Somos Tão Diferentes escrita por Larissa Cavallari da silva


Capítulo 3
Capítulo 3 O meu inferno de cada dia


Notas iniciais do capítulo

Oi anjos, tudo bom ??? Vamos á mais um capitulo espero que gostem
BOA LEITURA !



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POV ROSELIE*

Depois de alguns minutos ali deplorando a minha vidinha miserável eu levantei e entrei no meu quarto, era ali que eu passava a maior parte do meu tempo, no meu querido quarto, o único lugar que eu realmente amo,  porque no meu quarto eu posso gritar, falar, cantar, pular, fazer tudo sem que ninguém me julgue .

Me joguei na cama e fixei o relógio, droga, já são 11:35, perdi mais um dia de aula, estamos no meio do ano e ao total eu tenho umas 235 faltas, você deve estar pensando, “isso é impossível, pois o ano só tem 365 dias”.

Bom é porque na minha escola se você falta um dia, você fica com 7 faltas, em apenas um dia, e digamos que eu odeio aquela escola, odeio as pessoas que tem nela, as únicas que se salvam são a Isadora e a Amber, que são as minhas unicas amigas.

Elas são incríveis, pensam igual a mim, agem igual a mim, são livres, não são dominadas pelo o poder que eles exercem, a única diferença é que elas não tem que ficar aturando os pais, Isadora também tem 18 anos e mora com a mãe dela, mas a mãe dela é muito idosa, ela tem uns 94 anos, e passa o dia todo na cama do quarto rodeada de aparelhos de hospital, então tecnicamente a Isadora mora sozinha, o pai dela morreu quando ela ainda era criança.

A Amber tem 19, é a mais velha de todas nós, ela mora sozinha desde os 17, os pais dela moram na frança, ela fugiu de casa porque eles não aceitavam a personalidade dela.

Eu sou a única que tem que viver aqui, aguentando essa família desprezível, a única que eu verdadeiramente amo é a Clarie, eu quero ensinar pra ela que não se deve vender a vida para eles, e eu espero que ela seja igual a mim.

Suspirei pesadamente e resolvi ir no portão da escola esperar a hora da saída, fui ate o armário peguei qualquer roupa e entrei no banheiro que tinha no meu quarto.

Tirei a roupa que eu estava e entrei debaixo do chuveiro, olhei meus pulsos e pude ver as marcas profundas que eu fazia para esquecer meus problemas, passei meus dedos sobre as marcas e fechei meus olhos tentando me lembrar porque eu me cortava ?

—Burra, agora quem fica com marcas é você — Falei sussurrando pra mim mesma.

Me lavei e depois coloquei a roupa que eu escolhi, sai do banheiro peguei meu bracelete preto com espinhos, calcei meu Sneaker, peentei meu cabelo e o prendi em uma trança embutida lateral, peguei meu Ipod e sai do quarto.

Roupa da  Roselie :

http://weheartit.com/entry/53545633/via/larissa_cavallaridasilva

Passei pelo o quarto da minha mãe e não ouvi nenhum barulho, desci as escadas e encontrei a Clar Na sala conversando com duas amigas dela, passei reto e fui ate a cozinha, peguei uma maça e meu Skate que estava atrás da porta da cozinha e sai de casa.

Mordi a maça e fiquei observando as pessoas passaram, depois de um tempo ali joguei meus Skate no chão subi em cima e comecei a andar sobre o Skate indo em direção a escola.

Quando cheguei o portão ainda estava fechado, me sentei na calçada e terminei de comer a maça, vi duas meninas conversando animadamente do outro lado da rua, ela estavam tão animada que deu ate pra ouvi a conversa delas de tão alto que falavam.

—O que ele disse ? —A loirinha perguntou sorrindo abertamente.

—ELE DISSE QUE ME AMA AAAAH — A morena deu um gritinho acompanhada da loirinha.

—Ele vai falar com os seus pais ? —A loira perguntou super feliz.

—Não, ele disse que primeiro quer ver como vai ser — A morena disse ainda muito animada.

Sorri de leve e abaixei minha cabeça balançando-a negativamente.

—Idiotas.... —Falei sussurrando.

Depois de um tempinho finalmente o portão abriu, Vários alunos passavam e me lançavam olhares indiscretos, alguns meninos me olhavam faziam piadinha e davam risadas entre si.

Idiotas, ignorei todos e fiquei esperando pacientemente ate que a Isadora e a Amber saíram e vieram ao meu encontro.

Essa é a Isadora: http://weheartit.com/entry/49953910/via/larissa_cavallaridasilva

Essa é a Amber:

http://weheartit.com/entry/49953533/via/larissa_cavallaridasilva

— Porque faltou hoje ? — A amber disse me cumprimentando com um beijo.

