"Algumas coisas não precisam fazer sentido, basta valer a pena."

Renato Russo.

Epílogo.

O chá de bebê.

– Elena, amor, estou indo - falou Damon pegando sua jaqueta.

– Se a Caroline, ver que ainda estou aqui. Ela vai me matar! - disse o moreno fingindo estar com medo e fazendo Elena abrir um largo sorriso.

– Amo o seu sorriso - disse ele fazendo a publicitaria corar.

– Eu estou chegando na sala, Damon. Se você ainda estiver aí, vou arrancar suas orelhas - ameaçou Caroline, mas no fundo estava brincando e sorriu.

Damon e Elena estavam se beijando e foram interrompidos pelo grito de Caroline.

– Amor, tenho que ir - disse Damon se afastando dos lábios de sua esposa - A menos, é claro, que você não ligue de ter um marido sem as orelhas - zombou Damon e formou um sorriso no canto de seus lábios.

O sorriso que fazia Elena suspirar, seu coração acelerar e se apaixonar novamente pelo homem que estava a sua frente a encarando com aqueles olhos azuis como um oceano e a sensação de paz que aquele olhar transmitia a acalmava, acalentava sua alma e a fazia se perder naquela imensidão azul.

Elena suspirou, sorriu novamente - desde que Damon estava em sua vida os sorrisos se tornaram constantes - Ele as vezes a irritava, mas ao seu lado nunca tinha um dia monótono, seus dias eram sempre diferentes um do outro,um mais especial que o outro e ele sempre a fazia sorrir. Seja com seu senso de humor, ou com suas brincadeiras.

O sorriso nunca mais deixou seus lábios. Como Rebekah desejou, que a felicidade reine. E ela estava reinando.

– Te amo - disse Elena soltando Damon, contra sua vontade, pois por ela ficaria para sempre em seus braços.

– Também te amo. Divirta-se no chá de bebê - despediu-se Damon.

– Ela vai! - gritou Caroline da cozinha.

Caroline pareceu na sala com Bonnie, Vickie e Katherine para arrumarem tudo.

Por causa do bebê, Damon e Elena se mudaram. Compraram uma casa maior, com um lindo jardim, piscina interna e externa, quadra esportiva, academia, sauna, enfim, chamamos de mansão.

Elena achou um exagero uma casa tão grande. Mas foi dificil tirar essa ideia da cabeça de Damon. Então, acabou aceitando. E no fundo gostou da nova casa.

***

Todas as amigas de Elena estavam presentes. Elas resolveram fazer uma reunião mais intima. Só as quatro amigas e sua irmã. Elena não faria um chá de bebê, mas Caroline a convenceu a mudar de ideia.

Damon estava com seus amigos. Resolveram fazer um chá de bebê também. Mas do jeito deles.

Bebidas, jogos e muita zoação. Eles estavam no paraíso.

Depois que Damon soube da gravidez de Elena. Decidiu parar de fumar. Fazia cinco meses que ele não colocava um cigarro na boca e não sentia mais falta da nicotina. O começo foi um pouco complicado e teve duas recaídas. Mas se esforçou pelo bebê.

***

– Algo relacionado a gravidez com a letra: C - disse Caroline sorteando a letra e tirando um papel de dentro do gorro vermelho.

– Chá de bebê - gritou Vick sorrindo para a resposta patetica que deu.

– Cueiro - respondeu Katherine.

– Contração - disse Elena se contorcendo na cadeira.

– Chocalho - respondeu Bonnie.

– Vocês não me ouviram? - indagou Elena forçando sua fala. A dor estava insuportavel - Aaah, dói pra caralho! - gritou ela fazendo uma careta.

– Ah meu Deus! Eu vou ser tia - disse Katherine empolgada.

– Vamos meninas - incentivou Caroline - Bonnie, liga pro Damon. Katherine pega a bolsa da Elena e do bebê. Vick, ajuda Elena com a respiração e eu ... eu vou tomar um calmante - disse desesperada.

– Nossa, parece que estão arrancando minhas tripas sem anestesia - reclamou Elena urrando de dor.

– Calma, Elena. Estamos indo para o hospital - Caroline tentou acalmar a amiga.

***

– Damon,seu celular esta tocando - avisou Matt para Damon e entregou o celular ao amigo.

– Alô - falou Damon - Calma, Bonnie! Fala devagar, não estou entendendo. O que? ... Ja estou indo pra aí - falou ele encerrando a ligação.

