Apesar De Tudo, Será Que Estarei Ao Seu Lado? escrita por LayneAS


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Olá povo!!! Finalmente eu consegui concluir esse capitulo e já vou avisando que não tem muito romance nele. É complicado encerrar algo que você se apegou tanto...Enfim... esse é o penúltimo capitulo, espero que gostem e não queiram me matar em nenhum momento.



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Eu não conseguia parar de olhar para as duas.Stella acariciava a cabecinha da nossa filha que dormia tranquilamente em seu colo, eu ainda sentia aquele frio na barriga.O desespero que senti ao saber que minha Elise tinha sido sequestrada, me fez ver que minha vida não seria nada sem ela.Me sentei ao lado da minha esposa no sofá , puxei Stella carinhosamente para mais perto de mim e ela deitou sua cabeça no meu ombro, enquanto nós dois olhamos nossa filha dormir.

- Eu senti muito medo, imagina o que poderia ter acontecido com ela, Mac.

- O que importa agora é que ela está bem,e eu vou protegê-la, Stell, e esse assassino nunca mais vai chegar perto da nossa princesa.

- Não vai fazer loucuras, ok?

- Sabe como trabalho quando se trata da minha família.

- Você nunca raciocina direito e isso me preocupa.Não vou conseguir seguir em frente se perder você, Mac, por isso pense muito bem antes de fazer qualquer coisa.

Eu não quis continuar naquele assunto para não deixa-la ainda mais aflita.A muito tempo eu não via Stella com tanto medo e tão frágil dessa maneira e eu não queria preocupa-la ainda mais.Eu tinha que pegar aquele cara antes dele pensar em chegar perto da minha família novamente.

XXXXXX

O que eu queria mesmo era ficar no laboratório e ajudar, mas precisava cuidar da minha bebê.

- Eu vou pra casa, aqui não é lugar para a Elise passar a noite.

- Uma viatura vai te acompanhar até nossa casa e vai passar a noite do lado de fora, não quero que vocês corram qualquer risco se eu não estiver por perto.

- Qualquer novidade me liga - eu beijei suavemente seus lábios e logo depois apertei o botão do elevador.Mac ficou nos olhando até que a porta se fechou.Quando cheguei no estacionamento dois policias me aguardavam e me acompanharam até nosso apartamento.

- Já olhamos tudo, detetive, estaremos do lado de fora, estacionados com a nossa viatura em frente ao seu prédio.Se precisar de alguma coisa é só ligar, o detetive Taylor deixou nosso número gravado no seu celular. Boa noite. - o policial saiu do apartamento e eu tentei me lembrar em qual momento Mac tinha pegado meu celular.Elise dormiu na nossa cama, protegida por alguns travesseiros, mas eu não consegui pregar os olhos e a cada momento que ameaçava cochilar abria meus olhos em alerta e procurava por ela, mas a minha garotinha dormia o sono dos Deuses.

Já era muito tarde e Mac ainda não tinha voltado e eu comecei a ficar preocupada.Me afastei do quarto por alguns minutos para telefonar para ele, felizmente ele atendeu no primeiro toque.

- Stella? Aconteceu alguma coisa? - sua voz saía preocupada e eu quase me arrependi de ter ligado.

- Está tudo bem, Mac, mas gostaria de saber que horas você vai voltar pra casa, já está muito tarde, querido, e você precisa descansar.

- Eu só vou descansar quando consegui colocar as minhas mãos nesse homem.

- E se isso nunca acontecer? Nunca mais vou ter meu marido?

- Não fala assim, Stella... Vou sempre vai me ter.

- Desculpe... ah eu estou tão tensa e preocupada com todos.A equipe está ai com você?

- O Don, Adam e o Sheldon.Lindsay precisou voltar por causa das crianças, idem para a Jess.Já o Sid precisou ir as pressas pra casa porque a esposa não estava se sentindo bem.

- Espero que não seja nada grave... Preciso desligar querido, a Elise está sozinha no quarto, promete me manter informada de qualquer novidade?

- Pode deixar meu amor, agora você precisa dormir um pouco.

- Como se isso fosse possível.Se cuida, eu te amo.

- Eu também te amo.

Quem diria que eu estaria em casa enquanto alguns membros da equipe trabalhavam para pegar um assassino? Justo eu.As prioridades da minha vida tinham mudado, não que eu tivesse deixado de amar o que eu fazia, o meu trabalho, de maneira alguma, mas... sentia mais vontade de ficar em casa, com o meu bebê e protegê-la de qualquer coisa.

XXXXXX

Mac voltou para sala onde todos estávamos.

- Está tudo bem por lá? - perguntei.

