Start? escrita por Sascha Nevermind


Capítulo 7
#6 - Saia e Sapatilha


Notas iniciais do capítulo

OOOOOIIII MEUS AMORES!!!!
Mil desculpas pela demora, sério, mas esse fim de ano/início de ano foi tão cheio de draminhas, crises existenciais, brigas e problemas que fiquei sem ânimo pra digitar tudo no celular (sou uma eterna pobre)
E AGORA ESSA QUE VOS FALA É UMA CALOURA DE ENGENHARIA QUÍMICA TOTALMENTE SEM MOTIVO ALÉM DE SER O QUE MAIS PARECIA DAORA DAQUI DA CIDADE U.U
...
Que preguiça.
Enfim, me desculpem, e espero que gostem!
:)

Ah, a propósito, estava meio avoada (desde que nasci) e só agora fui reparar, quatro pessoas favoritaram a história!!! Obrigada a:
#Sassu
#Vlad Ember
#Nêssa Dragneel
#GabyLima4
Thanks, thanks! E obrigada também a todos que comentaram, o último capítulo bateu record xD



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Feche os olhos e teve visualizar a cena: quatro adolescentes e uma gata/bruxa dormindo, todos amontoados na sala. Era sexta-feira, ou seja, tinha aula, ou seja, todos os celulares estavam programados pra tocar às seis da manhã.
O toque da Tsubaki é What The Hell, da Avril Lavigne (essa música é a prova que Tsu-chan não é tão boazinha assim). O do Black é Public Enemy N° 1, do Megadeth. O de Soul é Smells Like Teen Spirit, do Nirvana. E o meu é World is Mine, da Hatsune Miku.
Você já deve ter entendido onde quero chegar.
Às seis da manhã, quando tudo começou a tocar junto... bem, vamos dizer apenas que alguém esqueceu de nos avisar que não era a terceira guerra mundial começando. E certas estrelas negras tentaram fugir tão rápido que bateram a canela no rack. A televisão quase caiu.
Pausa pra homenagear Tsubaki, a única que não xingou.
Agora tente visualizar isso: quatro adolescentes (e Blair só de toalha) escovando os dentes no mesmo banheiro e aproveitando o momento lindo pra tirar uma foto. Batendo continência.
Uma última cena: nós perdendo o ônibus e indo pra escola na moto de Soul, já que meu carro estava na oficina. Isso aí, os quatro. Black*Star costurando loucamente pelas ruas de Death City e eu na garupa, me matando pra me segurar e não deixar Soul e Tsubaki, na forma de armas, caírem.
E o mais incrível é que não chegamos atrasados - e chegamos vivos!
No exato instante em que sentamos, o doktor veio com sua cadeira cair no meio da sala.
–Ufa! - Soul disse, ao meu lado. - Essa foi por pouco.
– Eu queria chegar atrasado... - Black*Star se queixou. - Então todo mundo olharia pra mim.
– Não é uma ideia muito boa. - Tsubaki comentou, pensativa.
Concordei - eu não tinha medo, exatamente, mas digamos que certo receio em mexer com a (pouca) paciência do Doktor. Eu andava tendo pesadelos com pessoas sendo dissecadas.
–Hey, Soul. - chamei, virando o rosto pra ele. - Porque você queria chegar cedo? Medo do Doktor?
Soul sorriu, meio de lado, sem me olhar.
– Digamos que... a escola está bem interessante ultimamente.
Essa eu não entendi.
– Como assim?
– Você vai saber logo. - respondeu, piscando.
Dei de ombros. Desde quando Soul era tão misterioso?
Misterioso...
Olhei para baixo. Lá estava Kid, com os materiais perfeitamente organizados, rabiscando alguma coisa no caderno. Parecia estar desenhando algo, e fiquei curiosa para saber o que era. Ele sempre desenhava, depois de arrumar o material. E, quando eu ficava olhando muito, ele se virava para trás e sorria. Era meio constrangedor, mas também era tão difícil vê-lo sorrindo que compensava, de um jeito meio estranho.
Suspirei. Realmente deveria parar de encara-lo.
Ainda assim, quando ele virou para trás, me flagrou e sorriu meio hesitante, não pude deixar de retribuir.
– Maka, será que poderia prestar atenção em mim, por favor?
Virei para frente, envergonhada. Pela cara do Doktor, ele percebera que eu estava olhando para o Kid.
– Desculpe, Doktor. - murmurei.
– Tudo bem. Continuando, turma, hoje teremos uma aula diferente. E não será dissecação.
