The Devil's Daughter escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 6
Capítulo 6




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Mesmo sem nenhuma claridade, Katherine conseguiu perceber uma sombra se estendendo atrás dela possibilitando que ela saísse do lugar onde ela havia ficado parada antes que uma garra anormalmente grande a partisse em dois.

Ela caiu para o lado tentando rastejar pela grama podre da floresta enquanto seja lá o que a estava perseguindo, a alcançasse. Ela não conseguiu ver o que era, mas pelo vislumbre de sua sombra, que possibilitou que ela se salvasse, não era nada normal.

A guarra pelo menos não era, mais de um metro de largura e ainda mais grossa do que as paredes da caverna em que ela havia estado a poucos minutos.

O bicho grunhiu, e o chão aos pés de Katherine tremeram quando este começou a se aproximar dela. Como o bicho sabia onde ela estava, ela não sabia, mas que ele era era rápido e grande o suficiente para matá-la, ela sabia.

Aquilo não poderia a alcançar, mas ela não tinha para onde fugir, e suas pernas estavam trêmulas demais para que ela conseguisse se levantar. Se arrastar já doía mais do que deveria, se ela corresse, ela cairia no primeiro instante e a criatura a mataria.

Como se aquilo não fosse acontecer de qualquer jeito.

Katherine praguejou ao pensar que ela havia guardado todas as facas que ela havia usado no seu treinamento com Finn, como se uma faca pequena como aquela fosse ajudar em alguma coisa.

Ela continuou se arrastando até que batesse suas costas em um dos trocos de árvore. Se ela estava trêmula antes, agora até seus dentes rangiam, ela conseguia sentir o bafo da criatura quando esta chegou perto de seu rosto e ela sentiu uma queimadura em seu braço.

Katherine gritou e se espremeu mais no tronco da árvore, a criatura a havia arranhado, e a dor era a pior que ela havia sentindo em toda sua vida. Mesmo estando escuro ela conseguiu perceber sua visão ficando turva e seus ouvidos ficando abafados, seu corpo inteiro latejava, e nem ao menos cair no chão era considerado uma opção.

Com um gesto rápido que Katherine mal conseguiu acompanhar, o monstro saiu de cima dela e foi jogado a metros de distância de Katherine.

Havia alguém ali, alguém segurando uma espada que brilhava de um jeito sombrio. A espada era preta e seu brilho também, e mesmo assim ofuscavam os olhos da garota.

Seja lá quem a tenha salvado Katherine não conseguiu perceber quem era, a pessoa apenas a segurou no colo e a carregou assim pela mata.

Uma onda de conforto estranho passou pelo corpo dela, e ela tentou se esgueirar da pessoa, mas essa apenas riu e a ajeitou em seu colo.

Ela sabia que ela conhecia aquela risada, mas ali, a beira da loucura, ela não conseguia identificar de quem era, mas essa risada, assim como o corpo da pessoa a deixavam reconfortada de alguma forma que ela não entendia.

Eles saíram de dentro da mata e um floco de luz cobriu seus olhos, ela tentou cobrir o rosto com a mão, mas ela não tinha forças nem para respirar direito.

Ela sentiu seu salvador subindo as escadas do castelo e se perguntou como ele não se cansava de subir todos aqueles lances de escadas carregando um peso morto como ela. Ele finalmente parou de subir as escadas e andou por um corredor, que ela suspeitou pertencer ao corredor de seu quarto. Ele abriu uma porta e entrou, colocando o corpo da garota em cima de uma cama macia. Ela se enroscou no cobertor que estava embaixo dela e começou a tremer, ela estava morrendo de frio.

– Hey, hey - disse a voz de seu salvador - Você precisa tomar isso, vai melhorar, prometo.

Katherine tentou se sentar ao reconhecer a voz.

Era de Finn.

– O que você...? - tentou ela, mas ele empurrou seu corpo, fazendo com que ela se deitasse novamente, e colocou o dorso de sua mão na testa dela.

– Você não está com febre - reconheceu ele - Isso é bom, mas você precisa tomar isso para passar a dor.

Ela finalmente conceguiu abrir os olhos e se deparou com a imagem de um Finn preocupado com as sobrancelhas arqueadas segurando um vidro na mão.

– O que é isso?

– Apenas essência de bruxa com mais algumas coisas por causa do veneno.

