Lorien Remains escrita por MH Lupi


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Heeey Guyyyyssss, como eu recebi um review que falava que a loucura toda do Sky com aquelas vozes malucas era uma boa idéia, eu resolvi utilizar mais elas na história.
Elas geralmente vão representar a parte cômica, sempre interrompendo em momentos inoportunos ou totalmente fora de hora.
Ah, a vida dele vai dar uma acalmada agora, mas não se preocupem, ainda vai ter bastante treinamento e escaladas na vida desse louco
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341800/chapter/8

–Marina! Socorro!

Acordo respirando pesado dentro do mais recente carro roubado. Ainda está escuro lá fora quando olho. Esses sonhos me deixam ainda mais louco sempre que acontecem. Nomes aleatórios aparecem neles. Marina, John, acho que algo como “Ella” e, por uma única vez, um Stanley apareceu do nada.

As vezes imagens selvagens invadem minha mente. A pedrinha que meu pai fingia ser a nave saindo de Lorien, uma foto de John Smith e Sam Goode que passara no noticiário... Outras vezes eu escutava rugidos, explosões, soluços, tiros...

Quase atiro em mim mesmo quando uma mecha de cabelo ruivo aparece sobre meus olhos. O retrovisor me mostrava com o cabelo preto com mechas ruivas punks. A pior parte? Era natural, presente da mamãe.

Fazia dois dias que estava dirigindo direto, tentando me afastar. Em uma das paradas eu descolori o cabelo. Ainda tento decidir se isso foi uma ideia boa ou ruim.

Eu praticamente vivo nesse carro agora, um Corsa Sedan 2008 preto. O suficiente pra que eu consiga viver.

Me afastei bastante daquele lugar. Estava indo pro interior, algum lugar afastado, isolado, ou pelo menos longe daquele lugar.

A verdade é que eu não faço a mínima ideia do que eu estou fazendo.

Já me disseram que Oregon é um bom lugar pra se esconder. Frio e chuvoso, tem várias montanhas e paisagens bonitas. Boas matas para trilhas ou pra caça. Talvez seja mesmo um bom lugar.

Ligo o rádio e dirijo o carro batendo os dedos no ritmo da música Back in Black.

~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~LOL~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~

Esta tudo quieto a alguns dias, tinha despistado eles, ou pelo menos eu achava. A verdade é que eu sempre despisto eles antes de ter que correr outra vez porque, surpresa, eles me achavam.

Finalmente cheguei ao meu destino. Casa nova, identidade nova, vida nova. Por enquanto pelo menos. Vamos ver se eu consigo bater o recorde de três semanas - vamos ver se eu consigo descansar de verdade.

A muito tempo eu não tinha o luxo de parar em algum lugar.

Me despeço do corretor imobiliário e me viro pra minha nova casa. Eu poderia alugá-la por pouco tempo. Eu convenci eles a dispensarem a regra dos vinte e um anos - e eu posso ser muito persuasivo quando eu quero.

A casa é pequena, um andar constituído por uma sala que era perfeita pra uma pessoa só, uma cozinha pequena, um quarto e um banheiro. Essa casa em particular era uma criança comparada com as casas do resto do bairro.

–Bem vindo, Sky. – digo pra mim mesmo depois de um suspiro.

Vou até o quarto e largo a minha mala e a minha mochila ao lado da cama, escutando o metal se remexer lá dentro. Assim que me sento na cama, tocam a campainha.

Me levanto receoso e ando até a sala, pulando os degraus. Quando abro a porta escuto um “Oh” coletivo. Uma mulher aparentando no máximo quarenta anos estava do lado de um homem da mesma idade, a mulher é morena e baixinha, tem um cabelo caramelo enrolado e olhos castanhos brilhantes, o homem é branco e alto, tem cabelo preto encaracolado e os seus olhos são negros. Atrás dele posso ver dois adolescentes que aparentam ter minha idade... A verdadeira. Ambos tem as características do pai, menos os olhos que são da mãe.

–Bem vindo e... – A garota fala como se estivesse sendo obrigada á fazer isso – Wow, Caramba! Quantos anos você tem garoto?

–Liah! – A mulher repreende. – Oh, queríamos dar as boas-vindas á vizinhança. Seus pais estão?

–Eu meio que, hum, moro sozinho... – respondo.

–Maneiro – o garoto fala de trás do homem.

–Totalmente. – a garota concorda.

–Hum... – a mulher continua – Tudo bem, então. Também queríamos lhe dar isso – ela me entrega uma cesta. – Bem vindo.

–Ah, obrigado... – pego a cesta e eu tenho que me segurar para não a balançar e espiar o que tem dentro.

O homem pigarreia e fala:

–Também queria avisar que hoje à noite teremos uma pequena reunião na nossa casa, que é essa aqui do lado – ele aponta pra casa branca á direita. – Seria bom ter a sua presença, garoto.

Me obrigo a sorrir. Contato social não era bem o meu forte, mas eu sabia fingir bem. Suficientemente bem.

É bom que sim, eu quero descansar.

Cala boca.