- Sim, Stella só queria saber que horas eu voltaria pra casa.

- Estranho ficar aqui sem ela.

- Também acho, Don, mas o papel de mãe agora vem em primeiro lugar e nada, nem mesmo o trabalho como detetive é capaz de tirar minha esposa de perto da Elise - vi Mac sorrir ao terminar de falar e ao mesmo tempo me lembrei da Jess.

Eu sabia que o apartamento onde eles moravam também tinham uma viatura em frente a nosso prédio, mas não conseguia deixar de ficar preocupado mesmo assim. E se alguma coisa acontecesse? Eu não estivesse por perto para protegê-los?Quando Jess se despediu da equipe pra voltar pra casa, eu a alcancei no corredor.

- Jess! - ela virou-se e me olhou e eu quase me perdi naqueles olhos. - Se precisar de alguém para leva-la pra casa, eu...

- Tudo bem, não precisa, Don.Mac já disponibilizou uma viatura e nossos filhos estarão protegidos e seguros.

- Eu também estou preocupado com você... Quero você segura.

- Vou ficar bem - ela deu um sorriso tímido e depois se aproximou um pouco e seu rosto ficou bem próximo ao meu e em pouco segundos ela me beijou e se afastou. - Eu te amo.

Ao invés de ir atrás dela e dizer o mesmo, eu simplesmente deixei que Jess se afastasse e pegasse o elevador e desaparece da minha frente.Agora eu estava aqui, sem conseguir tirar meus pensamentos dela e com uma vontade louca de toma-la em meus braços.

- Está tudo bem, Don? Até parece que você está em outro mundo.

Voltei minha atenção para Sheldon.

- Pra dizer a verdade, Sheldon, não faço ideia.

- Isso tem haver com a Jess, não é? Queria só saber quando você vai deixar de ser tão cabeça dura em voltar logo pra ela, dá pra ver só de olhar pra você que está louco pra fazer isso.

Era até engraçado ouvir Mac me falando aquilo, justo ele.

- Não é tão fácil assim, eu ainda...

- Está magoado com ela? Qual é Don, será que você vai deixar o tempo passar e guardar isso pra sempre?

- Mas se você realmente não quiser voltar pra ela, por favor me avise, a Jessica é uma mulher muito linda pra ficar sozinha e eu vou ficar feliz em ser seu novo marido.

Olhei para Adam não achando a menor graça das suas palavras e ele se calou de imediato quando o olhei com sangue nos olhos e capaz de mata-lo se ele repetisse aquilo novamente.

- Obrigado pelas palavras, pessoal, mas vamos voltar para o caso?

- Só não espere muito pra tomar logo uma decisão, Don.

Dei uma ultima olhada para o Mac e novamente senti algo estranho dentro de mim, um frio na barriga e aquela vontade louca de ligar pra ela e saber se estava tudo bem.

- Eu preciso fazer uma ligação,com licença, eu prometo não demorar.

Eu não ia conseguir trabalhar se não falasse com ela novamente.Disquei o número de casa e esperei impaciente que ela atendesse.Quando já estava no terceiro toque e eu a beira de um ataque de pânico, ela finalmente atendeu.

- Alô? - ouvi uma voz sonolenta e sorri aliviado.

- Jess? Oi... hã... sou eu...Don, tá tudo bem por ai?

- São duas horas da manhã... eu estava dormindo... Don... está tudo bem, sério, não precisa se preocupar.

- Desculpe, mas... senti necessidade de ligar pra vocês e...

- Só um minuto, acho que ouvi alguma coisa.

- Que coisa? O que você ouviu Jessica? - perguntei preocupado.- Jessica? - ela não respondia e a linha ficou muda.Meu desespero aumentou quando liguei novamente e ninguém atendeu, no celular dela caiu na caixa postal.

Sai o mais rápido que consegui, correndo pelas escadas e quase tropeçando em alguns degraus.No caminho eu tentava desesperadamente falar com ela, mas não completava a ligação e meu medo que alguma coisa realmente tivesse acontecido a minha família, me apavorava.Cheguei no prédio em tempo recorde e novamente usei as escadas, cheguei no andar do nosso apartamento sentindo o ar faltar, mas eu precisava saber o que tinha acontecido.Saquei minha arma e vi que a porta estava aberta.

- Polícia de Nova York - não obtive resposta e entrei olhando para todos os lugares.Escutei um barulho e apontei para onde o som vinha, estava um pouco escuro, mas de repente alguém ascendeu uma luz e ouvi um grito.

- Don! O que você pensa que está fazendo? - Era a Jess, ali, parada na minha frente com o rosto mais assustado do mundo, eu abaixei a arma e fui ao seu encontro, já sem conseguir segurar minhas lagrimas.A puxei pra mim e a abracei com força.