– Que coisas?

– Nenhuma - disse ele - Agora tome.

Ela não estava em condições de recusar algo que fizesse com que sua dor passasse, então ela pegou o vidro da mão dele tentando não tremer e o virou na boca.

O gosto não era ruim, mas também não era nada bom. Ela fez uma cara de nojo e devolveu o vidro a ela já sentindo a dor passando.

– Obrigado...

– Eu deveria dizer de nada, mas acho que o que aconteceu com você foi bem feito, já que você fugiu de mim.

– Você quase me matou!

Ele não disse nada, apenas se levantou e contornou a cama, indo até um guarda-roupa no outro lado do quarto. Só ali o observando foi que ela percebeu que ela não estava em seu quarto. As paredes estavam cobertas com um papel de parede rasgado todo preto, e no criado-mudo, ao invés de um espelho havia pilhas e mais pilhas de livros e cadernos, sem contar com as espadas espalhadas pelo chão ao redor da cama.

– Onde estamos?

– No meu quarto - respondeu ele dando de ombros - Você precisava do remédio rápido.

Ele tirou sua camisa e Katherine tentou virar seu rosto para o outro lado, mas ela não conseguiu. Uma onda de calor subiu pelo seu corpo quando ela viu que a barriga dele era tão definida quanto parecia ser no complexo de luta.

Ela estava praticamente de boca aberta quando ele virou o rosto para ela e colocou uma camisa sorrindo.

– Gosta do que vê?

Ela corou e olhou para o chão.

– Eu apenas quero saber se vou conseguir andar para ir nesse estúpido baile - ela tentou engrossar a voz quando ele tirou a camisa que vestia para por outra, uma branca tão transparente quanto a outra tinha ficado quando ele estava suado.

– Esse remédio tem efeito rápido - ele se aproximou dela - Tenho certeza que você já está bem melhor.

Ele estava numa distância consideravelmente perigosa dela, e ela teve que se esforçar para conseguir perguntar:

– E eu vou ficar aqui por muito tempo?

– Espero que não, já que você tem seu próprio quarto.

– Bom mesmo - murmurou ela entre os dentes.

– Você recobra sua raiva com uma rapidez impressionante!

– E você recobra sua falta de humor com uma rapidez impressionante.

Ele deu de ombros novamente se distanciando dela e se sentando ao seu lado na cama.

– Mas não fui eu que quase fui morto por um monstro.

– Se você queria tanto assim que eu aprendesse, por que não deixou que ele me matasse?

Uma linha de raiva e impaciência passou pelos seus olhos.

– Eu deveria mesmo.

Ela não deixou que ele a machucasse novamente, ela se levantou da cama e se dirigiu a porta, percebendo feliz que quase não sentia mais dor alguma.

– Agora posso ir para o meu quarto me vestir? - sua voz era fria.

– Certamente - ele pegou sua jaqueta que estava no chão e a vestiu, não tirando os olhos dela - E faça-me o favor de não ser quase morta novamente, estou cansado de te salvar.

Ele colocou a mão na maçaneta da porta onde ela estava apoiada passando os braços pela cintura dela fazendo com que os dois estivesse perto um do outro novamente. Ela não tremeu dessa vez enquanto o encarava.

– Então deixe que eles me matem, não me importo.

Ele girou a maçaneta abrindo a porta fazendo com que Katherine quase perdesse o equilíbrio, e arqueou as sobrancelhas.

– Você não tem medo de morrer?

– Não se vivendo eu vou ter que conviver com pessoas como você.

Ele começou a andar pelo corredor e Katherine conseguiu ver a sombra de um sorriso em seu rosto antes dele se virar e caminhar na frente dela. Eles estavam realmente no mesmo corredor que o do quarto dela, só de pensar que era o mesmo corredor do quarto de Finn ela estremeceu. Ela esperava uma distância muito maior entre eles, e ficaria muito feliz se ela existisse.

Estar perto de Finn não era nada bom. Uma sensação estranha percorria seu corpo quando ela estava perto dele, e seus pensamentos ficavam confusos, como se não conseguissem raciocinar.