Um suspiro aliviado correu pela sala, e alguns alunos chegaram a soltar améns e aleluias.
– Vamos fazer uma série de lutas hoje, e eu vou comentar os erros e acertos de todos. Vou sortear as duplas, e não quero ouvir uma palavra de reclamação. Agora, cada artesão escreva seu nome e o nome da sua arma num papel e me entreguem, para iniciarmos o sorteio.
Sorri. Essa sim seria uma aula interessante! Peguei meu caderno para fazer o que o Doktor pediu, e ouvi Soul rindo baixinho ao meu lado.
– Que foi?
– Nada. - ele sorriu diabolicamente. - Você vai precisar de sorte.
Mais confusa ainda, perguntei:
– Porque?
Soul esticou a mão, com três dedos levantados, e a cada item ia abaixando um.
– Primeiro: você está de cabelo solto. Vai engolir cabelo até não querer mais. Segundo: está de sapatilha. Com certeza essa coisinha não vai segurar no seu pé. E terceiro: até onde eu sei, você está de saia. Boa sorte tentando manter as coisas escondidas.
Abri a boca pra reclamar dele chamar minha sapatilha de coisinha (que audácia!) mas a fechei quando Soul falou da saia. Merda, eu estava só de saia mesmo, nem coloquei um short por baixo. E era uma saia curta, ainda!
Olhei tristemente pras minhas coxas brancas e murmurei:
– Não quero lutar.
– Não é opcional, Maka-chan. - Tsubaki disse, com um sorriso triste. - Você conhece o Stein.
Dei língua para Tsubaki e Soul e fiquei me xingando mentalmente. Era tudo culpa da minha preguiça. A sapatilha e a saia foram as primeiras coisas que eu vi de manhã, e simplesmente fiquei com preguiça de fazer no meu cabelo qualquer coisa mais complexa que desembaraçar.
Aquele era meu carma? Sabia que não devia ter roubado a borracha do meu primo na segunda série...
Escrevi os nossos nomes na última folha do caderno, num canto que não estava rabiscado, e entreguei pro Soul levar. Atá que eu vou perder a oportunidade que NÃO me levantar.
Enquanto eu olhava melancólica pela janela com ar de sofredora e pensava no constrangimento que seria a minha luta, Tsubaki me cutucou.
–Maka-chan, quer meu elástico de cabelo emprestado? Cabelo solto não atrapalha as armas.
É por isso que eu amo a Tsubaki.
Prendi meu cabelo no rabo de cavalo mais ajeitado que consegui, e isso não foi muito. Ficou firme, mas com aquelas mechinhas para fora, que são tão estranhas que dão câncer. Depois que Soul se sentou do meu lado, comecei a tamborilar na mesa e me preocupar com os sorteios das duplas, que o Doktor estava fazendo.
A cada nome sorteado, ele ia anotando no quadro, que se tornou uma grande grade de fulano vs ciclano. Black vs Ox, Kirikou vs Kim... até que meu nome foi sorteado. Maka vs Tresh.
Assim que o Doktor acabou de escrever o nome do meu oponente, comecei a avalia-lo. Tresh era um espadachim, quase trinta centímetros maior que eu, e bem forte. O tipo de cara cheio de bíceps, tríceps e outras coisas terminadas em eps. Muita força bruta, mas só causaria dano se conseguisse me pegar primeiro. Rápida eu era, só faltava saber o quanto a saia e a sapatilha saindo do pé me atrapalhariam.
Soul me cutucou e disse, meio rindo:
– Sério, Maka, se controla, ok? Não quero perder uma luta só porque você está de saia.
Encarei-o, ultrajada.
– É a minha calcinha!
– Eu sei, mas não acho que o pessoal vai ficar eternamente traumatizado.
Levantei o livro para dar um Maka Chopp nele, mas o guri foi mais rápido, segurando meu braço praticante em pânico.
– Não, não, desculpa! Eu estava brincando, Makinha! Sua calcinha é linda, tá? Ninguém nunca ia ficar traumatizado!
Black esticou o pescoço, prestando atenção em nós.
– Que papo estranho é esse?
– Também quero entender. - comentei, erguendo uma sobrancelha, apesar da vergonha. O assunto era... argh!
–Ah, vão catar coquinho. - Soul riu.
Sorri de leve e me concentrei em criar uma estratégia contra Tresh - atacar na região do peito ou da cabeça seria difícil, minha melhor chance era desviar sua atenção pros pés ou cansá-lo. Mas, novamente, Soul me interrompeu, sussurrando.