- Meu Deus, o que foi? Querido... o que foi? - mas eu não conseguia responder, apenas queria sentir Jess nos meus braços e saber que tudo estava bem com ela, que ela estava inteira.

Me afastei e segurei seu rosto entre minhas mãos.

- Eu senti tanto medo, Jess... eu achei que nunca mais fosse te ver, eu morreria se alguma coisa tivesse acontecido com você.

- Don, eu estou bem e inteira... qual é detetive, não acha que está muito paranoico com tudo isso? - ela sorriu e eu não consegui mais me conter e a beijei como se aquele momento fosse único.Como eu senti falta daquele lábios, daquele gosto...

Ela se afastou e me olhou surpresa.

- O que foi isso? Eu achei que você nunca...

- Eu te amo Jessica e ficar longe de você foi a pior dor que eu senti na minha vida.Acho que nunca sofri tanto, desculpe essa minha teimosia, acho que tenho ficado muito tempo com os Taylors e estou pegando a mania deles.

Nós dois sorrimos.

- Eu devia ter te entendido e acreditado em você, devia ter ficado do seu lado e não ter perdido tanto tempo e...

- Vamos esquecer tudo isso, está bem? O que importa é que agora você está aqui comigo.Mas Don... o que aconteceu para você aparecer dessa maneira? Levei um susto quando ouvi você gritando a essa hora da madrugada.

- Eu fiquei desesperado quando estávamos conversando pelo telefone e a ligação caiu e depois eu não conseguia falar com você de maneira alguma. Eu tentei o seu celular e como também não consegui, sabia que tina acontecido alguma coisa.

- Ligação? De que ligação você está falando?Eu não estou entendendo nada.

- A ligação que fiz a poucos minutos atrás, não deve ter mais que vinte minutos.Estávamos conversando quando você disse que tinha ouvido alguma coisa e depois disso o telefone ficou mudo.

- Eu acho que você ficou maluco com tudo isso, querido, eu estava dormindo desde o momento que cheguei aqui e coloquei as crianças pra dormir, não tem a menor possibilidade de ter falado com você a tão pouco tempo atrás.

- Como não? - senti um frio na espinha e acho que ela também, porque nos olhamos entendo tudo.Fui checar e o telefone do nosso apartamento estava desligado, o celular dela que tinha ficado na cabeceira da sua cama, agora estava em cima do sofá, desligado. - Alguém entrou aqui, eu falei com outra pessoa, outra mulher que se passou por você.Ela desligou o telefone de propósito.

- Oh Meu Deus, Don! Nossos bebês! - Jess correu em direção ao quarto do Max e do Aeron e fui atrás, sentindo meu mundo sumir a cada passo. - Não!!!

Os bercinhos estavam vazios.

XXXXXX

Voltei pra casa e encontrei tudo no mais completo silêncio.Depois dos policias olharem todo o apartamento pra ver se as coisas estavam em ordem eu me despedi e me joguei na poltrona da sala, me sentindo exausta.Comecei a pensar na minha família e tudo que já tinha enfrentado depois que me casei com o Danny.

Pensei na Nikki,e de como ela e o Noah tinham aparecido nas nossas vidas.Da Jace e sua vingança contra mim, me culpando pela morte da irmã, da Grace que era como uma mãe e uma avô para a Lucy e o Connor.Eu não ia suportar perder as pessoas que eu amava... Segurei minha pernas com os braços e senti uma dor tomar conta de mim e um choro aos poucos me tomar, começando devargazinho e aumentando a ponto de chorar como criança.Foi quando ouvi aquela voz tão amada bem perto de mim.

- A vida não é fácil, Lindsay, mas eu estou aqui, com você.Pela metade, mas estou... Vem meu amor.

Olhei para ele e Danny estava parado atrás de mim, me levantei e o abracei com força.

- Eu estou aqui com você, não chora meu amor.

- Eu estou com medo, Danny, muito.E se alguma coisa acontecer?

- Vamos estar juntos um do lado do outro.Vem, vamos pra cama que você precisa descansar um pouco.

Ele me levou pela mão até nosso quarto, deitamos na cama e eu deitei sobre seu peito e Danny me abraçou, eu dormi sentindo as mãos dele acariciando meus braços.Era bom ter ele do meu lado como antes e eu tinha certeza que não ia mais conseguir viver sem aquilo.