Talvez ele a intimidava, ou talvez aquele seu jeito confiante e sã de ser a abalavam. Ela nunca conseguiria ser assim, Katherine conseguia ser confiante quando queria, mas ser assim o tempo todo já era demais. Ou até mesmo, quem sabe, ela o admirava, não que ela sentisse alguma coisa por ele, mas aquele seu jeito de usar a jaqueta de couro era realmente charmoso.

Em primeiro lugar ela amava jaquetas de couro, e o fato dele ter que usar aquela bendita gola pra cima a encantavam, mas não de um jeito romântico, longe disso, ela apenas gostava de seu estilo. E o melhor de tudo era pensar que no Inferno ela encontrou garotos mais bem vestidos do que na sua escola, se ela soubesse disso antes, teria ido para lá á muito.

Quando eles finalmente chegaram a porta de seu quarto Katherine perguntou o que era aquela coisa que tinha-a atacado, Finn apenas deu de ombros como sempre.

– Era apenas um Percux .

– Oh - irritou-se a garota - Apenas um monstro com um nome que eu nem ao menos sei pronunciar!

– Nenhum mortal pode ter contato com o nosso mundo, pelo menos não até a hora dele chegar...

– Isso quer dizer que a minha hora chegou?

– Infelizmente não - ele respondeu - Mas não é nada bom um mortal se parecer com Niah, porque, bom, ela é a filha do Diabo, e é caçado por tudo e por todos, não podemos colocar a vida de um mortal em risco se isso não for obrigatório.

Katherine riu.

– Você está me dizendo que os Filhos do Diabo, a real personificação do mal, não podem fazer mal algum?

– Exatamente.

– Então vocês servem para que? - Ele pareceu ofendido com essa pergunta.

– Para que nós servimos? - repetiu - Quem sabe para não deixar que mortais estúpidos como você não se metam onde não são chamados, e falando nisso vá logo se trocar, não temos o tempo do mundo para te esperar, ou você se troca logo, ou vai aparecer assim na frente de todos os monstros convidados de Niah que vão perceber que você é humana e vão te caçar até que você canse e se renda, e finalmente morra.

Ele foi embora logo após terminar seu discurso, deixando uma muito irritada e inconformada Katherine para trás.

"Desgraçado!" - pensou com raiva

Ela entrou no quarto batendo a porta com força as suas costas. Como ela queria sair daquele lugar, ela sentia falta de tanta coisa...de sua mãe, de Alicia, do Chris, até mesmo de seu pai...

Não que ele fosse presente em sua vida, mas mesmo nunca a visitando depois do divórcio, seu pai sempre esteve em sua mente. Não que ela o quisesse por lá, mas ela não conseguia pensar. Dizem que a mãe é uma presença que não pode faltar para uma garota, mas quando você vive sem seu pai, você passa a pensar diferente.

E ali, esperando que um milagre a salvasse daquele Inferno (no sentido literal da palavra), um pai seria muito útil. Ter alguém para protegê-la de seus piores pesadelos era tudo o que ela precisava.

Ela caiu bufando na cama e depois começou a rir, rir como uma louca: do nada, e sem causa alguma. Porque ela estava sentindo falta de seu pai? Ela nem ao menos deveria pensar nele, mas Finn a deixava louca, ela queria explodir e acabar com a cara dele, não que ela conseguiria se tentasse.

Katherine balançou a cabeça e se levantou, ela não iria deixar que Finn acabasse com ela, e o único jeito de fazer isso era provando para ele que ele não a abalava, mesmo isso sendo mentira.

Ela foi até o guarda-roupa e se surpreendeu ao abrir a porta e se deparar com algumas peças de roupa que eram praticamente as mesmas: algumas regatas brancas, calças e shorts jeans escuros, e jaquetas e coletes de couro também escuros.

Ela olhou peça por peça, como se conseguisse encontrar alguma diferença entre elas, e percebeu que além de roupas, haviam alguns pares de sapatos no fundo do gurda-roupa. Eram alguns pares de botinas e um par de sapatos com salto tão grandes, que Katherine já conseguia se imaginar caindo no chão.

Raramente ela usava sapatos de salto, ou qualquer outro sapato que fosse diferente de tênis ou chinelos, mas mesmo ela sabendo que cairia, ela queria muito usá-los, e se divertiria com o tombo, principalmente com as risadas que viriam em seguida.

