Pingos De Bella. escrita por Agridoce


Capítulo 2
Capítulo 02 - Lembrada.


Notas iniciais do capítulo

Especialmente dedicado a Josiele Umpierre Moraes por favoritar a história. Desculpem se as falas não estão de acordo as pessoas que viviam naquele tempo, mas, vamos lá, não sei descrever como elas falavam. Beijos!
Comentem!!!



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Cada tapa ou soco em meu rosto, deixava apenas cicatrizes.

Isso era o que acontecia quando meu pai não estava satisfeito comigo.

– Eu. Mandei. Vir. Direto. Para. A. Casa.

O motivo da surra era o mais bobo possível.

Eu tentei falar com Alice.

Tentei dizer que não iria poder ir até o shopping com ela mas ela nunca me escutava.

E para não deixá-la sozinha, eu como uma boa amiga, a acompanhei.

Não posso culpá-la.

Até porque jamais passou por sua pequena cabeça tudo que acontecia em minha casa.

Eu fui porque eu quis.

E fui mesmo sabendo das consequências.

– Onde você estava ?

Um ultimo punho cerrado encontrou meu rosto e com o impacto, meu corpo caiu ao chão.

– Eu... Eu...

Eu arfava em busca de qualquer oxigênio possível.

Mas meu pai tentava não cooperar para o ar fluir novamente por meu corpo.

– Responda-me !

Sua figura alta estava parada a frente do meu corpo frágil corpo.

Sua camisa antes branca, estava agora abrigando milhares de manchas escuras, e sua calça jeans completamente surrada e rasgada.

– Pai, eu... Eu fui sair com Alice.

– Aquela morena vadia ?

– Não a chame assim.

Com uma força feita para quebrar qualquer osso em meu corpo, sua mão foi de encontro ao meu rosto.

Antes de qualquer movimento.

Qualquer reação.

Qualquer dor.

Eu me encontrava em uma escuridão.

Uma escuridão feita para queimar meu corpo.

Uma escuridão feita para levar paz ao meu coração.

/

POV Edward.

Por não ter nada para fazer, estava trabalhando no hospital com meu pai, Carlisle, no momento.

No momento em que minha vida tomou outro rumo.

– Doutor Carlisle Cullen, compareça a UTI.

A voz de uma mulher ecoou dentro do escritório de meu pai.

Meus instintos me levaram até uma pequena caixa branca em cima da porta.

A única cor no quarto onde me encontrava era o sofá vermelho.

Presente de casamento.

Respirei fundo antes de sair e procurar por meu pai.

– Edward ! - Como um raio, mas nada capaz de despertar algum interesse humano, ele passou a minha frente. - Preciso de ajuda. Toda a ajuda possível.

O segui a passos largos pelo claro corredor.

As luzes incomodavam minha visão mais aguçada do que dos humanos, mas nada muito impossível de aguentar.

Paramos em frente a uma porta, com uma equipe de profissionais logo atrás, e logo percebi que era uma sala de cirurgia.

A iluminação no quarto não era tão forte quanto no corredor, mas nem por isso deixei de observar o frágil ser por baixo de um cobertor de hospital.

– O que tem de errado com ela ? - A pergunta escapou por meus lábios.

– Traumatismo craniano. - Senti uma vibração esperançosa de meu pai.

Mas alguma coisa no ar, ou na aurea da jovem com cabelos achocolatados, permaneceu em meu olhar.

Por ilusão de ótica, ou talvez, por uma visão mais aguçada de meu pai, ele conseguia ver algo na menina.

Uma luz forte, mas ainda assim irreconhecível a olhos nus, escapava de seu corpo como fogos em uma noite de virada de ano.

Senti meu olhar atraído por um anel resplandecente em seu anelar.

Acertou meu peito com uma força jamais antes.

Os profissionais que tentavam salvar a mulher que dormia em um sono profundo passavam por mim.

Eram apenas borrões.

Meu olhar perdeu-se em uma lembrança que eu tentava a anos esquecer.

/

Inglaterra, 1761.

– Edward!

A voz quase angelical de minha doce e jovial esposa clamava por mim.

O mundo passava por uma guerra e meu país era um dos aliados.

Por ser o próximo rei na linhagem real, eu deveria estar em campo de batalha, por isso eu trajava minhas roupas de batalha.

Elas se encontravam emaranhadas, sujas e nem um pouco real.

Mas no momento nada importava.

Apenas o nascimento de meu primogênito.

Aquele que seria o próximo a dominar a pequena ilha que iria nascer e morrer.

A chuva fora do castelo era intensa e trovões despertavam o meu maior medo desde o dia em que Bella me contará sobre sua gravidez.

Era uma gravidez de risco.

Um risco que eu a tinha submetido.

A procriação de um vampiro com uma humana.

Uma doce e de saúde frágil humana.

Milhares de vezes precisei levar alguma curandeira até nosso quarto para fazer as dores pararem.

E sempre que nenhuma delas conseguia, eu ordenava queimá-las como bruxas.

– Edward!

Em um salto estava de pé e me preparava para correr até o quarto e arrancar fora toda a dor de minha amada.

Infelizmente não poderia fazer tal coisa.

Meu pai, Carlisle, me segurou antes de eu conseguir dar mais um passo.

– Você sabe que só vai atrapalhar se o fizer.

– Eu não posso deixar minha mulher implorando por misericórdia e deixá-la sozinha.

Antes de qualquer reação de meu pai, eu passei por seu corpo mais rápido do que qualquer trovão ou raio poderiam fazer, e não esperei ninguém abrir a porta de meu quarto.

– Oh... Bella!

A pior cena de toda a minha vida.

Desejei jamais ter ido contra meu pai.

Desejei jamais ter feito minha Isabella passar por tal sofrimento.

Qualquer falta de um filho seria recompensado por sua presença.

Na cama, a figura irreconhecível de uma antiga princesa, que agora não passava de trapos brancos com revestimentos de sangue estava sobre a nossa cama.

Minha cama com minha Isabella.

Uma dor pior do que qualquer outra dor invadiu meu coração e para não correr em direção a janela e saltá-la, inclinei meu corpo para baixo e tentei repelir a dor.

Minha visão estava turva devido a perda de alguns sentidos mas ainda assim consegui escutar aquelas palavras que engalfinharam minha alma, meu ser, meu coração por milhares de anos :

– Isabella faleceu antes de conseguirmos salvar, pelo menos, sua criança.

Um grito cortante e que fez algumas pessoas rodearem meu corpo já ao chão, escapou de meus lábios, seguido por um rugido mais poderoso do que qualquer felino já conhecido :

– Isabella!


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