No dia seguinte eu ainda estava abraçada a ele e por um segundo eu me permitir esquecer tudo aquilo e curtir aquele momento, do lado dele, mas logo me lembrei que tinha que ver como as crianças estavam.Quando entrei no quarto deles, encontrei somente Lucy e Connor, Noah não estava.O procurei por todo apartamento e não o encontrei e senti o medo tomar conta de mim.Mas o que tinha acontecido? Era impossível alguém ter entrado no nosso apartamento e levado ele dali.E tinha prometido ao Danny que ia protegê-lo e agora o garoto tinha sumido e eu não fazia ideia de onde ele estava.Entrei no nosso quarto novamente tentando me manter calma e não fazer barulho para não acorda-lo, troquei de roupa e peguei minhas coisas, como o meu distintivo e minha arma, deixei um bilhete para ele e saí de casa.Se eu tinha falhado na minha promessa eu tinha que resolver.

XXXXXX

Quando Don apareceu junto com a Jess eu sabia que alguma coisa muito errada estava acontecendo, dava pra ver pelo olhar de cada um deles e os pelos passos rápidos no corredor.

- Mac, levaram meus filhos, eles sumiram. - Don estava com os olhos vermelhos de tanto chorar e falava com pressa. - Pelo amor de Deus, me ajuda a encontra-los!

Ao mesmo tempo Lindsay também aparecia e de cara vi que ela também estava com problemas.

- O Noah sumiu, levaram ele do meu apartamento.Eu preciso acha-lo logo ou nunca me perdoarei por ter deixado que o levassem bem debaixo do meu nariz.

- Mas porque levar as crianças? O que esse assassino quer? Porque tudo isso? O que me deixa ainda mais curioso é que a minha filha ele devolveu poucas horas depois.

- Será que ele não se arrependeu de ter levado a Elise e por isso a devolveu tão logo? - Jess se manifestou pela primeira vez, enxugando uma lagrima.

- Que tipo de assassino iria fazer uma coisa dessas? Ah não ser que ele tivesse alguma ligação com a Stella ou comigo.

- Mas quem seria essa pessoa e o que meus filhos tem haver com toda essa história? - Jess perguntou desesperada e Don a abraçou, vi que ele estava tentando ser forte por ela, mas era mais do que evidente que ele estava a ponto de um ataque de nervos.

- Nós vamos encontra-los, eu prometo pra você, Jessica.

Ela me olhou e depois se soltou dos braços do marido e me abraçou, chorando.

- Por favor, Mac, traga meus filhos de volta.

XXXXXX

Foi estranho não encontrar a Lindsay em lugar algum e depois de ver seu bilhete avisando que teve que ir até o laboratório mais cedo eu já senti que tinha alguma coisa errada acontecendo, resolvi ir até lá e descobrir por mim mesmo, mas não podia deixar as crianças ali e não queria pedir para a Grace mais uma vez ficar cuidando delas.A única maneira que encontrei para resolver aquela questão foi leva-los juntos comigo.Depois de chamar um táxi, fui até o quarto das crianças e vi que Noah não estava.Será que a LIndsay tinha levado meu filho? AH Lindsay, o que você esta me escondendo?

Cheguei no laboratório com meus dois filhos, Connor dormia nos meus braços enquanto Lucy segurava com umas das mãozinhas a minha calça jeans.A primeira pessoa que vi foi o tal do Adam.

- Hei, Adam não é? Sabe onde posso encontrar a Lindsay?

- Danny, o que você está fazendo aqui? - ele pareceu bem assustado quando me viu.

- Sabe ou não? - perguntei firme, não queria ser grosso mas não estava afim de conversar ou responder perguntas agora.

- Toda a equipe está reunida na sala de reuniões, você não sabe o que aconteceu, não é?

- O que aconteceu? - porque senti um frio na barriga com aquela pergunta?

- Acho que não sou a pessoa certa pra te dizer isso.Venha Danny, eu vou te levar até a sala de reunião.

Eu não estava gostando nada daquele clima.Pela parede de vidro eu vi todos reunidos, inclusive Lindsay estava no meio deles.

- Olha quem eu encontrei no corredor. - Adam falou assim que abriu a porta e todos me olharam.

- O que está fazendo aqui com as crianças? Aconteceu alguma coisa? - Lindsay perguntou indo até mim, eu olhei para ela firmemente, buscando respostas.

- Você que deve me dizer o que está acontecendo, onde está o meu filho? Onde está o Noah, Lindsay? - vi ela engolir em seco e seus olhos se encherem de lagrimas.

- Eu... Danny... alguém levou o Noah do nosso apartamento essa noite.

- O que? E quando você ia me contar? - senti uma pontada na cabeça e uma dor forte, mas me mantive firme e acho que ninguém ali percebeu.

- Eu falhei em protegê-lo e prometi que ia encontra-lo eu vou fazer isso, por favor, eu preciso que você confie em mim.

