Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 8
#7 - Aula Vaga e Simetria


Notas iniciais do capítulo

Olá gente!!!!
Como eu sou um ser humano muito preguiçoso, ia postar só no domingo, mas sabem o que eu fiz?
APOSTA, hahaha!
Então estou postando agora.
Bom, não tenho muito a dizer. Quero agradecer os comentários de:
#Vlad Ember
#Mari the Wolf
#Thamiris Alves

E pedir desculpas a quem comentou no capítulo 5, eu estava com tanta pressa de postar o próximo capítulo que nem escrevi os nomes no "rol da fama" kkkkk so sorry

E mais uma coisa! Quero indicar uma fic pra vocês (na verdade é um original) que foi escrita pela Thamiris Alves. Sério, vale muito a pena ser lida, ela tem um ritmo legal , a história é boa e a Paola, a protagonista, é super cool >>http://m.fanfiction.com.br/historia/470007/The_Party/
Dêem uma olhada, plz ;)

Espero que gostem do capítulo! XD



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Sabe, eu achei que lutei bem. O Stein também falou isso, e eu estava particularmente orgulhosa de mim mesma, porque ganhei apesar do constrangimento e tals. Tipo, daora a vida.
Isso até assistir a luta do filhote de Shinigami exibido.
A parte legal foi que ele acenou para nós antes de começar a lutar - Black*Star acenou de volta, e gritou "acaba com ele, brother!" Foi uma coisa meio legal da parte dele. Mas aí Kid começou a lutar, derrotou seu oponente em menos de dois minutos e isso foi totalmente humilhante.
– Death The Kid é o vencedor! - Stein anunciou. - O que não é nenhuma surpresa, vindo do melhor aluno da classe.
Melhor aluno da classe.
Pausa pra assimilar a informação. Como assim, EU não sou a melhor aluna da classe?
Até tentei não ficar chateada, mas quem disse que consegui? Ser a aluna número 1 era muito importante para mim, quase como uma obrigação. Tipo, ser igual a minha mãe, que foi a melhor aluna da sua época, corajosa, e independente, e totalmente linda. Só havia uma coisa na qual não queria ser igual a ela: se apaixonar por um parceiro mulherengo.
Relanceei um olhar a Soul, do meu lado, que estava jogando sei lá o que no celular escondido. Eu não sabia com certeza, mas ele não me parecia mulherengo.
Não que isso importasse de alguma maneira, claro.