Fitou o nada por alguns segundos, assustando seus amigos, que ficaram apreensivos e curiosos para saber o que aconteceu.

Seu coração acelerou de tal maneira, que parecia que a qualquer momento sairia pela sua boca. Suas pernas não lhe obedeciam, ele queria levantar e sair correndo ate onde Elena estava, mas não conseguia. Sua fala ficou presa em sua garganta. Pigarreou duas vezes forçando sua voz a sair.

– Elena, vai dar á luz - disse recompondo-se e recuperando seus movimentos.

Levantou-se e começou a andar em circulos com a mão na cabeça.

E agora? Reagi, Damon - pensou.

– Eu dirijo - disse Alaric - Você não esta em condições de dirigir - falou Alaric vendo o desespero e o medo nos olhos de seu amigo.

– Então, vamos logo - disse Tyler puxando Damon ajudando-o a andar.

***

– Mais que porra de engarrafamento - gritou Damon e apertou a buzina varias vezes.

– Hei, hei ... calma - falou Alaric empurrando a mão de Damon - Eu estou dirigindo. A buzina é minha - reclamou ele.

***

– Cade o Damon? - indagou Elena pela milesima vez para Caroline.

– Esta vindo Elena. Esta num engarrafamento e pode demorar um pouco para chegar, mas ele vem - respondeu Caroline.

Foi um sufoco convencer Elena ir ao hospital sem o Damon. Ela queria ficar em casa esperando por ele. Mas Katherine a convenceu que era melhor espero-lo ja no hospital.

– Eu quero o meu marido - choramingou Elena.

– Eu vou ligar pra ele - disse Katherine e Elena assentiu.

Com um brilho no olhar, igual quando seus pais falavam que a levaria no parque de diversão.

– Alô, Damon! Você esta aonde, seu filho da puta? - indagou Katherine sem paciência. Não aguentava mais ouvir Elena perguntando por ele e choramingando - Não, ainda não. Mas esta quase. Esta bem, tchau - disse encerrando a ligação.

– Ele esta perto. Não esta mais no engarrafamento - mentiu Katherine para sua irmã para ver se ela parava de encher o saco e se acalmava.

***

– Mais que merda de vida! Não acredito que vou perder o nascimento do meu filho - reclamou Damon puto de raiva.

– Ou filha. Já que vocês decidiram não saber o sexo da criança - falou Tyler no banco do carona bem atras de Damon.

– Calma, Damon. Falto pouco - falou Matt tentando ser solidario ao amigo.

– Caralho, você disse isso a meia hora atras, Matt - disse Damon socando o painel do carro.

– Quebrar o carro ... Ou melhor, sua mão! Não vai ajudar a chegarmos mais rapido - falou Alaric.

Damon o encarou com um olhar feroz e assassino. Teve que segurar para não socar a cara de seu amigo.

– Não faz essa cara feia pra mim - zombou Alaric se divertindo as custas do estresse de seu amigo.

O clima estava tenso demais. Tinha que descotrair um pouco e tentar fazer a ira que os rondava se dissipar.

***

– Não dá mais para esperar - falou o médico para o desespero de Elena.

– Eu só vou ter o bebê QUANDO O MEU MARIDO ESTIVER AO MEU LADO - gritou Elena histerica.

– Então, você vai ter o bebê no quarto do hospital. A placenta já dilatou ... o bebê esta se preparando para sair - respondeu o médico cansado dos excessos de raiva de suas pacientes. Era o oitavo parto que fazia nesse dia.

– Eu vou com você - disse Katherine tentando consolar Elena que começou a chorar.

***

– Porra, Damon! Espera eu estacionar o carro - falou Alaric tarde demais.

Damon abriu a porta do carro ainda em movimento e saiu correndo pelo estacinamento.

Passou voando pelos corredores do hospital. Chegou na recepção ofegante.

– Minha ... esposa ... Elena ... Salvatore ... Qual ... quarto ... ela esta? - indagou aos arquejos.

– Vou verificar, senhor - respondeu uma mulher baixinha, morena e com uma voz infantil.

– Quarto 206, segundo andar - respondeu a mulher com voz de tédio.

Damon correu para o elevador.

– Maldição! - disse apertando o botão mais de uma vez - Rápido - resmungou.

Chegou no segundo andar em questão de segundos e assim que a porta do elevador abriu. Voltou a correr e com seu olhar de aguia foi olhando todos os numeros de todos os quartos.