—Perdi a hora... Porque, aconteceu algo de interessante? — Perguntei sem muita animação.

—O professor Felipe caiu porque escorregou na borracha da amber e torceu o tornozelo, graças a borracha da amber não tivemos que fazer a prova surpresa dele.  —A Isadora disse pegando meu skate e andando nele devagar enquanto eu e a Amber andávamos ao lado dela a pé.

—Não acredito que perdi isso !! —Falei indignada.

—Pois é, você só falta, as vezes acontece alguma coisa naquele inferno — A Amber disse fixando o chão.

—Eu sei, mas o nosso trabalhinho ontem acabou tarde, e eu acidentalmente me perdi no caminho pra ir pra casa, por isso eu cheguei 2:20 da manhã, eu não iria conseguir acordar pra ir pra escola  — Falei fixando a Amber.

—Você mora aqui desde que nasceu e ainda consegue se perder, cara fala serio ! —A Isadora falou debochando de mim.

—Eii, eu tava cansada — Falei me defendendo.

—Ta bom, mudando de assunto —  A Amber disse já prevendo uma discussão e interrompendo antes que começasse —Você já ficou sabendo do show que o ao cubo vai fazer aqui ? —Ela disse sorrindo.

Ao cubo era meu outro grupo favorito.

—Claro que já, eu to louca pra ir, mas os idiotas dos meus pais não querem me dar o dinheiro pro ingresso. —Falei claramente irritada.

—Porque ? — A Isadora disse descendo do Skate e pegando ele na mão.

—Porque eles acham que eu sou muito rebelde e não mereço ir ao show. —Falei imitando a voz da minha mãe.

—Serio, Rose, me desculpa mas seus pais também não são santos, se bobiar eles são piores que você, eles não tem o direito de te julgar e exigir que você seja “normal”. —A isadora disse fazendo aspas e sendo sincera como ela sempre é.

—A Isadora tem razão — A Amber disse super seria.

—Vocês acham que eu não sei, mas eles são meus pais, eu querendo ou não tenho que respeita-los. —Falei abaixando a cabeça.

—Eu pago o seu ingresso — A Amber disse sorrindo.

Levantei minha cabeça e fixei ela com toda a minha intensidade, ela tinha um sorrisinho de lado estampado no rosto, serio que ela estava mesmo fazendo aquilo,  ou era um sonho ?

—Serio !!? —Perguntei impressionada.

—Logico, Eu nunca deixaria uma amiga minha perder o show mais incrível do mundo, eu seria tipo louca de fazer isso —Ela disse sorrindo.

Sorri de volta e a abracei de leve, fomos para a minha casa e Clar já tinha ido pra escola, ela estuda de tarde, subi as escadas com as meninas logo atrás, e quando eu estava prestes a entrar no meu quarto a porta do quarto da minha mãe se abre, e de dentro sai a pessoa que eu mais odeio na minha vida, o Charlie.

—Oi filha, Isadora e Amber —Ele disse sempre com aquele sorrisinho sínico, quem vê pensa que ele é o melhor pai do mundo.

—O que ta fazendo no quarto da minha mãe Charlie ? —Perguntei fixando ele furiosamente.

—Nada, só estava conversando com ela —Ele disse suspirando.

—Porque você não vai embora e fica de uma vez com as suas amantes ??? — Perguntei assustadoramente calma.

—Filha já conversamos sobre isso, é problema meu e da sua mãe, não seu— Ele disse super serio.

—E ai que você se engana, você acha que a Clar não vê esse bando de mulher que vem te chamar quase toda noite aqui em casa, e ela pergunta quem são, e eu sou obrigada a mentir, e você sabe que eu odeio mentir, então é problema meu sim. —Falei sendo rígida

—Não to afim de discutir hoje —Ele disse observando a Amber e a Isadora que ficavam quietas observando a tudo.

—Minha mãe te perdoo de novo não é ? —Falei tentando conter minha raiva.

—Filha eu.. —Eu interrompi ele.

—Eu sabia, ela é uma idiota, que vai sofrer cada dia mais por sua culpa, vocês dois se merecem mesmo —Falei sorrindo e o olhando com desprezo.

Puxei as meninas pelo o braço e antes que o Charlie pudesse dizer alguma coisa eu fechei a porta e tranquei.

—Nossa que mala — A Isadora disse se jogando na minha cama.

—Bem vindas ao meu inferno de cada dia. —Falei indo em direção ao aparelho de som e colocando o CD do ao cubo

—Serio, você já tem 18, vai embora dessa casa — A Amber disse sentando no chão e curtindo a musica.