***

O sinal do fim do recreio tocou dois minutos antes do horário, o que eu e Tsubaki achamos um crime dos mais hediondos. Voltamos pra sala chateados, e reclamando da injustiça desse mundo sem coração, só que o Stein não apareceu.
– O que será que aconteceu com o Doktor? - Tsubaki perguntou.
– Talvez tenha morrido. - Soul sugeriu, rindo, o que a fez ficar indignada.
– Soul, não seja cruel! - reclamou.
– Ele não é cruel. - murmurei. - Só um pouquinho sádico.
– Não dá no mesmo?
Bom, talvez...
– Aposto que o Doktor só está atrasado pra chamar a atenção. - Black resmungou, irritado. - Exibido.
– Olha quem fala, cara...
– Não dou nem dois minutos, ele aparece na porta com aquela cadeira que parece que é colada no traseiro dele.
Assim que acabei de falar, Stein apareceu, com a polêmica cadeira.
Tsubaki, Soul e Black*Star fizeram silêncio, chocados, então começaram a falar todos ao mesmo tempo.
– Vai ser macumbeira assim lá no...
– Maka-chan, às vezes você me dá medo. - Tsubaki interrompeu o parceiro.
– Maka! - Soul exclamou, agarrando meus ombros. - Por favor, por favor, diz que vou ganhar na loteria!
– Não, Soul, você vai ser pobre para sempre! - anunciei, rindo.
Stein pigarreou, para chamar a atenção da turma, e apontou para uma pilha de papéis sobre sua mesa.
– Sabem o que é isso?
– Eu tenho cara de adivinha? - Patty riu.
Stein lançou-lhe um olhar assustador.
– Isso são suas provas. E a grande maioria da turma, incluindo você, Thompson, tirou notas dignas de vergonha. Vou chamá-los, e quero que venham aqui buscar sua prova.
Imediatamente começou o "quanto você tirou?" Parece que é a maldição do dia de entregar as provas ou algo assim.
Eu tirei 9,5 devido ao meu Nerd Mode, mas fui exceção: Soul tirou 2, Tsubaki tirou 3,5 e Black tirou 1.
– Porque eu sou o número 1, Hiá-Huá!
– Essa foi a pior prova que já vi na minha vida, e isso não é motivo para risos. - Stein disse, olhando diretamente para Black*Star. - E como castigo, as lutas serão encerradas e quem tirou notas abaixo da média irá fazer uma lista de exercícios para compensar. O restante da turma pode ir embora.
Geralmente, eu ficaria feliz por ser dispensada da escola duas horas mais cedo, só que como sempre tem que acontecer algo para ferrar com a minha vida, eu não tinha o dinheiro da passagem.
Guardei meu material, dei um tchauzinho pro pessoal e saí, lentamente. Pra que pressa, se mesmo que eu fosse andando pra casa, demoraria pelo menos meia hora pra chegar?
– Tchau, Maka! - Ox disse, passando rápido por mim no corredor.
– Até, Ox. - respondi.
Andei mais um pouco e peguei meu celular no bolso da mochila. Ainda eram 10:10, seria tão chato esperar pelo Soul até meio dia...
Só que ir andando seria mais chato ainda.
Ok, quando chegar lá fora eu decido.
Abri o navegador do celular e encostei a mão na parede, meio que me guiando por ela. Pesquisei alguma música e coloquei umas três pra baixar, andava distraidamente.
Quando cheguei do lado de fora da Shibusen, quase fiquei cega. Ao que parecia, o sol estava decidido a derreter Death City hoje, e tudo estava tão claro que chega ardia o olho. Protegendo-os com a mão, procurei um lugar na sombra onde pudesse pensar um pouco sobre meu triste dilema, e acabei encontrando Kid na sombra de uma das torres da escola, sentado numa escada lateral e riscando no caderno.
Como ele passou por mim sem me cumprimentar?
Fui até ele e parei na sua frente, de braços cruzados.
– Não fala mais com os amigos, seu feio? - reclamei.
Kid virou o caderno no qual estava riscando e ergueu os olhos surpreso, mas relaxou ao me ver.
– É você, Maka... - suspirou, aliviado. - Você me assustou.
– Faz parte. - sorri, dando de ombros.
Joguei a mochila no chão - sem problema, era sexta mesmo - e desabei pesadamente ao lado de Kid. Sentar é tão bom!
Ele ergueu uma sobrancelha, irônico.
– O que aconteceu com o "com licença, posso me sentar aqui"? - perguntou, brincando. (?)
– Não sei... - murmurei, pensativa. - Como não sou muito de fofocar, acabo sem saber o que anda acontecendo na vida dos outros.
Virei um pouco o rosto para ele, com um sorriso meio brincalhão nos lábios, e vi Kid balançando a cabeça.
– Maka, sério... Não sei como você consegue. - disse, por fim.
– Eu tenho muitas habilidades. - respondi, modesta. - A qual delas você está se referindo?
– A de inventar respostas pra tudo. - esclareceu.
– Ah, sim, é fácil. Com treino, dedicação e esforço você consegue.
Fiz minha melhor expressão de solenidade, o que arrancou uma gargalhada do Kid.
– Hey, para de rir! É sério!
– Estou vendo.
Ele parou de rir, mas continuou sorrindo. Aproveitei seu momento de bom humor e apontei para o caderno que segurava.
– Estava desenhando, Kid?
Ele passou a mão no cabelo, acabando por bagunça-lo um pouco. Preferi não falar nada.
– Estava... - admitiu, relutante. - Mas não ficou bom. Está meio... Maka, me devolve!