Mas não foi necessario. Avistou Caroline, Bonnie e Vick sentadas num banco no corredor.

– Cade a Elena? - indagou ao se aproximar. Chegou que nem um furacão.

– Indo para a sala de parto. Corre que você ainda pega eles no corredor - disse Caroline.

Damon correu pelo corredor mais uma vez e a frente viu Katherine e o médico.

– Eu sou o pai - disse ele ao médico - Cade minha esposa? - indagou ja quase sem ar.

– Já esta la dentro. Você deseja acompanhar? - indagou o médico ao Damon.

– Sim, claro! - ele respondeu apressado.

– Enfermeira! Ajuda o senhor Salvatore com a roupa - falou o medico a uma moça ruiva.

– Por aqui - ela indicou o caminho a Damon.

***

– Olá, meu amor - falou Damon entrando na sala e posicionando-se ao lado de Elena.

Parecia estar tudo pronto. Damon ficou o tempo todo ao lado de Elena, incentivando-a a fazer força. O parto foi normal.

Depois de algum tempo ouviram o choro do bebê. Elena deitou sua cabeça na maca. Sentindo-se exausta e pode ver os olhos de Damon encherem-se de lágrimas e transbordarem.

– É uma menina - anunciou o medico aos pais de primeira viagem, que estavam com seus corações apertados.

Damon deu um selinho nos lábios de Elena e foi ate enfermeira e esperou ela limpar a bebê.

A enfermeira lhe entregou sua filha.

Então, Damon caminhou ate onde Elena estava e deu a ela a criança. A linda menininha que estava despertando seus olhinhos azuis para o mundo resmungou um pouco quando se afastou do calor de seu pai e logo depois se acalmou ao se aconchegar ao peito de sua mãe.

– Bem vinda ao mundo, filha. Nós te amamos, mesmo antes de te conhecer e agora é inevitavel ... você sera muito amada - disse Damon sua voz embargada pelo choro que estava preso em sua garganta.

Eles permaneceram assim por mais alguns minutos a admirando, a conhecendo e dizendo o quanto a amavam.

***

Assim que os pais de Elena chegaram de viagem foram visitar sua netinha.

Até os pais de Damon - que apesar de estarem separados - estavam presentes.

– Oh, é a bebê mais linda do mundo - disse Miranda enxugando as lágrimas.

– Concordo - respondeu Damon e Elena deu um tapa de leve em seu ombro.

– Diz isso porque a cor dos olhos dela são iguais aos seus - falou Elena sorrindo.

– Mas a boca, o nariz e o formato do rosto são seus - falou Damon e deu um selinho nos labios de Elena.

– É a combinação perfeita dos dois - falou Giuseppe, pai de Damon, com seus olhos marejados e extasiado com a beleza de sua netinha.

– Já escolheram o nome? - indagou Linda, mãe de Damon.

– Vai se chamar, Melanie - respondeu Elena e Damon juntos.

Damon começou a cantarolar uma musica e todos o acompanharam na canção.

Ela não é adorável?

Ela não é maravilhosa?

Ela não é preciosa?

Menos de um minuto de idade

Nunca imaginei que através do amor estaríamos

Fazendo alguém tão adorável quanto ela

Mas ela não é adorável? Feita de amor

 

Ela não é bonita?

Verdadeiramente a melhor dos anjos

Cara, estou tão feliz

Estamos sendo abençoados

Eu não acredito no que Deus fez

Através de nós ele deu a vida a alguém

Mas ela não é adorável? Feita de amor

***

Elena e Damon estavam em casa. Cansados daquela rotina louca. Mas bastava um sorriso banguela de Melanie para fazer seus corações derreterem.

Elena adormeceu no sofá. Acordou sentindo uma dor no pescoço por causa da posição desconfortavel em que pegou no sono.

Foi ate o quarto de Melanie e Damon estava de costas para ela. Com Mel no seu colo e conversava com ela.

– Filha, daqui a alguns anos sei que você vai se interessar por algum garoto. Ele vai ser o cara mais sortudo em ter você. Mas se algum dia, eu pegar você chorando porque o babaca partiu seu coração. Eu quebro a cara dele - falou Damon como se ela estivesse entendendo tudo o que ele dizia.

– Mas isso vai demorar muito tempo para acontecer - falou Elena e Damon virou-se para poder olha-la.

– Mas já estou avisando. Nenhum idiota vai magoar minha princesinha - disse Damon com um semblante serio.