Bem no canto do guarda-roupa, Katherine viu um vestido, quase igual ao que ela tinha visto de manhã, só que melhor. Ele continuava sendo curto, mas pela saia agora ser rodada, ele conseguia ser um pouco mais comprida, e por ser o único vestido no armário, Katherine teve certeza de que era o que ela vestiria naquela noite.

Ela pegou o vestido e uma toalha em cima da cama e foi até o banheiro, agora a aguá não estava tão quente quanto de manhã, e ela teve que sair rápido, ou morreria congelada ali dentro. Ela se vestiu e encarou seu reflexo no espelho.

Por mais incrível que pareça, ela estava bonita. Não de um jeito bonitinho, mas sensual, de um jeito que ela nunca tinha estado antes. Mesmo sem maquiagem e com a ponta dos cabelos um pouco ainda molhadas por causa do chuveiro, Katherine conseguia visualizar o rosto de uma garota desejada, uma garota que ela nunca seria. E que nunca desejaria ser.

Ela saiu do banheiro e tentou pensar em como arrumar seu cabelo. Depois de um tempo, resolveu fazer um coque meio solto, que ela resolveu colocar de lado, só para ficar um pouco diferente. Ela ainda encontrou alguns batons e sombras variadas na cômoda, aquilo com certeza pertencia a Niah, as cores chamativas e provocativas eram exatamente o tipo de coisa que ela usaria.

Ela resolveu usar um batom que encontrou na cor de vinho, passou um lápis preto na borda dos olhos e colocou um pouco da sombra que encontrou por ali.

Ao terminar de se arrumar, ela se encarou no espelho alarmada, aquela garota que copiava seus movimentos e tinha seus mesmos olhos não poderia ser ela mesma. Ela nunca se vestiria daquele jeito, mas ali estava ela, no Inferno, indo a um baile. Como se tudo já não passasse de uma grande loucura , ela estava indo a um baile, como se nada tivesse acontecendo.

Bem na hora que Katherine terminou de colocar seus sapatos, alguém bateu na porta. Ela se levantou e teve que ficar um tempo parada para recuperar o equilíbrio, Deus, como ela odiava aqueles sapatos.Ao abrir a porta e se segurar nela para não cair de cara no chão, ela viu um Finn vestindo paletó e uma camisa com o colarinho aberto, mas sem gravata.

Ela o estudou de cima abaixo tentando não fazer com que ele percebesse, até que ele estava apresentável, para alguém tão rude e convencido. Mas não era penas ela que estava impressionada, Finn também a estudava, mas não fazia esforço algum para esconder isso.

Katherine tentou esconder as pernas que estavam expostas atrás da porta, mas sabia que isso não ria adiantar nada. O vestido tinha entrado nela perfeitamente, tirando a cintura, que ficou meio apertada, mas ainda assim era muito curto. E ela não gostava de roupas curtas.

– Então - ele disse depois de ficar um bom tempo em silêncio - Vamos?

Ele estendeu o braço pra ela, esperando que ela se enroscasse nele, mas ela apenas o encarou e fechou a porta com força, andando na sua frente, mas ele segurou o braço dela e ela foi obrigada a se virar.

– Algum problema? - perguntou com rispidez.

– Nenhum - respondeu - Apenas que você é minha acompanhante esta noite, e minhas acompanhantes geralmente não entram na minha frente.

Como é que é? - Ela teve que se conter para não gritar - Eu não sou a sua acompanhante.

– Sim, você é - ela falou como se fosse óbvio - Como você acha que você vai entrar na festa? - perguntou. - Eu sempre tenho uma acompanhante e você não está na lista, então sim, você é minha acompanhante. Aliás, Niah não pode saber quem você é, então você vai ter que fingir ser submissa a mim.

Katherine olhou para ele não acreditando no que acabará de ouvir. Ela teria que ser submissa? A Finn?

Ele estendeu o braço para ela novamente, só que agora um sorriso malicioso cobria seu rosto, ela não conseguiu encarar Finn quando se aproximou dele.

Seus braços eram fortes, e como sempre, uma sensação estranha percorreu o corpo da garota, fazendo com que todas as moléculas de seu corpo se agitassem. Seu coração começou a disparar, mas ela tentou ignorar as batidas que insistiam em zumbir em seus ouvidos, se até ela conseguia ouvir, será que ele também conseguia?