Eu havia puxado o caderno de seu colo enquanto falava, mas antes que pudesse ver o desenho Kid tentou recupera-lo. Passei o caderno para a outra mão e estendi para longe, meio que usando o outro antebraço para impedir Kid de alcança-lo.
Kid se inclinou sobre mim, tentando pegar o caderno de volta. Me inclinei para trás, rindo.
– É só me deixar ver. Não custa nada.
Ele grunhiu e passou um braço pela minha cintura, me obrigando a me aproximar, até estar perto o suficiente para ter o precioso caderno de ouro de volta.
Suspirei de leve, ele estava muito perto. Seu peito quase encostava no meu, e sua respiração estava bagunçando minha franja. Se alguém nos visse agora, não seria nada fácil explicar.
Mas dane-se, era divertido.
Estiquei um pouco mais o braço para longe, fiz cara feia e dei língua para ele.
Kid corou, e me apertou mais um pouco. Sua cara não estava nada boa.
– Ok, ok. - disse, entregando o caderno. - Não precisa ficar com raiva. Me desculpa.
Ele me largou e suspirou, olhando para a capa do caderno - preta, com o símbolo do Shinigami no meio.
– Não fiquei com raiva.
Ergui as sobrancelhas.
– Não? Então porque fez aquela cara?
– Nada, eu só... toma. - disse, por fim, me devolvendo o caderno da discórdia. - Ver isso não vai me matar.
– Até porque você é um shinigami. - completei.
Kid, aquele mal humorado, suspirou de novo. Sorri pra ele e peguei o caderno.
– Kiddo, tenho certeza que está lindo.
– Só... vá em frente.
Assim que achei o desenho, meu queixo caiu.
Kid havia feito uma réplica perfeita da paisagem de Death City, vista da janela da nossa classe. As casas, os prédios, as ruas, as árvores, tudo estava ali, como uma foto em preto e branco.
Analisei cuidadosamente a página a minha frente, impressionada com o modo que cada detalhe foi cuidadosamente trabalhado. Por fim, me virei para Kid, que observava minha reação um pouco temeroso.
– Você disse que ISSO AQUI não está bom? - perguntei, sacudindo o caderno, que ele tomou da minha mão.
Ele o fechou e guardou na mochila, a seus pés.
– Maka, não está bom... - insistiu.
Revirei os olhos, irônica.
– Confessa logo que só quer receber elogios.
– Elogios? - ele revidou, franzindo o rosto. - Com essa porcaria assimétrica?
Um minuto de silêncio, e perguntei, hesitante:
– Isso tudo é por causa da simetria?
– Maka, você sabe que a simetria é a forma mais perfeita de beleza.
Achei melhor não tocar no assunto das listras em seu cabelo, aquilo costumava acabar com fortes emoções, e tava cedo/claro demais pra esse tipo de coisa. Ao invés disso, disse, com uma inspiração saída do fundo de Nárnia.
– Seu desenho é simétrico.
– Death City não é simétrica. Como um desenho dela vai ser?
– Exatamente! - exclamei, sorrindo. Kid me olhou com cara de ponto de interrogação, então expliquei: - Você desenho Death City, não é? Nem a cidade nem o desenho são simétricos SOZINHOS, mas se compararmos os dois eles são simétricos entre si, pois são iguais. Entendeu? Seu desenho é perfeito!
Kid balançou a cabeça lentamente, assimilando a idéia, depois abriu o maior sorriso para mim.
– É, faz sentido! Você está certa!
– Geralmente estou. - brinquei, me levantando.
– Já vai embora? - Kid perguntou, surpreso.
Balancei a cabeça, concordando.
– É, estou com preguiça de esperar o lerdo do Soul pra pegar carona, então já vou andando.
– Deixa eu ver se entendi... Você está com preguiça e por isso, vai andando?
– É isso aí. - concordei de novo, soltando uma risadinha constrangida.
– Vai de ônibus.
– Tô dura.
Kid me olhou, meio com pena.
– Quer carona?
– Porque está me olhando assim? - perguntei, ao invés disso.
– Assim como?
– Como se eu fosse uma refugiada afegã com sete filhos e o marido morto que acabou de chegar em Nova York.
Ele ficou me encarando, tipo sem piscar, com a testa franzida. Dei um meio sorriso - o que eu aprendi com o Soul! - e ele falou, por fim:
– Anh... tudo bem. Desde que sejam oito filhos.
– Ok. - respondi, rindo. - E porque estava olhando pra mim daquele jeito?
– Porque sua casa é bem longe, e eu me sinto um completo inútil deixando você ir andando nesse sol com meu carro logo ali. Vamos, te dou carona. - insistiu. - E ainda te pago um sorvete.
Se já estava difícil negar antes, agora sim é que era impossível. Sorvete, cara. Sorvete!!!!
Mas, como sou uma guria muito desconfiada, tive de perguntar:
– Tá, e porque você vai me pagar um sorvete?
Kid levantou, botou a mochila nas costas e disse:
– É o mínimo que posso fazer pela garota que abriu as portas da simetria para mim. E, como também tenho que esperar Liz e Patty, já mato o tempo.
É, fazia sentido... seria uma ótima ideia. E, também, quem era eu pra recusar carona e sorvete grátis de um amigo?
Sorri, meio tímida, e concordei.
– Vamos tomar um sorvete simétrico


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Notas finais do capítulo

Kisuuus =*