Não, Eu Não Sou Essa Sua Bianca di Angelo. escrita por Little Owl


Capítulo 10
Capítulo 10 - Uma missão.




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- Vocês precisam de uma profecia, então. - Quíron anunciou. 

Quíron, Rachel, Jimmy, James e eu estávamos na varanda da Casa Grande, a vista era linda, tinha uma visão ampla do acampamento, campistas com a camiseta do acampamento se espalhavam pela grama verde, passavam o tempo de diversas maneiras diferentes. No céu, o sol brilhava alto. Tudo parecia tão colorido e cheio de vida. 

- Uma profecia... - Rachel murmurou e fechou os olhos e se sentou em uma cadeira de descanso de madeira atrás dela, meio que em transe. Uma fumaça verde começou a se formar. Quando voltou a abrir os olhos eles brilhavam com um verde intenso e a fumaça se espalhou em torno dela. Quando falou, sua voz soou velha e rouca, fumaça verde também saía de sua boca: 

             " Na estrada, a vingança encontrará, 

           O ladrão enfrentará a criança rejeitada do mensageiro. 

                  Uma vida, a morte escolherá. 

                 E o anjo não poderá mais se negar. " 

Ao fim da profecia Rachel desmaiou, James a segurou para evitar que caísse e a deitou na cadeira. 

Ficamos quietos por um momento. 

- Muito animador saber que alguém vai morrer. - James suspirou. 

- Lembrem-se do que aprenderam até aqui, usem seus poderes e o que está ao seu alcance. - Quíron aconselhou. - Podem ir. 

Fomos até os chalés pegar algumas coisas que precisaríamos. 

- Olha gente, não os culpo se quiserem desistir. - Jimmy disse. 

- O quê? - James perguntou. - E perder toda a aventura? Só porque uma profecia disse que alguém ia morrer? Acha que desistiríamos  fácil assim? Sabe quem deve morrer? O idiota que ousou roubar do deus dos ladrões. 

- É assim que se fala. - Eu disse. 

- Tudo bem então. - Jimmy pareceu mais confiante. - peguem suas coisas, vamos arrumar as malas. 

Acho que sem o Jimmy eu teria me esquecido de metade das coisas mais necessárias. 

Ele tinha uma mochila mágica que parecia não ter fundo, ela faria inveja a qualquer menina, podia se transformar em qualquer aparência. Jimmy a usava como uma jansport com estampa militar. 

Ele colocou dentro da mochila 5 mudas de roupas para cada um, três sacos de dormir, um cantil de néctar, uma barra de ambrosia sabor chocolate, uma barraca, suprimentos básicos, alimentos que não estragam, um kit de primeiros socorros, 30 metros de cordas, um carretel de barbante, uma caixa de ferramentas, uma bolsinha com 500 dólares humanos e 200 dracmas, um caderno e uma caneta, um isqueiro, fósforos, um guia de bolço da mitologia grega, um tablet anti-rastreamento de monstros, uma aljava a mais, e mais um milhão de coisas. 

Eu levava um arco e uma aljava nas costas e minha adaga de ferro estígio - Eu ganhei a adaga de Nico, e eu era ótica em arco e flecha. 

Jimmy levava a mochila nas costas e uma espada pendurada na cintura. 

James usava uma pochete cheia de ferramentas e um martelo de batalha nas costas. 

- Como chegamos em Las Vegas? - James perguntou. 

- Podemos pegar uns pégasos - Jimmy sugeriu. 

- Até Las Vegas? - perguntei. - Não é muito longe? 

- Eles podem nos levar até no meio do caminho pelo menos. 

Acabou que eles nos levaram só até Manhattan. 

Eles estavam todos inquietos por minha causa. Claro, afinal, quem gosta de ter uma garota que tem cheiro do morte nas suas costas? 

- E agora? - James tentou não parecer chateado, ele adorava andar de pégasos. - Pegamos um avião? 

- Não. Avião não.  - Não seria uma boa ideia uma filha de Hades sair por aí no território de Zeus. 

- E que tal uma carona com o circo? - James apontou para um cartaz em um poste ao nosso lado.

- "O Circo está aqui. " - Jimmy leu com mais facilidade do que eu, ele não tinha dislexia. - " Não perca essa chance de levar sua família. De 15 a 25 de Julho. Ultima apresentação dia 25, as 10:30 am. Próxima parada será em Indianapolis. " 

- Eles estão indo embora hoje. - James disse. - Se a ultima apresentação foi dez e meia, eles devem estar estar desmontando tudo agora. 