—Não posso, eu tenho que ficar aqui pra cuidar da Clar, eu não sou nem louca de deixa-la sozinha com esses dois —Falei sentando ao lado da Isadora.

—Você pode pedir a guarda dela na justiça, sua mãe é alcoólatra, seu pai tem varias amantes, a justiça pode ate deixar a Clar com você —A Isa disse fazendo eu e a Amber darem risadas —O que foi ? —Ela perguntou sem entender.

—Qual é Isadora ? Você mora nesse mundo desde que nasceu e ainda acha que a justiça pode fazer alguma coisa de bom pra gente como nós, principalmente eu que tenho varias passagens pela policia, esquece a justiça Isadora, estamos sozinhas, enfia isso na sua cabeça, sozinhas. — Falei parando de rir e ficando seria aos poucos.

As duas ficaram em silencio por algum tempo e depois começamos a cantar a musica do ao cubo juntas.

http://letras.mus.br/ao-cubo/e-proibido-chorar/

Esse é o link da musica que elas estão cantando

Depois de cantarmos bastantes resolvemos fazer outro “trabalhinho”.

Peguei meus sprays das mais diversas cores, peguei uma mochilas e coloquei os Sprays lá dentro, sorri para as meninas e pulamos a janela do meu quarto, para o meu pai não nos ver, estávamos andando pelas ruas escolhendo o muro perfeito.

—Aah, esqueci de falar, entrou um menino novo na escola —A Isadora disse sorrindo e escutando meu Ipod.

—Que otário entra na escola no meio do ano ?? —Perguntei indignada.

—O nome dele é Braian sei lá o que.... —A Amber disse fazendo uma careta.

—É Braian  Crishtopher Albuquerque —A Isadora disse rindo.

—Que porra de nome é esse ?? — Falei rindo muito.

—Vai me dizer que você não conhece a família Albuquerque ? —A Amber disse sorrindo.

—Não.... —Falei confusa.

—Cara, que mundo você vive ? —Ela perguntou debochando de mim.

—Infelizmente no mundo chamado planeta terra — Falei rindo.

—A família Albuquerque é simplesmente a família mais rica da cidade — a Isadora disse apontando para uma lanchonete.

—Já ate sei, ele é daqueles que vai com óculos de sol pra escola, jaqueta da moda, sapatos descolados e anda rodeado de meninas patricinhas babando por ele, acertei ?  — Falei soltando um sorriso amarelo.

—Acertou em cheio !! — A Isadora disse rindo.

—Você é boa  — a Amber disse rindo.

Fomos rindo ate a lanchonete e chegando lá pedimos ,lanches, acompanhados de porções de batatas fritas, três copos grandes de coca-cola e pra sobremesa uma taça de mouse de chocolate tamanho família pra nos três dividirmos.

Ficamos conversando e comendo ate tarde, quando era 23:45 a lanchonete estava fechando então nós resolvemos sair.

Andamos pelas as ruas e achamos um muro perfeitamente limpo e liso.

Colocamos os Sprays no chão e ficamos observando o muro pensando o que iremos fazer.

Depois de alguns minutos ali conversamos e resolvemos o que iríamos fazer, pegamos o sprays e começas a criar a nossa arte particular, depois de mais ou menos duas horas agente finalmente acabou, sorrimos uma outra satisfeitas pela o resultado, nos afastamos e visualizamos a arte, estava perfeita, mas o que mais me irrita é que amanha quando os policias passarem aqui eles irão  mandar apagarem , mas o que importa é que nós deixamos mais uma vez a nossa mensagem.

Esse é o desenho que elas fizeram:

http://www.fiamfaam.br/momento/imgnoticias/vanessa/image/3696.jpg

Já estava bem tarde e eu tenho que acordar cedo amanha para ir a escola, me despedi das meninas e fui andando ate em casa ouvindo meu Ipod e observando as ruas que estavam desertas e escuras, sendo iluminadas apenas pela a lua, que as vezes era coberta pelos os prédios deixando assim algumas ruas extremamente assustadoras.

Cheguei em casa e não tinha ninguém no andar de baixo, com certeza estavam todos dormindo, fui ate o quarto da Clar, ela estava deitada, estava indo em direção ao meu quarto mas um barulho faz eu parar, fico em silencio e começo a ouvir gemidos da minha mãe.

Me aproximo da porta do quarto dela e os gemidos ficam mais alto, Reviro os olhos e volto para o meu quarto pisando firme.

—Droga, O Charlie trai ela, e ela ainda dá pra ele.... —Falei sussurrando me jogando na cama, nem ligando pra minha roupa manchada de tinta, me enrolo no cobertor e durmo com aqueles gemidos irritantes.


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Notas finais do capítulo

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