– Isso, por mais doloroso que seja. Não podemos evitar, Dam - falou Elena aproximando-se deles.

– Por mais que a amamos. Não podemos evitar que ela sofra. Nosso dever é cria-la para ser uma menina forte. E se algum dia vermos ela chorando, só poderemos abraça-la e mostrar que ela não esta sozinha - Elena acariciou com a ponta de seu dedo a bochecha de Melanie.

– Ouviu, Mel? Mamãe e papai te amam. Tentaremos evitar que você sofra. Mas se falharmos ... estaremos ao seu lado para te lembrar o quanto você é amada - Damon sussurrou no ouvido de Melanie e a colocou no berço.

– Vou fazer um chá. Você quer? - indagou Elena abraçando Damon pela cintura.

– Sim - respondeu ele colando seu labios aos dela.

***

– Agora somos pais - disse Elena sentando-se ao lado de Damon no sofá com sua xicara de chá fumegante.

– E se falharmos? - indagou preocupada e repousou sua cabeça no ombro de Damon.

– Não vamos - respondeu Damon convicto - Você é incrivel, é uma otima mãe e uma esposa maravilhosa.

– Você é sensacional, Damon - falou Elena - Tem um dom para fazer a Mel sorrir. Ela ama suas palhaçadas - disse a morena sorrindo - Obrigada!

– Pelo o que? - indagou Damon juntando suas sobrancelhas.

– Pode parecer clichê, mas por tudo. Por me fazer feliz, por ter me dado a Mel e por me aturar ... Eu sei que sou uma mala sem alça as vezes.

– Só as vezes? - indagou Damon e recebeu um beliscão de Elena - Ai! - reclamou ele - Mas bom, a Mel não estaria aqui sem a sua ajuda - disse ele sorrindo.

– Sério, Damon! Eu sou muito feliz e tenho uma familia linda ... Nem em sonhos poderia criar algo tão extraordinario.

– É porque é a realidade - suspirou Damon - Eu que te agradeço. Por aturar minhas piadas fora de hora, por me entender melhor do ninguém e por me fazer sentir especial todos os dias. Eu vou te amar para sempre, Elena. Mesmo que a morte tente nos separar ... pois nosso amor é eterno - falou Damon fazendo Elena ficar emocionada.

– Eu te amo - disseram em unissono e se beijaram.

***

Entre brigas e juras de amor eterno, assim seguiram Elena e Damon. E seu novo bem mais valioso, Melanie.

Damon e Elena estiveram presentes em todos as fases de Melanie. O dia de maior comoção foi a perda de seu primeiro dentinho. O que resultou ser chamada de banguelinha - para desagrado de Mel - ate um novo nascer.

Damon investiu boa parte do dinheiro, e assim triplicou a fortuna deles. Elena fez uma doação generosa para a ISF, para a contrução do santuario para cães abondonados.

Agora, Melanie estava passando pela experiencia da faculdade e foi dificil convencer seus pais em deixa-la estudar em outra cidade. No fim, eles reconheceram que ela precisava aprender a se cuidar sozinha, ganhar responsabilidade e amadurecer.

Mas deixaram bem claro, que se ela não conseguisse se adaptar. Era para voltar imediatamente para casa.

O mais engraçado de tudo foi que seus filhos tornaram-se amigos - Ben, Claire, Candice, Vitoria, Jamie, Melanie e Erick, esse era filho de Katherine com Alaric e os mais novo deles.

Eles eram os espelho de seus pais. Sempre que os via juntos eram transportados para o passado. Para o tempo de sua juventude.

Porém, alguns deles seguiram caminhos opostos.

Jamie veio para o Brasil trabalhar numa multinacional.

Candice, virou modelo e realizou seu sonho. Conhecer o mundo, viajar e nunca ter que se preocupar com o dia de amanhã. Odiava fazer planos e sua vida de modelo era uma caixinha de supresa. Acordava num país e dormia em outro. Tudo o que sempre quis. E amava essa loucura.

Claire, preferiu a vida calma no campo e fugiu da cidade. Casou-se com um fazendeiro - muito bem de vida - mas recentemente descobriu algo que a destruturou. Soube que não podia engravidar. Mas isso não a abalou totalmente. Nem ela e nem a seu marido. Que teve a ideia de adotarem alguma criança.

Ben estava fazendo faculdade de astronomia. Num dia ensolarado de verão foi abordado na rua por um empresario. Começou a fazer a algumas campanhas como modelo e logo depois começou a fazer aulas de atuação e virou ator. É uma estrela de Hollywood.