- Noah... - a dor veio novamente e eu vacilei agora, ela deve ter notado que alguma coisa estava errada, porque pegou Connor do meu colo e o entregou para Sheldon, Lucy olhava um pouco assustada.

- Danny? Está sentindo alguma coisa? Danny... - eu não consegui ouvir mais nada, porque tudo ficou escuro.

XXXXXX

Ele foi levado para um sala privada onde normalmente as pessoas que trabalhavam no plantão aproveitavam para descansar.Ali tinhas duas camas até confortáveis.Sheldon tinha acabado de sair e nesse momento estava somente eu e Danny ali, ele tinha voltado a sua cor normal e parecia bem melhor, mas eu ainda estava muito preocupada com ele.Passei umas das minha mãos em seu rosto e me culpei por tudo que estava acontecendo.Respirei fundo e sabia que cada segundo que se passava era preciosos e eu precisava fazer alguma coisa logo, me despedi dele com um suave beijo no rosto.

XXXXXX

Abri meus olhos e não entendi porque estava no quartinho do laboratório.O que tinha acontecido mesmo? Me lembrei do Noah e do olhar de medo e preocupação da Lindsay.Levantei em um pulo e senti tudo rodar de novo, mas me segurei na parede e esperei alguns segundos até conseguir.Quando sai dali, me senti novamente em casa.

- O que você está fazendo aqui? Precisa descansar um pouco, Danny. - Sheldon me olhava preocupado.

- Eu nunca me senti tão bem desde que... - olhei para todos os lados procurando por ela - Onde está a Lindsay?

- A última vez que a vi ela estava junto com você.Tem certeza que está tudo bem com você?

- Dá pra você parar de me perguntar isso a todo momento, Sheldon? Eu estou ótimo e é por isso que estou tão preocupado com a minha esposa.Eu me lembro de tudo cara, de tudo... Acho que quando fiquei sabendo que meu filho desapareceu, eu... me lembrei da minha família, do meu trabalho... É por isso que tenho que encontrar a Lindsay o mais rápido possível, porque conheço ela bem o suficiente pra saber que ela foi atrás de resolver isso sozinha.

- Você quer dizer que...

- Ela foi atrás do assassino.

- Mas não temos pistas do paradeiro dele ainda, como ela vai conseguir chegar até ele?

- Isso que está me matando, Sheldon, Lindsay não sabe o que está fazendo e pode colocar sua vida em risco e se alguma coisa acontecer com ela eu não sei o que será de mim.

XXXXXX

Já estava amanhecendo, no momento na sala de reuniões encontrava-se apenas eu, Don e Sheldon. Jess estava a base de calmantes e agora estava adormecida no sofá da minha sala.Eu sabia que todos ali queriam resolver logo tudo aquilo e cada minuto que se passava era uma angústia para todos.

- Será que esse assassino não é algum parente distante da Stella? Ou até mesmo seu? - Don me perguntou.

- Podemos pensar em todas as possibilidades e essa não pode ser descartada. - nesse momento meu celular tocou e o número era restrito. - Alô?

- Como vai detetive Taylor? - era uma voz suave de mulher. - Imagino que deve estar com os neurônios queimando, afinal estou dando um grande trabalho a meses a toda a sua maravilhosa equipe que até agora não tem nenhuma pista de quem eu possa ser.

Antes mesmo que eu pedisse, Don correu e pediu que Adam rastreasse a ligação.

- Porque está fazendo tudo isso? - perguntei tentando ganhar tempo.

- Acho que devia perguntar a sua linda esposa, a senhora Taylor.Ops, mas acho que não vai ser possível, como eu sou esquecida.

Um pressentimento ruim tomou conta de mim.

- O que você está dizendo? A Stella está em casa, segura e com...

- A sua amada e linda filha? Achei que conhecesse melhor a sua esposa detetive.Achou mesmo que a Stella iria ficar em casa enquanto você e toda a equipe quebrava a cabeça para resolver todo esse mistério?De maneira alguma... Devo dizer que não foi nada difícil despistar aqueles policiais e conseguir chegar até a detetive e sua princesinha.

O ar faltou em meus pulmões e eu senti o chão desaparecer abaixo dos meus pés.

- Sua desgraçada, se colocar a mãos na minha família eu acabo com você. Está me ouvindo?

- Oh,deveria tomar mais cuidado com o que está dizendo detetive, afinal de contas não é só a vida da sua família que está em jogo aqui.Avisa para o detetive bonitão de olhos azuis que estou cuidando muito bem dos garotinhos deles mas esse choro deles estão me matando e juro que estou fazendo um esforço enorme para não atirar na cabeça de cada um.

