou Percy.

– não.

– Percy, não acha melhor esperarmos um pouco, seria muito para ela.

– Certo.

O resto do dia conversamos sobre como eu era, sobre eles, sobre tudo. A semana seguinte foi tranquila, eu estava me acostumando a eles. Annabeth me levou pra fazer compras e comprou o que eu queria.

Acabei de perceber que não me apresentei direito. Meu nome é Angelica, tenho 11 anos, meu cabelo é preto e curto, tenho sardas pela pele branca. Sou bem tímida. Não tenho muitos amigos. tenho 1, 50 de altura. Nunca conheci meus pais, eles me entregaram em uma cesta na porta do orfanato, escrito: "seu nome é Angelica, uma menina especial, espero que cuidem bem dela." Acho que só tenho isso a dizer.

No 10º dia, Annie disse que uma amiga as iria visitar.

– Anjo, querida - Percy e Annie me chamavam de Anjo. - Uma amiga nossa vem aqui em casa. O nome dela é Rachel.

Umas horas depois a campainha tocou.

– Percy, Annie, ha quanto tempo? Acho que não nos vemos desde aquela visão minha. - depois ela falou mais baixo, mesmo assim eu ouvi. - Encontraram ela? Quantos anos tem?

– Venha conhece-lá, ela está na sala.

Enfim, entraram na sala, era uma mulher muito bonita, tinha a idade de meus novos pais, era ruiva, e usava uma blusa laranja e calças jeans rasgadas.

– Oh deuses, ela se parece tanto! - exclamou a moça.

– Anjo, essa é nossa amiga Rachel - Percy a apresentou. - Rachel, essa é a Angelica.

– di Angelo - sussurrou Rachel. - é mesmo ela não é?

Eu estava perdida? quem era essa moça maluca? ela não falava nada com nada.

– Creio que sim, - meu novo pai disse. - ela age como a Bianca. Ela também chama pelo Nico de noite.

Do que eles estão falando? será que eles lembram que eu estou escutando tudo? Ei eu ainda estou aqui!! Que papo doido é esse?

– Ela também é meio-sangue. - disse Annie. - Achamos que é filha de Hades.

Que sangue? que Hades? Gente, eu ainda existo!!

– Mãe? - chamei em uma voz tímida.

Annabeth olhou para mim.

– Anjo, precisamos conversar. - disse ela se sentando ao meu lado no sofá. - Você conhece os deuses gregos?

– Conheço. O que tem eles?

– Eles existem. Eu e o papai somos filhos de deuses gregos. Você também é filha de um deus. Rachel é um oraculo.

E assim eles contaram a história sobre Bianca di Angelo. Sobre deuses gregos e romanos, sobre o acampamento meio-sangue, sobre a guerra, sobre as mortes. Inclusive Bianca di Angelo.

E o mais chocante. Me disseram que eu era Bianca di Angelo.