Vitoria se formou em moda. É uma grande estilista e Ben sempre esta desfilando com as peças criadas por sua esposa no tapete vermelho e em festas. Sim, eles se apaixonaram e casaram-se.

Erick, estava em Londres queria ser musico e foi estudar na Royal Academy of Music, uma das escolas mais conceituadas no Reino Unido.

Melanie se formou em relações publicas e em comercio exterior.

Hoje é ela quem adminsitra a fortuna da familia.

Casou-se e separou-se oito anos depois. Teve uma filha, que é o xodó dos avós corujas. Ela chama-se Nina. É a alegria da casa e o desespero de seus avós.

***

– É meu velho. Não temos mais pique para acompanhar a Nina - disse Elena sentando-se ao lado de Damon no balanço que tinha na varanda. Estavam observando o por- do-sol.

– Não mesmo. Tenho que admitir, ela é uma pentelha - disse Damon sorrindo.

Pegou a mão de Elena e entrelaçou seus dedos.

– Nossa, como sua esta mão gelada! Vou pegar um cobertor para nós. Daqui a pouco a Mel vem buscar a Nina. Podiamos sair para jantar. O que acha? - indagou Elena levantando com certa dificuldade. Suas costas estavam doendo de tanto correr atras de Nina. Não tinha mais idade para isso. Já estava com setenta e cinco anos e seu corpo fazia questão de lembrar que ela não era mais tão jovem.

– O que você quiser, meu amor - disse Damon com um leve sorriso no canto dos lábios que foi o suficiente para acentuar suas rugas.

Elena pegou o cobertor e aproveitou para dar uma olhada no seu anjinho. Era assim que chamava Nina. Ela estava num sono profundo e com o dedinho polegar na boca.

Elena afagou seus cabelos e voltou para a varanda.

Sentou-se ao lado de Damon cobrindo eles com o cobertor.

Estranhou o silêncio e olhou para Damon, que estava com os olhos fechados e imovel.

– Damon - chamou ela. Mas Damon não disse nada.

– Damon - disse tocando em seu braço - Damon, acorda - falou sacudindo seu corpo e a cabeça de Damon tombou para o lado.

Após o falecimento de Damon. Elena adoeceu e seis meses depois juntou-se ao lado da lápide de seu marido. O epitáfio de ambos era: " Nem a morte pode nos separar, pois nosso amor é ETERNO."

Pode ser alguma crendedice ou não. Mas logo apos a morte de papai e mamãe duas estrelas apareceram no céu, lado a lado, brilhando, juntas e era como se quissesem me dizer algo.

O mais curioso foi que disse a Nina que vovô e vovó viraram estrelas.

E aquelas estrelas eram eles para nós.

– Manda beijo para seu vô e a sua vó - disse a ela que estava com sua cabeça repousada em meu ombro. Estava cansada e sonolenta. Tinhamos acabado de chegar de uma festa de sua amiguinha.

– Beijo vó e vô. Amo vocês e sei que vocês vão se amar para sempre - repetiu ela o que sempre ouvia de seus avós e encostou sua mãozinha em seus lábios e lançou seu beijo no ar.

O que mais chamou minha atenção. Foi o que ela disse em seguida.

– Vô e vó são eternos. Mesmo não estando mais ao nosso lado - disse bocejando.

– Porque você acha que eles são eternos, filha ? - indaguei não contendo minha curiosidade.

– Porque eles vão viver pra sempre aqui - disse ela e pousou sua mão em sua cabeça - E aqui, no nosso coração - encostou sua mãozinha em seu peito.

Concordei com ela e uma lagrima escapou no canto de meus olhos.

"Um amor para ser verdadeiro não precisa ser perfeito.São as imperfeições que o molda, fortalece e faz ele se tornar eterno.

Não importa o tempo que demore para acontecer e nem o tempo que dure. Mas sim, na intensidade em que acontece.

Meus pais me ensinaram o valor da familia e o valor de um grande amor.

Não importa as dificuldades e sim, a maneira como as enfrentamos.

Um amor conquistado é sempre mais valorizado.

Um amor verdadeiro é infinito. Não é o tempo que determina se será eterno e sim as lembranças. Essas nunca morrem.

Melanie Salvatore."

***

“Amor não se altera com o passar de horas e semanas, mas resiste a tudo, até o passar da eternidade.”

Pedro Bial.