Ela tentou deixar esses pensamentos de lado outra vez e prestou atenção no caminho. De manhã, quando Finn disse que apresentaria o castelo a ela, ela acreditou. Mas no final, ele não acabou falando sobre nada, nem sobre o lugar que estavam ou sobre todos aqueles garotos que viviam por lá.

Eles chegaram ao final dos infinitos lances de escadas, e Katherine olhou ao seu redor. O salão de entrada estava cheio, cheio de humanos, Katherine percebeu. A maioria era adolescente, não muito mais velha do que ela e Finn, e todas as garotas que ela encontrava estavam usando uma roupa quase parecida com a dela, todas eram curtas e pretas. Na verdade, todos estavam de preto, tirando alguns garotos que usavam a camisa branca por baixo do paletó, assim como Finn.

– Eu pensei que seria uma festa com monstros.

– Mas é uma festa com monstros - disse Finn. -, todos aqui são monstros, ou pelo menos a maioria

– Mas... - Katherine olhou ao seu redor outra vez para verificar se ela tinha enxergado errado, mas não, ela enxergou direito, todos eram humanos, alguns eram excêntricos, mas humanos - Todos aqui são humanos!

– Todo monstro na verdade já foi humano - respondeu ele. - Eles só mudaram de forma porque foram transformados pelas bruxas, elas tentaram transformá-los em seus ajudantes, como se fossem os seguranças delas.

– E pra que bruxas precisam de segurança? - perguntou ela - Quer dizer, elas são bruxas, elas deveriam saber se cuidar sozinhas.

- Nós sabemos nos cuidar, mas as vezes alguns garotos rebeldes insistem em nos importunar - a voz veio de trás da garota, e quando Katherine virou para trás, se surpreendeu com a visão de uma mulher que parecia brilhar.

Não que sua pele brilhasse de verdade, mas toda vez que Katherine olhava para ela, ela sentia o fundo de seus olhos queimando, como se olhar para alguém como ela fosse impossível. Ela era apenas uns centímetros mais alta que Katherine, mas mesmo assim Katherine sentia pequenos calafrios ao olhar para ela. Seu vestido era comprido e seus rosto indicava que ela não poderia ter mais de trinta anos, mas um sorriso travesso de uma adolescente estampava seu rosto.

Ela parecia muito interessada em Katherine, e não parava de estudá-la com seus grandes olhos verdes.

- Melinda - disse Finn, ele sorria para mulher com uma certa cautela, como se soubesse que não deveria brincar com ela.

- Garoto Smith, quanto tempo, vejo que você encontrou uma carne nova para se divertir - ela girou ao redor dos dois e Katherine sentiu Finn se enrijecer.

- Não sou nenhum brinquedo - Katherine disse indignada.

- Definitivamente não - ela parou de cercar os dois e parou na frente de Katherine. Ela estava com um copo na mão e bebericava-a de tempos em tempos - Você não é nenhum brinquedo que um garoto como ele deveria mexer, você é muito poderosa para alguém como ele.

- O que você quer dizer com isso?

- Você não acha que Niah deveria saber sobre ela? - ela se dirigia a Finn - Outra Walker vagando por ai não é nada bom.

Katherine estava prestes a perguntá-la sobre como ela sabia seu nome, quando ela foi embora sem falar mais nada, e uma outra figura cobriu a visão de Katherine.

Primeiro ela pensou estar olhando para algum espelho, mas ela e aquela imagem eram totalmente diferentes, ao mesmo tempo que eram iguais. Havia uma menina dançando no meio da pista, todos seus movimentos pareciam ser feitos com o propósito de provocar alguém, e pelo modo que todos os garotos a rondavam, ela estava surtindo efeito. Seu vestido era tão curto quanto o de Katherine e também era justo, muito justo.

Ao perceber para o que Katherine estava olhando, Finn a puxou para trás de um pilar e jogou um chapéu do tipo cartola e uma máscara na mão da menina.

- O que é isso?

- Ninguém pode ver vocês duas no mesmo lugar novamente, se Melinda já viu isso quer dizer que grandes problemas estão vindo.

Ela concordou com a cabeça e colocou a cartola e a máscara obedientemente, depois soltou o ar que não percebeu que estava segurando e encarou Finn, que também a olhava curioso.

- Niah não é apenas parecida comigo - ela disse mais para ela mesma do que para ele - Ela sou eu.


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