Don me olhava espantado e deve ter lido pelos meus olhos que era alguma coisa com os filhos.Ele pediu que eu colocasse no viva voz e eu cheguei a oscilar por um segundo, mas não podia esconder isso dele.

- Devo dizer que também não foi muito dificil pegar a senhora Messer e a senhora Flack, achei que tivesse preparado melhor sua equipe, que decepção.

- Você está louca, a minha mulher está aqui com a gente.Está inventando toda essa história. - Don gritou.

- Eu não teria tanta certeza e acho que deveria verificar isso, afinal, deveria saber que quando se trata da segurança dos filhos ou até da vida deles, uma mãe é capaz de qualquer coisa.

A ligação ficou muda e eu olhei desesperado para Adam na outra sala, ele me fez sinal de que não tinha conseguido rastrear a ligação.Eu não queria acreditar em nada daquilo.Porque afinal em um dia ela leva a minha filha e pouco depois a devolve e novamente a leva, mas agora com a Stella?

Ao mesmo tempo que eu ligava para casa, Don saiu em disparada até minha sala, quanto Sheldon saía da sala para falar com Danny.

- Vamos Stella, atende esse telefone... - deixei que tocasse umas cinco vezes até cair na secretária eletrônica.Tentei o celular e caiu na caixa postal - Droga, droga. - Joguei o telefone longe e ele se quebrou na parede, logo Don estava de volta e eu sabia que ele não tinha encontrado Jess, vi o mesmo desespero que eu tinha nele e logo Sheldon apareceu com Danny.

- Ele se lembra de tudo, Mac, pelo menos alguma coisa boa nesse inferno é que agora temos nosso antigo Danny de volta. - Sheldon falou.

Pela segunda vez naquele dia o celular tocou, mas dessa vez foi o do Don.

- Como vai detetive Flack?

XXXXXX

Eu não sabia onde estava, mas assim que me lembrei do que tinha acontecido, me alarmei e procurei minha filha por todos os lados.

- Ela está aqui comigo detetive, linda a sua garotinha. - olhei em direção a mulher que aparecia agora na minha frente,segurando minha filha em seus braços.Para meu espanto a mulher tinha a minha fisionomia.- Espantada, Stella?

- Quem é você? Por favor, não faça nada com a minha filha... - Elise dormia tranquilamente sem fazer ideia do que estava acontecendo e meu coração se apertou só de imaginar que aquela maluca fosse fazer alguma coisa com ela.

- Quando eu peguei a Elise pela primeira vez em meus braços senti uma emoção incrível, afinal de contas, ela é uma parte de mim também.

- O que você está falando? - perguntei sem desviar os olhos da minha filha, que agora dava sinais que estava acordando.

- Não tem passa pela cabeça? Nada? Qual é detetive...achei que era mais esperta.

Na verdade eu não queria pensar mais nada, só queria tirar minha filha dali o mais rápido possível.Será que o Mac já sabia do nosso sumiço?

- Nós nascemos do mesmo pai, Stella, eu também sou filha do professor P e a culpa de tudo que está acontecendo é sua e daquele velho.

- Você não pode ser...

- Não posso ser sua irmã? Infelizmente sim... e você quer saber a minha história e porque comecei tudo isso? Terei o maior prazer em te contar, mas me deixe apenas colocar a minha amada sobrinha no bercinho que trouxe especialmente pra ela.

A única coisa que me confortava era que pelo menos por enquanto minha filha não estava sendo maltratada e se aquela mulher que se dizia minha irmã fizesse isso, eu era capaz de derrubar tudo e acabar com ela.Depois de colocar Elise no berço, ela arrastou uma cadeira para bem próximo de mim e se sentou, me encarando.