- E o que estamos esperando? - Perguntei. - Onde eles estão? 

- No Central Park. 

- Vamos lá, então. 

Não foi difícil achar, Uma lona enorme vermelha e branca e muitas pessoas desmontando e guardando tudo em um trem/caminhão. Palhaços sem nenhum sorriso no rosto levavam jaulas com os mais diversos animais. Um ciclope levava sem  nenhuma dificuldade uma jaula com um elefante e ninguém notava que ele só tinha um olho. Uma mulher com a maior barga que eu já vi passou ao meu lado levando um balde cheio de facas. Uma mulher desmontava uma cama elástica. Um homem baixinho e gordo se esforçava para tirar um canhão do meio do caminho.  Um homem vestido de mágico levava uma caixa cheia de coisas que os mágicos usam. Havia também monstros; Um homem com 4 braços levava um cão infernal na coleira. Uma mulher de pele verde escamosa segurava uma jaula  com uma mini hidra do tamanho de um buldogue. 

Alguns monstros lançaram olhares ameaçadores sobre nós, mas ninguém nos atacou. Fora isso, fomos totalmente ignorados. 

Os vagões do trem eram vários caminhões, que aparentemente, podiam andar sobre asfalto e trilhos. Eles eram coloridos, cada um mostrava uma imagem. Um homenzinho sendo lançado de um canhão, trapezistas em cordas bambas super-altas, domadores de leões e várias outras cenas. 

- Nossa carona nos espera. - James apontou para um dos vagões com a porta aberta, dois homens guardavam nele caixotes, não parecia ser nada vivo. 

- É só entrar e se esconder até que eles terminem de guardar tudo e ir embora. - James nos puxou para trás de uma árvore quando os homens passavam por nós para pegar mais caixotes. 

- Calma, ainda não. - Jimmy disse. - Deixa só essa mulher passar, acho que ninguém vai prestar atenção em nós. 

Duas mulheres passaram, uma levava um tigre e a outra levava um leão albino em correntes, as duas com chicotes nos cintos. 

- Ponto. - James deu uma ultima olhada em volta -  Vai, vai, vai.

Entramos no vagão. Ele tinha cheiro de cachorro molhado e excrementos de animais. Metade dele já estava cheio de caixotes, com um espaço de 50 centímetros de cada caixa. 

- Como podem todos esses animais comer tanto? - Uma voz de homem foi se aproximando atrás de nós. 

- Se escondam! - Jimmy sussurrou. 

Eu pulei no espaço entre os caixotes mais próximo de mim. Eu mal cabia ali dentro. 

- Ah pare de reclamar, Rafael! - resmungou o outro homem, sua voz era mais velha do que o primeiro. - Se não eu vou dar toda essa ração pra você comer. 

- Falta quantas caixas? - perguntou o Rafael. Ele tinha uma voz jovem, mas mal humorada. 

- Esse é o ultimo. 

- Ah graças a Deus! - Suspirou. - Onde está a chave? 

- Aqui. Tranque e depois me ajude com aqueles macacos. 

Ouvi o barulho da porta escorregando e se fechando. Tudo ficou quieto por dois minutos. 

- Tudo bem, acho que eles não vão voltar. - Jimmy disse. 

- Tanto faz se eles voltarem, eu não consigo sair daqui. - James disse, ele parecia estar a alguns metros a minha direita. 

Eu consegui sair sem dificuldades, Jimmy também, mas James era maior do que nós dois. Ele estava agachado entre duas caixas, se remexendo pra sair sem sucesso. 

- Tudo bem, calma. - Jimmy foi até ele. - Levante os braços, para o alto, estique as pernas, encolha a barriga e tente se levantar. Agora vire para a sua direita e ande de lado até aqui. 

Ele fez o que o Jimmy disse e conseguiu sair. 

- Se alguém entrar aqui, eu vou acertar esse alguém com meu martelo, porque eu não vou mais me espremer pra me esconder. - Ele massageou seu braço. 

- Tudo bem, agora é só esperar eles terminarem de desmontar o circo e ficar sem fazer nada. - Eu disse. 

Me sentei no chão ao lado de uma caixa. 

- E ignorar esse cheiro horrível. - Eu disse tapando o nariz. 

- Querem jogar cartas? - Jimmy perguntou abrindo sua mochila. 

- Façam suas apostas! - James se sentou ao meu lado. 


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