O clima era agradável em Odaíba. Certo que não era época de inverno nem de cair neve, entretanto a temperatura beirava os dez graus na capital japonesa. Mesmo assim Hikari teria que ir à escola, nossa que ruim é ter que acordar bem cedinho naquele frio.

Hikari quem o diga não queria se levantar nunca dali. O edredom quentinho ali a esquentando, contudo aquele sonho foi embora quando Taichi puxa o lençol em que cobria a bela moça. E ela gostou? Nadinha, resmungou alguns palavrões bem baixinhos, mas não o suficiente para seu irmão não escutar.

— Kari vamos, deixa de preguiça. A mamãe pediu para que eu a acordasse e eu estou cumprindo essa ordem.

— E realmente você ama essa ordem. Com licença, eu já estou acordada — ele saiu. Ela bocejou algumas vezes e se espreguiçou até criar coragem e se levantar de uma vez para ir ao banheiro.

Hikari agora tem 14 anos. Era uma adolescente já bela e bastante atraente. Deixou seus cabelos crescerem iguais da sua mãe. Chamava a atenção dos garotos da escola inclusive de Davis. Mas e o Takeru? Sente alguma coisa?

Ela pôs a toalha e foi ao banheiro. Tomou um banho e fez todas as suas higienes possíveis. Saiu e foi ao quarto colocar a farda da escola. Era uma farda diferente do fundamental, pois já estava no ensino médio. Enfim, ela se vestiu toda, pegou a sua bolsa ou mochila e foi tomar seu café da manhã. Após um rápido lanche matinal ela foi levada pelo seu irmão de carro.

— Pronto, chegamos. Até logo Tai.

— Espero que tire boas notas na prova. Siga o meu exemplo maninha — disse o mais velho ainda dentro do veículo. A única coisa que ele viu foi um sinal de positivo que ela fizera com o dedo polegar.

Ao chegar na escola ela deu de cara com Takeru. O rapaz era seu colega de trabalho de biologia e ainda teria que passar na casa dela. Enfim os dois se encontraram no corredor e ficaram se olhando até um puxar assunto.

— Falta uma semana para o trabalho e ainda nem fizemos — disse o loiro dando um sorriso.

— Né — ela também riu. — Mas hoje não tem escapatória. Você passa lá em casa hoje a tarde. Apenas a minha mãe estará lá a tarde toda. Tudo bem?

— Tudo certo. Eu passarei lá sem falta alguma.

O sinal tocou e todos os estudantes foram para as suas classes. Coincidentemente os dois ficaram na mesma classe e, junto, Daisuke. O ruivo não gostava nadinha daquela aproximação do T.K com a ''sua" Hikari. Ele ficava com ódio. 

Enfim a professora comandou a aula dali por diante. Seria prova de japonês e seria bem desgastante, pois eram três aulas inteiras e ainda tinha redação e tal. Logo o tempo se passou e a prova chegou ao término. Todos entregaram suas provas. Kari ficou confiante, estudou.

No final da escola...

— Então você passa lá em casa por volta das 3 horas da tarde. É que antes eu vou fazer outras coisas. Ok?

— Sim tudo ok. Não se preocupe, pois eu passarei com certeza.

Assim ambos foram para as suas casas.

Horas depois...

A campainha do apartamento da garota toca e a mãe dela vai atender. Era Takeru já pronto para fazer o trabalho com sua melhor amiga.

— Olá dona Yuuko eu cheguei em boa hora?

— É claro meu filho, entre.

O rapaz entrou com a sua mochila e sentou-se no sofá esperando a garota aparecer. Ela apareceu. Hikari chamou muita atenção do loiro, pois apareceu somente de short e uma camisa que mostrava sua barriga perfeita. 

— T.K venha aqui na área de serviço. É melhor e mais iluminado.

— T-tudo bem — ele se levantou e foi com a garota para a tal área. Realmente era iluminada, pois a luz do sol batia com mais intensidade.