- Meu nome é Nathalie, Nathalie Becket, e antes que pergunte, sim, esse é meu nome verdadeiro.Meus pais se conheceram um pouco depois do seu nascimento e minha mãe engravidou - ela deu um sorriso tenso - Acontece que o nosso querido papai não ficou feliz com mais essa novidade e... - os olhos de Nathalie se encheram de lagrimas e eu podia jurar que havia sinceridade ali - Ele mandou matar minha mãe quando eu tinha apenas cinco anos de idade e pude presenciar tudo.Quando os assassinos invadiram nossa casa, mamãe, eu e meu irmão corremos para o quarto dela e... mamãe me fez prometer que eu não sairia de dentro do armário com o meu irmão, acontecesse o que acontecesse.Mas Brian era tão pequenino e não quis desgrudar da barra da saía da minha mãe e quando os homens invadiram o quarto ele se agarrou com ainda mais força a ela. Minha mãe salvou minha vida, mas... não conseguiu fazer o mesmo com o Brian, eu tive que segurar o choro e o medo ao ouvir os gritos da minha mãe e do meu irmão, sendo mortos... e quando... finalmente senti que estava na hora de sair e vi algo que nunca mais vai sair da minha cabeça.Minha mãe e Brian estavam mortos sobre a cama.la com uma faca na cabeça...Eu ainda consegui ver pela janela os homens saindo tranquilamente como se nada tivesse acontecido.Morávamos afastados de vizinhos e dificilmente alguém teria ouvido alguma coisa.Eles entraram em um carro e nele... no banco do passageiro estava aquela maldito do Professor P e depois daquele dia eu prometi pra mim que iria me vingar e mesmo com cinco anos de idade esperei o tempo certo pra isso. Descobri seu rastro não foi difícil irmãzinha, afinal é uma das melhores detetives de Nova York e a partir desse dia eu prometi que iria destruir a sua cidade, do mesmo jeito que nosso querido papai fez com a minha família.Mas manchar a credibilidade da detetive Bonasera não é o suficiente pra mim, eu nunca machucarei a minha amada Elise, mas tem outra pessoa que eu sei que seria bem doloroso machuca-lo.

- Nathalie, escute, ninguém aqui tem culpa do erro que nosso pai cometeu, nem eu e nem essas pessoas.Por favor, faça como fez antes, deixei ela em algum lugar onde alguém possa resgata-la.Eu fico com você.

Ela riu e eu senti medo, por mim, pela minha vida.

- Acha realmente que eu me importo com você? Jura?Vou ligar para seu marido e o detetive Mac Taylor vai ter que escolher a qual vida vai querer salvar, a sua ou da Elise, bem, pelo menos é o que eu vou dizer a ele, mas independente de quem ele escolher e se conseguir escolher, você sabe muito bem quem é que vai morrer, não é?

Engoli em seco e deixei que lagrimas caíssem.Pela primeira vez em semanas eu me vi rezando e pedindo a Deus que fizesse que Mac nos salvasse ou que pelo menos tirasse nossa filha dos braços daquela maluca.Eu não ligava se para isso eu precisasse morrer, eu só queria a minha pequena bem longe dali e que Mac ficasse bem, porque eu não ia me perdoar se alguma coisa acontecesse a ele também.

XXXXXXX

Quando abri os olhos, a primeira coisa que vi foi Lindsay.Ela estava com os olhos fechados e os braços voltados para trás do mesmo jeito que eu, provavelmente amarrada também.

- Lindsay, Lindsay - ela abriu os olhos vagarosamente e me viu. - Sabe onde estamos?

- Não faço ideia e na verdade nem tenho muita certeza como vim parar aqui. - ela estava tão confusa quanto eu. - Noah. - Ao falar o nome do afilhado ela tentou se soltar, mas sem sucesso. - Preciso saber onde ele está, Jessica, e quem é essa pessoa que está causando tudo isso.

- Não precisa se preocupar com isso, eu estou aqui - ouvimos uma voz feminina e procuramos a dona daquela voz e pouco instante depois uma bela mulher apareceu. - Fiquem tranquilas detetives, os pequenos Flacks e o pequeno Messer estão sendo bem cuidados, pelo menos por enquanto.

- Se você ousar tocar ou machucar os meus filhos eu acabo com você. - a raiva tomou conta de mim e senti vontade de matar aquela mulher.

- Nesse momento você não tem condições de fazer nada minha querida.Sabe, não foi nada difícil conseguir pegar vocês, nada como ter contatos na policia, não é?

- Você não pode ter feito tudo isso sozinha, quem está te ajudando em tudo isso? - Lindsay encarava aquela mulher.

- Você é muito esperta, sabia? É claro que não ia conseguir sequestrar todas vocês se realmente trabalhasse sozinha, mas quem são essas pessoas não é da sua conta.

- Quem mais está aqui? - perguntei, tentando ganhar tempo ou fazer com que meu cérebro pensasse em alguma coisa para nos tirar daquela roubada.

- Se aqui eu tenho a senhora Flack e Messer, quem vocês acham que falta para completar o trio mais eficiente no combate ao crime de toda Nova York? A senhora Taylor, claro.

- Porque ela não está aqui com a gente?

- Você está fazendo perguntar demais, Jessica e isso está me irritando profundamente.

- Eu quero que você vá para o inferno, sua maldita.Eu tenho certeza que a policia está nos procurando e quando nos encontrar e eu for solta, vou acabar com você, está me ouvindo bem?

