Cinco dias depois: (terça-feira) U.U

–Não! – Grita Meg um pouco antes que eu tacasse fogo no nosso trabalho. – Esse é o sulfureto! Quer explodir tudo?

–Um pouco.

–A não ser que você tenha outra casa, seria melhor não fazer isso.

Bem... Eu não tinha exatamente outra casa, mas seria bem fácil encontrar mais uma. O dinheiro dos Mogs é bem prestativo, afinal, e o melhor de tudo? Eles nem sabiam que estavam sendo roubados.

Ela se levanta e vai à cozinha.

–Quanto tempo isso vai demorar? – grito – Eu quero dormir! Já é meia noite, Meg! Posso pelo menos assistir?

–Não! – ela grita da cozinha. - Ainda estamos na tabela N. Tenta aí.

Eu jogo uma gota de um composto em outro, e uma fumaça sai da mistura.

–Fumaça de novo. – digo.

–Jogue.

Jogo um pedaço de papel na mistura e não acontece nada.

–Sério? – ela pergunta voltando. – Ah... Ok, anote. Amanhã continuamos. Bye Bye.

–Tchau.

Ela pega sua mochila do meu lado e vai embora, sem sequer olhar para trás. Eu subo de desabo na cama.

Quando abro os olhos não estou mais no meu quarto, ou em casa, ou deitado... Ou nem sequer no mesmo dia. Eu demoro alguns minutos para perceber, mas eu conheço o local, e eu conheço a época: dois anos atrás.

Acabo de decapitar um Mog.

–PEGUEM-NO! – Grita uma voz grossa.

Vou na direção da voz. Um Mog aparece do meu lado e tenta me acertar com a espada. Eu me abaixo, deslizo ajoelhado pelo chão da selva, levanto me virando e enfio a espada em sua barriga. Puxo a espada e corto a garganta de um que tentava me agarrar.

Um tiro atravessa minha perna e raspa no meu osso. Atiro na direção dele e um Mog vira cinzas. Rasgo a manga da minha camisa e faço um torniquete acima do ferimento.

Corro mancando e me abaixo para passar a espada pelas pernas de um deles, e, na subida, decapitar mais um.

Vejo dois agentes do FBI assustados. Corro até eles, fico por trás, corto a garganta dos dois e re-começo minha corrida.

Estoco minha espada na barriga de um Mog desavisado e pego sua arma. Sinto um corte se formando nas minhas costas e me viro atirando. Dois montes de cinzas estão atrás de mim. Subo numa árvore, ignorando todo o sangue caindo do buraco na minha perna, e pulo pra outra.

Vejo mais um pequeno amontoado de Mogs alguns metros abaixo de mim. Pulo em cima de um deles, estocando minha espada entre seu ombro e seu pescoço. Levanto-me e decapito mais dois. Um deles corta de leve minha barriga, e acaba perdendo os dois braços. Corto a barriga de mais dois, que explodem em cinzas.

Uma bala atravessa meu ombro e eu me viro pra matar quem quer que seja. Aponto minha arma pra cabeça de uma mulher, mas meu dedo não puxa o gatilho.

Então tudo fica preto outra vez.

Bip, bip, bip

Aperto o botão de soneca do celular... Bem, o resto vocês já sabem.

~~~~~~/Rock U.U/~~~~~~

Pego meu livro de física e vou direto pra sala.

–Ei, nerd! – Sam diz e se senta do meu lado – Conseguiu terminar ontem?

–Só a tabela N...

–Estranho. – Al interrompe, se sentando atrás de nós – Gostava mais quando vocês se odiavam.

–Eu também – Liah concorda, se sentando ao lado de Al.

–Totalmente – Zack marca presença ao entrar na sala.

–Prefiro assim – Meg diz, arrancando o Sam do meu lado e fazendo todos rirem.

Ela murmura algo no ouvido dele, o beija e se senta ao meu lado.

Tínhamos o dia inteiro juntos, com exceção da educação física, a qual eu sempre matava.

–Peguem seus cadernos – o professor ordena – Agora!

Ok, alguém levou outro chute da namorada... E isso não é bom.

Meia hora depois eu já tinha preenchido quatro folhas do caderno... Frente e verso. Isso foi um pouco antes de um certo alguém, MIKE, ir no banheiro e, sem querer querendo, ativar o alarme de incêndio - o que, devo dizer, é irresponsável demais até para ele.

–MIKE! EU. TE. AMO!- Liah diz abraçando ele, depois que todos foram ‘evacuados’ do prédio.

Vou direto pro carro, não estava com muita vontade de voltar pra aula. Liah aparece do nada e entra no carro, seguida pelos outros.

–CORRE! – Sam manda.

Arranco com tudo e vou embora.

–Clareira? – pergunto após me afastar da escola.

–Pode ser – eles respondem em uníssono.

Estaciono em casa e todos correm pra dentro da pequena floresta atrás das casas.

–Vem S! – Liah diz, me puxando pela mão, mas eu a solto rapidamente.

–Eu vou dormir – digo – Não to com disposição pra suas loucuras.

–Ah... – ela pareceu desanimada – Ok, então.

Entro em casa e me jogo no sofá. Dois minutos depois alguém bate na porta.

–Ah, Liah – digo após abrir a porta – Entre.

Ela entra e eu fecho a porta.

Quando me viro, ela me empurra contra a porta, segurando meus ombros. Antes que pudesse perceber, ela agarra meu rosto e me beija, colando seu corpo no meu. Ela se afasta alguns segundos depois e sorri.

–Você é muito lento, garoto.