–Ah, obrigado novamente. Estarei lá a noite.– digo sorrindo e aperto a mão dos dois. –Meu nome é Sky.

Um calafrio passa pela minha espinha quando eu falo meu próprio nome, reconhecendo minha própria estupidez. Mas dane-se. Eu gosto do meu nome.

–Mike – o homem diz.

–Marta. – a mulher se apresenta. – Esses são a Liah, minha filha...

–Eaí? – a chamada Liah cumprimenta.

–... E o Zack.

–Como vai? – ele acena forçadamente.

–Prazer. – aceno de volta.

O relógio do homem apita.

–Oh, temos que ir querida.

–Tudo bem. – a mulher diz apressada - Olha, Sky, se precisar de qualquer coisa é só chamar, ok?

–Ok.

Eles se viram e vão direto pra um carro, olhando uma vez ou outros por cima do ombro.

Certo, essa deveria ser a cota de contato social do dia... Mas eu não esperava ter esses dois nos meus planos.

Eu ponho a cesta na cozinha e corro para o meu quarto outra vez. Tomo um banho quente e desabo na cama.

~~~~~~~~~~~~~~~~VESH~~~~~~~~~~~~~~~~

–SARAH! Se escond--

Acordo assustado outra vez, tremendo e suado. Isso tem que parar.

O sol estava no ponto alto do lado de fora, mas ainda estava frio. Olho no meu relógio, são 12h43min. Dormi demais.

Visto uma roupa que esconda ao máximo todas as minhas cicatrizes: Calça Jeans e uma camiseta preta de mangas compridas, com a gola solta o suficiente para revelar uma das pontas da minha tatuagem.

Dirijo até a escola mais próxima, ou a que eu sei que fica próxima.

Me custaram cinco minutos em uma velocidade lenta até achar a escola.

Pego os documentos falsos que tinha feito alguns dias atrás - que são extremamente fáceis de se fazer quando você pode coagir a pessoa certa - e vou em direção a escola.

~~~~~~~~~~~~~~~/~ritmo do ragatanga~/ ~~~~~~~~~~~~~~~~

Quando entro na sala do diretor vejo Liah, Zack e mais dois adolescentes sendo crucificados pelo mesmo em seu escritório.

–Posso ajudá-lo? – A secretária diz em um tom doce.

–Ah sim, Sky Gabriel.

–Ah, o aluno novo.

–É.

Ela dá uma espiada por cima do ombro, com os óculos desaninhados.

–Será que você podia esperar um pouco?

Eu assinto e me sento em um banco de madeira lá perto.

–Então senhor Gabriel – a secretária fala – já têm todo seu material?

–Hum rum.

–Está com você?

–Está no carro...

–Ótimo! Você pode começar suas aulas agora mesmo.

Ah, cara!

Ah, cara!

Ah, cara!

Nossa. Se até as três vozes concordaram - e elas nunca fizeram isso, posso garantir - tem alguma coisa errada.

–Seria ótimo. – digo forçando um sorriso.

Eu

Te

Odeio.

E lá estavam elas de novo.

Os quatro saem do escritório do diretor reclamando. Um dos garotos é alto e moreno, seu cabelo é castanho e seus olhos são negros; o outro é mais baixo e seu cabelo é preto, assim como seu olhos.

–Foi só uma aula. – Liah diz.

–Parece que matamos alguém! – O baixinho diz.

–Minha mãe vai me matar – Zack diz.

Nos matar. – Liah completa.

–Oh, Sr e Sra. Johnson, será que vocês poderiam ajudar seu novo colega, o senhor Gabriel? Ele vai buscar os livros e já volta.

Eles olham pra mim com uma cara de espanto.

–Esse é o seu novo vizinho? – O moreno sussurra.

–É ele mesmo. – Zack sussurra de volta.

–Aqui está o seu horário senhor Gabriel. – ela me entrega o papel. – Este é o horário e esses são o número e a combinação de seu armário.

–Obrigado. – agradeço e saio da sala.

Chego ao meu carro e pego minha mochila abarrotada de livros e cadernos. Parece que reuniram toneladas de papel ali dentro.

Quando volto pra escola Zack está me esperando no portão.

–115 – digo.

Ele vai na frente calado. Imagino que não queira falar muito sobre o que aconteceu na sala do diretor. Não faz mal, eu também não queria falar.

Queria sim.

Shhh! Ele está explicando pros leitores!

Sim, eu já tive amigos antes. Como tudo acabou? Acabou com o corpo ambos estirados no asfalto depois de uma emboscada.

–Aqui está – ele diz, apontando pro armário – 115.

–Valeu cara – agradeço. – E hã... Onde fica a sala de biologia?

–Final do corredor à direita.

Agradeço de novo e ele sai de cena. Guardo os livros no armário e, quinze minutos depois, um turbilhão de pessoas saem das salas após o toque do sinal.

Dois segundos depois eu não sei mais onde é norte, sul, leste ou oeste.

Aposto que ele vai se perder.

Tá apostado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Então, o que acharam da proposta? As vozes malucas devem continuar?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lorien Remains" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.