- É muito corajosa, sabia? - ela sorriu se aproximando a acariciando meu rosto, mas logo depois fechou a cara e me deu um tapa no rosto - Devia tomar cuidado com o que fala, sua vagabunda, afinal não é só a sua vida que está em jogo, a das suas amigas e dos seus filhos também.Mas sabe, acho que está mais do que na hora de fazer contato com os detetives mais apaixonados de Nova York

A mulher pegou um celular que estava em cima de uma mesa no canto da sala onde estávamos, essa por sinal era um pouco escuro e úmida.

- Como vai detetive Flack? É um grande prazer falar com você.

Só de saber que Don estava por perto, de certa forma, senti meu coração acelerar e meus olhos se encherem de lagrimas.Eu precisava ouvir a voz dele, precisava dizer que o amava.Tínhamos passado pouco tempo juntos depois da nossa reconciliação.

Eu não consegui ouvir por muito tempo o que ela conversava com ele, porque estava tão desesperada que comecei a chorar sem parar e apenas conseguir ouvi-la dizendo.

- ... ela está chorando como um bebê...

Eu não sei exatamente quanto tempo se passou, mas ela logo voltou sua atenção para mim e eu a fitei, Lindsay parecia estar em choque e eu tentei adivinhar o que tinha perdido.

- Você ouviu o que eu disse, certo? Que pergunta estúpida a minha.Seu marido me chamou de louca quando eu disse que ele teria que escolher entre você e os garotos.

- Ele não precisa escolher - eu falei firmemente - Eu decido por ele, se você me prometer que vai deixar meus filhos em paz, eu entrego a minha vida a você.

- Jess, não! - LIndsay gritou apavorada - É isso que ela quer, não faça isso.

- Cala a boca! - eu gritei tentando segurar o choro - Quem decidi pela minha vida sou eu e se essa for a única maneira de salvar meus filhos eu vou fazer isso, Lindsay. - Voltei minha atenção para a mulher na minha frente. - Temos um acordo?

- A mãe policial que se sacrifica para salvar a vida dos filhos, história comovente. Você venceu Jéssica Flack, te dou minha palavra que assim que eu acabar com você, suas crianças vão voltar para casa.

Lindsay me olhava com total preocupação sem entender nada do que estava acontecendo, mas eu não ia me abater com aquele olhar de piedade e não ia voltar atrás, a minha decisão já estava tomada.Eu só pedia a Deus que cuidasse do meu marido pra mim, que Don conseguisse criar o Max e o Aeron e rezava também para que ele me perdoasse por ter tomado essa decisão.

- Gostaria de dar um último adeus ao seu amado marido? Acho que ele vai gostar muito de falar com você... pela última vez.

A mulher agora estava com uma arma na mão e na outra o celular, eu fechei meus olhos e pedi calma ao céus para que eu conseguisse falar tudo o que eu podia para o Don e enquanto eu falava com ele, ela passeava com a arma entre meus cabelos.

XXXXXX

Eu cheguei a pular do sofá da sala do Mac quando senti meu celular vibrar dentro do bolso da minha calça.Eu atendi sem sequer olhar quem era.

- Alô? - eu não precisava de identificador de chamadas para saber quem era.

- Sou eu novamente detetive.Tem alguém aqui que gostaria de trocar... umas últimas palavras com você.

- Don... - ao ouvir a voz suave, mas cheia de medo da Jéssica eu senti meu sangue parar de circular no meu corpo e meu coração parar de bater por alguns segundos. - Desculpe querido, mas eu precisei tomar uma decisão muito importante no seu lugar.

- O que você está dizendo? Jess, meu amor, eu vou te encontrar, aguenta firme, está bem? - eu pedi com um fio de voz, mas ouvi do outro lado da linha minha esposa respirar fundo.

- Eu sei que você não ia conseguir escolher entre eu e os nossos filhos e na verdade acho que não seria justo, eu viver mais tempo do que eles...

- Não fala assim, Jess, está me assustando...

- Eu te amo Donald, quero que saiba que você é o homem mais incrível, bonito e carinhoso que eu conheci em toda a minha vida.Estou muito feliz de ter te conhecido e me casado com você.

- Eu te amo Jessíca, daqui a algumas horas eu vou estar com você nos meus braços, aguenta firme, por favor... - Eu não conseguia mais me segurar, as lagrimas já tinham me vencido.

De repente tudo ficou em silêncio e eu não pude mais ouvir a voz da minha esposa.

- Jess?! Pelo amor de Deus, fala comigo! - o silêncio foi interrompido por um barulho muito alto, um tiro... - Jess! - eu gritei a pleno pulmões como se com isso eu pudesse evitar ou mudar o destino da minha esposa.


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Notas finais do capítulo

E ai, o que acharam?