– Não pensei que você fosse levar a sério.
– O que? - sussurrei de volta, seguindo seu exemplo.
– O que eu disse. Quer dizer, depois de ontem...
– Dep... ah! - exclamei, me lembrando. - Tênis.
– Bom, sim. - respondeu, passando a mão na nuca, constrangido. - E antes de você dormir também.
Opa, por essa eu não esperava.
– Antes de eu dormir? - perguntei, confusa.
– É. Você sabe.
Franzi a testa.
– Não sei. O que foi?
Soul suspirou, dando de ombros.
– Esquece.
Tentei pensar, mas não lembrava de nada. Ele me falou de jogar tênis, aquele tarado, e depois eu dormi. Será que ele fez algo comigo enquanto eu dormia?
Lancei um olhar desconfiado ao Soul, e continuei assim até o Doktor nos chamar para a luta.
Tomamos nossa posição na frente da sala e enquanto aguardávamos o Doktor dar o ok, nos avaliávamos. Estava óbvio que Tresh achava que eu seria fácil, e estava óbvio pra mim que eu tinha que ganhar pra zoar da cara dele pelo resto da vida.
Ele foi o primeiro a atacar, veio correndo para cima de mim, mas girei, saindo de seu alcance e tentando um golpe com a foice.
Não deu certo, ele bloqueou o golpe com a espada - Ellie! - e acertou um soco no meu ombro direito, me fazendo recuar. Avancei e tentei fazer um corte em seis, mas Tresh saiu do caminho e errei por milímetros.
– Maka, levanta! - Soul avisou.
Eu havia acabado o golpe no chão, de costas para Tresh - o que não seria um problema caso eu houvesse acertado, porque ele já teria perdido. Mas isso não aconteceu, e Tresh aproveitou a deixa para me chutar. Tentei levantar, mas a sapatilha me desequilibrou e não deu tempo.
Acabei levando um chute no meio das costas que me fez voar uns dois metros, tirou Soul da minha mão e, isso mesmo, levantou minha saia.
A sala ficou silenciosa por um segundo ou dois, o mesmo tempo que demorei para recuperar o fôlego, então Stein pigarreou e disse:
– Bom... O vencedor é...
– Espera! - pedi, me levantando meio rápido e pegando Soul de volta. Tossi um pouco, e continuei. - Eu não perdi.
Tresh suspirou, chateado.
– Perdeu sim! Doktor, continue.
– Não perdeu, na verdade. - ele respondeu. - Não houve nocaute e você não a deixou em uma posição de risco. Podem continuar.
Sorri, triunfante, e joguei as sapatilhas longe.
Tresh grunhiu, irritado, e veio com tudo pra cima de mim.
– Maka, vamos aumentar a ressonância.
– Não precisa.
Bloqueei o primeiro ataque de Tresh com o cabo da foice e me afastei dois passos. Quando ele avançou novamente, não me afastei, e ele começou uma sequência de golpes que deveria ser rápida, mas era atrapalhada pela sua massa. Forcei-o a recuar com um golpe de foice e acertei seus joelhos, fazendo-o perder o equilíbrio.
– Taí o ponto fraco! - Soul comemorou.
Concordei e avancei de novo, mas ele estava preparado, e defendeu o golpe, tentando acertar outro soco no meu estômago. Desviei e acertei seus joelhos novamente, e ele caiu, mas deu um jeito de me puxar junto. Caí meio que por cima dele, e rapidamente me ajoelhei e encostei a lâmina de Soul em sua garganta.
Tresh soltou Ellie, com um sorriso estranho nos lábios.
– Touché. Você venceu.
Revirei os olhos, rindo.
– Não foi uma das minhas vitórias mais lindas.
Ele tocou meu quadril com a mão.
– Eu gostei.
Imediatamente corei e me levantei, com a ajuda de Soul, que voltou à forma humana e olhava emburrado pro Tresh.
– Agora sim, a vencedora é Maka! - Stein anunciou.
Dei um sorriso meio constrangido, peguei minhas sapatilhas e voltei pro meu lugar, seguida de perto por um Soul que não parava de resmungar algo sobre a audácia de certos artesãos em ficar passando a mão na parceira dos outros.
– E a propósito, - acrescentou. - bela calcinha


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Notas finais do capítulo

Comentários? Hein, hein? Me façam feliz, plz Y-Y