Os dois pegaram os livros, cadernos, canetas, lápis, e cartolinas... enfim todo o material necessário para fazer o trabalho.

Já se passava das dezesseis horas quando Yuuko lembrou-se de pegar seu cachorrinho no pet shop. Ela pediu para que as "crianças" ficassem e não atendessem a porta para ninguém. Ela foi e os deixou sozinhos.

— Nossa que calor. Hoje pela manhã fez uns dez graus e agora a tarde deve tá fazendo uns vinte e cinco — disse a garota se levantando e indo até o refrigerador pegar um copo com água — Você aceita alguma coisa?

— Acho que água serve.

— Não, eu vou te dar um pouco do suco natural que a minha mãe fez pro Taichi. É de manga, gosta de manga?

— Sim adoro — assentiu o rapaz.

O rapaz ficou um pouco sem jeito com o agrado que a menina fez. Mesmo assim aceitou o suco. Ele bebeu quase que imediatamente  e deixou cair um pouco de líquido na sua camisa pólo. A garota deu uma risadinha daquilo tudo e pegou um pano de prato que estava sobre uma estante e começou a limpá-lo. Primeiro foi sua camisa, logo depois era o canto da boca do garoto. Aquilo deixou T.K vermelho feito pimentão.

— O que foi seu bobo? — perguntou a Kamiya sem entender o motivo da corada.

— Ah, é... na verdade é que tá quente aqui — ficou morrendo de vergonha. Ruborizou mais ainda, se ainda era possível.

— Vamos continuar com o trabalho... espera. Eu esqueci algo muito importante — disse ela.

— Você tem apontador? Eu não tenho, acredita? 

Ela foi até o seu quarto e pegou um estilete do seu estojo. Ela preferia estiletes do que apontador comum. Enfim, ela chegou com o objeto na mão, Takeru brincou perguntando se aquilo seria para matá-lo. Os dois riram como de costume. Ela voltou a se sentar na cadeira e colocou o objeto sobre a mesa.

— Deixa que eu faço as pontas dos lápis.

Ele fez a ponta de cada um enquanto a garota escrevia o que tinha no livro para o caderno. Esta sentiu falta da sua borracha. Ela não encontrava de jeito algum! Foi então que num ato de procurar o objeto debaixo da mochila, ela acabou derrubando a borracha no chão. Instintivamente Hikari foi pegar o objeto, entretanto o mesmo fez Takeru. Resultado? Ambos ficaram com os rostos tão próximos que quase se beijam. Na verdade eles não saiam daquela posição, um olhando pro outro, um sentindo a respiração do outro.

— É m-melhor continuarmos o trabalho — disse a garota avermelhada.

— Espera! 

Takeru resolveu se adiantar e a segurou pelo braço trazendo-a junta de si. Ele a beijou, no rosto, mas a beijou. Foi então que ela resolveu aprofundar o beijo e o fez, mas na boca. Os lábios se encontraram de um modo tímido e inocente. Era a primeira vez que os dois se beijavam e justamente com o melhor amigo de cada um! O beijo, mesmo tímido, demorou. Depois se soltaram.

— Foi incrível. Eu... gostei — disse ela.

— Eu também. Não sei como aconteceu, mas gostei.

— Ok, mas vamos fazer o nosso trabalho.

Eles continuaram o trabalho escolar. A dona Yuuko chegou em casa, então resolveram manter um segredo entre eles, pelo menos por enquanto. 

Já se passavam das seis horas e Taichi havia chegado. Então Takeru resolveu ir embora, pois já estava um pouco tarde. A garota se dispôs em deixá-lo até a porta e disse um "tchau até amanhã", mas bem carinhoso. Ele sorriu, se despediu e foi embora. Ela fechou a porta e se encostou nela. Colocou os dedos nos lábios pensando naquilo que aconteceu. Voltou para o quarto arrumar as coisas da escola. Deu um sorriso quando escutou:

— Porra quem bebeu o meu suco Aqui!!!!!!!!!!!!!!!