Bom o que eu posso dizer de mim. Meu nome é Davis, tenho 16 anos, sou um rapaz, digamos inteligente. Gosto muito de estudar e jogar de futebol. Faço parte do time da escola e já estou no último ano. Bom, período de provas é sempre complicado. Entretanto eu me dou bem. Quem não está nada bem é ela, a Kari. Sim Kary Kamiya a garota dos meus sonhos. Agora se perguntem por que ela é dos meus sonhos. Simplesmente por eu estar apaixonado por ela. A mesma não sabe o que eu sinto de verdade, por isso nunca me correspondeu à altura. Sinceramente eu tenho medo de me declarar, vai que ela me rejeita, seria meu fim.

Bom neste exato momento eu estou chegando ao colégio e já percebo que ela havia chegado quase no mesmo instante que eu. Ela entrou no portão sem me ver, óbvio como todas as outras vezes. Sou invisível. Exceto o Takeru que, apesar de ser meu amigo, só vivia correndo atrás dela pra cima e pra baixo feito um cão sarnento (incluo risos aqui). Enfim ele já não está mais entre nós. Não ele não morreu apenas se mudou de escola.  Portanto deixou um caminho livre pra mim.

Agora eu entro na escola e vou até os corredores do mesmo. Lá está ela conversando com uma amiga. Tão linda, tão sinuosa, tão... QUE? ELA TÁ VINDO?! Quase tive um súbito agora.

— Oi Davis como você vai? — bem obrigado. Quer casar comigo, já arranjei até os padrinhos, convidados, padre e tudo o mais. Só falta o seu SIM.

— Bem obrigado e você Kari?

— Eu estou bem. Puxa vida Davis. Nós ainda nem nos falamos esta semana e é porque hoje é sexta feira — não me diga. O homem invisível sou eu.

— Eu havia notado. Puxa mesmo — cocei a cabeça. Puxa eu to corando de novo.

— Hahaha você está vermelho de novo. Sabe você fica até Kawaii assim. Fica fofo demais, eu gosto de te ver envergonhado. Bom eu acho que esse toque é a nossa deixa para a sala, mas quando for à hora do intervalo eu quero conversar contigo.

— Ah não vai dar. Eu vou para a aula de Educação Física e você sabe que a aula sempre emenda com o intervalo de hoje. Bom, acho que depois do treino eu tenho um tempo livre.

— Tudo bem. Eu passo lá mais tarde.

Após esse breve diálogo que eu adorei, fomos para a sala. Sinceramente a aula de física estava demorando a beça e não aguentava mais. Acredita que eu já havia acabado a prova e mesmo assim o professor deixou ninguém sair. Puta merda eu detesto esse professor.

Bom depois de algumas aulas e algumas provas finalmente o sinal soa e fomos para fora da classe. Eu particularmente queria ficar no intervalo, mas tinha que ir ao treino. Bom, eu entrei no vestiário e fui colocar o uniforme do time. Os meus colegas já estavam prontos, apenas eu cheguei meio atrasado.

— Vamos logo Motomiya-kun. Deixa de ser preguiçoso. Você está atrasado mais uma vez — não me diga. Hoje teve prova, estou meio lélé da cuca de tanto rachar a cabeça pra aquela bosta.

— Eu já vou cara, calma — ainda tava amarrando o cadarço da chuteira.

Bom depois disso eu fui treinar. O treino foi bastante puxado para mim. Teríamos um jogo interno na semana que vem e o time em que eu pertenço jogará em breve. Fiquei cansado depois disso.

Após treinar eu fui tomar um banho no vestiário mesmo. Queria tirar o suor impregnado no meu corpo. Enxuguei-me e coloquei a minha farda em que eu estava vestido antes. Sentei-me num banco de lá para calçar o tênis quando tive uma surpresa. Na verdade não era tão uma surpresa, porque eu já aguardava. Todavia eu sempre fico surpreso quando ela se aproxima de mim. Não sei o que é isso que toda a vida acontece comigo.

— Oi Davis eu atrapalho em alguma coisa?

— N-não, é claro que não. — Lá vai eu gaguejar de novo. Droga.

Ela se sentou ao meu lado e ficou observando o armário que estava na nossa frente. Logo depois ela se desabafou pra mim. Parecia tudo um mar de rosas na minha vida. Eu custava a acreditar que aquilo estava realmente acontecendo comigo.

— Ai Davis — encostou sua cabeça em meu ombro. Virei um tomate neste exato momento. — Eu estou com tanta saudade dos nossos parceiros digimons. Faz muito tempo que eu não vejo a Tailmon e também que não vamos ao digimundo.

— Eu sei, eu também sinto. Kari — levantei seu rosto pegando seu queixo — sei que não está sendo fácil para nenhum de nós, porém precisamos tocar a nossa vida normalmente.

— Puxa Davis você falando assim até parece que não sente saudade...

— Sinto sim. Agora o que eu posso fazer? Eu tento me distrair com outras coisas, só isso. Bom já está ficando tarde e está quase na hora do almoço então eu preciso ir. Nós precisamos ir.

Eu fui tentar me levantar, mas fui pego de surpresa por ela. Kari me deu um abraço bem apertado. Eu fiquei parado, estático com aquilo que ela fez. Sinceramente eu nunca esperava uma atitude dessa vindo dela. Agora que foi bom foi.

— Você é a única pessoa em que eu confio plenamente nesta escola inteira — puxa ela tava chorando nos meus braços.

— Tudo bem eu estou aqui sempre para o que der e vier. Eu te ajudo em qualquer hora que precisar. Não precisa ficar assim.

— Eu sei, é besteira minha. Obrigada Davis, obrigada de verdade mesmo. Você é um grande amigo. Sabe nos conhecemos desde o fundamental então eu posso confiar em ti melhor — puxa eu fiquei muito feliz.

A conversa foi até legal, mas o que me surpreendeu de vez foi depois do abraço ela me deu um beijo no rosto. Sabe, eu fiquei tipo uma estátua e vermelho. Nem sei descrever como eu fiquei.

— A gente se vê — ela saiu do vestiário me deixando sozinho.

Depois dessa conversa maravilhosa que tive eu fui embora pra casa. Estava muito cansado depois de um dia cansativo de provas e o treino logo em seguida. Voltei pra casa. Subi pelo elevador, pois eu não me atreveria ir pelas escadas. Cara, eu tava com uma cara de morto mesmo.  Entrei em casa quando dei de cara com a pessoa mais chata do mundo, minha irmã Jun. Caramba ela é chata demais.

— Mamãe ficou preocupada. Você chegando mais tarde do que de costume e não deu nenhum aviso antes — sua chata.

— Olha Jun, depois eu falo com ela. É que hoje teve treino e estou muito cansado. Quer por favor, largar do meu pé somente hoje?

— Opa tudo bem. O leão desmamado falou então tá certo.

— Você é muito chata sabia. Deus que me livre ter tido uma irmã mais velha assim.

Entrei no meu quarto e coloquei minhas coisas sobre a cômoda. Logo em seguida me deitei na cama. Fiquei divagando e pensando naquele momento. Certo que ela não me beijou na boca — o que eu queria muito — mas um beijinho no rosto foi até bom. Quem sabe isso seja uma porta de entrada para um relacionamento digamos mais sério. Bom agora é melhor eu parar de ficar narrando este capítulo, pois estou realmente cansado. Vou dormir e sonhar com a minha amada. Fui.